Economista analisa o impacto do aumento da Selic

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Jornal GGN – A economista-chefe da XP Investimentos, Zeina Latif, acredita que haverá um aumento da taxa Selic, e que sua elevação na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) traria um custo muito alto e desvantajoso diante do benefício. Em entrevista ao Valor, Latif analisou as dificuldades encontradas pelo Banco Central para controlar a inflação e suas expectativas em relação aos preços administrados em 2016.
 
Leia a entrevista completa ao Valor:
 
Valor: O Banco Central vai subir os juros na próxima reunião? 
 
Zeina Latif: Tudo indica que sim. Eles têm dado todos os sinais nesse sentido. Você pega a carta [que o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, enviou para o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa] e parece um livro-texto de economia, com todas as explicações para a inflação alta e como pretendem combatê-la. 
 
Valor: Mas eles deveriam subir os juros agora?
 
Zeina: Eu acho o seguinte: a política monetária perdeu eficácia, está perdendo a relevância. Entendo o BC querer subir os juros para preservar alguma credibilidade, tentar segurar as expectativas inflacionárias. Mas também entendo que, com essa confusão fiscal, o melhor é não fazer nada. Pode ser uma questão de defesa do Banco Central, mas não vai funcionar. A relação custo-benefício não compensa. Estamos em um regime fiscal que está ficando perto de um colapso. Se o BC mantivesse a taxa, não criticaria.
 
Valor: Mas o que a sra. acredita que deveria ser feito, então? 
 
Zeina: Seria compreensível [o BC] não fazer nada. É uma escolha difícil. O que dá para dizer é que a eficácia da política monetária está comprometida. Talvez subir os juros seja uma medida inócua. Essa é a palavra: inócua. Esse é o meu temor, que a relação-custo benefício não seja boa.
 
Valor: Quais os efeitos que um aumento teria na atividade? E na dívida pública? 
 
Zeina: Afeta as duas coisas. Com um mercado de crédito bastante enfraquecido, obviamente você reforça esse quadro se subir os juros. Seria melhor ir devagar [com o aumento dos juros]. Espero em 2016 uma recessão maior do que em 2015, porque a gente está falando de empresas com dificuldades.
 
Valor: Ainda maior do que no ano passado?
 
Zeina: Sim, é recessão em cima de recessão. A oferta está sendo afetada, não é só a demanda. Com isso, o potencial da economia também vai encolhendo. A crise vai ser prolongada e forte. Não é um ciclo normal, é uma coisa mais com cara de depressão. A Pnad [Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio] indica que a situação do emprego começou a piorar só em setembro. Ou seja, o mercado de trabalho ainda tem um ajuste grande pela frente. É difícil. A indústria, por exemplo, está em espiral de queda. Todo mundo está contaminado. Pouco setores conseguem ter performance positiva. Quando isso afeta a situação financeira das empresas, a crise vai para outro patamar. Isso é muito mais grave.
 
Valor: E a inflação, como deve ficar em 2016? 
 
Zeina: O que eu noto nos meus modelos estatísticos é que a inflação está sempre vindo acima do que o modelo previa. Há um aumento da inércia, do repasse, que surpreende. Os preços livres não estão recuando como deveriam estar. A pressão dos administrados não vai ser igual a de 2015, como a gente sabe. Mas meu medo é que preços livres não cedam como deveriam. Acho que vamos ficar com a inflação muito acima do teto da meta.
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

17 Comentários

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  1. Eu truco!…

    Ainda fico com o professor Edmund Phelps!…O Banco Central têm que seguir firme e não afrouxar sua política macroecômica de combate a inflação!….Os atores econômicos capitaneados pela Fazenda, na política microeconômica, devem trabalhar para a ampliação e qualificação das forças produtivas e da produção. Isto sim, gera queda nos preços!…

