Gilberto Maringoni
Gilberto Maringoni de Oliveira é um jornalista, cartunista e professor universitário brasileiro. É professor de Relações Internacionais da Universidade Federal do ABC, tendo lecionado também na Faculdade Cásper Líbero e na Universidade Federal de São Paulo.
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Charlie Hebdo: um ataque à imprensa e aos muçulmanos; por Gilberto Maringoni

Por Gilberto Maringoni

Um ataque à imprensa e ao muçulmanos

No blod da Boitempo

O terrível, injustificável e indefensável atentado contra a redação do Charlie Hebdo não pode ser visto apenas como a ação de muçulmanos alucinados que, contrariados com alguns cartuns, resolveram mostrar suas insatisfações através de rajadas de AKs-47.

A teia de processos e acontecimentos que desembocou no sangrento episódio possui profundas raízes na cena política francesa.

A direita propaga, há décadas, a existência de uma suposta “questão muçulmana” a ser resolvida com a proibição da difusão de usos e costumes religiosos em território francês. O combustível essencial é a repulsa aos povos árabes e estrangeiros pobres, potencializado por um nacionalismo conservador. Estariam em perigo a cultura e o modo de vida de uma hipotética “França profunda”. Tais tendências tendem a se acentuar em contextos de crise econômica.

NACIONALISMO CONSERVADOR

Nacionalismo no contexto europeu – que já viveu os traumas do nazismo e do fascismo – não tem o mesmo significado que em países da periferia. Nesses últimos, o termo muitas vezes pode envolver oposição à dominação externa. Na França, o incentivo ao preconceito vem colecionando não apenas agressivos debates públicos, mas pilhas de processos na Justiça.

Os feios, sujos e malvados a serem combatidos não são mais os judeus, os comunistas ou o que vagamente se conhecia por “orientais”. O alvo desses tempos são genericamente árabes e muçulmanos de todos os matizes, os novos bárbaros. A propaganda antimuçulmana na França é uma forma de racismo.

Num país de pouco mais de 60 milhões de habitantes – em sua maioria católicos –, a comunidade muçulmana alcança 10% da população. É a segunda religião em número de fiéis. Não se trata de algo abstrato, mas o resultado de uma imigração potencializada pela vinda de enorme contingente das ex-colônias em busca de vida melhor. São os casos de Argélia, Marrocos, Tunísia e Djibouti, entre outros.

Nessas antigas possessões, os muçulmanos representam mais de 95% da população total. Tais países foram invadidos e explorados ao longo de séculos pela metrópole. Seus processos de independência, na onda de descolonização do segundo pós-Guerra, foram dramáticos e sangrentos.

DISPUTA MAIOR

Embora seja inaceitável qualquer restrição à liberdade de expressão e opinião, é forçoso reconhecer que os cartuns e textos do Charlie Hebdo, com seus ataques a Maomé, estavam inseridos em uma disputa maior. Embutiam também boa dose de intolerância, mesmo que não tenha sido essa a intenção de seus autores.

Mesmo assim, o atentado deve ser condenado sem mediações. Há outras formas de se externar discordâncias.

Foram assassinados, entre outros, Wolinski, Charb e Tignous, ex-chargistas do l’Humanité, jornal do Partido Comunista Francês. Wolinski – nascido na Tunísia – influenciou gerações de cartunistas pelo mundo, com um traço quase caligráfico e desbocadas sátiras de política, sexo e comportamento.

A estupidez dos assassinos municiará de argumentos os apóstolos do preconceito e da xenofobia, aqueles que veem no estrangeiro a matriz dos males da França.

O atentado não foi apenas contra o Charlie Hebdo.

Foi também foi contra toda a população muçulmana do planeta.

Gilberto Maringoni é doutor em História Social pela FFLCH-USP e professor adjunto de Relações Internacionais na Universidade Federal do ABC. É autor, entre outros, de A Revolução Venezuelana (Editora Unesp, 2009), Angelo Agostini: a imprensa ilustrada da Corte à Capital Federal – 1864-1910 (Devir, 2011) e da introdução do romance O homem que amava os cachorros, do cubano Leonardo Padura. Cartunista, ilustrou algumas capas de livros publicados pela Boitempo Editorial na Coleção Marx Engels, como o Manifesto comunista. Integra o conselho editorial do selo Barricada, de quadrinhos da Boitempo.

Gilberto Maringoni

Gilberto Maringoni de Oliveira é um jornalista, cartunista e professor universitário brasileiro. É professor de Relações Internacionais da Universidade Federal do ABC, tendo lecionado também na Faculdade Cásper Líbero e na Universidade Federal de São Paulo.

36 Comentários

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  1. FASCISMO PROMOVE CONFRONTOS

    Corretíssima a interpretação de que o condenável atentado ocorrido contra o semanário francês está inserido num contexto de grande amplitude, que abarca diversas questões geopolíticas historicamente determinadas.

