Andre Motta Araujo
Advogado, foi dirigente do Sindicato Nacional da Indústria Elétrica, presidente da Emplasa-Empresa de Planejamento Urbano do Estado de S. Paulo
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Uma moeda estável em um país instável, por André Araújo

 
Por André Araújo
 
A implantação do Plano Real foi realizada por economistas ideológicos fundamentalistas neoliberais, mas com sólida formação e bom nível profissional. Escrevi dois livros A ESCOLA DO RIO e MOEDA E PROSPERIDADE de crítica a essa  ideologia então aplicada ao Brasil, raiz de nosso males de hoje pelas distorções que instalou ao trocar de moeda sem corrigir os desequilíbrios que causavam a inflação.
 
A inflação é a febre e não a doença, trocou-se de moeda sem curar a infecção. Mas devo respeitar o gabarito intelectual de Gustavo Franco, Edmar Bacha, André Lara Resende, Pérsio Arida e outros da equipe do Real, tinham uma política e a puseram de pé. 
 
Hoje, o mesmo fundamentalismo neoliberal, fora de moda em todo mundo civilizado, está sendo aplicado a frio no Brasil por cérebros de muito menor calibre e que levarão o País a uma crise social e política no limiar de uma guerra civil.

 
Prévias dessa situação estão sendo demonstradas em tempo real nos assassinatos e saques em Vitória, capital de um Estado-vitrine do “ajuste fiscal”. Essa crise em um Estado que executou minuciosamente a cartilha ortodoxa está chocando os ideólogos do “ajustismo” que não conseguem entender como não deram certo suas políticas que deveriam levar ao paraiso econômico de quem faz tudo certinho. 
 
A entrevista de Miriam Leitão com um exaltado governador Paulo Hartung é muito reveladora. Entrevistado e entrevistadora estão ambos aparvalhados, “como assim não deu certo?” O governador, na falta de outros argumentos, coloca a culpa nos policiais militares, suas esposas e filhos.
 
Miriam parece concordar, ela é a “musa do ajuste”, espécie de Rosa de Tokyo que prega pelas ondas hertzianas as maravilhas das políticas fundamentalistas. Aliás, o Sistema Globo está exagerando nos elogios a Meirelles por causa de milímetros de redução em um dos índices de inflação, apresentando essa mera estatística como uma extraordinária vitória que salva a economia brasileira.
 
Como um coro de música sacra, os jornalistas da Globo rasgam loas a esse mítico feito, que não tem a mínima importância dentro da mega recessão, é um grão de areia no tamanho da crise, não vai gerar um emprego de gari, querendo fazer o espectador crer que isso demonstra o acerto da política econômica.
 
Dony di Nuccio disse, sem ruborizar, que “agora o Banco Central mostrou que valeu a pena ser conservador”, como se essa mera planilha gráfica tivesse efeitos sobre o preço da comida nos supermercados, que em nada refrescaram a vida dos pobre e muito menos dos desempregados, é uma inflação teórica reduzida em milímetros, nem toca na conta do pão. 
 
No programa PAINEL da Globonews de ontem, 11 de fevereiro, três economistas de vitrine,  escrevem em jornais importantes, José Roberto Mendonça de Barros, Zeina Latif e Alexandre Schwartsmanm, ao fim de uma hora de narrativas concluíram que a recessão ainda vai durar muito, há  tênues sinais, segundo eles, para algum alívio no desemprego e não tiraram nenhuma conclusão sólida sobre de onde virá o crescimento, se é que haverá. 
 
O problema é que NÃO há nenhuma comprovação teórica ou empírica de que inflação muito baixa incentive o crescimento. Não há na história econômica essa correlação. O Japão tem inflação zero ou negativa, abundância de poupança e a economia não cresce. 
 
Os economistas de mercado não conseguem separar investimento “financeiro”, algo que eles conhecem e geralmente trabalham com isso, e investimento “produtivo”, daquela pequena empresa com 10 empregados e que ao contratar mais 3 empregados porque suas vendas estão aumentando, faz o País crescer, o emprego crescer e a arrecadação crescer. 
 
Essa empresa, e dezenas de milhares como ela, cresce quando há DEMANDA para seus produtos e isso não depende de inflação baixa, às vezes ao contrário.
 