  2. Economistas são ideologos que usam matemática

    Zeina Latif é frequente no programa de Willian Waack e me recordo um certo Painel,  em 2013,  onde ela defendeu a tese de que um dos problemas do Brasil  era o pleno emprego. Segundo ela uma certa dose de desemprego era saudável para a economia. Poderia baratear o custo do trabalho.  Para estes economistas o trabalho entra em seus modelos na tabela de custos.  Em seus modelos  por exemplo não entram o impacto de um ataque planejado contra as instituiçoes do país, contra programas, nem mesmo contra o setor produtivo. Não entra o papel manipulatório da mídia. Nos seus modelos, os únicos parâmetros que entram são os da cartilha monetarista.   Economistas de forma geral tentam vender a imagem de que seus modelos são científicos, mas não  nos justificam os parâmetros utilizados  e nem mesmo a parcialidade de suas escolhas. Economistas gostam de acusar sociologos de estarem contaminados por ideologias, mas a meu ver estes Economistas são ideólogos contaminados pela matemática. 

  3. Queda de braço,ou UFC/MMA

    No octógono, os contendores, até o momento: 

    Os Jedi (A Força), contra a elevação da SELIC: Nassif, Yoshiaki Nakano e, por incrível que pareça, Mendonção de Barros

    O lado sombrio, a favor de mandar a Selic pro espaço: os sete diretores do BACEN e seu presidente decorativo, que formam o Copom, secundados pelo deus ex machina, o Sr. Mercado. 

  4. Ajustes e saias justas.

    Esta frase de de Zeina é sintomática:

    A Pnad [Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio] indica que a situação do emprego começou a piorar só em setembro. Ou seja, o mercado de trabalho ainda tem um ajuste grande pela frente.

     

    Isto é o desemprego precisa crescer  para ajustar o mercado de trabalho.  Me parece que Zeina como vários outros deveriam aceitar que o tal ajuste fiscal e a política  recessiva do banco central  só nos tem levado ao desastre na produção embora ela se preocupe apenas com o desastre  financeiro. Enquanto esta politica continuar  a recessão é obvia.  Em termos de mercado de trabalho a  política de Levy só serviu para lhe arranjar um emprego no Banco Mundial,  mas foi um desastre para o país. As bases desta política estão tão carcomidas que Zeina está começando a perder a fé.

  5.  Como o Sr. Joaquin Lewy, o

     Como o Sr. Joaquin Lewy, o sr. Tombini segue  ao pé da letra as recomendações do FMI, embora se diga que o Brasil seja credor do dito cujo, juro alto, recessão e desemprego em massa. Como popularmente se diz o Banco Mundial leva o paciente para o estado de coma e o FMI o sacrifica. O Sr. Tombini se for defenestrado do cargo logo assumira um cargo no Banco Mundial ou FMI como recompensa por bons serviços prestados ao EUA.

  6. a cada aumento da selic é

    a cada aumento da selic é uma

    pontada no coração…

    incompreensível,  mais dinheiro para os rentistas ,

    menos dinheiro para maioria…

  7. Enquanto isso, nos EUA… (do Cafezinho)

    As 10 propostas de Bernie Sanders que estão tirando do sério os grandes banqueiros de Wall Street

     

     

    12/01/2016

     

    Carlos Eduardo

     

     

    bernie-sanders-standard

    por Carlos Eduardo, editor-assistente do Cafezinho

    O candidato pelo Partido Democrata, Bernie Sanders, declarou guerra contra os grandes bancos e seus agentes em Wall Street.

    “A ganância, a fraude, a desonestidade e a arrogância tomaram conta do mercado financeiro”, diz ele, criticando sua principal rival pela indicação do Partido Democrata, Hillary Clinton — Clinton, para quem não sabe, é a candidata norte-americana destas eleições que mais recebeu doações de Wall Street.