    E a avaliação crítica do amplo contexto geopolítico traz à luz a evidência de que somente a união de todos em prol dos princípios democráticos pode impedir a tragédia global que o fascismo tenta impor a ferro e fogo.

    Neste sentido, vale recordar que a tão alardeada e manipulada liberdade de expressão não abriga a ofensa sistemática e acintosa aos valores e símbolos da cultura alheia.

    Do mesmo modo que mesmo o deboche mais ofensivo à tradição e à simbologia do que quer que seja não autoriza nem justifica violência brutal e covarde como a exibida no trágico episódio parisiense de 07/01.

    Por tais razões, é que o entendimento de eventos lamentáveis desta natureza requer a percepção da existência de uma complexa estrutura voltada para a promoção de conflitos políticos de variadas espécies. Estrutura esta que inclui inúmeras engrenagens de uma indústria pseudo cultural a serviço dos interesses fascistas e belicistas.

    A liberdade dos humoristas de fazerem piadas com o que quer que seja termina onde começa o direito das pessoas terem seus valores culturais respeitados por todos e preservado pelo Estado Democrático de Direito.

    O problema começa a aumentar quando as autoridades deixam de coibir os abusos praticados pela mídia.

    Principalmente quando tais abusos são sistemáticos e evidenciam estarem a serviço do poder econômico mais predatório,vinculado à indústria bélica e a todas as mais deletérias formas de lucrar com a violência e a espoliação.

    Somemos esforços por uma cidadania unida contra o fascismo farsante e vil.

    1. Quero ver vc com esse “belo”

      Quero ver vc com esse “belo” texto no dia que teu irmão (mãe ou filho) forem explodidos por um a facção islâmista radical.

      Entendi tua resenha e toda “diverticulite” para livrar a cara de quem fez isso. Normal.

      Isso se chama “Adolescentismo Ideológico” que está pegando na rede. Gostaria que esse moovimento pé rapado da esquera se chamasse “Rolezinho Ideológico” ou funk mesmo.

       

       

       

    2. Nenhuns “valores culturais” estao acima de críticas

      Desrespeitar valores culturais de outros é queimar mesquitas, invadir centros de candomblé, chutar santas, etc. Nao é fazer charges sobre esses valores, sobretudo quando as charges nao visam propriamente os valores, mas a tentativa de se usá-los para interferir na liberdade de outros. 

      É preciso nao esquecer que as charges contra Maomé de Charlie começaram com a reproduçao das charges de outro jornal nórdico por ocasiao da “condenaçao à morte” daquele escritor que escreveu Versos Satânicos. Foi uma reaçao à barbárie e às tentativas de intimidaçao. 

      1. A VIOLÊNCIA CULTURAL E A CULTURA DA VIOLÊNCIA

        Se você avaliar os argumentos apresentados pelo João Sabóia Jr., disponível no link abaixo, e, principalmente, a charge com a figura de Maomé nu, de quatro, com uma estrela em lugar de destaque, perceberá a impossibilidade de se negar o fato de que piadas de mau gosto sistematicamente reproduzidas podem constituir desrespeito muito grave a alguns valores culturais do que a violência física. E vale destacar que o referido comentário, abaixo referenciado, expressa veemente repúdio ao atentado de 07/01. Bem como que erros nunca servem para justificar outros erros. P.S.: Ver o comentário em  https://jornalggn.com.br/noticia/o-que-o-partido-comunista-frances-tem-a-dizer-sobre-charlie-hebdo

      2. Chutar uma estátua

        Chutar uma estátua ofende.

        Ridicularizar o profeta da religião em cartuns não pode ofender.

        Vai entender a seletividade dessa gente !

         

        1. OK. Retiro o chute à estátua da lista de exemplos

          Ele também nao envolveu morte nem injúria física a ninguém, e nem invasao de espaço, foi apenas um ato simbólico como as charges. Falha minha. Tá contente? E que tal falar sobre o real conteúdo do comentário? Tá defendendo a censura? Acha que religioes nao podem ser criticadas? Essa extrema esquerda tá cada vez mais desorientada… 

          1. Elelê

            Óbvio que religiões podem e devem ser criticadas.

            O problema do Charlie Hebdo é que, de maneira oportunista, usaram sua ” liberdade de expressão” para potencializar um preconceito já existente e latente, contra o islamismo.

            Já escrevi aqui ontem, se eu fizer uma revista só de charges do cristianismo no Brasil, tá tudo certo, afinal, na sociedade eles não são discriminados, muito pelo contrário.

            Por outro lado, se eu fizer uma revista com muitas charges ridicularizando, e são ridículass mesmo, tanto quanto as outras, as religiões afro-brasileiras, não dá uma semana para meterem o pau em mim por estar potencializando um preconceito que já existe contra quem pratica essas religiões.

