Jornalista pontua necessidade de médicos serem sensíveis a fé de pacientes

Espiritualidade e tratamento médico

Medicina e espiritualidade sempre andaram juntas, o que não significa de forma pacífica. Muitas vezes, ao longo do tratamento médico, o paciente recorre à fé e à religião como forma de ser curado ou até mesmo ressuscitar (sim, ressuscitar, veja aqui). Por mais que a crença pessoal do médico não o faça aceitar a dimensão espiritual nessas horas, o fato é que o paciente demanda esse tipo de abordagem em relação ao sofrimento – uma posição considerada ‘irracional’ por muitos profissionais da saúde, amparados pelo conhecimento científico.

Por exemplo, uma pesquisa feita por dois médicos no Hospital São Francisco, do Complexo da Santa Casa de Porto Alegre, em 2012, mostrou que entre 260 pacientes ouvidos, todos disseram que acreditavam em Deus. Quando questionados sobre a crença na vida depois da morte, 71,1% dos participantes da pesquisa disseram acreditar. Quando se cruzaram as perguntas sobre religião e saúde, mais de 84% disseram acreditar que ter fé faz bem à saúde e 88,2% usava a fé como conforto na doença. Além disso, mais da metade dos pacientes gostaria que o médico falasse sobre espiritualidade. Mais de 70%, no entanto, disse que o médico nunca falou sobre o assunto. E 16% dos pacientes acham que a doença é um castigo de Deus.


Outra pesquisa, de 2010, investigou como médicos que se declaram ateus e médicos que se declaram religiosos agem em relação a pacientes em fase terminal. O estudo, publicado no Journal of Medical Ethics, mostrou que médicos ateus, ou agnósticos, têm mais probabilidade de tomar decisões que acelerem o fim da vida do paciente terminal do que médicos profundamente religiosos, cerca de 12% dos profissionais ouvidos pela pesquisa. Os autores do estudo chegaram a dizer que os resultados são preocupantes e mostram que é necessário dar mais atenção em como as crenças religiosas influem no cuidado médico. A pesquisa foi feita com mais de 8.500 médicos do Reino Unido, mas respondida por menos da metade (leia mais aqui).

Existem muitas outras pesquisas que abordam essa relação entre tratamento médico e espiritualidade. Algumas inclusive apontando que pacientes movidos pela fé conseguem obter melhor qualidade de vida. Um estudo de 2004, publicado no São Paulo Medical Journal, por exemplo, verificou a prevalência do uso de medicina alternativa/complementar por pacientes oncológicos e correlacionou os achados com a qualidade de vida. No caso, o tipo de medicina alternativa/complementar mais utilizado pelos pacientes entrevistados foi a oração individual (77,5%).

A conclusão da pesquisa foi: “A utilização de medicina alternativa/complementar em nosso meio é freqüente em pacientes com câncer e a crença na sua eficácia e a prática de orações se correlacionaram significativamente com uma melhor qualidade de vida, de forma que tais práticas não devem ser desestimuladas pelos profissionais da área médica. Novos trabalhos prospectivos devem ser conduzidos para melhor caracterizar a eficácia destas práticas terapêuticas alternativas” (para acessar o paperclique aqui).

Fé cura?

Acho que nunca saberemos. Mas o fato é que os médicos precisam estar mais sensíveis a essa questão. É o que também defende o psiquiatra Frederico Camelo Leão, pesquisador do Instituto de Psiquiatria (IPq) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. Lá, Leão coordena o Programa de Saúde, Espiritualidade e Religiosidade (ProSER), que, segundo reportagem publicada no site da USP, busca compreender a relação entre saúde, espiritualidade e religiosidade a partir de atividades de pesquisa, ensino e assistência terapêutica.

Ao site da USP, Leão explica que a complexidade do ser humano e a saúde mental vão muito além das questões neuroquímicas.

Ele ainda disse que trabalho científicos vem conseguindo mostrar que práticas como meditação, orações ou a dedicação a determinada religião podem (repito, podem) estar associadas a melhoras na defesa imunológica e na longevidade. Frequentar uma igreja, por exemplo, além de trabalhar a espiritualidade, traz um fator importante em momentos de dor: o suporte social, diz Leão.

