Andre Motta Araujo
Advogado, foi dirigente do Sindicato Nacional da Indústria Elétrica, presidente da Emplasa-Empresa de Planejamento Urbano do Estado de S. Paulo
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Faltam reais no Brasil, por André Araújo

Por André Araújo

FALTAM REAIS NO BRASIL – O meio circulante brasileiro é de uma modéstia única, paupérrimo. Temos no Brasil em circulação pouco menos de 215 bilhões de Reais para um PIB em torno de R$ 7 trilhões (ainda não existem números para 2015), algo como 3% do PIB, enquanto os EUA tem US$1, 39 trilhões para um PIB de US$17 trilhões, portanto 8,17% do PIB.
 
Se fossemos seguir a proporção dos EUA, nosso meio circulante deveria ser de 8% x R$7 trilhões, que seriam R$500 bilhões entre papel e metálico. Aqui especialmente no interior ainda se usa muito moeda papel, ao contrário dos EUA, onde se você dá uma nota de 100 dólares numa loja chamam o gerente, americano praticamente só usa cartão.
 
Faltam portanto nessa conta R$345 bilhões para emitirem Reais e colocar em circulação.
 
Dirão alguns que o dólar circula muito fora dos EUA, é verdade, o Tesouro americano calcula que em torno de 20% das notas de dólar circulam fora dos EUA, mas é também preciso ver que nos EUA se usa muito mais meios de pagamentos ELETRÔNICOS, que eles inventaram, do que no Brasil, muita gente passa meses sem tocar numa nota de US$100.

 
Qual a vantagem do Governo emitir mais meio circulante? O Tesouro se apropria da senhoriagem dessa emissão, quer dizer, o valor monetário do dinheiro emitido é do Tesouro, uma dívida sem custo engrossando a capacidade financeira do Governo e esquentando a circulação e os negócios.
 
Do lado econômico ajuda a combater a recessão. No lado prático, há escassez de dinheiro papel no Brasil e absurda escassez de moedas de troco.
 
A filosofia do nosso Banco Central é muito estranha. Com o SISTEMA DE PAGAMENTOS BRASILEIRO, escreve-se assim mesmo, um horroroso erro de estilo, implantado por Armínio Fraga, aumentou-se muito a velocidade de circulação do dinheiro, MUITO MAIS QUE NOS EUA, onde um cheque compensa em 7 a 15 dias, se for entre regiões de banco central diferente (Há doze bancos centrais nos EUA), tudo no Brasil é mais rápido do que nos EUA, se eles preferem mais devagar deve haver alguma razão e não é incompetência. PARECE QUE O MODELO BRASILEIRO É FEITO PARA SE USAR MAIS BANCO E MENOS DINHEIRO PAPEL, o que é bom para os bancos e ruim para o Tesouro. O uso do dinheiro papel é desestimulado no Brasil. Para sacar mais de R$ 5.000, precisa avisar um dia antes (é regra do BC), para depositar mais de R$ 10.000 precisa fazer assinar uma declaração no banco e esse valor está fixo há varios anos. Há também uma visão criminalizante do dinheiro papel, se alguém pagar uma entrada de imóvel em dinheiro pode ser denunciada ao COAF, quando não é de modo algum proibido a guarda e o uso de dinheiro papel, mas aqui considerado como criminoso, devendo o portador provar que não é, uma campanha psicosocial estimulada pelo sistema bancário já faz tempo, para que ninguém guarde dinheiro em casa.
 
A questão das moedas é impressionante, o Brasil inteiro tem escassez de moeda metálica, nem bancos tem, o BC se recusa a cunhar mais moedas, porque? É para todo mundo usar cartão de débito ou crédito, é uma consessão do BC.
 
Há a questão da segurança MAS também os cartões podem ser roubados e nesse caso o roubo é muito mais perigoso para o assaltado, ele é levado junto com o cartão para sacar e nesse período corre sério risco de vida.
 
A emissão de moeda papel deveria ter um referencial e uma nova filosofia de tratamento. Com um programa de emissão anunciado pelo BC, novas séries a cada dois anos para mostrar o País com cenas de nossa geografia, moeda é tambem um veículo de comunicação e divulgação do País. Acompanho a moeda em circulação diariamente, o BC publica o número todos os dias e vejo uma QUEDA da moeda em circulação, sinal de recessão e crise, há uma semana estava em 222 bilhões, agora em 215 bilhões, uma merreca para um País do tamanho do Brasil.
 