            Tudo no mundo é relativo, minha querida. Nada está livre, leve e solto no tempo, no espaço e na história. Nem a liberdade de expressão, que deve ser exercida com responsabilidade.

          2. Vc é quem está descontextualizando

            E em primeiro lugar, nao sou sua querida, dobre a língua. 

            Vc está descontextualizando a publicaçao das charges sobre Maomé, que começaram quando foi feita uma conclamaçao para que muçulmanos matassem aquele escritor que escreveu Versos Satânicos. Acha que todos deveriam calar-se diante disso? 

            Charlie NAO ERA uma revista islamofóbica nem racista, ao contrário, era uma publicaçao de esquerda, que inclusive combatia o racismo da Frente Nacional. Apenas lutava contra o fundamentalismo religioso, nao só do Islã mas de qualquer religiao. As charges debochando da ICAR também sao incríveis. 

          3. Minha querida

            Tentei te explicar.

            Fazer uma charge contra cristãos na França só os fará rir. São os dominantes. 

            Fazer uma charge contra os islâmicos, potencializa a discriminação da qual eles já são vítimas diariamente.

            Você deve achar que uma charge ridicularizando judeus no final da década de 20 na Alemanha também não era nada mais que liberdade de expressão.

             

          4. Os judeus na década de 20 nao mandavam matar ninguém

            E nao ponha argumentos que nao dei na minha boca. Nao defendo liberdade de expressao sem limites. Defendo que A DE CHARLIE era justificável. 

            E deixa de ser cretino, cara. Vá chamar de querida a quem te suporte. 

          5. Ahã!
             
            Logo após o

            Ahã!

             

            Logo após o assassinato de mais de 1.000 militantes da Irmandade Muçulmana pelos militares golpistas no Egito:

            “Matança no Egito – O Corão é uma merda! Ele não pára balas!”

            https://haagspraak.files.wordpress.com/2015/01/charlie-hebdo-frontpage-koran-is-shit.jpg

            Na legenda:

            “As escravas sexuais do Boko Haram indignadas: Não toquem no nosso salário-família!”

            http://laiciteetsociete.hautetfort.com/media/00/01/287064428.png

             

            Viva a “liberdade de expressão”!

  2. Eu apenas acrescentaria da

    Eu apenas acrescentaria da agravante de que a taxa de crescimento demográfico da população muculmamana maior que a a população franca o que incendiar a disputa por mais espaco

  3. Luis Nassif, onde você quer

    Luis Nassif, onde você quer chegar publicando esse tipo de post?

    Chegar à verdade certamente não é.

    Neste caso de 12 vidas inocentes ceifadas não existe o outro lado. Se há, vá lá explicar para os entes dos 12 assassinados (e para humanidade) a motivação da matança.

    Em não me venham com o caso do Iemên e outras barbaridades para justiicar esse ato pavoroso.

     

    1. O artigo é ótimo. É claro que

      O artigo é ótimo. É claro que as pessoas simplistas, maniqueístas não vão entender que não se trata de um ato atoa que nasceu do nada.

      Agora, vá lá explicar para a famílias dos inocentes mortos e torturados por EUA e Israel (e para a humanidade) a motivação da matança e da tortura. 

      Me explica as milhares de vidas que são ceifadas todo ano em nossas periferias, essas mortes não são tão imoportantes,? Só por que não são arianos ocidentais?

      Anadar livre, pensar livre.

       

       

    1. Isso só reforça a minha tese

      Isso só reforça a minha tese de que isso tudo foi um grande teatro sangrento perpetrado pela aliança entre nazijihadistas e a extrema direita neofascista na França com o objetivo de espalhar o terror e o ódio, pois é só assim – e em meio ao uma devastação econômica – que eles chegam ao poder. Já estão prontinhos para isso, tudo isso foi armado e muito bem armado.

    2. charge mentirosa

      Esta montagem que circula na internet é falsa. Na verdade o jornal que publicou e foi multado foi o Minute Hebdo.

      Em editorail o Charlie Hebdo repudiou a charge.

       

  4. Ocidente versus oriente

    Tenho visto muitos textos tentando explicar o que aconteceu. Não estão de todo errado, mas não é apenas isso. Não é porque a França isso, os franceses aquilo. O choque de civilizações teve hora e lugar e continua.

    Ontem e hoje houve muita violência em Paris. Escolas fecharam, a enorme perimetral parisiense foi fechada, a cidade parece em estado de sitio. Os dois suspeitos do atentado a Charlie Hebdo, segundo o site do Le Monde, foram mortos pela policia agora a pouco, com troca de tiros, reféns e esse fim ja meio que esperado.