“Muitas das queixas de pacientes internados vêm do fato de serem tratados apenas como um leito, um diagnóstico. Quando você faz uma abordagem diferente, dando a oportunidade da pessoa falar sobre sua intimidade, suas crenças, a pessoa se sente mais acolhida”, disse Leão ao site da USP.

 
O pesquisador ainda conta que o tema tem ganhado espaço em publicações científicas. Exemplo é a edição especial dedicada ao assunto feita pela Revista de Psiquiatria Clínica. Essa edição da revista pode ser acessada aqui
 
No site do ProSER há uma rica bibliografia sobre o assunto, além de mais informações sobre o programa.
 
* * *

Em outubro de 2012, publiquei neste blog um depoimento meu sobre o modelo de tratamento utilizado pelos Alcoólicos Anônimos (AA) – leia aqui. Ao longo de 3 meses, mais ou menos, eu frequentei uma unidade do AA, em São Paulo, com a finalidade de compreender como um tratamento com forte influência espírita, e que praticamente não faz uso de métodos clínicos, consegue manter tantos alcoólatras longe do vício.

De certa forma, esse debate sobre espiritualidade e medicina tem muito a ver com a experiência do AA.

Antes de chegar ao AA, a maioria das pessoas passa por tratamentos médicos para se livrar do problema com o álcool. Frequentam clínicas, são consultados por psiquiatras, psicólogos. Alguns, que além do alcoolismo também são vítimas de doenças mentais, como esquizofrenia, vivenciam experiências desumanas, como os tratamentos manicomiais à base de eletro-choque. Em todos esses casos, eles são abordados como pacientes, sempre de um ponto de vista clínico, médico. Nesse tipo de tratamento clínico, o paciente faz parte de um hierarquia, cujo topo é ocupado, sempre, pela figura do especialista, geralmente o médico.

Ao chegar ao AA, essa hierarquia é desconstruída e, no lugar, é construída uma relação de igual para igual entre aqueles que sofrem do mesmo problema, o alcoolismo. O AA não é contra o uso de medicamentos, muito menos desencoraja seus frequentadores a continuar com tratamentos psiquiátricos. O AA, na verdade, vem preencher justamente a lacuna que é deixada de lado pela medicina: a espiritualidade.

E falo de espiritualidade no sentido mais amplo possível, pois não se trata apenas da dimensão religiosa. Essa espiritualidade também diz respeito ao estabelecimento da comunicação livre entre pessoas que compartilham sofrimentos semelhantes (uma troca, ou diálogo, entre consciências).

Muitas pessoas que conheci durante essa experiência me relataram exatamente isso: “passei anos nas mãos médicas, dos especialistas e dos remédios. Mas somente meus companheiros de AA entendem o meu sofrimento”. Numa típica reunião de AA, seus integrantes não são obrigados a falar. Aqueles que o querem, relatam suas angústias, seus medos, suas conquistas recentes, suas dúvidas e raivas. Em troca, têm os ouvidos dos demais. Com o tempo, essa prática torna-se um hábito, uma necessidade. A figura do médico deixa de ser onipotente e onipresente, e o paciente recupera a dignidade.

 

Redação

14 Comentários

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  1. muito bom…

    mas ao mencionar o que acontece no AA, ergueu-se o véu de certas suposições imaginosas que sempre direcionam para resultados que, independente de serem de entendimento fácil ou complicado, muitas vezes são aceitos porque são vistos como finalizados……………

     

    não deve ser bem por aí, mas acredito ser uma das melhores aproximações que já tive o prazer de ler

     

    não se deve levar a espiritualidade para comparações com religião e ciência, porque só um lado estará respondendo e fornecendo dados

     

    a certeza está em cada um, cada paciente, não em cada doente ou cada viciado

     

    pode ser que a certeza seja outra, a de que a pessoa chega num hospital, num centro de recuperação em grupo ou num centro espírita ou igreja já com a resposta……………………………………………………………………………….