Minha sogra tinha uma pequena fábrica de 9 empregados em 1944, trinta anos depois, em 1974 tinha 400 empregados, cresceu exclusivamente com reinvestimento de lucros porque havia DEMANDA para seus produtos (material elétrico) isso em um período de completo caos inflacionário.
 
Os economistas do PAINEL da Globonews ao fim do programa pareciam aparvalhados, sem nenhuma ideia ou proposta de solução, apenas mais do mesmo, em economia há escolas variadas de pensamento, porque William Waack convida três economistas de idêntica escola, todos pensam numa só linha, se é um painel para debates que tal convidar pelo menos um de outra linha, como António Corrêa de Lacerda, Reinaldo Carneiro ou Laura Carvalho, todos professores de excelente currículo.
 
 De que adianta convidar três economistas que vão dizer a mesma coisa com diferenças tão sutis que sequer são percebidas? Os economistas de mercado não conseguem ver saída da recessão e portanto da recuperação de emprego antes de dez anos MAS não há na vida real esse tempo de espera, as pessoas precisam trabalhar para sobreviver, para comer, para comprar material escolar, para cuidar de sua saúde e de seus filhos, não podem esperar dez anos para que as planilhas desses economistas atinjam suas duvidosas “metas”, o Brasil não tem escassez de nada, pode produzir tudo o que seus habitantes precisam, não depende de importação, porque não se pode atender a população que precisa consumir mas não tem emprego para pagar as compras?
 
O tempo econômico precisa se acertar com o tempo social e isso só se faz com expansão acelerada, e não com políticas recessionistas visando garantir a renda dos aplicadores. 
 
A crise de 2008 nos EUA que poderia causar uma mega recessão foi resolvida em seis meses com gigantesca injeção de dinheiro do Tesouro, o TARP deu diretamente US$780 bilhões, mas a ajuda real foi de US$ 7 trilhões, os EUA saíram da crise rapidamente, nem chegou a haver recessão. 
 
Crises extraordinárias exigem MEDIDAS EXTRAORDINÁRIAS  e não receitas de bolo, o tempo social tem total precedência sobre as fórmulas de cursinhos. 
Se, em 1933, Roosevelt seguisse as cartilhas fundamentalistas de Herbert Hoover e Eugene Meyer, chairman do Fed, a recessão não acabaria nem em 50 anos. Grande depressão exige ideias novas, revolucionárias, inteligência no seu sentido de solução de problemas. 
 
Para os crentes dessa seita burra, como a inflação só aumentou 0,38% no mês, quando esperava-se 0,55%, então por causa disso os juros vão cair (quanto? aonde?) e com essa queda dos juros a economia deslancha. 
 
Como é que se pode vender isso como algo decisivo?  Essa queda de um quinto de um por cento refresca o desemprego? Como esses jornalistas tem coragem de se olhar no espelho? Quando se manipulam números em economia é preciso relativizar, contextualizar, esse índice foi conseguido com a queda forçada do dólar através de super intervenção do Banco Central a custa de swaps cambiais que em 2016 deram prejuízo só em um semestre de R$207 bilhões, dólar empurrado para baixo visando melhorar o índice de inflação, mas  que prejudica  imensamente as contas públicas,  o BC manda a fatura da “segurada” do dólar para o Tesouro pagar e atrapalha enormemente as exportações, o que também reduz o emprego. 
 
Melhor, muito melhor seria uma dólar a R$3,80, mais exportações, menos custo para o Tesouro com um índice de inflação maior, ruim para os rentistas de Miami e bom para milhões de brasileiros pobres.  
 
Uma política de ajuste a frio em cima dos mais pobres, sem nem de leve tocar nos 16.000 mega salários nas Assembleias, Poder Judiciario, Ministerio Publico, Câmaras de Vereadores e Congresso Nacional, onde ninguém teve vencimentos e auxilios reduzidos ou parcelados, vai levar a múltiplas situações-Vitória, é o “ajuste-pelos-pobres” e não pelo topo da pirâmide.
 