    Conheço bem Portugal, Espanha, Italia, Alemanha e o Reino Unido. Conheço brasileiros e outros imigrantes que moram nesses paises, todos com os mesmos problemas da França, no quesito imigração. Uma população local assustada com o suposto aumento de imigrantes, provocado pelos intensos discursos da Direita européia de que a crise econômica existe porque ha muito imigrante, de que a violência aumentou por causa da abertura das fronteiras da Comunidade Européia (os Roms-ciganos). Na Alemanha dizem ter muitos turcos, na Inglaterra crêem ter muitos paquistaneses, indianos e agora poloneses, na Espanha o problema são os latinos e arabes, em Portugal os brasileiros e imigrantes africanos das ex-colônias portuguesas, na França principalmente magrebinos, africanos e chineses.

    Sinceramente, conheci como viviam estudantes estrangeiros e imigrantes em todos esses paises, estudei em alguns deles, e apesar de todos os problemas citados, a França, principalmente Paris, continua sendo um dos melhores paises para se imigrar, onde pode-se viver muito bem, com sua crença etc. Eh claro que existem os racistas, os idiotas, mas esses, ja constatei, estão até nos lugares mais remotos do planeta. O aumento da xenofobia tem parte nisso tudo, mas não explica tudo.

    Os magrebinos, muçulmanos ou não, estão em todos os escalões hoje na França. São Executivos, prefeitos, profissionais liberais (muitos são médicos ou advogados) etc. 

    Enfim esse ataque é o feito de radicais que em qualquer situação em que pudessem atacar um grupo ocidental, principalmente depois que a França esteve no Mali, atacariam e matariam, para lembrar ao Ocidente que eles não podem sempre mandar e decidir tudo.  

     

  5. sentimentos ao povo francês e a civilização francesa

    Todas as religiões são fundadas sobre o temor de muitos e a esperteza de poucos. Stendhal

    Religião é uma coisa excelente para manter as pessoas comuns quietas. Napoleão Bonaparte

    O caminho para conseguir um milhão de dólares é fundar uma religião. L. Ron Hubbard

    Se pelo menos Deus me desse um sinal! Algo como fazer um depósito gigantesco em meu nome num banco suíço. Woody Allen

    Esquimó: Se eu não soubesse nada sobre Deus e pecado, eu iria para o inferno?

    Missionário: Não, não se você não soubesse.

    Esquimó: Então por que voce me disse? Annie Dillard

    O comportamento ético de um homem deveria ser baseado efetivamente em simpatia, educação e laços sociais; nenhuma religião é necessária. Os homens estariam em uma situação muito ruim se tivessem que ser reprimidos pelo medo da punição e esperar pela recompensa após a morte. Albert Einstein

    Se Cristo estivesse aqui, uma coisa ele não seria – um cristão. Mark Twain

     

    “Um dia Luis IX, o rei-santo (1214-1270) estava acampado em Acre. Passou uma tropa de peregrinos armênios cristãos que iam a Jerusalém pagando um tributo aos sarracenos que os cercavam.”

     

    Na França também há o espírito cidadão da cultura igualitária e respeito ao indivíduo (o indivíduo na sociedade ocidental só se afirma com a Constituição Americana e a Revolução Francesa – Jacques Le Goff).

    No inverno passado (2012), uma amiga estudante esteve em Paris. Numa manhã de compras na loja de perfumes da rede Sephora, ela observou a seguinte cena:

    Um mendigo de rua, branco, francês, cumprimenta o segurança negro na porta e entra na loja. Dirige-se até um espaço onde estão disponíveis graciosamente – para apreciar e provar e sentir no corpo – fragrâncias e marcas perfumadas e asperge com classe com gosto com vontade uma colônia escolhida. Asperge pelo corpo todo… Toma um banho de colônia borrifada tal qual um pai de santo se benzendo se borrifando… Depois do ritual, dirige-se para a porta da loja e cumprimenta novamente se despedindo do segurança negro que retribui o aceno educado. E o mendigo francês segue seu caminho perfumado pelas ruas da cidade. Em seguida, essa minha amiga observou uma meia idade executiva entrar apressada e cumprimentar a vendedora conhecida (uma moça portuguesa) da loja e fazer praticamente o mesmo rito perfumado na faixa na moral que o mendigo de rua parisiense fizera minutos antes sem ser incomodado e na maior classe…igualitária.

     

    balela do Estadão… acho que algum Mesquita afrancesado bon vivant distraído escorregou no cocô de cachorro parisiense tão típico das ruas de Paris e resolveu vingar-se de fato fecal malcheiroso mandando publicar no latifúndio escritural da família midiática démodé de antigo regime meias verdades com pressão injuriosa do lápis vermelho jornalístico no racismo dos diabos son nosotros diversionista sensacionalista pra cima da brava heróica cidadania revolucionária liberal-democrática da civilização francesa…

    “Mas em nenhum lugar se encontrava a despreocupação ingênua e maravilhosa da vida como em Paris, onde ela se confirmava gloriosamente na beleza das formas, na doçura do clima, na riqueza e na tradição. Cada um de nós jovens assimilava algo dessa leveza e colaborava com ela: chineses e escandinavos, espanhóis e gregos, brasileiros e canadenses, todos sentiam-se em casa junto ao Sena. Não havia opressão, podia-se falar, pensar, rir, xingar como se quisesse, todos viviam como lhes agradava, em companhia ou sozinhos, perdulários ou econômicos, com luxo ou na boêmia, havia espaço para todas as singularidades e cuidava-se de todas as possibilidades.