     

    enfim, pode ser que já chega curado ou não, e o simples chegar ou a escolha de procurar ajuda neste ou naquele lugar, desta ou daquela forma, é uma simples confirmação, de que pode ou não se pode fazer alguma coisa

     

    há algo que não se altera em nosso ser e, infelizmente, seguimos limitados pelo que já existe como certeza, o que na realidade é apenas aceito para a todos confortar espiritualmente

  2. Nassif
    Fé é um conceito

    Nassif

    Fé é um conceito complexo e em se tratando de saude mais ainda…..

    Se uma pessoa ateísta ter fé em si, (segundo Nietzche, podemos tudo) conseguirá os mesmos resultados….???…

    Como foi citado acima: “Medicina e espiritualidade sempre andaram juntas, o que não significa de forma pacífica…..é isso….

  3. Orgulho e preconceito

    Muitos médicos e outros profissionais de saúde estão na indigência espiritual – e entendo que cultivar a espiritualidade não significa seguir uma religião específica. Como eles podem, então, lidar com a espiritualidade do paciente? Aliás, médicos às vezes têm tantas questões mal resolvidas consigo mesmos (sobre o início da vida, a morte, o aborto, o que é a consciência, a dependência química, a sexualidade) que obviamente não conseguem resolvê-las  satisfatoriamente na relação com os doentes que assistem.

    Aí também entram em cena o orgulho – o médico, para o bem ou para o mal, é a pessoa que tem algum poder sobre a vida do outro – e o preconceito contra o que é diferente. Por exemplo, há médicos que não aceitam realizar um cirurgia eletiva (agendada) quando o paciente é testemunha de Jeová porque este recusaria uma transfusão sanguínea. Mas e se o médico professar essa crença e for escalado para uma cirurgia de emergência em que seja necessária a transfusão no doente? Como harmonizar a crença pessoal e a ética profissional?

    O principal problema prático é como formar profissionais de saúde preparados para lidar com a espiritualidade e frear o charlatanismo que se aproveita de quem está doente.

    Penso que se Jesus, Buda, São Francisco de Assis, Santa Teresa de Ávila, João da Cruz e outros místicos vivessem no século 21 pregando a paz, o amor e a fraternidade e anunciando suas visões e vivências, correriam o sério risco de serem levados à força a médicos que seguem o manual de sinais e sintomas de doenças psiquiátricas sem pestanejar. Provavelmente seriam entupidos de medicamentos psicotrópicos e internados em enfermarias psiquiátricas.

  4. Respeitar a fé dos pacientes é uma coisa; partilhá-la é outra…

    Médicos nao têm que falar de espiritualidade com pacientes, isso seria abuso de poder, a espiritualidade do médico e a do paciente — ou ausência dessa… — nem sempre coincidem. E se a fé faz bem ou mal aos pacientes, nao é algo que se possa usar conscientemente por causa disso, até porque se nao for sincera nao funcionará. E o fato de que médicos ateus têm mais permeabilidade ao sofrimento de pacientes terminais, e nao os obrigam a ficar vivos a todo custo por causa das crenças religiosas DOS MÉDICOS é um motivo para escolher médicos ateus… 

  5. O estudo, publicado

    O estudo, publicado no Journal of Medical Ethics, mostrou que médicos ateus, ou agnósticos, têm mais probabilidade de tomar decisões que acelerem o fim da vida do paciente terminal do que médicos profundamente religiosos.

    Por favor, não li a pesquisa original, mas do jeito que ela é exposta parece supor que o fato de um médico ser ateu o transforma em um assassino serial. Certamente se trata de uma pesquisa sobre eutanásia, e como médicos com diversas crenças se relacionam a tema tão polêmico.

    A utilização de medicina alternativa/complementar em nosso meio é freqüente em pacientes com câncer e a crença na sua eficácia e a prática de orações se correlacionaram significativamente com uma melhor qualidade de vida, de forma que tais práticas não devem ser desestimuladas pelos profissionais da área médica

    Pesquisa enviesada e dúbia, não mostra se medicina alternativa tem algum efeito concreto além de efeito placebo, além de apresentar argumentos falaciosos (correlação implica causa, inversão do ônus da prova). Acho natural que um paciente com câncer busque toda a ajuda que consiga, mas muito pacientes abandonam os tratamentos tradicionais, o que é extremamente perigoso. 