Vamos alegrar a  economia com mais emissões e dar serviço para a Casa da Moeda, que tambem é nossa.
Andre Motta Araujo

Advogado, foi dirigente do Sindicato Nacional da Indústria Elétrica, presidente da Emplasa-Empresa de Planejamento Urbano do Estado de S. Paulo

44 Comentários

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  1. A cada transação com cartão

    A cada transação com cartão de crédito ou débito, o banco emissor do cartão e a dona da “bandeira” recebem uma tarifa. Está aí a sua explicação.

    1. Obrigado pelo comentario, é

      Obrigado pelo comentario, é isso ai, o uso do cartão engorda o lucro dos bancos mas o pior é o nosso Banco Central, que é publico, estimular  e incentivar o uso de meios bancarios e desistimular ao maximo o uso de papel moeda, o SISTEMA DE PAGAMENTOS BRASILEIRO ( é assim mesmo que o BC batizou) visa a privilegiar o uso do pagamento bancario, estão ai

      os majestosos balanços dos bancos em plena recessão para comprovar.

      1. As pessoas também não gostam de receber dinheiro falso

        Pague em dinheiro as despesas de supermercado e lá vai o operador de caixa conferir se a nota é verdadeira.

        Que os bancos são sanguessugas não há dúvidas.

      2. Comentário perfeito, Andre

        Comentário perfeito, Andre Araujo.

        Os bancos tem a faca e o queijo na mão. Criminalizaram o papel moeda e entregaram a alma da economia aos banqueiros, o resultado é esse aí: temos menos dinheiro em circulação, mas uma inflação que só aumenta; crise pra todo mundo, exceto para os bancos que batem recorde de faturamento todo ano.

    2. E quem paga a conta são os consumidores e pequenos comerciantes

      .

      Cada transação de débito ou crédito, está embutida a taxa do “sistema” no valor BRUTO, ou seja, os pequenos comerciantes, são obrigados a absorver taxas ABSURDAS E ABUSIVAS, devido a falta de papel moeda, moedas e a propaganda sistemática em nós somos submetidos para usar o cartão (quem não se lembra da propaganda da VISA).

       

      Lamentável a postura do BC. Lamentável a postura do Ministro da Fazenda, desse e de todos os passados.

  2. Esse raciocínio de que falta
    Esse raciocínio de que falta dinheiro circulando não se sustenta.
    A base monetária só vem aumentando ano após ano (dados oficias que o AA também deve acompanhar).
    Sendo o valor do dinheiro um preço como outro qualquer, nesse momento de perda da valor de compra (inflação) associada ao aumento da base monetária só pode estar acontecendo uma única coisa: mais dinheiro em circulação. O que é exatamente o pedido pelo autor.

    1. Não estou falando sobre base

      Não estou falando sobre base monetaria e sim sobre MOEDA FISICA e esta vem diminuindo e não aumentando, o BC informa DIARIAMENTE o valor do dinheiro em criculação, é só acessar o site do BANCO CENTRAL – Moeda em Circulação.

      1. O raciocínio continua sem
        O raciocínio continua sem fazer sentido. Além do aumento da base monetária que vem ocorrendo atualmente vc sugere aumentar o papel moeda. Isso não levaria a nada mais do que aumentar a inflação de preços.

        Por favor me explique como mais dinheiro circulando aumenta o consumo?
        O que aumenta o consumo é a produção, o dinheiro é só um meio de troca, ou seja, uma métrica.
        Aumentar a quantidade de dinheiro gerando inflação pode, pelo contrário, diminuir o consumo devido à quedo no poder de compra.

        Abs

      2. Mais um detalhe que esqueci.
        Mais um detalhe que esqueci. O governo vai imprimir dinheiro e colocar esse dinheiro novo no mercado em troca de quê?
        Sair distribuindo aleatoriamente é improvável. Para colocar esse dinheiro em circulação seria necessário recomprar títulos da dívida pública.
        Isso é proibido na constituição. O tesouro não pode imprimir moeda para financiar déficit governamental.
        Por sinal isso foi uma das causas da hiperinflação da década de 80.

