Justiça fará favor ao PT ao acelerar retirada de Lula da eleição, avalia Kennedy Alencar

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Foto: Ricardo Stuckert

Jornal GGN – O jornalista Kennedy Alencar avaliou que será uma “favor ao PT” se a Justiça correr para impedir que Lula seja candidato à Presidência. Essa atitude estaria de acordo com a estratégia eleitoral do PT, que espera que o ônus de barrar Lula seja do Judiciário, dando munição ao discurso de que o ex-presidente é vítima de casuísmos. Com a impugnação de Lula, o plano seria colocado nas ruas e a tese de que Lula foi inabilitado num tapetão jurídico para não participar da eleição terá mais tempo para ser ecoada.

Por Kennedy Alencar

Justiça fará favor ao PT ao acelerar retirada de Lula da eleição

A tendência da Justiça de acelerar uma resposta à possibilidade de Lula ser ou não candidato à Presidência será um favor político à estratégia eleitoral do PT. Se o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e o STF (Supremo Tribunal Federal) tirarem Lula da corrida presidencial até 31 de agosto, como é a tendência, vão apressar o Plano B, que é a chapa Fernando Haddad (PT) e Manuela D’Ávila (PC do B).

O PT tem um compromisso moral e político com Lula de levar a candidatura do ex-presidente “às últimas consequências”, como costuma dizer a presidente do partido, a senadora Gleisi Hoffmann (PR).

O PT age corretamente ao seguir essa estratégia, porque constrói a narrativa de que, se Lula ficar solto, venceria a eleição. Por isso, o partido quer deixar na conta da Justiça o ônus do alijamento de Lula da disputa eleitoral, o que provocará sequelas. A História vai olhar com lupa cuidadosa esse momento da vida nacional.

No plano petista, seriam apresentados recursos para esticar o tempo da candidatura Lula, que será registrada nesta quarta-feira, dia 15 de agosto. Mas já está em curso uma mobilização do Judiciário, que pode ser lida nas frases de Luiz Fux e Rosa Weber, por exemplo, para tirar o ex-presidente da eleição em nome de uma segurança jurídica. A intenção é barrá-lo até o dia 31, data em que começará a propaganda eleitoral no rádio e na TV.

Apesar de o PT tentar esticar a corda, a Justiça vai se comportar em relação à candidatura de Lula como agiu no caso do apartamento no Guarujá, adotando um rito mais rápido do que o normal para chegar a uma decisão.

Ora, o direito tem ritos e prazos que fazem parte da segurança jurídica. Um “fast track” contraria o que se entende por segurança jurídica. Acelerar decisões para tirar Lula da eleição reforçará a narrativa de vitimização, perseguição judicial e a tese de que o ex-presidente é um preso político.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

7 Comentários

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  1. Hiper-celeridade judicial

    Para o Edson Fachin, “toda celeridade em matéria eleitoral é importante para não deixar dúvida no procedimento”.

    Em matéria penal, por exemplo, a celeridade não é importante para não deixar dúvida no procedimento?

     

    Outra pérola da Rosa Weber, (ao referir-se ao pedido de registro de candidatura):

    “Não será impugnação, será um INDEFERIMENTO de ofício a compreensão de que NÃO ESTÃO PRESENTES ou as condições de elegibilidade ou ALGUMA CAUSA DE INELEGIBILIDADE”.

     

    Se não está presente alguma causa de inelegibilidade, porque indeferir?

    Os jateiros piraram o cabeção.

  2. Leis e fascismo…

    O medo e a raiva que eles têm do PT não são bons conselheiros…

    Isso afunda de vez o MPF e a justiça que dizem ser a lei e representar a democracia…

    Isso é uma demonstração de subserviência ao golpismo e escancara a fragilidade destas autoridades e por isso entramos num período perigoso, onde cresce a probabilidade de choques entre eles mesmos…

    Um bolsonaro vai respeitar a lei?

    O STF mudou leis para que não houvesse choque entre golpistas!

    O fim do foro privilegiado foi para poupar STF e Aécio…

    A lei de prescrição de prazos recentemente foi feita sob encomenda para não pegar o Temer para quando ele sair da presidência…

     

  3. O judiciario brasileiro em

    O judiciario brasileiro em sua maior representatividade esta atolado na lama e vai se afundando cada dia mais. Vamos deixa-los afundar sozinhos, com tipos como rosa weber, luis barroso, edson fachin, sergio moro, daltan dallagnol, eles não precisam de nenhum empurrão para se afundar até o pescoço na lama em que jogaram o Pais.

    1. o próximo senado federal

      Até onde eu sei, o Senado Federal é a única instituição que pode cassar juízes, inclusive do Supremo. Sendo assim, vamos ser cuidadosos para a renovação de senadores.

  4. Jornalistas e juizes

    “”Essa atitude estaria de acordo com a estratégia eleitoral do PT, que espera que o ônus de barrar Lula seja do Judiciário, dando munição ao discurso de que o ex-presidente é vítima de casuísmos. Com a impugnação de Lula, o plano seria colocado nas ruas e a tese de que Lula foi inabilitado num tapetão jurídico para não participar da eleição terá mais tempo para ser ecoada.””

    Esta frase é incrível. Para o jornalista tudo que ocorre com Lula é apenas uma questão de estratégia eleitoral. A injustiça da condenação, as manobras juridico eleitorais da Lava Jato são segundo o jornalistas uma criação de Lula. De fato K. ALencar tem convicção embora não seja um juiz.

  5. Pois é…

    Mas…  Se bater o Lula cresce; se não bater o Haddad vence.

    Para a percepção daqueles que não conhecem Haddad, já há alguns dias passei para contatos no whatsapp, uma foto de Lula, Haddad e Manuela, com  a inscrição “triplex”.  E com os seguintes dizeres:  Eu sou triplex. Se impedirem Lula no tapetão, eu sou Haddad e Manu. Gostaria que o GGN publicasse uma biografia de Haddad, assim como a de sua linda esposa. Biografias ricas, acredito eu. Talvez precisemos pelos próximos dias. Quem não se liga muito em política, não conhece  Haddad. O tempo urge e precisamos estar preparados.

    [video:https://youtu.be/eINd8edgLOM%5D

  6. A matéria permite mais de uma leitura

    Permite um inédito ensaio de renovação com Haddad, boa renovação, ainda que muito tardia (deselegante e inapropriada foi a frase da presidente Gleise dizendo que Haddad está em estágio probatório). Acredito que algumas corrrentes internas esperam por uma renovação. E, se permite, tenho dúvidas se Lula for (ou fosse) solto e concorrer(sse) se ele ganharia. O preço de não ter se construído novas lideranças, ou não ter fechado espaços. Pra quem propôs Dilma (e por quê?) isso seria fácil.

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