    […]

    Podia-se estar vestido de qualquer jeito; os universitários passeavam com seus barretes coquetes pelo Boulevard Saint-Michel, os rapins por outro lado, os pintores davam suas pinceladas grossas, usando os seus chapéus largos como cogumelos e paletós de veludo preto, os operários vagavam despreocupados pelos mais distintos bulevares em seus blusões azuis ou em mangas de camisa, as babás com suas largas toucas bretãs, os garçons em seus aventais azuis. Não era preciso esperar pelo 14 de julho para que alguns casais começassem a dançar na rua à meia-noite, e o policial assistia a tudo rindo: afinal a rua era de todos! Ninguém se envergonhava diante de ninguém; as mocinhas mais bonitas não sentiam vergonha de andar de braço dado com um negro retinto até o petit hôtel mais próximo – quem em Paris estaria preocupado com tolices recentes como raça, classe e origem? As pessoas andavam, falavam, dormiam com quem lhes agradasse e não ligavam umas para as outras. 

    […]

    Paris conhecia apenas contrastes lado a lado, não em cima e embaixo; não havia fronteira entre as ruas luxuosas e as ruelas sujas ao lado, e por toda parte a vida era fácil e alegre.

    […]

    Porém, naquilo que tem de mais remoto e recôndito nunca se conhece um povo ou cidade pelos livros nem andando intensamente através dela, mas apenas e unicamente através de seus melhores habitantes. Só pela amizade intelectual com seus moradores a gente adquire uma visão das verdadeiras relações entre povo e país; toda observação externa fornece sempre uma imagem ilegítima e apressada.”

    O Mundo Que Eu Vi, de Stefan Zweig. Tradução de Lya Luft, 1999.

  6. Acabo de acompanhar a

    Acabo de acompanhar a entrevista ao vivo na GloboNews do Deputado Socialista Eduardo Rihan Cypel, ele nasceu no Brasil e hoje é deputado lá. falando direto de Paris, integro, impecavel e perfeito. Uma analise perfeita desse tipo de terrorismo do chamado “lobo solitário” que são pessoas que podem se radicalizar sozinhas sem ter qualquer contato direto com organizações extremistas. A frase do dia “A democracia não pode ser pervertida no combate ao terrorismo”,

    1. O nobre deputado que falou na

      O nobre deputado que falou na Globo News ( eu não vi, não assisto TV), está mal informado. Lobo solitário não é uma pessoa que se radicaliza ‘sozinha’ sem contados com grupos organizados. Lobo solitário é uma estratégia de ‘resistência sem liderança” criada pelo supremacista branco (neonazi) americano Louis Beam na década de 1980, com o objetivo justamente de preservar as células e não permitir o desmonte de redes neonazistas, sacrificando alguns adeptos da ideologia nefasta para provocar o terror e o ódio. Qualquer coisa, os que perpetuam os atos são tidos como ‘isolados’, ‘loucos’  ou meros ‘criminosos’. O atento em Oslo na noruegua em 2011 foi feito da mesma forma como vários dos atentados da extrema direita nos EUA, alguns inclusive que nem aparecem na mídia como sendo ‘atentados terroristas’.

    2. “lobo solitário”

       O deputado socialista cumpriu seu papel: defender a incompetencia do governo Hollande, o papinho de “lobo solitário”, como o recentemente ocorrido na Australia, não se aplica as “células européias” ( sjc : sleepings jihadists cells ).

  7. FRANCES  MEDIO E RACISTA SIM

    FRANCES  MEDIO E RACISTA SIM EM VILE JUIF PARIS ASSISTI O QUANTO SAO MALTRATADOS NOSSOS IRMAOS PORTUGUESES QUE ALI TEM PEQUENA COLONIA

  8. Nenhum ser humano, por pior

    Nenhum ser humano, por pior que seja deve morrer em nome de religião alguma.   Toda religião que se alia a política e ao poder econômico, deixa de ser religião e passa a ser instrumento de aliciamento em prol do status quo, ao qual  serve e é servido.  O que é da carne é da carne, o que é do espírito é do espírito, ou seja, o material não se mistura, não se sobrepoem ao espiritual.

    O assunto religião continua a fazer estragos por toda a parte, até mesmo nesse  blog.  Já vi posts de cunho religioso servir de discussão, truculência, insultos e desagravos.   Isso prova que não é fácil se desvencilhar de milênios de dominação.

