A lição de Lênin, por Marcos Dantas

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Por Marcos Dantas

No início do século XX, os partidos social-democratas revolucionários europeus propunham-se a “nacionalizar a terra” quando chegassem ao poder. Coerentemente com o projeto de acabar com a propriedade privada dos meios de produção, tratava-se de tornar o solo agrícola um bem comum, a ser coletivamente aproveitado pelo conjunto dos trabalhadores rurais, ou camponeses.

O líder revolucionário russo Vladimir Lênin percebeu, no entanto, que essa palavra de ordem não era entendida e aceita pelo campesinato de seu país. Embora, na sua imensa maioria, não fossem proprietários, os camponeses sonhavam, algum dia, possuírem um pedaço de terra. Além do mais, eram quase todos analfabetos, incultos (no sentido iluminista da palavra), fervorosos religiosos, submissos à palavra dos padres de aldeia e à imagem quase divina do Czar. Não lhes era difícil acreditar que os “bolcheviques”, por baixo daquela palavra de ordem, queriam, na verdade, tomar ou roubar suas terras…

 Lênin entendeu que seria necessário chegar junto da consciência real do campesinato ainda que, para ele, “atrasada”. E formulou uma nova palavra de ordem: “toda terra ao camponês”. Diante desse lema, os ouvidos camponeses se abriram à pregação bolchevique. Eles passaram a prestar atenção ao discurso urbano revolucionário, assim se forjando a aliança operário-camponesa que levaria à Revolução Russa.

Décadas depois, o sociólogo francês Lucien Goldman, influente em meados do século passado, quase esquecido (infelizmente) hoje em dia, formularia a hipótese da “consciência possível”: a compreensão da realidade por um grupo social, passa por um discurso que nasça das condições subjetivas determinadas por essa própria realidade. Assim, aos poucos, associando-se discursos e práticas políticas, eleva-se a consciência de si desse grupo até que compreenda a necessidade e possibilidade de modificar sua realidade, rompendo efetivamente com ela. Ou seja: se o discurso que se pretende “progressista” ou “avançado” não é aderente à realidade concreta de vida das pessoas, essas pessoas simplesmente não vão ouvi-lo, ou até mesmo reagirão negativamente a ele.

Lênin não era, por óbvio, um teórico de comunicação. No entanto, compreendeu intuitivamente uma lição básica que muitos teóricos, de Bakhtin a Paulo Freire, de Gregory Bateson a Umberto Eco, iriam desenvolver ao longo do restante do século: o significado de uma mensagem encontra-se na mediação dos interlocutores. A “verdade” não é aquela na cabeça do “falante” por melhores ou mais justos que sejam os seus argumentos, mas é aquela que pode ser manifestada se e quando “falante” e “ouvinte” conseguem se pôr de acordo sobre os termos da conversa. Sem esse acordo prévio, o “falante” vai ficar falando sozinho. Por isso, não raro, há que se “descer” à realidade do “ouvinte” para torná-lo, pelo menos, um “ouvinte” interessado. Aliás, é justo isto que costuma a fazer qualquer bom orador, ou qualquer professor competente.

As derrotas acachapantes das esquerdas nas últimas eleições municipais, em São Paulo e Rio de Janeiro, para ficarmos só nessas duas cidades, e, pior, derrotas por 7 a 1 para tipos medíocres como Dória ou Crivella, já deveriam ter acendido a luz amarela no PT, PSOL, PCdoB, demais partidos ou movimentos a eles ligados. Não é possível explicá-las, puerilmente, como tem feito, em entrevistas, Fernando Haddad, como resultado de uma “onda anti-petista”. Resultam de muitos fatores conjugados, inclusive do desastre dos governos Dilma Rousseff, do golpe judiciário da Lava Jato, das mobilizações de certos segmentos sempre golpistas da classe média contra “a corrupção” (os mesmos segmentos, com os mesmos argumentos, que apoiaram o golpe de 64, elegeram Collor em 1989 etc.), da campanha da grande imprensa contra o PT, de ações obscuras motivadas pelos interesses estratégicos dos Estados Unidos, mas nada disso poderia ter alcançado a força discursiva e simbólica, logo política e eleitoral, que alcançou se não encontrasse ouvidos abertos para escutar e aceitar suas mensagens. Os votos da classe média golpista não elegeriam, por si só, Dória ou Crivella. Eles foram eleitos pelo que se chama “periferia”: foram eleitos por esses que a Esquerda gosta de chamar “pobres e negros”. No Rio, claramente, Crivella, no 2º turno, só não venceu em alguns bairros de classe média, ou, como diria a própria Esquerda, bairros de “elite”: Laranjeiras, Botafogo, Copacabana, Tijuca, Jardim Botânico e avizinhados. Ganhou muito bem ganhado em todos os bairros onde vive a população de baixa renda, inclusive nas grandes favelas do Rio. Em São Paulo, com Dória, não foi diferente: até pior, pois Haddad foi derrotado, no 1º turno, em todas as zonas eleitorais, sem exceção.