    “Para aqueles em Wall Street que possam estar me ouvindo hoje, deixe-me ser claro. A ganância não é boa. Na verdade, a ganância de Wall Street e das corporações americanas está destruindo o tecido social de nossa nação. E aqui está uma resolução de Ano Novo que vou manter se eleito presidente: Se vocês não colocarem um fim na sua ganância, vamos acabar com isso por vocês”, disse Sanders, em um discurso no centro de Manhattan.

    Bernie Sanders, o candidato queridinho dos progressistas, estabeleceu um programa de dez pontos que promete mudar profundamente o modo como funciona hoje o mercado financeiro americano. Se colocadas em prática, suas propostas podem revolucionar a economia mundial. Para melhor.

    Desde o início de sua campanha, Sanders vem denunciando o lobby dos bancos para desregulamentar quase todas as áreas do mercado financeiro, enquanto o Congresso, que deveria representar os interesses da população, vem enfraquecendo as leis trabalhistas e os direitos do consumidor.

    “Na crise de 2008, a ganância, a imprudência e a corrupção em Wall Street quase destruíram os Estados Unidos e a economia internacional. Milhões de americanos perderam seus empregos, suas casas e suas poupanças de uma vida inteira. Enquanto isso Wall Street recebeu a maior ajuda financeira vinda do governo na história do mundo, sem nenhuma contrapartida. A classe média americana continua a desaparecer, a pobreza só aumenta e o fosso entre os muito ricos e o resto do povo está crescendo mais e mais”. (tradução livre)

    Eis aqui os dez pontos da reforma do sistema financeiro americano defendidos por Bernie Sanders:

    Um: Por fim aos bancos “grandes demais para quebrar” (ou too big to fail)

    Bernie Sanders sugere reeditar uma lei antitruste contra os grandes bancos, nos mesmos moldes da Lei Antitruste Sherman (tradução livre para Sherman Antitrust act, de 1890). Esta foi a lei que pôs fim ao império do magnata John D. Rockefeller, que em sua época controlava 84% do refino de petróleo nos Estados Unidos, com o monopólio da Standard Oil.

    A lógica por trás da proposta de Sanders se baseia nos dados fornecidos pelo próprio sistema financeiro.

    Isto porque em 2008 os contribuintes americanos foram obrigados a socorrer os grandes bancos de Wall Street com a desculpa de que estes eram “grandes demais para falir”. No entanto, hoje, três das quatro maiores instituições financeiras nos Estados Unidos — JP Morgan Chase, Bank of America e Wells Fargo — são quase 80% maiores do que antes do socorro financeiro de 2008. Por incrível que pareça, os seis maiores bancos americanos respondem por 2/3 de todos os cartões de crédito no país e mais de 35% das hipotecas. Juntos, esses seis bancos controlam mais de 95% das aplicações financeiras e detém mais de 40% dos depósitos bancários. Seus ativos equivalem à 60% do PIB norte-americano.

    Dois: Desmantelar os grandes bancos

    Se eleito, Sanders diz que logo no primeiro ano de mandato vai pedir ao Departamento do Tesouro uma lista das instituições financeiras cujo colapso representa um risco catastrófico para a economia dos Estados Unidos.

    De posse do Executivo, Sanders promete acabar com as grandes instituições financeiras, dividindo-as em companhias menores. E ele pode fazer isso sem a aprovação do Congresso, pois o presidente Barack Obama aprovou em 2010 a Lei Dodd-Frank, consolidando as diversas agências reguladoras que existiam na época em uma só autarquia federal, e estipulando regras mais rígidas para as fusões dos bancos.

    Algo parecido com o CADE brasileiro, dadas as devidas proporções é claro.

    O problema é que Obama nunca aplicou a lei pra valer e Sanders promete fazer isso.

    Três: Aprovar no Congresso uma Lei Glass-Steagall do século XXI

    A Lei Glass-Steagall foi aprovada pelo presidente Franklin D. Roosevelt em 1933 devido à Grande Depressão de 1929.

    Para evitar uma nova crise, Roosevelt dividiu as instituições entre comerciais e financeiras.