    Não existe modo mais fácil de impor medo, subjugação e submissão a povos e pessoas do que através da religião. 

    O próprio Cristo que não fundou religião alguma, se opôs veementemente aos fariseus, aos que clamavam senhor! senhor! em altas vozes para serem ouvidos e notados pela plebe nas portas e interior das sinagogas sempre com objetivos inconfessáveis aliados sempre ao poder reinante.  Para aqueles que são cristãos, há na bíblia o exemplo de Anás e Caifás, sumos sacerdotes do templo que serviam ao poder político de Roma, e ao poder religioso hebreu.

    Desde que o mundo é mundo a religião está inserida no poder político e econômico de povos e nações.  Desde priscas eras era necessário ter o controle total das massas, e a maneira mais letal de conseguir tal façanha era através do uso do poder religioso.  Não existe poder mais seguro e fácil de  manipular, intimidar, coagir, ameaçar do que impor aos povos um poder sobrenatural, desde que esse poder seja exercido por um sacerdote imposto ou que trabalhasse  em consonância com o poder político vigente.  Inventaram até a infalibilidade papal, onde sacerdotes eram os representantes de deus na terra e outras sandices mais, e o populacho acreditou.  A fé tem que ser raciocinada, fé cega é  letra que mata.  Nada mudou desde a origem da civilização até os dias de hoje, no tocante a princípios religiosos.  Geralmente o sacerdote, seja ele, padre, papa, pastor, rabino, sheik são homens falíveis que teimam em conduzir rebanhos para o seu rol de interesses.  Na atualidade é comun sabermos de “religiosos” assassinos, ladrões, tarados, pedófilos gente que deveria estar atrás das grades, e que estão conduzindo ovelhas para seus apriscos de interesses tacanhos e pervertidos.  Conspurcaram o verdadeiro cristianismo, sujaram-no de sangue, misturaram-no com o poder político e econômico para se servir dele.  Hoje com o poder religioso posto a baila, sobrou para manipulação o poder midiático. 

    O assunto envolvendo o assassinato dos chargistas na França tem muito a ver com essa política de dominação através do poder religioso, que tenta se passar por puro, casto, intocável.   Não sou expert no assunto, porém penso que se estou na residência de alguém que não é a minha, tenho que seguir as regras da casa do anfitrião.  Nesse caso o anfitrião é a França, os muçulmanos não são originários de lá, foram para lá com múltiplos interesses, ninguém os obrigou a estarem lá, logo que se adaptem aos costumes franceses ou caiam fora.  A França não é seus lares de origem, seus ancentrais não são franceses, portanto cabe a eles se enquadrarem nos preceitos franceses de civilidade e cidadania.  Se não estiverem satisfeitos que retornem a seus países de origem.  Não! não compactuo com aqueles que acham que o periódico Charlie faz apologia ao deboche, ao escracho da fé alheia, aqueles que estiverem incomodados que não comprem ou não lêem a revista.  Tudo que desejam é a censura em forma de inibição, a quem não compactua com suas  crenças.   Vejo com profunda preocupação essa questão de meia dúzia de insurgentes querer impor suas crenças e hábitos a outrem.  Nunca é tarde para lembrar a frase, os incomodados que se mudem.  Se a França é tão desreispeitosa para com as suas crenças, que voltem para seus países de origem.

  9. Atentado de bandeira falsa

    Sei não. Acho que já vi esse filme antes. O que eu nunca vi é terrorista carregar o RG no bolso para cometer atentados (nem que a mãe insistisse!).  Isto seria bizarro até nas rigolades do Charlie! A propósito, os gajos tinham treinamento de tropa de elite, a ver pela desenvoltura eficaz como cometeram o atentado. Sendo assim, seria esperado que carregassem mais outras armas, granadas, o escambau, mas jamais se importariam em levar consigo um documento de identidade nas vestes.

     

    1. E fugir sem dinheiro ?

      E fugir sem dinheiro ? (“assaltaram um posto”)

      E se esconderem numa gráfica que trabalha com publicidade ??  É ´serio sobre o local…o local onde dizem que estavam e foram mortos é uma gráfica.

      E o  horário que “invadiram os dois locais ? é o horário fuso e Paris da reza do mulçumano no mundo.

      Por fim, não havia nenhum refém mantido na gráfica. (os jornalistas sabiam)

       

      Sinceramente, pra mim…está tudo muito nebuloso.

       

  10. Posso estar enganado, mas me

    Posso estar enganado, mas me parece que a questão a ser respondida não é até onde pode ir a liberdade de imprensa e sim até onde deva ir a liberdade de expressão religiosa. 

    Será que alguns muçulmanos, em nome de sua visão de mundo, podem matar, ameaçar quem detenha visão diferente, constranger, oprimir as mulheres e as minorias sexuais?