    2. Moeda e dinheiro são coisas diferentes

      Meio circulante, não é o que fica dando voltinhas redondas no estacionamento em frente do Shopping.

  3. nesse ponto o sistema é ótimo

    “PARECE QUE O MODELO BRASILEIRO É FEITO PARA SE USAR MAIS BANCO E MENOS DINHEIRO PAPEL”

    O que é muito bom, já que refreia a sonegação. Deveriam inclusive cobrar uma taxa sobre os saques.

    Aliás, Suiça e a própria zona do euro já praticam taxas negativas de juros, embora só o façam quanto as reservas dos próprios bancos junto aos bancos centrais; mas se quiserem tornar as taxas ainda mais negativas, vão ter que impor restrição aos saques, autorizando (ou mesmo forçando) as IFs a cobrar tarifas para implementá-la.

    O futuro aponta para uma grande restrição ao uso do papel moeda, que só será mantido pelas pessoas como reserva em caso de falha do meio de pagamento eletrônico ou para preservação da privacidade/intimidade

    1. Nenhum Pais do planeta que eu

      Nenhum Pais do planeta que eu saiba tem cobrança de taxas para saques em bancos, nem faz sentido, o dinheiro é do despositante e ponto. Podem cobrar e cobram tarifas para manutenção da conta mas não para saque.

      Quanto aos depositos compulsorios dos bancos vc tem razão, o UNICO PAIS DO MUNDO que remunera deposito compulsorio de bancos é o Brasil, o nosso BC paga taxa Selic sobre os depositos comupulsorios, uma completa aberração e custa ao BC algo com R$60 bilhões ao aono, quer dizer somos todos nós que pagamos. Porque? Para agradar os bancos. Se o DEPOSITO É COMPULSORIO porque pagar juros?

      Nos outros paises, como vc diz, há taxas negativas sobre o compulsorio, os bancos PAGAM aos BCs para guardar o dinheiro deles.

      1. Prezado André

        1) Nada contra, mas por que sempre a comparação com os EUA? Poderia citar outro país desenvolvido?

        2) Meu filho voltou da Inglaterra e confirma o que comentou: tudo com dindin – e muita moeda.

      2. taxas nos saques

        “Podem cobrar e cobram tarifas para manutenção da conta mas não para saque.”

        No caso das taxas negativas de juros, se elas forem ainda mais reduzidas e repassadas pelos bancos aos clientes eles vão correr para sacar seus depósitos.

        Alguns bancos na Alemanha já estão repassando o custo imposto pelo BCE; se esse custo subir, não há como escapar da necessidade de impor um custo sobre o saque, maior que o custo da taxa negativa, caso contrário haverá uma corrida contra as IFs

        Isso já vem sendo intensamente discutido.

      1. Com dinheiro digital

        A corrupção, pelo menos a fuleira, tipo dinheiro na cueca, tende a diminuir.

        E mesmo os peixes grandes poderiam ser rastreados plenamente.

  4. Não há moedas no mercado

    Eu só vejo moedas fartamente disponíveis no comércio quando vou a Brasília. Em Natal, o comércio sofre uma falta crônica de moedas, os bancos não fornecem.

    Anos atrás li uma matéria na finada Gazeta Mercantil que isso acontecia por causa de alguma limitação do FMI (relativo ao custo de produzir moedas).

    O FMI foi embora mas ao que parece o Banco Central não percebeu que o cabresto da produção de moedas não precisa mais continuar lá.

    1. Figurinha carimbada

      Moeda não há, o brasileiro tem uma aversão. Nota de dois e cinco é coisa  rara. E o estado do meio circulante é terminal. Parece que aposentaram todo pessoal do recolhimento do BC e não abriram concurso para repor os que foram embora (rs).!

       

  5. André, mas a quantidade de

    André, mas a quantidade de moeda em meio circulante também não é um dos fatores que alimenta a inflação?

    O fato de o Bacen promover esse enxugamento de liquidez também não estaria relacionado ao combate inflacionário?