 O ajuste como combate ao desperdício pode e deve ser feito MAS com outros critérios. Por exemplo, o aluguel de prédios públicos absurdamente caros em áreas nobres quando nas grandes cidades há prédios vazios  de aluguel modesto, o INSS tem prédios abandonados que podem ser recuperados e usados pelo poder público, as corporações jurídicas tem se esmerado na expansão de gastos em prédios novos e luxuosos em meio à mega recessão, a ideia é dar conforto aos burocratas e não atender ao cidadão que demanda seus serviços.
 
Os salários acima do teto são outro imenso desperdício, desde o Congresso onde são milhares de supersalários, passando pelas corporações jurídicas e chegando à Assembleias Legislativas, Câmara de Vereadores e Tribunais de Contas. 
 
Indivíduos que, no mercado competitivo, não conseguiriam empregos de 2.000 reais estão ganhando 50 ou 60 mil pagos com escassos recursos públicos, como falar em “ajuste” ou política de austeridade sem qualquer movimento para  enfrentar esses desperdícios? 
 
É histórico que políticas de contenção e austeridade sempre começam pelo exemplo de cima, a Inglaterra e sua monarquia são casos clássicos, no período de escassez de divisas para importar alimentos e combustíveis entre 1945 e 1951, o Rei Jorge VI e a Rainha Elizabeth  se submetiam ao racionamento, assim como todos os Ministros, o Palácio de Buckingham às escuras para economizar energia, ficou ancorado o iate real Britannia (depois vendido).
 
Na atual política de ajuste, se vê pouco exemplo de cima em matéria de corte de desperdícios, todos os 81 Senadores tem carro com motorista 24 horas do dia, não há Parlamento no planeta com essa mordomia, o mesmo com Ministros de tribunais superiores, jatinhos da FAB a disposição para viagens sem limite, nenhum movimento de contenção se viu nessas áreas-símbolo, ao mesmo tempo em que se apregoa uma política de “corte de gastos” na ponta do povo.
 
Tribunais em meio a crise continuam fazendo licitações para lanches refinados, coquetéis, banquetes e medalhas, reformas de palácios continuam alheios à recessão. Não se veem gestos de mediação da crise pela austeridade exemplar das altas autoridades.
Uma política de corte de gastos sem exemplos de cima não é séria e o povo percebe a contradição e com razão se revolta. 
 
O Rio é um exemplo clássico, paga-se policiais com grande atraso e parcelamento dos magros salários enquanto desfilam dois Tribunais de Contas no mesmo Estado e uma Assembleia com mais de 400 marajás acima do teto na sua burocracia, sem contar os Deputados, também com carro e motorista cada um. 
 
E como fazer ajuste sem ao mesmo tempo incentivar a economia com estímulos para gerar atividade como investimentos em infraestrutura? Há no Brasil de hoje um VAZIO MONETÁRIO, dinheiro foi recolhido e retirado de circulação para baixar a inflação, pior ainda, o Banco Central gastou só no 1º semestre do ano passado R$207 bilhões em swaps cambiais para segurar o dólar visando “levar a inflação para o centro da meta”, quando a prioridade é sair da recessão.
 
Quanto mais baixa a inflação maior o juro real para os rentistas e menor o incentivo para aplicar em ativos reais, imóveis e empresas, a inflação baixa e caindo ainda mais desestimula o investimento produtivo e incentiva o rentismo estéril.
 
A queda da taxa básica repercute muito menos do que se espera no juro realmente cobrado de empresas e pessoas, o efeito  da Selic nas taxas REAIS do mercado bancário é muito relativa no tempo e na proporção, ao contrário do que apregoam os “economistas de mercado” e seus porta vozes na mídia econômica, a “queda do juro” só existe nas planilhas das boas intenções e não no mundo real. 
 
O economista André Lara Resende, um ortodoxo reconhecido, trouxe à luz uma tese nova que está escandalizando seus pares, as taxas de juro altas não só não inibem a inflação como contribuem para ela porque juros altos aumentam o preço dos produtos, já que as empresas repassam o custo financeira para sua mercadoria.
 
É uma tese nova e interessante, desmontando o argumento medíocre de que juros altos combatem a inflação. Formulações e ideias novas são fundamentais para o arejamento da política econômica, mas como esperar isso de nulidades como Meirelles e Goldfajn? 
 