Há algo aí que não parece racional, ao menos à primeira vista. Afinal, segundo se dizia e até se provava com números, a vida das pessoas pobres teria melhorado muito nos governos Lula, tanto no Nordeste (que segue “lulista”) como no Sudeste e em todo o Brasil. Desnecessário relacionar aqui os muitos programas de largo alcance implementados por Lula e, também, Dilma que ampliaram a capacidade de consumo e a mobilidade social das camadas sociais de baixa renda. Esperava-se, pelo menos, gratidão dessa gente. Mas o que se viu foi o contrário. Mostraram-se ingratos nas eleições municipais de 2016 e confirmaram-se ingratos nesta eleição presidencial: os votos dos “pobres e negros” no Rio, São Paulo, outras grandes capitais, inclusive também Recife e a maioria das capitais do Nordeste e Norte, destinaram-se a Bolsonaro. Para piorar, alguns campeões da resistência ao golpe, como a própria Dilma Rousseff, Requião, Lindbergh, não conseguiram se eleger ou reeleger para o Senado. Em compensação, Janaína Paschoal obteve mais de 2 milhões de votos para deputada estadual em São Paulo. Tipos absolutamente rastaqueras (para dizer o mínimo), como Alexandre Frota e Kim Kataguiri, também se elegeram deputados. A “elite” tem tantos votos assim, em São Paulo?

Ora, é muito fácil constatar qual discurso foi ouvido por essa multidão que consagrou Bolsonaro e todos e todas que a ele se ligaram, nesta campanha eleitoral (“multidão”, aqui, no seu sentido semântico usual, milhões de pessoas, não no conceito pseudosociológico ilusionista que lhe deu Antonio Negri): foi o discurso moralista e comportamental. A “corrupção”, claro!, mas também o “gênero”, o “aborto”, o “gay” e temas similares. Bem o disse Ciro Gomes quando perguntado a respeito: “quero ser presidente da República, não fiscal de costumes”. Outro tema, importantíssimo, foi a “violência” – mas não a violência “contra a mulher” ou “contra a juventude negra”, não a violência que pretende identitariamente distinguir (num certo sentido bourdieuriano) as vítimas, mas a violência contra qualquer pessoa, a violência que atinge todos e todas indistintamente, a violência que é, sobretudo, sentida diretamente, cotidianamente, pelos mestiços moradores e moradoras das periferias de nossas grandes cidades, seja vinda da polícia, seja vinda do PCC, CV ou de alguma outra milícia.

Sobretudo, a violência do dia a dia, física e também subjetiva, aquela das horas perdidas num transporte público superlotado, do péssimo atendimento num hospital público, da escola que não ensina nem educa, sobretudo a violência do emprego precário em condições opressivas e sem perspectivas. Converse-se com o porteiro, com balconista da farmácia, loja de bairro ou de shopping center, com cabeleireiro(a), motorista de táxi, entregador de pizza, converse-se com toda essa arraia miúda, nas nossas grandes cidades, a imensa maioria não esconderá seu anti-petismo ou anti-lulismo. Falará da “corrupção”. Mas falará também do “casamento gay”, do “kit gay” – e decide seu voto para prefeito ou presidente por oposição a esses (supostos) valores. Não faltam, nas listas esquerdistas do WhatsApp, testemunhos perplexos ou atônitos dessa reação.

Não é um fenômeno brasileiro. Aliás, exatamente por não o ser e por já ter sido apontado por analistas no exterior, já teria sido possível neutralizá-lo por aqui. Em janeiro de 2017, a líder feminista estadunidense Nancy Fraser, num texto contundente, intitulado “O fim do neoliberalismo progressista” (https://www.dissentmagazine.org/online_articles/progressive-neoliberalism-reactionary-populism-nancy-fraser, acesso em 11/10/2018), mostrava como as pautas identitárias ou comportamentais haviam muito contribuído para a derrota de Hillary Clinton diante de Trump. Do outro lado do espectro político e há mais tempo, Scott Maconnel, já detectara e até comemorava o mesmo fenômeno no artigo “Abandonados pela Esquerda” (https://www.theamericanconservative.com/articles/abandoned-by-the-left/, acesso em 11/10/2018). A classe operária, escreveu, em sua grande maioria constituída por homens brancos que vinham sendo pesadamente atingidos pela desindustrialização e empobrecimento dos Estados Unidos, sentia-se ainda ofendida por um discurso feminista que parecia fazer de todos os homens brancos, por definição, machistas misóginos desprezíveis. Ao substituir a luta por maior justiça social pelas causas identitárias, o partido Democrata parecia ter “perdido o seu caminho”. A vitória eleitoral de Trump, dois anos depois desse artigo, parece ter confirmado a tese como, aliás, atestou Nancy Fraser.

Mais recentemente, em março último, outro analista estadunidense, Mark Lilla, em entrevista para a <em>Folha de S. Paulo</em>, reforçou a hipótese: “Esquerda deve tirar foco da pauta identitária para ser eleita”, declarou (https://www1.folha.uol.com.br/ilustrissima/2018/03/esquerda-deve-tirar-foco-da-pauta-identitaria-para-ser-eleita-diz-mark-lilla.shtml, acesso em 11/10/2018). Ao apresentá-lo as seus leitores, a <em>Folha</em> informou que Lilla já se tornara “o mais odiado dos pensadores de centro-esquerda”, ao criticar, em artigo no <em>New York Times</em>, logo após a vitória de Trump, o programa identitarista do Partido Democrata.