    Os bancos comerciais, onde a população guarda suas economias, teriam que cumprir regras rígidas de alavancagem, estando proibidos de especular no mercado financeiro. Já as instituições financeiras, como corretoras, estariam livres para aplicar em investimentos mais arrojados, e por isso, mais arriscados também.

    A lei servia para proteger os pequenos poupadores e a classe-média dos abusos praticados pelos bancos antes de 1929. Porém a lei foi revogada pelo presidente Bill Clinton em 1999.

    Durante um debate nas primárias democratas, Hillary Clinton, em defesa do legado de seu ex-marido, disse que a Lei Glass-Steagall não teria evitado a quebra do banco Lehman Brothers.

    Mas Bernie Sanders lembrou que foram os grandes bancos, como JP Morgan Chase e Bank of Boston, que emprestaram dinheiro da poupança de seus clientes para o Lehman Brothers especular na bolha imobiliária. Caso a Lei Glass-Steagall estivesse em vigor eles estariam proibidos de fazer os empréstimos.

    Quatro: Por fim à política de “grande demais para prender” (ou too big to jail)

    Sanders diz que em sua administração é o governo quem irá regular Wall Street e não o contrário. Ele defende uma “justiça igual para todos”, o que significa incriminar os altos executivos dos bancos e das demais instituições financeiras cujas apostas imprudentes tenham lesado a vida de pessoas simples e da classe-média.

    “Os americanos veem todos os dias jovens sendo presos, às vezes até mesmo por posse de pequenas quantias de maconha. (…) Mas quando se trata dos altos executivos de Wall Street, algumas das pessoas mais ricas e poderosas deste país, cujo comportamento corrupto e irresponsável causou dor e sofrimento para milhões de cidadãos, nada acontece com eles. Sequer um registro policial, ou uma temporada na prisão. Não há justiça igual para todos nos Estados Unidos”. (tradução livre)

    Não custa lembrar que o ex-presidente democrata Bill Clinton, em seu último dia de trabalho na Casa Branca, concedeu um indulto presidencial à um dos maiores sonegadores da história dos Estados Unidos, Marc Rich. O Caso que ficou conhecido como perdongate.

    Para saber mais sobre esta história polêmica, recomendo este perfil do New York Times sobre o sonegador Marc Rich.

    'Se um banco é grande demais para quebrar, então ele é grande demais para existir' (tradução livre)‘Se um banco é grande demais para quebrar, ele é grande demais para existir’ (tradução livre)

    Cinco: Criminalizar o atual modelo de negócios em Wall Street

    Um dos comentários mais incisivos de Bernie Sanders nesta campanha presidencial é o modo como Wall Street faz seus negócios.

    “A verdade é que a fraude se tornou o modelo de negócios em Wall Street. Não é uma exceção à regra. É a regra. E sem uma regulamentação mais rígida, é provável que os investidores e operadores em Wall Street continuem com o comportamento corrupto que todos já conhecemos. Quantas vezes já ouvimos o mito de que os desvios em Wall Street podem até ser errados, mas não são ilegais? Deixem-me ajudá-los a acabar com esse mito.” (tradução livre)

    As práticas de Wall Street só não são ilegais porque ao longo da história os bancos fizeram lobby no Congresso para legalizar o que deveria ser considerado crime.

    O documentário Trabalho Interno (Inside Job, em inglês), ganhador do Oscar em 2011, mostra muito bem isso. Todos os principais bancos internacionais já foram pegos em atos ilícitos e inclusive aqueles que foram condenados pela justiça voltaram a praticar os mesmos crimes.

    Um estudo da University of Notre Dame, em Indiana, sobre ética no mercado financeiro, publicado na The Atlantic em maio de 2015, mostrou que 51% dos executivos de Wall Street acreditam que seus concorrentes praticam atividades antiéticas ou ilegais para obter vantagens no mercado; 1/3 dos executivos também admitiu ter presenciado ou ter conhecimento em primeira mão de atividades ilegais no ambiente de trabalho; e 1/5 dos operadores no mercado financeiro afirmaram que é preciso se envolver em alguma atividade antiética ou ilegal para ser bem sucedido na carreira.