    Última: como pode um país como El Salvador sobreviver com a economa 100% dolarizada? Estive lá há alguns anos, e sequer existe moeda local, o dólar é oficialmente a moeda utilizada.

    1. Há dois paises onde o DOLAR

      Há dois paises onde o DOLAR DOS ESTADOS UNIDOS é a moeda legal, o Panama e o Equador.

      No Brasil a moeda circulante papel e metal é muito pequena em relação à moeda grafica, representada por depositos bancarios e limites de cartão de redito, que constituem os meios de pagamento à disposição do publico e empresss.

      Se voce dobrar o meio circulante fisico, o impacto sobre o total de meios de pagamento é irrisorio.

       

  6. Mais um dedo na ferida

    Aquele jogo de tabuleiro e dados, do Mercado Imobiliário, utiliza a mesma lógica muito bem explicada pelo André.

    A cada volta, o “sistema” entrega dinheiro para você aplicar ou gastar na volta seguinte. Sem isso, a economia para. No jogo funciona bem, mas, no Brasil, tem um jogador não convidado que pega parte importante desse dinheiro e leva fora, freando o impulso da espiral de crescimento que o giro do dinheiro poderia criar.

    Na Islândia e em outros lugares que hoje não lembro (acho que num bairro de Buenos Aires) foi criada moeda local, na base de cupões, para circular dentro do “mercado” local atingido. Todos ganham com isso.

    Em suma, o sistema financeiro e o aparelho tributário se garantem, ao fazer a “gestão” econômica em plástico ou e digital, mas, a falta de circulante te deixa aprisionado a este esquema. Se somamos a globalização que, atrelando nossa moeda ao dólar e, ainda, utilizando preços de commodities na China para comprar um quilo de açúcar na mercearia do bairro, veremos que levamos tinta de todos os lados.

  7. levantando as questões
    Bomquestão esta!
    Entendo que uma das funções dos blogs é levantar as questãoes que não são tratadas pelos jornais e revistas.

    Pode ser que as razões sejam complatamente diferente das levantadas. Veremos.

    O mesmo vale para o post anteriore de AA.
    O pensamento economico precisa ser renovado, não podemos aceitar o que esta ocorrendo no Brasil como uma lei divina. De novo, se correta ou não so o dirá.

  8. E como!

    Bom, ao contrario do Brasil e dos Estados Unidos, o europeu usa ainda muito diheiro em espécie e o bom e velho cheque. Sempe ouço reclamações de brasileiros de que na França, esse mundo velho, as padarias não aceitam cartão porque se quer comprar um croissant ou ainda de que os taxis nem sempre têm maquina para cartão, etc.

    Ja no Brasil, fiquei incomodada porque pagava quase tudo em espécie e no final me vinham com balas e chicletes porque faltava moeda. Como não consumo nem um nem outro, comecei a reclamar de que queria o meu troco corretamente. Não sei até que ponto isso é recorrência de comerciantes e famarceuticos para não dar o troco em espécie e ganhar expedindo bala e chiclete ou ha falta de fato de muito dinheiro na mercado brasileiro.

    1. balas e chicletes

      Outro dia na padaria fiz uma compra pequena, dois pães e não havia troco. Queriam que eu aceitasse balass.

      Dias após fiz a mesma compra e fiz a proposta para o caixa para pagar com as balas que ele me ofereceu antes. Ele sorriu amarelo e falou, deixa prá lá. E arredondou o troco par cima. Pode ser alguns centavos, mas são meus centavos, e acho um escarnio  para com o consumidor esta “empurromania” generalizada no comércio.

      Com cartão não tem isso.

    2. moedas

      tenho comércio.

      estou há um mês sem obter qualquer tipo de moeda nos três bancos onde a empresa possui conta.

      a falta de moedas é real. e totalmente incompreensível.

  9. Não sei exatamente o impacto

    Não sei exatamente o impacto do uso dos cartões de débito e crédito, mas creio que eles criem uma inflação crônica devido à exigência de não se poder dar descontos para compras a vista, esses cartões cobram de de 3 a 5% de comissão, evidente que o lojista irá repassar esse percentual aos preços, isso deve ter impacto na inflação.

    Alguém que seja economista ou que entenda do assunto poderia discorrer sobre essa tema?