O que há de errado com essas políticas? Obviamente, em princípio, tratam de questões sérias e, de um ponto de vista progressista, justas. Mas não tratam dos problemas reais de milhões de pessoas, não importa o “gênero”, não importa a “raça”, pessoas massacradas pelas políticas neoliberais e pela globalização. Tratam de problemas que têm mais a ver com segmentos social e economicamente beneficiados pelas lógicas de produção e consumo do capitalismo “pós-fordista”, do que dos vivenciados pelos estratos que se percebem esmagados na base da pirâmide social. São agendas perfeitas na Dinamarca mas se, mesmo nos Estados Unidos já causam tanto desagrado, opondo a esvoaçante Califórnia ao Meio-Norte enferrujado, imagine-se num país como este Brasil, com sua mestiça periferia excluída e violentada! Essa periferia está respondendo ao seu abandono pela Esquerda, caindo nos braços do fundamentalismo vigarista evangélico e da direita virulenta bolsonazi.

  Os perdedores da globalização, em todo o mundo capitalista ocidental, migraram para a direita. Não é um fenômeno novo. O mesmo aconteceu na Alemanha, nos anos 1930. A base social do nazismo, os soldados das SSAA, era o lumpemproletariado, os desempregados pela grande crise. E o líder máximo era, ele mesmo, um lúmpem. Aliás, intelectualmente, Hitler e Bolsonaro quase se equiparam embora aquele tivesse algum maior estofo intelectual. Chegou a escrever um livro e apreciava Wagner…

O problema dessa gente é de <em>classe social</em>, não é de “gênero”, “raça” ou “comportamentos”. Porém, como é sempre mais fácil, na cabeça ignorante, buscar algum “culpado” para as suas próprias frustrações – o inferno são os outros, dizia Sartre –, líderes populistas, explorando os seus complexos e preconceitos (a consciência real), conseguem mobilizá-los, apontando-lhes para a “causa”: os judeus, os mexicanos, os imigrantes… o PT corrupto. Noutros tempos, travando luta de classes, a Esquerda conseguia também mobilizar ao menos a parte trabalhadora da população, para enfrentar esse obscurantismo lúmpem, nem que fosse (e só podia ser) pela luta armada: Guerra Civil espanhola, Segunda Guerra mundial. Nestes novos tristes tempos em que vivemos, ditos “pós-modernos”, o populismo fascista passou a contar com a ajuda (involuntária?) da própria Esquerda, ou da parte hegemônica dela, que trocou a luta de classes por movimentos comportamentais e identitários.

O problema atual, porém, não reside apenas na superfície do “neoliberalismo” ou da “globalização”. Há que ir mais fundo. O capitalismo promoveu nesses últimos 30 anos, movido por sua lógica de acumulação, uma ampla reestruturação nos circuitos de produção e consumo, tendo por vetor a introdução de sistemas automatizados de trabalho que estão substituindo uma grande massa de trabalho humano de baixa qualificação por trabalho mecânico automatizado, trabalho de máquina “inteligente”. Uma grande parcela da população está, simplesmente, sendo excluída de qualquer possibilidade de conseguir algum emprego minimamente decente. Essa parcela deu origem, em todo o mundo capitalista avançado, incluindo o Brasil, a uma enorme camada social de subempregados urbanos que alguns já denominam “precariado”, nome elegante para o nosso velho “lumpemproletariado”…

O sociólogo estadunidense Benjamin Barber publicou, na década 1980, um livro antológico que deveria ser leitura obrigatória de todo esquerdista, ao invés de Bauman ou Negri: <em>Jihad X McMundo</em>. Nele, ele mostra como os excluídos da “globalização”, fossem muçulmanos, cristãos, hinduístas, não importa, vinham reagindo violentamente à opulência, cinismo e “liquidez” (a la Bauman) do capitalismo consumista (“McMundo”), pregando o retorno da humanidade a uma vida “encantada”, ao obscurantismo medieval, a um passado utopicamente descrito como “imóvel” ou “estável”. A penetração entre nós das seitas evangélicas, cuja capacidade de influência política anti-democrática já se tornou inquestionável, é apenas a expressão brasileira desse fenômeno mundial.

O tão badalado “projeto neoliberal” foi a proposta conservadora para a transição que o capital promovia. A Esquerda, por que também inserida no McMundo, preferiu responder aderindo à “luta por direitos”: substituiu seus antigos compromissos revolucionários pela ideologia liberal, no sentido “esquerdista” que esta palavra tem na política estadunidense: o contrário de conservador. Esse “discurso dos direitos apareceu como oposto a – no lugar de ser uma etapa no progresso até – modos alternativos de reparar a sujeição social que se expressa como identidade politizada”, acusou Wendy Brown em contundente “crítica dos direitos” (“O que se perde com os direitos”, em <em>State of Injury</em>). Não mais a luta para transformar a sociedade mas apenas para se ajustar a ela na melhor posição possível, função da capacidade de mobilização <em>competitiva</em> desse ou daquele movimento social. É a consagração da ideologia liberal burguesa.