    O fato é que os franceses, preconceituosos ou não, permitem que se construam mesquitas em seu país, que clérigos muçulmanos expressem seu ponto de vista etc…

    Já em muitos países muçulmanos ser adepto de outra religião é flertar com a morte.

    Dizer que o Alcorão não tem trechos que incentivam a guerra religiosa e a perseguição aos que pensam diferente é besteira. Na verdade a Bíblia também tem muitos trechos de ódio inacreditáveis. 

    Mas muitos judeus, cristão e muçulmanos aprenderam a contextualizar seus livros sagrados, não os seguindo ao pé da letra.

     O pasquim francês é xenófobo, rascista e preconceituoso. Isso não dá a qualquer religioso o direito de matar em nome do que acredita.

    1. É, Ulderico, e o que se vai

      É, Ulderico, e o que se vai fazer, fechar as mesquitas, proibir os muçulmanos de se expressarem, expulsar os imigrantes ?

      A Europa está colhendo o que plantou, com sua xenofobia e seu rascismo. Os militantes do fundamentalismo islâmico ajem motivados pelas décadas de desprezo e desrespeito. Sem saber como se defender, sem ter como modificar a situação em que vivem, se entregam ao desespero, como fazem os palestinos com suas pedradas contra Israel.

      A sociedade francesa, a sociedade européia, estão profundamente corrompidas pelo preconceito.

      Há de se lamentar, porém, a ação que vai provocar ainda mais discriminações contra os muçulmanos.

      É pena também que tenham executado os rapazes sem investigação, sem ouví-los. A polícia poderia ter vencido pelo cansaço, já que estavam cercados. Agora jamais poderemos saber se tudo isso não foi armação.

      1. Maria volta e leia de novo o

        Maria volta e leia de novo o texto dele antes de falar abobrinha.

        Se nao entendeu peça para algum conhecido DESENHA-LO para que voce talvez consigar entender , nao é tao complicado assim.

        Cada bobagem que a gente lê, melhor do que ser cego né? rs

    2. Vc está enganado sobre o Charlie Hebdo

      Nao era uma revista xenófoba, racista e preconceituosa — ao contrário, era anti-racista e combatia a Frente Nacional. O que era, sim, era extremamente anticlerical, e contra a opressao religiosa, aliás contra qualquer religiao, nao só contra o Islã. 

  11. Até tu, Brutus!

    Professor Maringoni, puxa, que decepção!

    Acho que o senhor não lê costumeiramente Charlie Hebdo. 

    Intolerância eles sempre tiveram apenas contra os intolerantes e a intolerância.. E não era sem intenção não, era escancaradamente intencional.

    E uma tristíssima conclusão: “Mesmo assim, o atentado deve ser condenado sem mediações. Há outras formas de se externar discordâncias.”

    “Mesmo assim”? Quer dizer que mesmo havendo razões para não fazê-lo, deve-se condenar o atentado?

    “Outras formas”? Quer dizer que este assassínio não deixou de ser uma “forma de externar discordância”?

    Putzgrilla, a turma do Charlie Hebdo esta levando bala até agora.

     

     

  12. 28/09/2012

     

     

     

    Maomé também quer rir

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    A ideia de que é possível fazer piadas de mau gosto e ofensivas sobre certos grupos é algo extremamente comum na nossa sociedade, pois a noção de que “uma piada é apenas para fazer rir, não é algo sério, e quem se ofende com isso é intolerante” é muito forte; no entanto, esse tipo de discurso apenas disfarça o sentido político e ideológico de um humor reacionário

    28/09/2012

     

    José Coutinho Júnior

     

    Nas últimas semanas, a palavra “intolerância” tem descrito os protestos no mundo islâmico, que acabaram resultando em pessoas mortas e feridas. Iniciados por um trailer de um filme chamado “A inocência dos mulçumanos”, que satiriza o profeta Maomé, e seguido por diversas caricaturas irônicas do profeta em uma revista francesa chamada Charlie Hébdo, os episódios mostram a intolerância com que nossa sociedade trata uma cultura que sequer conhece propriamente, disfarçando o preconceito sob o manto de um humor supostamente inofensivo.

    O editor da revista Charlie Hébdo, conhecido como Charb, alega que resolveu lançar uma edição polêmica com o objetivo de defender a liberdade de expressão. “Se começarmos a nos questionar se temos ou não o direito de desenhar Maomé, se é perigoso ou não fazê-lo, a questão seguinte certamente será: ‘podemos representar os muçulmanos em nosso jornal?’ etc. E, no final, não poderemos mais fazer representação de nada. Assim, o punhado de extremistas que está se agitando no mundo inteiro terá vencido”. Vale notar que o jornal, que costuma vender 45 mil exemplares, já vendeu 75 mil edições, e já prepara mais 200 mil para levar às bancas.