  10. Argentina

    Na Argentina houve tempo que plastificavam o cheque (!) e este circula como moeda durante sua validade! Havia uma taxa ad valorem da qual todos fugiam feito diabo da cruz.

    E tem os causos  comicos das metalurgicas brasileiras que compravam moedas dos vizinhos a quilo nos tempos de hiperinflação para transforma-las em arruelas, pois era mais barato que manufatura-las a partir do metal bruto!

     

  11. cartão

    O uso do cartão força as empresas a emitirem nota fiscal, esta aií a resposta, aumenta a arrecadação do governo e dos bancos, uma sociedade imbatível

  12. Números precisos
    Os valores são um pouco diferentes. Os conceitos também.

    Vc usa o critério de moeda em circulação (moedas metálicas + cédulas). Em inglês, Money Supply, ou MO.

    No Brasil, há de MO (novembro/2015, saldo de final de período) R$ 255,2 bilhões, ou 4,45% do PIB corrente, estimado em R$ 5,734 trilhões.

    Nos EUA, MO (fim de dezembro): US$3,835 trilhões, ou 22% do PIB corrente, estimado em US$ 17,419 trilhões.

    Mas a melhor comparação em termos de liquidez é o conceito do Balance Sheet (BS), equivalente ao que o BCB chama de total de ativos.

    No Brasil, o BS, último dado (novembro/2015), era de R$ 2,767 trilhões, ou 48% do PIB (R$ 5,734 trilhões).

    Nos EUA, o BS, segundo o federal Reserve, era de US$ 4,447 trilhões (primeira semana de janeiro), ou 25,5% do PIB.

    Perceba que nos EUA o MO e o BS são praticamente equivalentes, 22% e 25,5% do PIB, respectivamente.
    Já no Brasil MO e BS divergem por uma razão de 5,7 vezes, 4,45% e 25,5% do PIB, respectivamente.

    Parte da explicaçãio dessa divergencia vc já deu: uma parte significativa dos US$ bills ecirculam fora dos EUA. Estimativas mais citadas falam em até dois terços do total do MO. A ser isso, o MO em circulação nos EUA seria da ordem de um terço, ou de 7,3% do PIB, comparável aos 4,45% do PIB no Brasil (os reais não tem circulação fora do país).

    A divergência entre os meios circulantes seria, assim, algo em torno de 1,6 vez maior nos EUA em relação ao Brasil.

    Ambos países experimentam suas distorções próprias: nos EUA, o laxismo monetário, já suspenso, chamado de quantitative easing, para tirar a economia da ameaça da depressão devido ao abalo bancário de 2008; no Brasil, a indexação, jabuticaba que deu frutos nos tempos da inflação endemica (hiperinflação, segundo os exagerados) e que hoje impõe uma rigidez para baixo da taxa de inflação.

    Bom tema. E boa discussão.
    Abs.

    1. Agradeço seu comentario que

      Agradeço seu comentario que já respondi de forma extensa no FORA DE PAUTA. Usei exclusivamento o criterio de moeda fisica, as estatisticas que usei são oficiais de ONTEM do BC do Brasil e do U.S.Treasury. O valor de PIB do Brasil que vc apontou é visivemente muito menor que o verdadeiro, se nosso PIB de 2015, que ainda não se conhece, fosse apenas de R$5,7 bilhões não estariamos nem nas 15 primeiras economias, nos ultimos dez anos nosso PIB girou em torno de 2 trilhoes de dolares, o que hoje seriam R$ 8 trilhões, mas o PIB em valores nominais em Reias não acompanha a taxa de cambio, calculo que o de 2015 está em torno de R$7 trilhões, estimativa mais realista e nunca R$5,7 bilhões, o que daria apenas US$4,425 trilhões, muito distante do benchmark dos ultimos dez anos em torno de US$2 trilhões.

      Nâo sei de onde vc tirou valores de dolares me circulação muito maiores que o informado pelo U.S.Treasury, que é de US$1,390 trilhão, é o que consta no site do U.S.Treasury., reforçaria meu argumento mostrando a inadequação do volume circulante no Brasil.