O PT, ao longo de sua história, tornou-se, no Brasil, o partido dessa Esquerda liberal (ou “neoliberalismo progressista”, nos termos de Fraser). Ao substituir a luta de classes pela “pobretologia”, como ironizou a historiadora Virginia Fontes (https://www.youtube.com/watch?v=iFBce9vgDUE), uma “pobretologia” consumista que sonhava inserir-se no McMundo (de resto impossível como os tempos não demoraram a mostrar), o “lulismo” acabou viabilizando uma aliança entre uma classe média por si tradicionalmente reacionária com esse novo “precariado” ignorante, obscurantista, ressentido, não raro violento em suas atitudes individuais ou coletivas porque violentas, no nível da mais hobesiana competição, objetiva e subjetivamente, são suas condições de sobrevivência cotidianas. Suas demandas não são atendidas por um programa partidário que ora se dirige ao que resta do proletariado “fordista” (carteira de trabalho, 13º salário etc.), ora fala aos liberais de Esquerda. Ao incluir, por exemplo, num programa de governo para Presidente da República, “promover o direito à vida, ao emprego e à cidadania LGBTI+” e o que se segue nas linhas seguintes (https://drive.google.com/file/d/1oJ9hqF3Q4TsBtrffIxGHKVh2OTXXZCz8/view), como se esses e essas cidadãos, boa parte dos quais são pessoas bem situadas de classe média, devessem ter um tratamento distinto do de qualquer outra pessoa, o PT, com toda certeza, perdeu ou deixou de ganhar milhões de votos entre os assim ditos “pobres” – e crentes. Pior, mandou a maior parte deles para o seu adversário. Como também cresceu ainda mais a intenção de votos em Bolsonaro justo após a inequivocamente poderosa manifestação feminista #EleNão. Expliquem…       

Gente situada à Esquerda, através dos Twitters e Facebooks da vida, começou a reclamar dos “pobres de direita”, dos “negros de direita”, dos “gays de direita”, como se qualquer dessas condições, por si só, gerasse alguma substância esquerdista. Não se dá conta de que há algo errado no discurso ou, melhor dizendo, na agenda. Insiste nas mesmas mensagens que já haviam derrotado Hillary Clinton; no Reino Unido ajudaram na vitória do Brexit; vêm asfaltando o caminho da Direita por toda a Europa, sem falar no desastre político e cultural que já produziram no Oriente Médio e adjacências. A “globalização” capitalista, carente de uma resposta política radicalmente transformadora, produziu, como seu oposto, um “precariado” também global, porém agarrado aos seus mitos adâmicos identitários ou religiosos.

No Brasil, neste momento, esse neolumpensinato vai consagrar Bolsonaro. Viveremos uma nova longa noite, até porque a Esquerda liberal nos desarmou para os tempos duros e violentos que vêm pela frente. É claro que, a esta altura, é tarde para se gerar e difundir alguma forte mensagem que possa ser primeiro escutada, então entendida, pela consciência real dos novos “camponeses” desta nossa época, mensagem que poderia leva-los a acreditar na possibilidade de uma mudança para valer nas suas condições objetivas e subjetivas de vida. Para esses submetidos a um cotidiano de violências, a violência é da natureza do mundo. É possível que essa gente só possa vir a se sentir atraída para um novo projeto democrático de Esquerda, se chamada por um programa, discurso e prática jacobinos. Mas onde estão os jacobinos?


[1] Professor Titular da Escola de Comunicação da UFRJ

 

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

20 Comentários

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  1. Retrocesso de quantos anos ?

    Brilhante análise da política e da comuicação da esquerda brasileira. Some-se a essa visão distorcida a luta fratricida pela maldita hegemonia. Medíocre hegemonia entre organizações e não hegemonia na evolução da consciência do povo.

    1. Dinheiro não traz felicidade, mas ajuda a sofrer em Paris!

      Hegemonia é uma merda, desde que o hegemônico seja o outro!

      Se for eu o dono da bola, tudo bem!

      (risos).

      Não houve nenhum triunfo histórico, de qualquer projeto que seja, a direita ou a esquerda, que um grupo não tomasse nas mãos o protagonismo e o controle hegemônico dos processos em curso!!!

      O que estamos assistindo com o “coiso” é justamente isso: um grupo da direita assumiu o controle da narrativa, e os demais, ainda que esperando uma chance de disputar espaço, seguem-no.

      Mas na esquerda, as prima-donas que descansam suas frustrações em Paris, querem um tipo de atenção que o eleitor não deu!

      Só recalque!

      Claro que o exercício dessa hegemonia requer alianças táticas e estratégicas, mas imaginem se Lêniin tivesse ficado ouvindo a lamuriação dos mencheviques  ou dos partidários de Kerensky (algo como os ciristas de hoje), e embarcado nessa ideia esdrúxula de “compartilhamento”????

       

  2. Telegramas de Pasárgada…

    Como uma suposta interpretação do plano tático de Lênin, sem considerar seus resultados nas conjunturas que se seguiram, o texto toca quase a fraude intelectual.

    Com a análise péssima da suposta relação de causa e efeito dos chamados “acachapantes” insucessos da esquerda do Rio e SP (boa parte dos “ólogos” aderiu a esse fatalismo catastrofista, mas por incapacidade teórica que por sincera desilusão, é verdade) sem considerar que Rio e SP sempre revelaram resultados muito mais conservadores desde sempre e antes de 2002, com Moreira Franco governados, César Maia, Fransciso Dornelles, clã Picciani, Paulo Mello, Arolde de Oliveira, etc, no Rio e o mandarinato tucano desde 1988, um domínio conservador perene com raras exceções nos dois estados, pode ser considerado como fraude intelectual mesmo.