    A fala do editor levanta um tema central: a forma como os muçulmanos são representados na mídia e no imaginário popular. O muçulmano que a Charlie Hébdo quer representar não passa de uma imagem, um estereótipo de um ser irracional, cego pela fé e violento. A revista não se esforça, com essa atitude, em retratar os muçulmanos como pessoas de verdade, e fazendo isso, ela cai na armadilha de se tornar exatamente o que critica: irracional ao desumanizar um povo inteiro, cega para tentar compreender a realidade, e violenta ao atacar superficialmente o que desconhece.

    Nesse sentido, o humor tem um papel importante em mascarar o discurso reacionário da publicação, transformando-o em algo progressista. Sob o manto de uma suposta “neutralidade do riso”, a revista diz defender a liberdade de expressão; só porque é possível ironizar o “radicalismo islâmico”, não quer dizer que se deva fazer isso em um momento no qual protestos irrompem justamente por causa disso. O histórico anti-islã da publicação remonta à 2006, quando ela reproduziu caricaturas de Maomé publicadas em um jornal dinamarquês de extrema-direita, chamado Jyllands-Posten.

    Em 2011, quando a redação da Charlie Hébdo foi incendiada após o anúncio de que a revista publicaria caricaturas anti-islâmicas, a publicação disse em editorial que “compreendemos perfeitamente que um muçulmano não queira ver desenhos de seu profeta, nem comer porco, muito menos rir dos desenhos de ‘Charlie’. Mas há outros que não são muçulmanos. Portanto, temos direito de desenhar Maomé, comer porco ou rirmos de qualquer coisa. Também não somos cristãos, judeus ou budistas”.

    A ideia de que é possível fazer piadas de mau gosto e ofensivas sobre certos grupos é algo extremamente comum na nossa sociedade, pois a noção de que “uma piada é apenas para fazer rir, não é algo sério, e quem se ofende com isso é intolerante” é muito forte; no entanto, esse tipo de discurso apenas disfarça o sentido político e ideológico de um humor reacionário, que não tem o propósito de criticar a estrutura social, apenas ofender um grupo para com isso vender mais exemplares e parecer mais libertário do que realmente é.

    Ao dizer que o humor não pode ser criticado ou questionado por ser apenas algo que faz rir, este se torna algo sagrado, e seus religiosos defensores, muitas vezes extremistas desqualificam qualquer argumento contrário. Essa visão do humor também dá liberdade aos seus interlocutores de falarem o que quiserem, sem que isto tenha consequências. A própria Charlie Hébdo, ao ser processada em 2006 pelas caricaturas anti-islã, foi absolvida em primeira e segunda instâncias.    

    O que o episódio da Charlie Hébdo mostra é que o humor nunca é algo neutro; pelo contrário, é uma forma de transmissão de ideias poderosíssima, que pode tanto mostrar a hipocrisia da sociedade em relação a determinados temas, quebrando noções estabelecidas da forma mais irônica possível, como pode reforçar preconceitos já existentes.

    No Brasil, por exemplo, o jornal O Pasquim, engajado na denúncia dos abusos do regime militar, foi exemplo do humor emancipador, ao passo que os quadros do programa Zorra Total, que se utilizam de personagens pobres, negros e homossexuais para basear suas piadas, muitas vezes ofendendo os grupos retratados, é um exemplo do humor que apenas reforça preconceitos.

    Com isso não se quer dizer que não se pode fazer piadas com esses grupos, ou no caso, com os muçulmanos. O problema reside nessa concepção de humor “politicamente incorreto”, que é polêmico apenas pelo fato de ser polêmico, e nos humoristas, que não conseguem enxergar a sua atividade como uma forma de transmissão de ideias.

    Um humorista que entende o papel de sua atividade pode, por exemplo, usar um personagem homossexual para criticar o preconceito e a violência pela qual a população LGBT está sujeita, assim como pode se utilizar de um muçulmano para mostrar a hipocrisia da nossa sociedade em rotular todos os islâmicos como terroristas, violentos e fanáticos.

    Se a Charlie Hébdo quisesse ser de fato uma revista polêmica em relação a este tema, fazendo um humor de qualidade, ela usaria de um personagem muçulmano, vivendo uma vida comum, para mostrar o quão absurdas são as nossas concepções em relação àquele povo. Com isso, a crítica social seria feita, os muçulmanos seriam representados de uma forma que não fosse ofensiva a eles, e também poderiam rir da piada.       

     

  13. o título é claro.
    não há

    o título é claro.

    não há maniqueísmos.

    todo mundo perdeu.

    principalmente os muçulmanos.

    e pode crer que a direita, a começar pela europeia,

    faturará adoidado em função dessa desumanidade.

    como ocorreu depois do atentado das torres gemeas, novas

    fórmulas de repressão serão inventadas pela direita

    para combater o terrorismo.

    e quem dirá que isso e aquilo  é terrorismo?

    ou que aquele ou aqueloutro é terrorista?

    essa mesma direita especializada em simulacros e planos diabólicos.

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