Kennedy Alencar: Cármen Lúcia faz política e não Direito em sua gestão à frente do STF

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Foto: Agência Brasil

Jornal GGN – O jornalista Kennedy Alencar ouviu de três ministros do Supremo Tribunal Federal que a manobra de Cármen Lúcia para colocar Lula mais perto da prisão é uma vitória para a presidente da Corte, mas vai lhe custar a boa relação que vinha tendo com os demais membros do tribunal.

Em artigo divulgado nesta quinta (5), Kennedy ainda lembrou que Cármen Lúcia vem usando a toga para fazer política desde que foi alçada ao comando do STF. Ela já articulou a salvação do mandato de Aécio e deu tratamento muito diferente a Renan Calheiros, se comparada a situação de Lula.

Por Kennedy Alencar

Três ministros do STF reconhecem que Cármen Lúcia teve uma vitória política inegável, pois prevaleceu ontem a sua estratégia de aproximar o ex-presidente Lula da prisão. No entanto, afirmam que isso custará caro nas relações internas no tribunal e apontam tratamento diferente em relação a Lula na comparação com Aécio Neves e Renan Calheiros. Esses ministros dizem que Cármen Lúcia faz política e não direito em sua gestão à frente do Supremo.

Em dezembro de 2016, quando Renan Calheiros não aceitou decisão do ministro Marco Aurélio Mello para se afastar do cargo, Cármen Lúcia participou dos entendimentos de bastidor com o PMDB e o PSDB para manter o emedebista na Presidência do Senado.

Em outubro do ano passado, mais uma vez, lembram ministros, Cármen Lúcia atuou politicamente. Colocou em votação e deu o voto decisivo num julgamento que permitiu a Aécio Neves continuar senador, exigindo aval do Legislativo para que o Supremo tomasse medidas cautelares em relação a congressistas.

Desde o ano passado, havia pressões internas no Supremo para o reexame da decisão adotada em outubro de 2016 que permitiu a possibilidade de executar a pena de prisão após condenação em segunda instância. Gilmar Mendes afirmava que mudara de ideia e queria rever essa questão. Cármen Lúcia dizia que não votaria o assunto.

Em dezembro passado, Marco Aurélio Mello liberou para julgamento duas Ações Declaratórias de Constitucionalidade, uma da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e outra do PEN. Cármen Lúcia deixou essas ações na gaveta. Quando as pressões se tornaram insustentáveis, decidiu colocar o habeas corpus do ex-presidente Lula que pede que sua prisão não seja decretada. Jogou com o poder que tem sobre a pauta, mas mostrou que adota medidas diferentes em relação ao nome na capa do processo.

O ambiente interno no STF está longe da pacificação. Haverá pressão para votar as Ações Declaratórias de Constitucionalidade sobre o tema.

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Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

3 Comentários

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  1. A suprema Carmem com ajuda da literária Weber.

     A suprema Carmem com ajuda da literária Weber fizeram uma performance no  julgamento do HC.

    Carmem acaba de atentar de forma terrível contra a própria instituição. Para satisfazer seus interesses, sobre os quais pouco sabemos,  dividiu o Supremo, que será agora um eles contra nós. Sem que eu designe quem são eles e quem são os nós.  Mas definitivamente vimos dois supremos em ação.  E quem diria,  finalmente me parece que os mais velhos ( os Mellos e Lewandowski )começam a tentar resgatar   alguma coisa que perderam por omissão durante estes últimos anos.

    Uma Weber que parecia apontar na direção da defesa da Constituição, se afogou na literatura  para tentar ficar bem com todos, mas sempre prejudicando os mesmos.  Seu discurso foi uma pérola da justificação do injustificável. Em nome colegialidade,  ela apoiou o que ela mesma disse que seria um ilegalidade que fere uma cláusula petrea da constituição. Assim ela confessa que entre a constituição e a colegialidade ela fica com a última Em resumo: que a justiça vá às favas. Um jornalista de Santa Catarina, chamou-a de heroína. Me parece que este tem muito ódio e  pouco apreço pela constituição.

    Carmem ao final balbuciou seu voto,  pois duvido que depois de Lewandowiski e dos Mello, ela teria algum argumento. Fez questão de dizer  tinha o poder para colocar em pauta o que quer. Num rapapés cínico , colocou para o plenário a decisão se poderia ou não votar. Mas antes, com mais uma pérola, ela disse que foi pura magnanimidade, afinal a matéria , ( leitor por favor não ria) , segundo ela era uma matéria constitucional.

    Mas o que Carmem fez ontem, foi participar mais uma vez dos atentados sucidas que vão destruindo a instituição Justiça no Brasil. E conta com a ajuda midiática ( porém vazia e atualmente totalmente descontrolada ) de Barroso. com a figura juridicamente obscura e frágil  porém obediente  de Facchin, que em seu silêncio vive a imitar Teori.  Obviamente do resto da   tropa formada por Moraes e Fux prefiro manter o silêncio.

    Mas com certeza a mediocridade com poder faz estragos.

    PS: Gilmar merece um capitulo a parte.

     

     

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