    Somado a tese dos erros da Dilma, só nos faz cansar, mais nada!

    O grande alerta?

    Ideólogos do “exterior” já tinham nos avisado: “o fim do neoliberalismo progressista”!

    Coitados, não viram o truque e aí Lênin se contorce no túmulo: NUNCA HOUVE UM LIBERALISMO “NEO”, QUANTO MAIS PROGRESSISTA!!!!!

    Imaginar que houve em algum tempo uma zona de “tolerância” ideológica que nos permitiria vencer o capitalismo sem seu enfrentamento violento e definitivo é um tolice sem par!

    Pelo menos para quem reivindica análise com texto sobre Lênin e sua tática de comunicação!

    Olhem só, Lênin disso: “toda terra aos camponeses” e eles, ainda que de forma tímida e minoritária, tais camponeses tenham aderido ao projeto revolucionário, logo depois se alinharam ao esforço contra-revolucionário quando perceberam que tinham sido enganados.

    (Na verdade, não houve essa adesão toda, e como prova temos o processo histórico de transição em 1917, que passou antes pela frustração da aliança de centro no Parlamento com Kerensky, e muito mais pela frustrração da população pobre com o “Paizinho”, que resolveu reprimir com força os seus “filhos”. O gatilho catalisador mesmo foi a carnificina do Czar e o desespero da fome pós-guerra!)

    Resultado?

    Uma sangrenta guerra civil que quase aborta a Revolução!

    E claro, ficaram sequelas e fraturas naquele tecido social (camponeses que queriam a terra, de verdade!!!) que empurraram a sobrevivência do regime a necessidade de ter Stálin como seu condutor, com a remessa de milhões dos que sonharam com suas pequenas propriedades para os Gulags!

    O grande problema dos “jênios” da comunicação é imaginarem que podem usar as formas ideológicas de sustentação do capitalismo, chamado no texto aqui de “consciência possível”, como alavanca da superação do próprio capitalismo!

    Não, Bourdieu nos ensina o contrário!

    Quando imaginamos tentar nos aproximar da “consciência possível”, criando formas de elevação da substância progressista no seio do conservadorismo lumpen, fazemos o contrário:

    – Aumentamos a naturalização da dominação.

    E aí, no máximo desembocamos na China: uma grande planificadora econômica e autoritária na política do processo de produção estatal-capitalista!

    A intenção toda do texto é nos dizer que a esquerda mundial acabou por fortalecer a direita por ter se conformado a enxergar a luta de classes pelo viés do inclusionismo consumista!

    Ok, essa parte concordamos…no entanto, imaginar um gradualismo ideológico capaz de apontar uma saída é fraude!

    Como um corpo que acumula gordura para passar por períodos de privação de calorias (essa é a base da memória genética da obesidade, junto com o defeito nos neurotransmissores da satisfação), as pessoas que recebem benefícios de políticas estatais tendem a tentar “preservar” a qualquer custo e como forma privada de luta tais conquistas, porque “pressentem” que elas serão atacadas tão logo o sistema exija a fatura fiscal para engordar os bancos, e por isso estão sempre ao alcance das teses de que conseguiram por merecimento pessoal (“mérito”), e não como resultado de políticas públicas de sentido coletivo!

    Aqui, voltando a Lênin:

    Percebam que o partido bolchevique NUNCA se propôs, ao menos não como eixo central de seu programa, a governar ou co-governar a Rússia!

    Nenhum dos partidos de orientação marxiana da Europa, os chamados revolucionários, sempre renunciaram a contribuir para a tarefa de reformar o capitalismo imaginando que criaram uma consciência de classe a partir de qualquer “consciência possível”, porque desse modo (gradualista) a intuíam impossível.

    Essa é a corrupção do texto.

    Porque ele vai acusar a esquerda de ter tentado fazer aquilo que ele orienta como única saída possível!

    Para criar ou se aproximar dos lumpens e da classe C (recém criada) e afastá-los do atávico conservadorismo da classe-mérdia-raiz não é possível aumentando a importância do objeto do fetiches de todos (consumo e inclusão pelo consumo), justamente porque a agenda, ou melhor, o controle da agenda da produção desses bens simbólicos é da DIREITA (leia-se mídia, judiciário, legislativo, etc).

    Mais uma série de produção de texto inúteis do tipo: façam o que falo, mas não o que faço!

     

     

     

     

  3. Fora do seu tempo

    A lição essencial de Lenin é a noção de tempo histórico. Há o momento da luta contra o inimigo e o  momento da disputa entre os adversários. Até as 17 horas de 28 de outubro de 2018 é momento da luta contra um inimigo que pode destruir o pouco que restou de nossa frágil democracia. O artigo de Marcos Dantas está fora do tempo. Espero que ele use a mesma veemência para escrever contra o coiso e seus apoiadores.  