Eles não tem no seu perfil nenhum sinal de ideias inovadoras, não são de modo algum admiradores do contraponto, nenhum deles tem um fiapo do perfil intelectual de um Keynes, de um Friedman, ambos criativos e amigos do debate, o monetarista Friedman formulou a ideia do bolsa-família e do dinheiro jogado de helicóptero para estimular a economia, hoje em dia os Nobel de Economia Krugman e Stiglitz tem a cada ano novas formulações e contestações a dogmas como a austeridade-grega, hoje cada vez mais condenada nos círculos da inteligência econômica.
 
Em certas circunstâncias, e a depressão é uma delas, a inflação é útil e necessária, o Japão tenta fazer inflação há cinco anos sem sucesso, inflação é como uma dose de sangue em organismo debilitado, não se usa sempre mas usa-se quando necessário, inflação não é sempre ruim, é um instrumento neutro que pode ser usado mas para isso é preciso inteligência, algo que evidentemente não há em equipes econômicas medíocres. 
 
Porém,  uma expansão monetária de R$1 trilhão em médio prazo para investimento em infraestrutura provavelmente não causaria inflação, dada a ociosidade na indústria e a mão de obra disponível, mas o segredo é tolerar o RISCO de inflação e não continuar na OBSESSÃO sobre meta de inflação que hoje é a bandeira da política econômica, com o Conselho Monetário Nacional agora querendo BAIXAR a meta para níveis japoneses, uma completa insanidade em um pais com os níveis de recessão e desemprego do Brasil. 
 
A insistência na política de ajuste e ainda por cima ajuste errado porque só em cima dos pobres vai levar o Brasil em um impasse social e político. O Espírito Santo é só uma amostra. O tecido social brasileiro não tem gordura para tolerar um desemprego continuado por muito tempo, desemprego ou empregos precários são a pólvora de situações limites na política, é uma lição de História através dos tempos, especialmente no Século XX. 
 
A atual política econômica não dá qualquer esperança de saída da recessão, foca exclusivamente na inflação quando deveria pensar na renda da população, inflação zero sem renda não adianta nada, é preciso criar demanda com ou sem inflação, só com demanda nova se sai da recessão e a saída pode ser bem rápida.
 
A incapacidade de formular e aplicar uma política dual, ajuste com crescimento é resultante da modéstia intelectual do comando da econômica, pessoas com experiência exclusiva de mesa e computador, sem nenhuma ligação com a vida real, com a vida política, com a vida nas periferias,  com o chão de fábrica, com os caminhões nas estradas, Meirelles teve toda uma vida em gabinetes de bancos, Goldfajn uma existência entre planilhas de bancos em salas fechadas, um pessoal sem conexão com o a população, com a história política e social do País, indivíduos robotizados e inexpressivos, como levar para a saída do buraco uma economia de um grande País complexo com essas criaturas medianas?  
 
Quando se mede esses personagens com um Delfim, com um Roberto Campos, com um Oswaldo Aranha, com um Mario Simonsen, salta aos olhos a imensa diferença de escala, estamos pretendendo tocar uma economia complexa em meio a uma grande recessão com pessoas sem ideias e sem ideais, o que os americanos chamam de “contadores de feijão”.
 
Foi vendida a noção ao País que a recessão se deve ao déficit público, absolvendo-se a política de juros altos e valorização artificial do Real,  verdadeira causa da recessão.
 
E dentro do déficit público, se apontou como culpado o gasto social, esquecendo-se do gastos com a alta burocracia, mega salários, prédios luxuosos, viagens em excesso, propaganda, veículos demais, palácios e tribunais com milhares de funcionários, excesso que saltam a luz dos olhos. 
 
O deficit orçamentário nunca foi causa de recessão, o Brasil conviveu 40 anos com déficits orçamentários crescendo a taxas na média das mais altas do mundo. 
 
A recessão no Brasil tem outras causas, juros estratosféricos, Real valorizado fora da lógica, paralisia completa dos investimentos públicos, agora nos últimos dois anos a desestruturação das empresas de construção civil e naval pela cruzada moralista, o desmonte do setor de óleo e gás. Esses são os focos da recessão e que não estão sendo sequer tocados. 
 