    Seis: A criação de um imposto sobre a especulação no mercado financeiro

    Um dos pontos chave na reforma de Sanders sobre Wall Street é a criação de um imposto sobre as transações financeiras.

    Francamente, não consegui entender se ele propõe um imposto como o IOF brasileiro, ou se este seria uma versão norte-americana da CPMF. No entanto, é certo que Bernie Sanders promete taxar os especuladores do mercado financeiro. E uma de suas promessas de campanha é destinar toda a receita dos impostos sobre Wall Street para extinguir as mensalidades nas universidades públicas.

    “Vamos usar a receita do imposto [sobre Wall Street] para tornar as faculdades e universidades públicas gratuitas. Durante a crise financeira de 2008, a classe média deste país socorreu os bancos de Wall Street. Agora, é a vez de Wall Street ajudar a classe média”. (tradução livre)   

    Sete: Reforma das Agências de Classificação de Risco

    Depois do crash de 2008, as agências de classificação perderam completamente sua credibilidade. O Lehman Brothers, por exemplo, banco de investimento que quebrou durante a crise, recebeu da Standard & Poor’s um grau ‘A’ no mesmo mês em que decretou falência.

    Após a crise, ficou claro que as agências de risco davam notas altas para aqueles que pagavam caro por seu serviço.

    Na opinião de Sanders, estas companhias são como “raposas vigiando o galinheiro”. E ele promete intervir nas agências de classificação de risco, transformando-as em empresas sem fins lucrativos.

    “Vamos transformar estas agências de classificação, que somente buscam o lucro, em instituições sem fins lucrativos, independentes de Wall Street. Não será mais Wall Street quem irá escolher quais agências irão avaliar os seus produtos”. (tradução livre)

    Oito: Reduzir os juros do cartão de crédito e as taxas cobradas pelos bancos

    Nas palavras de Bernie Sanders, os bancos e as companhias de cartão de crédito precisam parar de “extorquir o povo americano com a cobrança de juros altíssimos e taxas ultrajantes”.

    “É inaceitável saber que os americanos pagam uma taxa de US$ 4,00 ou US$ 5,00 cada vez que vão a um caixa eletrônico sacar dinheiro. E é inaceitável saber que milhões de americanos estão pagando taxas de juros no cartão de crédito superiores à 20% ou 30% ao mês. A bíblia tem um termo para esta prática, chama-se usura”. (tradução livre)

    Bernie Sanders propõe uma lei limitando os juros no cartão de crédito em 15% ao mês e uma taxa máxima no caixa eletrônico de US$ 2,00 por saque.

    “Os grandes bancos precisam parar de agir como agiotas e começar a agir como credores responsáveis” (tradução livre)

    Nove: Permitir os correios de oferecer serviços bancários

    O Serviço Postal dos Estados Unidos (United States Postal Service, ou USPS, em inglês) é motivo de orgulho para os americanos. Presente em todo o país, Bernie Sanders propõe transformar os correios em um banco estatal, justamente para atender às comunidades mais pobres que são ignoradas pelos bancos comerciais.

    “A triste realidade é que, incrivelmente, milhões de americanos de baixa renda vivem em guetos onde não existem serviços bancários normais. Hoje, se você vive em uma comunidade de baixa renda e precisa descontar um cheque, ou obter um empréstimo para consertar seu carro, para onde você vai? A única opção nestas comunidades é procurar um agiota que pode cobrar uma taxa de juros de 300% ao ano, gerando um ciclo vicioso de dívida. Isso é inaceitável”. (tradução livre)

    Dez: Reforma do Federal Reserve

    Por último, Bernie Sanders propõe uma reforma no Banco Central norte-americano, de modo que este passe a atender aos interesses da população, ao invés dos grandes bancos.