  4. TEXTO COM VERDADES INQUESTIONÁVEIS, MAS…

    MAS o que nos resta tentar fazer quando diante da bocarra do monstro que se fechará sobre nós?  O que fazer se sabemos da ignorância e da crença do povo, circunstâncias estas que tornam nossa tentativa de diálogo muito difícil ante imbecilizados completos?   Dizer que o boçal é fascista, mesmo sabendo que imbeliloides não sabem o que é fascismo? Dizer que o boçal é o novo Hitler quando eles, se pensam, pensam que o problema de Hitler foi só os judeus (e se sentem apenas brasileiros)?  Dizer da violência dos seguidores do Boçal quando os imbecilizados não se sentem alvos por não serem gays, lésbicas, pretos, petistas,etc – e que se dane quem é? Falar da violência contra as mulheres, dos salários menores para as mulheres (que em verdade trabalham mais – em casa e no emprego) quando muitos dos imbecis são profundamente machistas e até se acham ameaçados em seus empregos pela concorrência feminina, quando não veem tanto problema nos estupros desde que não seja com sua mãe, sua mulher ou sua filha?  BOM, então falar-lhes do que se prometia na tal reforma trabalhista e do que realmente está acontecendo? Lembrá-los que com trabalho precarizado não terão como contribuir com previdência e que, por isso, nunca se aposentarão  e morrerão à mingua em algum asilo (se encontrarem vaga)? Mas será que esse tipo de alerta entra na cabeça de idiotizados pela ilusão de que terão negócio proprio, de que não serão empregados? De que seus filhos também terão independência profissional e não precisarão de aposentadoria?….Santa ilusão com um mundo só de patrões, comandando seus robôs, suas máquinas inteligentes…e quando acordarem já será tarde.  Falar do fim do SUS, da Educação pública, de Segurança Pública em tempos de orçamentos congelados por 20 anos para acabar com tudo que é serviço público…ah! idiotas não se preocupam com isso pois terão a própria grana, muita grana propiciada pela meritocracia…pelo menos até acordarem, um dia.   Falar da reforma da previdência que ferrará geral, menos juizes, promotores, desembargadores, policiais e militares, mesmo que nem queiram saber que a previdência não está, nem estará quebrada se o empresariados calhorda desse pais pagar corretamente suas dívidas previdenciárias……Ah! e falar-lhes de direitos humanos…..Não, isso não, pois é coisa de comunista (até porque os idiotas não sabem sequer o que é comunismo, muito menos socialismo, bolivarianismo- mas querem fugir desses ismos como o diabo foge da cruz………E por falar em Cruz, por favor, não queira ler e analisar com eles os trechos bíblicos das pregações de Cristo………pois é bem capaz de gritarem (boçalnariamente) CRUXIFICAI-O,  EMPALAI-O……POIS HIPOCRISIA É ALGO QUE NÃO FALTA AOS BESTIFICADOS  PELA IGNORÂNCIA GERAL E PELA MIDIA GOLPISTA., POIS NINGUÉM FOI MAIS COMUNISTA QUE JESUS.

    1. Méritos e meritocracia

      Pois é, o que para pessoas sensatas é insulto – “fascista”, “violento”, “autoritário” -, para o bolsonarista é elogio. Xingá-lo, portanto, só vai fazê-lo crescer.

      Vai levar um tempo ainda, só na medida em que as ações concretas começarem a provocar efeitos, para o bolsonarista perceber que Bolsonaro não passa de uma fraude, que, ao fim e ao cabo, era não apenas mais um “deles” e sim o mais vil dos “eles”. E o pior: entre perceber que a vida piorou, ficou insustentável, insuportável, e associar isso à gestão pública ainda tem que superar a culpa de não ter feito por merecer vida melhor e a descrença não em todos os políticos mas na política. Passar a chamar o estado de “nós” em lugar de “eles” – e realmente assumir essa responsabilidade – demanda trabalho e estabelecimento de cidadania… Não pense que as firmas privadas como a “Globo”, apoiadoras de Bolsonaro, vão ajudar nisso.

  5. No urbano é mais difícil

    “Consciência possível”…

    A balconista da loja no shopping, que, depois de passar horas chacoalhando num ônibus lotado, entra na loja por escuros e fedidos corredores da “entrada dos empregados” (ou eufemisticamente, “dos colaboradores”), pode não ficar tão rica e poderosa quanto (ela acha que) o dono da loja, que veio ao shopping dirigindo sua SUV e entrou pela frente, é. Mas sempre pode dar ao patrão um sorriso e até votar no candidato que o patrão indica: se ela não é como ele pelo menos pode se parecer com ele. Ou, no mínimo, imagina ela, garantir seu minguado salário. Mas vá tentar dizer que ela e ele são de classes econômicas diferentes e antagônicas… ela até se ofende! E nesse caso não tem como dizer “toda loja aos balconistas”.

    O mesmo com, sei lá… telefonistas de telemarketing e toda sorte de trabalhador urbano.

  6. Universidade para que

    Quem já não ouviu ou leu que as universidades brasileiras estão de costas para a sociedade desde sempre.

    A maquina de produzir conhecimento sempre se voltou para dentro dela mesma.

    O objetivo maior dos “cientistas” produtores do conhecimento nas universidade sempre estiveram preocupados que seus artigos, suas teses de mestrado, doutorado e pesquisas, ainda hoje esse desejo não morreu, que seus trabalhos sejam indexados em revistas nacionais e principalmente internacionais.