Achar que porque a inflação baixou décimos de um por cento agora vamos crescer é uma piada fantasmagórica, de mau gosto e má intenção, estão brincando com a população com um economês de quitanda. 
 
Vamos chegar ao pico da crise com MOEDA ESTÁVEL, inflação no centro da meta, glória completa e o PAÍS INSTÁVEL à beira da guerra civil, o Brasil nas páginas da imprensa internacional como mau exemplo de miséria em país rico.
 
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Andre Motta Araujo

Advogado, foi dirigente do Sindicato Nacional da Indústria Elétrica, presidente da Emplasa-Empresa de Planejamento Urbano do Estado de S. Paulo

62 Comentários

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  1. Sr. André Araújo: Eu sou um

    Sr. André Araújo: Eu sou um daqueles que não vejo a Globo de maneira nenhuma. O Sr. diz que a Globo manifesta regosijo porque a inflação baixou? Muito bem, eu pelo contrário fico desesperadamente triste porque o motivo dessa baixa é a falta de demanda. Sr. André eu por minha profissão, (vendedor) conheço pessoalmente mais de 200 empresários em todo o país. Garanto-lhe não sei de ninguém que no comércio tenha tido uma baixa inferior a 40% e na indústria só aqueles que exportam se salvam,e os postos de gazolina tiveram uma queda de 20% ou mais. Isto pelo acesso que tenho e amizade com os proprietários e funcionários dos estabelicimentos. Garanto-lhe que se o Sr. sair a campo vai verificar que muitos produtos tiveram os preços abaixados e os aluguéis deflacionaram muito. Eu só não “entendo” porque não baixou a inflação para 1% ou menos. Porque na vida prática ela baixou.

  2. Caro André, por mais ridículo que possa parecer o gasto …..

    Caro André, por mais ridículo que possa parecer o gasto suntuosos e nababescos dos Tribunais e demais membros do judiciário tem um objetivo verdadeiramente sinistro, o respeito da Lei de (Ir)Responsabilidade fiscal!

    Olha que brilhante conclusão que chegam os gestores do dinheiro público neste poder:

    Como eles não podem passar de um determinado valor em despesas com a folha de pagamento, eles gastam da forma mais perdulária possível (chegando a trocar todos os anos computadores de pessoas que só sabem utilizar um editor de texto) para aumentar outros gastos e ajustarem suas contas a Lei.

    Ou seja, em resumo, uma lei que era para que as pessoas tivessem responsabilidade nos gastos públicos esta induzindo a uma TOTAL E COMPLETA IRRESPONSABILIDADE NOS SEUS GASTOS.

  3. Dada a enorme profundidade da
    Dada a enorme profundidade da recessão o país deveria estar em deflação. Inflação de +5% é sinal do fracasso do plano.
    E os jornais fazendo borbulhas com a queda anunciada dos juros do cheque especial e dos cartões de crédito, todos na faixa dos 450% ao ano. É a prova de que os jornais vivem em uma realidade paralela.

    1. O juro do cheque especial vai

      O juro do cheque especial vai cair de 450% para 445%, ai a Globonews solta rojões em homenagem à “equipe economica”,

      viram? a politica economica está certa, olhe só, os juros estão caindo e porisso, só prisso, vamos crescer acelerado.

  4. Caro André, touché! A Miriam

    Caro André, touché! A Miriam Leitão é a “Rosa de Tóquio”. Termo mais adequado, impossível. Congratulações.

  5. Em tempo, o IPCA de janeiro

    Em tempo, o IPCA de janeiro veio bem mais baixo porque não houve reajustes de ônibus em São Paulo e Rio – o primeiro, por uma decisão da justiça, o segundo por uma decisão política do prefeito.

    Ambas as capitais tem um peso elevado na ponderação do IPCA. Ou seja, apesar da grave recessão e dos juros reais obscenos a queda da inflação parece mais “espetacular” por motivos artificiais, não de política monetária.