    Ao chegar ao AA, essa hierarquia é desconstruída e, no lugar, é construída uma relação de igual para igual entre aqueles que sofrem do mesmo problema, o alcoolismo. O AA não é contra o uso de medicamentos, muito menos desencoraja seus frequentadores a continuar com tratamentos psiquiátricos. O AA, na verdade, vem preencher justamente a lacuna que é deixada de lado pela medicina: a espiritualidade.

    Existem muitas críticas em relação ao AA, como o prosetelismo religioso e o processo de destruição da auto-estima do paciente, que deve se achar um criminoso, um doente, impotente em controlar sua própria vida, e como ele deve entregar sua vida a Deus para se livrar do vício.

     

  6. Devem respeitar inclusive a

    Devem respeitar inclusive a falta de fé, ou não confundir as coisas.

    Tive que ir ao cardiologista . Marquei no HCOR pois tenho convênio e consultei uma cardiologista muito boa que me precreveu exames e quando retornei à consulta ela me perguntou se eu acreditava em Deus. Respondi perguntando o porque da pergunta. Ela me disse que era muito bom ter alguma fé, que isto diminuía os problemas de imunidade etc. Eu disse que se Deus existe, ele “criou” os médicos pra cuidarem de nossa saúde, que eu estava à procura de um bom médico, não de Deus. Ela me respondeu que sempre ajuda ter uma religião, que era espírita Kardecista e que a religião fazia muito bem pra ela. Respondi com um que bom ! E o papo acabou.

     

  7. a espiritualidade humanizada

    “O AA, na verdade, vem preencher justamente a lacuna que é deixada de lado pela medicina: a espiritualidade.

    E falo de espiritualidade no sentido mais amplo possível, pois não se trata apenas da dimensão religiosa.”

    A espiritualidade é entendida, cada vez mais, como o conjunto de caracteristicas intangíveis que definem o ser humano. A intelectualidade, a arte, a cultura. Uma espiritualidade transcendental é coisa para neófitos , não abarca a complexidade humana atual e carece totalmente de fundamentação.  

  8. não gosto de antever soluções para equações distantes…

    ou que não existam, frente aos conceitos de aproximação, nem deveria, mas, tratando-se de cura, quando um cientista me diz que é impossível e um religioso me diz que é por milagre, opto por seguir acreditando que as doenças e as feridas que mais sangram são as da alma……………………………………………………………….ou eternamente ou não

    motivo de ver em cada um………………………………………………………………………………bem………..deixa pra lá

    sensitivamente pode ser que tudo seja diferente, que as equações se desenvolvem ao contrário, portanto a partir da melhor solução, e cada um já traz a solução………………………………..

     

    mas as equações são várias, caos total, e muitas vezes aniquilam os que se aventuram livres do saber tradicional ou aceito

     

     

    mas tudo foi criado para ser tão simples………………………..e aí surgiram os porquês

  9. ¿Qué podría aportar yo para cambiar al mundo?