    Eles adoram a irem a congressos simpósios, workshop etc., se for no exterior, ainda melhor, mas o retorno para a sociedade que bancou e os bancam nas universidades públicas ficam a ver navios.

    Vai buscar exemplos na história para dar suporte às suas teses, colocar culpa, criticar um período de governo que olhou pelo social e que agora recebe como troco uma banana.

    O seu texto continua a ser o que eles, sempre do mundo acadêmico, sempre foram: críticos à direita ou à esquerda.

    Soluções? Ora, ora!

    Deixa as coisas piorarem, esticar a corda até o fim, ai vou eu e publico uma matéria na grande mídia ou mídias alternativas colocando todo o meu conhecimento e apontando os culpados.

    Senhor Marcos, não se exima de responsabilidades como se fosse um santo guru que previu o desastre.

    Aliás esperou até a undécima hora para publicar essa porcaria, para demonizar o Haddad o PT e todos os partidos da frente das esquerdas, quando se delineia a vitória do fascismo.

    O que o senhor fez desde a sua entrada na universidade para informar, ensinar o povão dos seus conhecimentos históricos, jogando com o seu papel de funcionário público privilegiado, com conhecimento, mas que fica restrito entre as paredes da universidade? Serve para você e todos aqueles que se comportam como você.

    Uma das providências que um governo progressista deveria fazer há muito tempo é justamente a produção dos docentes e os resultados, impactos na sociedade.

    No caso da ciências humanas isso deveria se refletir no alcance que a população menos privilegiada tivesse acesso com palestras, estar dentro de veículos comunitários e outros instrumentos que pudessem levar informações às populações desinformadas.

    Rio de Janeiro seria o seu ambiente ideal de trabalho Marcos, pela quantidade de pessoas desasistidas pelo estado. O estado não são só os governantes, é você também. Cadê o seu trabalho?

    Mas vem aqui posar de intelectual para malhar quem fez alguma coisa pelo o país.

    Tudo o que você escreveu estou cansado de saber. 

    Vá lá na Rocinha fazer esse discurso, e não aqui para nós.

    São ele que precisam disso, não nós.

    Se quiser fazer melhor, então entre na política e não permita mais que aconteça eleições tipo Crivella ou esse abominável juíz prestes a ser governador do Rio.

  7. A Esquerda não precisa de inimigos

    Basta pedir a famosa autocrítica para ela mesma se despedaçar.

    Apesar de ter muitas verdades no texto publicado aqui, a gente não pode esquecer que são 13 anos de ataques diários ao PT e toda ala progressista do país, que não é só o PT.

    Dizer que há erros no diálogo com o eleitor não está de todo errado, mas a gente não pode deixar de lado os sete principais grupos de mídia e imprensa do país falando mal de um grupo político diariamente. O diálogo fica desigual.

    O Bolsonaro é o Plano D desse pessoal. O plano A foi o Mensalão. O B foi a tentativa de capitalizar os protestos de 2013 contra Dilma. O C foi impeachment.

    Como nada disso funcionou porque o candidato preferido do PSDB foi queimado na esteira da corrupção de seu partido, que a imprensa teve que divulgar para não ser definitivamente taxada de parcial, só sobrou o Bolso. Curioso que o golpe pegou no bolso do eleitor.

    O fato de Haddad estar no segundo turno, mesmo vindo a perder, é a maior vitória de um projeto político que, mesmo sendo atacado por 13 anos consecutivos, conseguiu fazer várias pessoas reconhecerem sua importância e necessidade de continuar. Há sim um enorme ataque ao bom senso, de difícil reversão.

    A verdade é que o brasileiro está abandonando Lula e os progressistas porque o bolso não se encheu mais.

    E pelo que mostra a história até aqui, com ou sem corrupção, político que faz o povo enriquecer fica no cargo, se reelege ou coloca seu protegido no lugar. De bolso cheio todo mundo perdoa.

    Por isso o Jucá disse que tem que estancar a sangria, com o Supremo, com tudo …

    Mas não era da Lava Jato que ele falava … A sangria era outra e parece que a Esquerda comprou o discurso.

    Me desculpem os intelectuais e filósofos … o povo quer ganhar dinheiro e o sistema boicotou o país para poder tirar os progressistas do caminho.

     

    1. a esquerda radical tem essa
      a esquerda radical tem essa pecha de divisionista, que não é uma pecha a toa. existe essa preocupação de que os revolucionários devem seguir um programa adequado que, em meio às tempestades sociais, continue apontando para a conquista do poder pelos trabalhadores. e aí na história do socialismo, marx se ligou que os socialistas utópicos não eram apenas parceiros de luta que mantinham divergências. alguns podiam ser bem intencionados até, mas travestidos de socialistas muitos no fundo eram extremamente reacionários. e é isso que não se fala sobre os petistas. comentários como esse não são exceções. essa mediocridade é a língua comum dos petistas. e não se compra briga com eles devido a hegemonia conquistaram na esquerda. a esquerda liberal não é apenas uma idéia diferente de emancipação. ela é explicitamente contrarrevolucionária. e no entanto ela se aproveita oportunamente de todo arcabouço simbólico da revolução. o resultado é o mesmo do stalinismo: a manutenção do poder dessa burocracia dirigente às custas da desmobilização da luta de classes!

      muitos parabéns ao autor do texto, que diz o que precisa ser dito cada vez mais: o PT é uma grande traição da esquerda e da emancipação dos trabalhadores! que caiam os reformistas e conciliadores, que venham os revolucionários!