  13. O ímpasse surgiu por causa do cheque pré-datado

    Antes o Cheque, que é  por definição legal uma órdem de pagamento à vista, tinha se disseminado como nota promissória, um crédito concedido ao devedor por comprar ou usar seus bens e serviços.

    Com a tentativa de universalização do uso do dinheiro de plástico, cartões de débito e crédito, o cheque sofreu uma campanha de desmoralização que o transformou num papel sujo, à ponto de inviabilizar toda e qualquer compra a crédito em micros e pequenos fabricantes e fornecedores. Por exemplo, dos 1,5 milhões de comerciantes que operam na região do Brás em São Paulo, pelo menos 80% não aceita nem cartões, nem cheques pré-datados e quando o cliente é conhecido preferem um caderninho.

    Ocorre que a conspiração pelo governo mundial, que usa o dinheiro como sua principal arma, elegeu o dinheiro eletrônico, por sua facilidade de controle, como seu principal instrumento para seus planos irem adiante, então hoje o planeta, onde o BIS e os BCs cooptados operam, estão numa campanha insana e ferrenha para acabar com o uso do dinheiro em espécie.

    No Japão há 12 ou 15 anos atrás tentaram eliminar o uso do dinheiro completamente, o experimento deu para trás e lá se usa menos cartão do que no Brasil hoje.

    Percebam que toda a senhoriagem que seria brasileira passa a ser da banca, que além disto só lança novos créditos para os governos sobre contratos impossíveis.

    A briga é boa, mas o Bitcoin deu um pézinho que eles nunca tinham sonhado, talvez o jogo esteja mudando de lado neste exato instânte.

    1. O cheque acabou

      Porque ninguém gosta de receber cheques sem fundos.

      E também porque ninguém quer ter cheques clonados. Pagar combustível com cheque representa alto risco de tê-lo clonado.

      Também já tive um cheque clonado que depositei num caixa eletrônico.

  14. Ótimo texto, parabéns. É um

    Ótimo texto, parabéns. É um problema que eu não vejo falando no rádio ou na tv.

    Infelizmente, isso prova de uma vez que esse país e sua população pertencem aos bancos.

    Pra você receber seu salário, você precisa abrir uma conta em algum banco. Precisa dar todas as suas informações aos banqueiros pra receber o fruto do seu trabalho.

    Essa terceirização de uma atividade vital da nação vai nos destruir. Creio que o melhor caminho é diminuir o poder desse intermediário (os bancos). O governo deve produzir mais papel moeda e incentivar o uso da mesma, além de acabar com a obrigatoriadade de conta em bancos para recebimento de salário.

    1. O problema do mundo é a Deflação, que já abaixou o preço das com

      No atacado das comoditties a deflação já pegou pesado, o desemprego, pela inelasticidade dos salários deve explodir nos próximos seis meses.

      Tragédia à vista.

      The Deflation Monster Has Arrived

      As we’ve been warning for quite a while (too long for my taste): the world’s grand experiment with debt has come to an end. And it’s now unraveling.

      Just in the two weeks since the start of 2016, the US equity markets are down almost 10%. Their worst start to the year in history. Many other markets across the world are suffering worse.

      If you watched stock prices today, you likely had flashbacks to the financial crisis of 2008. At one point the Dow was down over 500 points, the S&P cracked below key support at 1,900, and the price of oil dropped below $30/barrel. Scared investors are wondering:  What the heck is happening? Many are also fearfully asking: Are we re-entering another crisis?

      Sadly, we think so. While there may be a market rescue that provide some relief in the near term, looking at the next few years, we will experience this as a time of unprecedented financial market turmoil, political upheaval and social unrest. The losses will be staggering. Markets are going to crash, wealth will be transferred from the unwary to the well-connected, and life for most people will get harder as measured against the recent past.

      It’s nothing personal; it’s just math. This is simply the way things go when a prolonged series of very bad decisions have been made. Not by you or me, mind you. Most of the bad decisions that will haunt our future were made by the Federal Reserve in its ridiculous attempts to sustain the unsustainable.