  6. E o bando de loucos colocou o país a mercê do indice de inflação

    A chamada “responsabilidade fiscal” , o “ajuste” se mostra cada vez mais uma ‘IRRESPONSABILIDADE SOCIAL’. Repetindo mantras economicos  como se fossem sérios, destruindo as maiores empresas do país,   fechando uma universidade de renome, e associando responsabilidade fiscal ao sucateamento do estado, à destruição do serviço publico, massacre dos servidores, ( claro que apenas de alguns) . E principalmente à desresponsablização do estado com relação às suas obrigações prioritárias: educação saúde e segurança, tudo isto agora depende do tal indice. Mas a responsabilidade deixa intocável o pagamento da dívida, subsídios e incentivos ao capital privado e claro alguns nababos. Dizem que o incentivo visa criar empregos, mas me parece que o capital financeiro e improdutivo é o que vem ganhando mais. E o governo de atoleimados, colocou na constituição uma cláusula que proibe qualquer ação. NInguém pode fazer nada porque agora quem manda é o índice inflacionário.

    Em palavras diretas, qual pai se atem ao orçamento se um filho ficar doente e necessitar algo mais/  Qual pai dirá ao filho, você pode morrer, mas entenda afinal eu tenho que seguir o planejamento orçamentário.

    Um espumoso, e odiento governador do Espirito Santo fala uma pérola que exemplifica tudo. Segundo ele, após centenas de mortes, e após um vazio total e uma demonstração clara que a população não pode viver sem serviços públicos, a culpa é apenas dos policiais, que, estúpidos, não compreendem a lei de responsabilidade fiscal.  Segundo ele, eles devem continuar arriscando suas vidas sem salário,  ou com as sobras do orçamento. Enfurecido contra a desobediência, sequer se deu conta das vidas ceifadas, ou das vidas dos policiais e suas famílias. Porém recentemente aumentou os subsídios para empresas, que ainda segundo ele são  necessárias para criar empregos. Como já disse outro lugar, se a preocupação fosse emprego, acordos de leniência, e o tratamento dos investimentos da Petrobrás e do BNDES seriam outros. Mas o que esperar de políticos como Hartung e Embassahy cujas únicas palavras foram de ameaças, inclusive fora da alçada de Embassahy. Afinal ele é ministro do que mesmo? Mas ele ameaça, pois o que está em jogo é a falência clara desta PEC e desta proposta do governo PSDB-PMDB. 

    Colocar um país a mercê de um índice financeiro é não apenas uma estupidez,  mas sobretudo uma irresponsabilidade social. É um ato criminoso. Seria interessante ver quanto a nossa dívida e o lucros dos bancos e do capital financeiro cresceu. E mais interessante ainda é colocar um banqueiro para tomar conta do Banco Central cuidando da inflação. Esta é a irresponsabilidade de não submeter o Banco Central a realidade social. Esta é irresponsabilidade de dizer que o banco central tem que ser autonomo sendo que a  economia, a política e o desenvolvimento  dependem crucialmente dele. 

    1. “Colocar um país a mercê de

      “Colocar um país a mercê de um índice financeiro é não apenas uma estupidez, “

       Não é estupidez MESMO. É um PROJETO. É demolir um país. Tem quem ganha com isso, como tem quem ganhe com guerras. Fico triste por muita gente boa ainda achar que nossa política financeira, desde FHC até hoje, é “erro de cálculo”, é “burrice”, é “falta de visão”. Falta de visão tem quem não vê o objetivo de nosso asfixiamento econômico nacional.

      1. Devo concordar elebê

         Existem os atoleimados e existem os criminosos, que projetaram isto e ganham muito com isto. Existe também uma racionalidade estúpida. 

  7. Estabilidades Monetária e Social não se excluem mutuamente

    Caro André Araújo, você nos coloca num falso dilema segundo o qual ou teremos instabilidade monerária (inflação) ou teremos instabilidade social. Entretanto, nem a inflação nem a estabilidade monetária servem aos trabalhadores num período de crise. O que serve aos trabalhadores é a móvel de salários. Foi o que nos ensinou o Leon Trotsky:

    “Nem a inflação monetária nem a estabilização podem servir de palavras de ordem ao proletariado, pois são as duas faces da mesma moeda. Contra a carestia de vida, na medida em que a guerra for se aproximando, adquirirá um caráter cada vez mais desenfreado, só se pode lutar com a palavra de ordem de escala móvel de salários. Os contratos coletivos devem assegurar o aumento automático dos salários, correlativamente à elevação dos preços dos artigos de consumo”.