    Detalhe: diferente do Banco Central brasileiro que só se preocupa em controlar a inflação, nos Estados Unidos o Fed também tem a obrigação de controlar a taxa de desemprego. Mas para Sanders isso ainda é pouco. É preciso também criar uma política de valorização do salário dos trabalhadores.

    “Quando Wall Street estava à beira do colapso, o Federal Reserve agiu rapidamente para salvar o sistema financeiro. Precisamos que o Fed aja da mesma maneira para combater o desemprego e os baixos salários. É inaceitável ver o Federal Reserve sequestrado pelos banqueiros, logo ele que é responsável pela regulação dos bancos. Eu acho que o povo americano ficaria chocado se soubesse que Jamie Dimon, atual CEO do JP Morgan Chase, foi membro do conselho do Fed de Nova York, ao mesmo tempo em que seu banco recebeu um resgate de US$ 391 bilhões do Federal Reserve. Este é o tipo de conflito de interesses que pretendo proibir. Se eleito, as raposas não serão mais as guardiãs do galinheiro no Fed”. (tradução livre)

  8. Gasto de 50% do orçamento com

    Gasto de 50% do orçamento com juros além de imoral é asfixiante para a economia. Permitir mais uma alta é suicídio. 

  9. Os próximos protestos dos

    Os próximos protestos dos movimentos sociais deveriam em frente a sede do BC. Que nojo afundar o País desse jeito pra satisfazer rentistas. 

  10. Ações de política monetária e cambial

    Um dos principais erros do Banco Central do Brasil foi vender swaps cambiais, sem vender parte dos dólares das Reservas Cambiais no mercado, este erro permitiu aos especuladores comprar swaps cambiais e ao mesmo tempo comprar dólares no mercado à vista para puxar a taxa de câmbio e ganhar nos contratos de swaps cambiais.

    O Banco Central vem atuando como se o Brasil não tivesse Reservas Cambiais de quase US$ 400 bilhões, apenas quando o dólar bateu em R$4,25, ele passou a vender dólar com compromisso de recompra para financiar exportadores, o que é muito pouco diante da mudança na política monetária americana.

    Com a mudança na política monetária americana e a perspectiva de aumentos dos juros americanos, os exportadores passaram a reter ao máximos os dólares, importadores a antecipar ao máximo as compras de dólares para quitar as importações, as instituições financeiras a diminuir as operações de empréstimos em dólares e a quitar antecipadamente parte dos empréstimos já obtidos.

    Ao sinalizar que não venderia os dólares das Reservas Cambiais o Banco Central do Brasil deixou o caminho livre para os especuladores atuarem no mercado de câmbio, o que foi contido apenas no final de 2105 quando o presidente do Banco Central em 24 de setembro de 2015, na divulgação do Relatório de Inflação, afirmou“Todos os instrumentos estão no raio de ação do Banco Central caso seja necessário”.

    O atual patamar das Reservas Cambiais são o grande diferencial em relação as crises de liquidez do mercado internacional ocorridas no passado, mas precisam ser colocadas em disposição para qualquer eventualidades, caso contrário os especuladores vão atuar livremente.

    Do ponto de vista da demanda nada justifica um aumento dos juros da Selic, muito pelo contrário, os juros deveriam se negativos considerando a atual queda do PIB e a projeção de queda do PIB para 2016.

    Com uma relativa estabilidade cambial, teremos uma estabilidade nos preços internos, já que há uma enorme ociosidade no parque industrial, o que afasta o risco de pressão de demanda nos próximos trimestres.

    Caso fosse vendido cerca de US$ 100 bilhões da reservas cambiais a R$ 4,10, o governo arrecadaria R$ 410 bilhões(10% da dívida pública bruta), e por lei é obrigado a utilizar estes recursos no resgate da dívida pública, o que resultaria numa economia de mais de 50 bilhões anuais, considerando o atual patamar dos juros dos títulos da dívida pública federal(14,25% Selic, 15% pré-fixados e 7%+IPCA).