      The Cost Of Bad Decisions

      In spiritual terms, it is said that everything happens for a reason. When it comes to the Fed, however, I’m afraid that a less inspiring saying applies:

      Yes, it’s easy to pick on the Fed now that it’s obvious that they’ve failed to bring prosperity to anyone but their inside coterie of rich friends and big client banks. But I’ve been pointing out the Fed’s grotesque failures for a very long time. Again, too long for my tastes.

      I rather pointlessly wish that the central banks of the world had been reined in by the public before the crash of 2008. However the seeds of their folly were sown long before then:

      (Source)

      Note the pattern in the above monthly chart of the S&P 500. A relatively minor market slump in 1994 was treated by the then Greenspan Fed with an astonishing burst of new money creation — via its ‘sweeps” program response, which effectively eliminated reserve requirements for banks .That misguided policy created the first so-called Tech Bubble, which burst in 2000.

      The next move by the Fed was to drop rates to 1%, which gave us the Housing Bubble. That was a much worse and more destructive event than the bubble that preceded it. And it burst in 2008.

      Then the Fed (under Bernanke this time) dropped rates to 0%. The rest of the world’s central banks followed in lockstep (some going even further, into negative territory, as in Europe’s case). This has led to a gigantic, interconnected set of bubbles across equities, bonds and real estate — virtually everywhere across the globe.

      So the Fed’s pattern here was: fixing a small problem with a bad decision, which lead to an even larger problem addressed by an even worse decision, resulting in an even larger set of problems that are now in the process of deflating/bursting.  Three sets of increasingly bad decisions in a row.

      The amplitude and frequency of the bubbles and crashes are both increasing. As is the size and scope of the destruction.

      The Even Larger Backdrop

      The even larger backdrop to all of this is that the developed world, and recently China, have been stoking growth with debt, and have been doing so for a very long time.

      Using the US as a proxy for other countries, this is what the lunacy looks like:

      As practically everybody can quickly work out, increasing your debts at 2x the rate of your income eventually puts you in the poor house. As I said, it’s nothing personal; it’s just math.

      But somehow, this math escaped the Fed’s researchers and policy makers as a problem. Well, turns out it is. And it’s now knocking loudly on the world’s door. The deflation monster has arrived.

      The only possible way to rationalize such an increase in debt is to convince oneself that economic growth will come roaring back, and make it all okay. But the world is now ten years into an era of structurally weak GDP and there are no signs that high growth is coming back any time soon, if ever.

      So the entire edifice of debt-funded growth is now being called into question — at least by those who are paying attention or who aren’t hopelessly blinkered by a belief system rooted in the high net energy growth paradigms of the past.

      At any rate, I started the chart in 1970 because it was in 1971 that the US broke the dollar’s linkage to gold. The rest of the world complained for a bit at the time, but politicians everywhere quickly realized that the loss of the golden tether also allowed them to spend with wild abandon and rack up huge deficits. So it was wildly popular.

      As long as everybody played along, this game of borrowing and then borrowing some more was fun. In one of the greatest circular backrubs of all time, the central banks and banking systems of the developed world all bought each other’s debt, pretending as if it all made sense somehow:

      (Source)

      The above charts show how hopelessly entangled the worldwide web of debt has become. Yes, it’s all made possible by the delusion that somehow being owed money by an insolvent entity will endlessly prevent your own insolvency from being revealed. How much longer can that delusion last?

      All of this is really just the terminal sign of a major credit bubble — a credit era, if you will — drawing to a close.

      I will once again rely upon this quote by Ludwig Von Mises because apparently its message has not yet sunk in everywhere it should have:

        

      “ There is no means of avoiding the final collapse of a boom brought about by credit expansion. The alternative is only whether the crisis should come sooner as the result of a voluntary abandonment of further credit expansion, or later as a final and total catastrophe of the currency system involved.”

      ~ Ludwig Von Mises

      Well, the central banks of the world could not bring themselves to voluntarily end the credit expansion – that would have taken real courage.

      So now we are facing something far worse.

      Why The Next Crisis Will Be Worse Than 2008

      I’m not just calling for another run of the mill bear market for equities, but for the unwinding of the largest and most ill-conceived credit bubble in all of history. Equities are a side story to a larger one.

      It’s global and it’s huge. This deflationary monster has no equal in all of history, so there’s not a lot of history to guide us here.