    No que se refere à nova tese do economista ortodoxo André Lara Resende, segundo a qual as taxas de juro altas não só não inibem a inflação como contribuem para ela, porque juros altos aumentam o preço dos produtos, já que as empresas repassam o custo financeira para sua mercadoria, a tal nova tese não é tão nova assim:

    “…A taxa de juros alta mostra-se contraproducente, porque, como a moeda não é neutra, ela afeta negativamente tanto a capacidade produtiva da economia (produto potencial) quanto a produção. Assim, ela inibe a oferta tanto ou mais do que a demanda – vista pelos ortodoxos como causa da inflação – e impede até mesmo a solução mais definitiva do processo inflacionário a médio e a longo prazos, porque inibe o aumento da capacidade produtiva efetiva. Pior, provoca um custo social elevado ao restringir crescimento e emprego.” Mariana de Lourdes Moreira Lopes – Tópicos Especiais de Finanças Públicas

    http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-63512011000100003

     

    1. Meu caro, para haver

      Meu caro, para haver trabalhadores é preciso antes haver emprego, essa é a questão. Não há que falar em salario sem que haja emprego que de ao trabalhador poder de compra. Depois se discute o resto.

      1. André, eu sou seu fã, mas sou muito mais fã da verdade

        André Araújo, eu sou seu fã porque você é um grande intelectual, pena que é um intelectual pequeno-burguês, mas sou muito mais fã da verdade. Assim, infelizmente, tenho que dizer a verdade. Você reclama da pressão do grande capital (capital financeiro) justamente por ser pequeno burguês:

        “… Os pequeno-burgueses democratas, muito longe de pretenderem revolver toda a sociedade em benefício dos proletários revolucionários, aspiram a uma alteração das condições sociais que lhes torne tão suportável e cómoda quanto possível a sociedade existente. Por isso reclamam, antes de tudo, a diminuição das despesas públicas mediante a limitação da burocracia e a transferência dos principais impostos para os grandes proprietários fundiários e grandes burgueses. Reclamam, além disso, a abolição da pressão do grande capital sobre o pequeno, por meio de instituições públicas de crédito e de leis contra a usura que lhes tornassem possível, a eles e aos camponeses, obter em condições favoráveis adiantamentos do Estado em vez de os obterem dos capitalistas; e ainda o estabelecimento das relações de propriedade burguesas no campo, pela completa eliminação do feudalismo. Para realizarem tudo isto, necessitam de uma Constituição democrática, seja ela [monárquica] constitucional ou republicana, que lhes dê a maioria, a eles e aos seus aliados, os camponeses, e de uma organização comunal democrática que ponha nas suas mãos o controlo directo da propriedade comunal e uma série de funções actualmente exercidas pelos burocratas.

        Além disso, a dominação e o rápido aumento do capital devem ser contrariados, em parte pela limitação do direito sucessório, em parte pela entrega ao Estado do maior número possível de trabalhos. No que se refere aos operários, antes de mais está assente que devem, como até agora, permanecer operários assalariados, apenas desejando os pequeno-burgueses democratas que os operários tenham melhor salário e uma existência mais assegurada; esperam eles conseguir isto [confiando], em parte, ao Estado a ocupação dos operários e através de medidas de beneficência; numa palavra, esperam subornar os operários com esmolas mais ou menos disfarçadas e quebrar a sua força revolucionária tornando-lhes momentaneamente suportável a sua situação…” – Marx e Engels, Mensagem da Direcção Central à Liga dos Comunistas

        https://www.marxists.org/portugues/marx/1850/03/mensagem-liga.htm

        No Manifesto Comunista, Marx e Engels escreveram que, ‘para despertar simpatia, a aristocracia teve de aparentar perder de vista os seus interesses e formular a sua acusação contra a burguesia apenas no interesse da classe operária explorada’. Você está na mesma senda da aristocracia, ao fingir perder de vista os interesses da pequena burguesia e formular suas acusações contra o capital especulativo apenas no interesse da classe operária. Entretanto, nota-se que você, tal qual todo pequeno-burguês, apenas ‘espera subornar os operários com esmolas mais ou menos disfarçadas e, dessa forma, quebrar a sua força revolucionária tornando-lhes momentaneamente suportável a sua situação’.