    A menudo decimos “yo soy sólo un profesor, o un gásfiter, qué podría aportar yo para cambiar al mundo”. La cosa más revolucionaria que puedo decirles es esto; todo ser humano que quiera esa revolución de amor y cuidado sobre los demás puede tomar esa decisión personal desde que sale de su casa en la mañana hasta el momento en que regresa. Cada minuto en un espacio público, siempre es posible ser universalmente amistoso y un celebrador de la vida. La revolución se hace cuando tú te comunicas de otra manera con la gente que se sube contigo a un ascensor. ¿Te has dado cuenta de que la gente no se mira, se esquiva dentro de un ascensor? Haz la prueba de saludarlos efusivamente, con una sonrisa de oreja a oreja; o de hacer una broma. Esos gestos que son gratuitos, que no requieren inteligencia ni entrenamiento especiales, que no cuestan dinero son más difíciles de hacer que cualquier otra cosa, porque uno tiene que salirse del “yo”. “Yo… y mi vida tan dura.” “Yo… que estoy envejeciendo.” “Yo… que tengo cáncer.” “Yo… que soy muy bajo.” “Yo… que no soy tan bueno tocando el violín.” “Yo… y el café que derramé en esa camisa.” Todo ese “yo” debe quedar guardado en una repisa, para que “tú” salgas. Tú, el ciudadano; tú, la mujer que fuiste golpeada anoche por tu marido, que se ve porque estás en el ascensor con un ojo amoratado. Tú, el hombre de negocios que pensaste que tenías un trabajo seguro, pero acaban de decirte que la empresa en Estados Unidos redujo los trabajos en Chile y te despidieron. Tú, pobre persona que acudió a los servicios de ayuda social para decir “tengo cuatro niños, me puede ayudar con lo que sea”. Tú no sabes quiénes son los que están en el ascensor, si ganaron la medalla olímpica o perdieron el empleo, porque ninguno de ellos tendrá el coraje de, decir “yo necesito tu amor en este momento, necesito tu buen humor, necesito tu buena disposición”.

    Si es que tú dices “en cada momento público yo voy a ser amoroso con todos y un celebrador de la vida”… entonces tú eres Cristo, tú eres Buda, tú eres Whitman, tú eres María cuando entras en un ascensor. ¿Sabías que un niño puede entrar a una sala llena de asesinos y de gente perversa y jugar con ellos desinhibidamente, con su ternura y su amor, y que ese milagro ocurre porque ellos todavía no han sido introducidos en el amor por el dinero?

    Patch Adams, M.D.

  10.  
    O que o autor faz é tentar

     

    O que o autor faz é tentar relativizar o FANATISMO.

    Vamos acabar de uma vez com a espiritualidade das pessoas. Isso é o atraso do atraso.

     

    Fanático é bom longe de mim. Seja fanático dentro de sua casa. Em ambientes públicos, vc é só um normal.

    E não faça o médico perder o tempo dele informando sobre SUAS CRENÇAS. Isso é irrelevante para o trabalho médico.

     

    Religião é coisa de MALUCO. Tem que ser combatido da mesma forma que combatemos O Serra, O Nazismo e outras coisa semelhantes.

     

  11. contra resultados não há argumentos.

    Que a fé prolonga a vida, e dá melhor qualidade a ela, é fato. E quem precisa de fonte de pesquisa, só pode ser de outra galáxia.

     

    Antes da internet ser o que é, a própria televisão mostrava que isso é uma verdade.

    Mas está havendo um quívoco aqui. A postagem não está sugerindo que médicos preguem para seus pacientes, e sim, que os trate como pessoa, justamente mostrando que ela não é um leito ou prontuário, e sim que ela tem uma alma.

     

    Como já foi dito também, médicos ateus não se importam em prolongar a vida, pois para eles, a morte é só uma luz que se apaga.

     

    No caso da comentarista que disse que se consultou com a cardiologísta e ela lhe sugeriu fé para lhe dar uma melhor qualidade de vida, não acho que ela fez errado, pois como a própria paciente disse, não houve insistência por parte da médica.

    Quando a médica soube da posição de sua paciente, o assunto acabou. Isso é respeito.

    Muito melhor do que um médico sem educação, com mal hálito e chulé, que só quer saber do salário dele no final do mês.

     

    Do mesmo jeito que há médicos insensíveis, percebo que há pacientes insensíveis. E concordo que isso deva ser respeitado.

    Mas que os médicos precisam ser mais sensíveis a vida, é extremamente necessário.

    Conheço enfermeiras que trabalham com médicos que receitam remédios ou tratamentos para pacientes de qualquer maneira, por preguiça de ler prontuários.

    Algumas dessas enfermeiras também me disseram que muita gente, (eu disse muita gente), poderia ter morrido, se ela não lesse o prontuário do paciente antes de administrar o medicamento.

     

    O mais engraçado disso tudo, é que depois que o paciente tem alta, os parentes vão agradecer a esses médicos, ignorando totalmente as enfermeiras, que por certos motivos preferem ficar na delas, porém atentas.

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