      At Peak Prosperity we favor the model that predicts ‘first the deflation, then the inflation’ or the “Ka-Poom! Theory” as Erik Janszen at iTulip described it. While it may seem that we are many years away from runaway inflation (and some are doubting it will or ever could arrive again), here’s how that will probably unfold.

      Faced with the prospect of watching the entire financial world burn to the figurative ground (if not literal in some locations), or doing something, the central banks will opt for doing something.

      Given that their efforts have not yielded the desired or necessary results, what can they realistically do that they haven’t already?

      The next thing is to give money to Main Street.

      That is, give money to the people instead of the banks. Obviously puffing up bank balance sheets and income statements has only made the banks richer. Nobody else besides a very tiny and already wealthy minority has really benefited. Believe it or not, the central banks are already considering shifting the money spigot towards the public.

      You might receive a credit to your bank account courtesy of the Fed. Or you might receive a tax rebate for last year. Maybe even a tax holiday for this year, with the central bank monetizing the resulting federal deficits.

      Either way, money will be printed out of thin air and given to you. That’s what’s coming next. Possibly after a failed attempt at demanding negative interest rates from the banks. But coming it is.

      This “helicopter money” spree will juice the system one last time, stoking the flames of inflation. And while the central banks assume they can control what happens next, I think they cannot.

      Once people lose faith in their currency all bets are off. The smart people will be those who take their fresh central bank money and spend it before the next guy.

      In Part 2: Why This Next Crisis Will Be Worse Than 2008 we look at what is most likely to happen next, how bad things could potentially get, and what steps each of us can and should be taking now — in advance of the approaching rout — to position ourselves for safety (and for prosperity, too)

  15. Por acaso

    Alguém aí já chegou no banco, tentou sacar e não havia dinheiro em espécie ?

    Se começasse a faltar meio circulante, obviamente seria emirido mais.

    O volume de dinheiro impresso, seja papel ou moeda, é definido pela demanda por ele.

    De nada adianta imprimir dinheiro se, por questões de segurança, ninguém quer andar com mil reais no bolso ou guardar 10 mil embaixo da cama. Esse dinehiro ficaria parado no BC, sera um estorvo.

    A comparação com os Estados Unidos é novamente esdrúxula. Primeiro porque a moeda americana circula em todo o mundo, segundo porque a distribuição de renda lá é muito maior que no Brasil ( quanto menos pessoas detiverem o dinheiro, menos ele circulará ) e terceiro é a questão cultural mesmo, brasileiro desenvolveu essa cultura de não “carregar” dinheiro consigo, antes levava-se um talão de cheques, hoje se leva um cartão de débito.

    É o tipo da coisa que não tem como “empurrar goela abaixo” do povo.

     

    1. A emissão de papel moeda

      A emissão de papel moeda assim como de titulos da divida publica faz parte da politica economica e não da neccidade do publico. Quem não carrega dinheiro é quem mora nos EUA, fora dos EUA dinheiro vivo é muito mais usado di que naquele

      Pais. O uso de cartão de debito é excelente para os bancos e custa caro para a economia, esse meio de pagamento tem custos para todos, usuarios e comerciantes,  custa inclusive para quem paga em dinheiro porque esse custo é embutido nos preços de todos, usuarios ou não, uma vez que o comercio é proibido legalmentede dar descontos para pagamentos à vista,

      o dinheiro  é muito mais eficiente que o cartão. Uma transação com dinheiro gasta menos tempo do caixa e do cliente,

      multiplicado por bilhões de transações é uma enorme economia de tempo para a economia em seu conjunto.

       

  16. Que seja extinto o Papel Moeda

    Sinceramente espero que seguimos o modelo Suéco, e que seja elimidado o papel moeda. Ou melhor extinto. E mais ainda, poss  de papel moeda extrageiro ser absolutamente controlado e limitado.

    Com isso, grande parte de sonegação e roubalheira vai sumir, até mesmo fraudes com cartões e via internet vão ser difícies, pois não haverá lugar pra pegar dinheiro em papel e usa-los sem rastro.

    O dinheiro eletrônico é muito mais eficiente. Ah! pagar com cartão é mais rápido que fazer troco, além de ser absurdamente mais seguro. 

     

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