     

     

  11. Como a impressa é

    Como a impressa é superficial! O Estado de Direito, não é possível uma análise curta, isto é: protegem os interesses financeiros, mas, o paradoxo surge dos sindicatos patronais das empresas, isto é, não defendem os interesses do mercado industrial ou produtivo, ou seja, seguem o mercado financeiro, não é a toa que a FIESP é piramidal…

    A política macroeconômica do bc é anacrônica, pois, irá afetar a microeconomia, isto é: o mercado real! 

    São duas maneiras imediatas: 

    1º Afetará a demanda e o mercado de trabalho, desta forma, afetarão as vendas das empresas…   (as receitas do governo, também…)

     

    Neste caso afeta o volume de vendas, isto e: o empresário irá recalcular o novo ponto de equilíbrio e, o novo preço do produto para alcançar o lucro desejado. (Há outros que manterão os preços e reduzirão os custos aos extremos, ou seja: ambiente de trabalho terrível para todos e desemprego…)   

     

    Como percebemos temos aumento de preço, portanto, o evento irá gerar inflação, logo, o aumento de juros é “furada” para controlo de inflação…

     

    2º Redução de investimento produtivo e aumento de investimento financeiro, isto é: o empresário se torna banqueiro…

     

    Mais pressão sobre o mercado produtivo podendo afetar a oferta de alguns produtos em curto e médio prazo, isto é: mais pressão sobre a inflação (demanda agregada)…

    Em uma simples análise percebe-se o caos que o bc está gerando ao País…

    O juro tem uma propriedade nefasta para a Nação, pois dispara, imediatamente, duas setas, ou seja: para cima e outra para baixo…

     

    Por ex: 1º (seta) – Os juros geram enormes despesas para o orçamento público –

    2º (seta) Os juros corroem as receitas do Tesouro Nacional.

     

    Portanto: gera automaticamente, enorme déficit fiscal, pois, o BC aumentou as despesas e diminui as receitas do Tesouro Nacional e, isso dispara a dívida pública que alias, já é impagável…

     

    Sem dizer, posteriormente, as chegadas das agencias de riscos! É uma loucura…

     

     

  12. Aumentar a SELIC e como

    Aumentar a SELIC e como enxugar gelo.

    A taxa SELIC serve para “enxugar” a liquidez de moeda, ou seja absorver a moeda em excesso que anteriormente foi “imprimida” para estimular a economia e/ou para pagar dividas.

    Esta intervenção, esta artificialidade no primeiro momento gera um aumento de PIB, mas gera por outro lado uma distorção no sistema de geração de preços e interfere no cálculo economico racional. Exemplo, as pessoas estão comprando muitos automóveis porque o financimanto estava facilitado pela injeção de dinheiro do BC, todo um sistema se cria para aumentar a produção de automóveis, concessionarias são abertas, empregos são criados, pessoas estudam para se empregar neste ramo da atividade economica.

    Acontece que esta artificialidade não perdura sem cobrar seu preço, todos os sistemas que foram criados errôneamente terão que se liquidar, apurar a sua necessidade , a sua capacidade de se sustentar, ou seja refazer o cálculo economico racional..  

  13. O PT perdeu para os rentistas…

    Como ter juros baixos e inflação baixa se o proprio governo impõe e obriga o início de tudo com juros de 15% aa.

    O pais estará totalmente quebrado em 2017, tipo último ano do FHC…

  14. Vamos parar com esta história de criticar o BC, o zé da Justiça

    e etc e tal, Afinal ainda vivemos num regime presidencialista e o presidente tem nome, ou não tem?  É ele quem dá as diretrizes do governo e para tal nomeia os que devem ocupar este ou aquele cargo.  Presidencialismo é isto.  O presidente é culpado de tudo e não venham com mais delongas. Vamos defender a Democracia, mas não dá para defender a incopetência.,

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