Jogo sujo da grande mídia contra decisão da ONU a Lula vai da manipulação ao cinismo, por Tiago Barbosa

Foto: Agência Brasil
 
 
Por Tiago Barbosa
 
A decisão da ONU de mandar respeitar os direitos políticos de Lula tem sido tratada pela parte podre da mídia brasileira com a velha sordidez filiada ao cinismo e à manipulação.

O jogo sujo consiste em minimizar a avaliação do Comitê de Direitos Humanos enquanto rebaixa a importância do assunto na arquitetura dos portais de notícia.

A manifestação da ONU é cristalina e sem margem para interpretação ou contestação: o país precisa garantir ao ex-presidente o direito de concorrer às eleições. Ponto.

O Brasil ratificou a autoridade do comitê dentro do processo. A Procuradoria da República, idem. Em outros casos, o estado brasileiro reconheceu o órgão com o qual se comprometeu através de tratados.

Significa: o Brasil deu à ONU a palavra final na questão dos direitos humanos e, assim, precisa se submeter às decisões. Ponto.


Mas aí entra a torpeza midiática.

Primeiro, a manipulação semântica e jurídica: a ONU “pediu” (e não “ordenou”), a decisão não tem “poder vinculante”, é “fake news”. E a bravata do Itamaraty, sequestrado pelo golpismo barato e irresponsável, tenta desmerecer o comitê – caminho semelhante seguido pelo apagado ministro da Justiça.

O antídoto à combinação de mau-caratismo com desinformação vem da insuspeita Sarah Cleveland, vice-presidente do comitê da ONU, formado por 18 especialistas eleitos pela Assembleia Geral: “Brasil tem a obrigação de cumprir”. Ponto.

Soterrada pela razão, parte da mídia apela ao cinismo para esconder a notícia. Sem destaque nos sites, redução a notas na TV, comentários de âncoras antipetistas ou dos especialistas de plantão ao estilo “topo tudo para aparecer”.

No dia seguinte, a desfaçatez orquestrada: espaços ridículos nas edições impressas, ênfase na posição do governo e o off para pressionar a Justiça a ignorar a força da liminar.

Não resistem a uma comparação: e se fosse a Venezuela? “Maduro é ditador. Se descumprir, merece intervenção. Sanção neles.” Repercussão com a direita brasileira, juiz, procurador, advogado, o escambau.

Não adianta a importância dada por NYTimes, The Guardian, Reuters, France Press, BBC. O planeta.

A mídia brasileira tenta reduzir a manifestação favorável do principal organismo mundial das nações a um preso brasileiro – o maior estadista das Américas – a um truque eleitoral de mau gosto.

E ainda têm a petulância de falar em fake news e outros engodos enquanto funcionários sabujos se dedicam a tentar distorcer a informação.

O golpismo é, de fato, um monumento à degeneração humana e jornalística.

 

Redação

7 Comentários

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  1. Jogo

    Jogo sujo da grande (?) mídia?

    É o mesmo que dizer: Marcola é criminoso!

    Os meios de comunicação brasleiros são organizações criminosa; inimigas do povo brasileiro, o qual juraram de morte. 

  2. no popular…

    a Globo mostra que detesta direitos humanos

    razão de não ter se alinhado com a imprensa internacional, como sempre faz quando o assunto é invasão ou guerra por interesse dos estados unidos

    nestes casos também nunca se preocupou com direitos humanos

  3. O que me faz satisfeito nesse
    O que me faz satisfeito nesse caso é que definitivamente as pessoas passaram a entender – e começam a externar- que as práticas da velha imprensa não são apenas tendenciosas, partidarizadas, mas bandidas, criminosas.

  4. Aprendizes de fakeceiros
    Eu não uso redes sociais digitais mas seria interessante uma invasão cívica nesses portais, com a postagem de notícias internacionais, entrevistas de autoridades – de verdade, que eles não ousam entrevistar -, a repercussão que o caso tem e merece pra furar a bolha de ignorância – em todas as acepções existentes e imagináveis – dos pobres seguidores vítimas daquilo que o São Interdito das redes sociais, Facebook, combate com fé ardorosa:
    “Essas páginas e perfis faziam parte de uma rede coordenada que (…) escondia das pessoas a natureza e a origem de seu conteúdo com o propósito de gerar divisão e espalhar desinformação”. Hahahaha. País da piada pronta e da metalinguagem que nem Freud explica – é o ato falho estrutural…

    Sampa/SP, 19/08/2018 – 17:35

  5. A mácara democrática da midia

    A mácara democrática da midia antinacional e antipovo durou muito……..

     

    Apenas estão demonstrando o que sempre foram, canalhas e quadrilheiros……..

  6. Para completar o quadro

    Para completar o quadro, o candidato Bolsonaro, em palestra a militares ( talvez alguns que tenham servido nas tropas da ONU) afirma que vai retirar o Brasil da ONU. E assim dando ordens a um general, seu vice, Bolsonaro junta fileiras com aquele diplomático   ex comunista que virou Ministro das Relações Exteriores

    Como disse Aragão ( o ministro e não o comediante) para este mundo que eu quero descer.

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