  8. a importância de cada coisa para cada qual

    Lembro da publicação da entrevista com o Mark Lilla, quando fiquei surpreso com alguém de certa forma concordava com o que eu já vinha dizendo. Semana passada, em conversa com um militante LGBT, perguntei a ele como observador da causa que é, se ele lembrava do tempo que não se via casais homo pelas ruas, praças e shoppings. Num exercício de memória, concluiu que há uns 6 ou 7 anos nada disto (ou muito que raro e chocante) era visto aqui em Recife. Pois questionei se para ele uma novidade nos costumes como esta, em curtíssimo espaço temporal, não seria um “fenômeno” a ser estudado à luz de uma análise de “processos revolucionários”. Outra questão que deixei para pensar foi se as manifestações dos LGBT tem contribuido para “abrir a mente” das pessoas e das “famílias”, ou se tem interrompido o caminho da aceitação pelo confrontamento com aqueles ancorados no “conservadorismo”.

  9. Jacobino

    “É possível que essa gente só possa vir a se sentir atraída para um novo projeto democrático de Esquerda, se chamada por um programa, discurso e prática jacobinos.”

    Hum… o que você propõe?

  10. análise fundamental

    Difícil, mas fundamental nos reconhecermos nisso que nos causa tanto estranhamento hoje. Infelizmente a maior parte dos que se opõem ao radicalismo de direita não consegue estabelecer uma relação dialética com esse outro.

     

     

  11. Seu texto
    Lenim assim como Stalin, foram assassinos do povo contrário a essa política opressora que segue regimes toscos como esse que vc apoia. Mão na China matou 70 milhões de pessoas sobre esse seu regime. Portanto a única lição de regime de merda e que ele não deve se propagar em nenhuma parte do mundo. E felizmente está sumindo o que jamais deveria ter aparecido. E mais Marx era um vagabundo que nunca trabalhou um dia vivendo da fortuna da mulher. Nojo de comunismo

  12. Seu texto
    Lenim assim como Stalin, foram assassinos do povo contrário a essa política opressora que segue regimes toscos como esse que vc apoia. Mão na China matou 70 milhões de pessoas sobre esse seu regime. Portanto a única lição de regime de merda e que ele não deve se propagar em nenhuma parte do mundo. E felizmente está sumindo o que jamais deveria ter aparecido. E mais Marx era um vagabundo que nunca trabalhou um dia vivendo da fortuna da mulher. Nojo de comunismo

  13. Tabu

    O texto é bom, instrutivo e os diagnósticos lembrados pelo Marcos Dantas meio que vão se transformando em um consenso entre as alas mais à esquerda das esquerdas.

    Só sinto falta de um ponto, pelo visto transformado em tabu por nossos progressistas burgueses: 

    Parafraseando o Rui Costa Pimenta, se estamos no meio de um golpe de estado e se tudo no Brasil é fraudado, de jogos de futebol ao judiciário, passando pela grande imprensa, executivo, eleições (vide prisão do Lula) e o escambau, por que razões as votações seriam imunes a tal mar de lama, politicamente financiado pela burguesia selvagem que impera no Bananistão?

    Falta algum articulista inteligentíssimo explicar como é possível a Dilma, em primeiro lugar em todas as pesquisas há menos de 24 horas das eleições, haver ficado de fora do senado. Exemplos como o dela se repetiram à exaustão. Vejamos alguns: Witzel no Rio de Janeiro,  Suplicy em São Paulo, Requião no Paraná e uma incrível base parlamentar do PSL…

    Alguns conformados já falaram que foi a onda “puxadora de votos” do coiso. Mas como assim? Não é fato histórico que brasileiro vota em nomes e não em partidos? Nem o Lula com 62% de votos em 2002 puxou tantos votos para o  PT no parlamento.

    Portanto, ciberneticamente, entre a digitação do voto nas urnas e sua contabilidade o sistema eleitoral também foi fraudado.

    “Ah, mas falar isso é ir contra as regras do jogo, é negar a democracia…”, dizem os “democratas” progressistas bem pensantes.

    Mas, quais regras, qual jogo e qual democracia? Se esquecem que estamos no meio de um golpe e que um general é “assessor” do presidente do STF?  Que o juiz “assessorado” agora diz que a ditadura de 64 foi um movimento? Alguém aí já ouviu falar em guerra híbrida, não é mesmo?

    Eis aí mais uma capitulação das esquerdas em relação aos mitos propalados pela burguesia fraudadora: o mito da “democracia” burguesa.

    Tais capitulações, como sabemos, são ótimas para o avanço da direita. De quebra, o golpe vai se legitimando, vai afastando a fedentina do corpo, linda e “democraticamente”.

    ESSAS ELEIÇÕES ILEGÍTIMAS ESTÃO SENDO FRAUDADAS DE CABO A RABO, INCLUSIVE NO SISTEMA DE VOTAÇÕES ELETRÔNICAS!

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