        Você afirma que em razão dos juros estratosféricos, o capital produtivo repassa o peso dos juros para os seus produtos, onerando os trabalhadores, mas você não condena o capital produtivo por ele repassar a carga dos juros para os trabalhadores, você só condena os agiotas por isso. É por conta da sua mentalidade e ideologia pequeno-burguesa que você quer apenas que os trabalhadores continuem trabalhando, ficando o nível dos salários em segundo plano.

        Qualquer semelhança do seu ponto de vista com o ponto de vista daqueles que defendem o consumismo, a fim de manter o nível de emprego, em vez de defenderem a redução da jornada de trabalho, não é mera coincidência.

         

         

  8. Caro André Araujo,  já

    Caro André Araujo,  já assistiu as recentes palestras e entrevistas de Ciro Gomes. Ele normalmente gasta mais de 70% do tempo falando de economia e exaltando seu papel na concepção do do plano Real no Governo Itamar.

    Você já formou opinião sobre o diagnóstico e propostas do Ciro?

     

    grato!

    1. Não tenho opinião formada

      Não tenho opinião formada porque não conheço as propostas dele mas o inicio de tudo e sair do CORDÃO DE FERRO dos economistas de mercado ligados ao sistema financeiro e que todos eles tem a mesma politica, até no Governo Dilma,

      tudos usam a mesma cartilha a começar com a ideia que valae a pena destruir o Pais para que a inflação chegue no

      “centro da meta”, a expressão chave desse gente burra, como se isso fosse a realidade da economia e não o emprego e a subsitencia da população, o Pais está paralisado por falta de moeda, tudo para atingir o maldito “centro da meta”, um conceito virtual que não cria no Pais um unico emprego de garçon.

      1. O problema André, é que o

        O problema André, é que o cordão de ferro está escrito a fogo na constituição.

        Num país medíocre com um povo medíocre como nosso, jamais elegeremos uam bancada para desarmar isso.

        Dos senadores que entraram em 2014, acho que uns 2 são contra a atual política. Pecisariamos que os 54 senadores eleitos em 2018 fossem contra.

        Maas vc acha que SP ou PAraná elegerão alguém minimamente progressita para acabar com isso ??? Já era.

        Ou o Brasil vai ter que fundar muito ainda para mesmo tucanos e afins reverterem isso, sob pena de caso não revertam, o país se esfacelar…. ou vão deixar o país se esfacelar mesmo, afinal, esse parece o objetivo atual.

        O problema André e que vc está só no país. A direita minimamente racional morreu. Agora o negócio da direita é destruir o país. O Objetivo dessa turma é justamente a gente chegar nesse ponto do Espírito Santo. Esse é o futuro do Brasil lá para 2019 ou 2020, quando a PEC já estiver produzindo seus efeitos nefastos. 

        Prevejo recessão até lá, mas mesmo assim, o povo irá eleger candidatos comprometidos com essa política justamente pela inviabilidade dos outros, e mesmo que não, elegerá senadores que manterão essa política no Senado e deputados na câmara.

        Periga um Lula se eleger e o país explodir em 2019 e 2020. E essa turma que criou a dificuldades vai aparecer vendendo facilidades.

         

         

  9. O pavio que está ficando cada vez mais curto para todos

    Recentemente, conversei com um amigo de faculdade que tem uma consultoria de recolocação profissional para média gerência e profissionais especializados. Como forma de estabelecer um “como é que tá, tudo bem?” (aquilo que a teoria de comunicação chama de função Fática da linguagem), perguntei-lhe como estava o segmento. Esperava uma resposta padrão, do tipo “indo”, “sobrevivendo”, diante da situação atual do país. Eis que o meu amigo veio com essa: “tou fechando a consultoria e prestando concurso público pra qualquer carreira que vier. Chega, não dá mais.” Chocou-me a sua resposta, na medida em que ele era o paradigma em persona de curriculum exemplar: sólida formação acadêmica (MBA em escola Ivy League nos EUA) e profissional (anos experiência em consultoria norte-americana de alta gestão estratégica, dessas conhecidas como uma das Top 3). Em definitivo, o Brasil rasgando o setor produtivo do mapa.

  10. Caro André
    Novamente, um

    Caro André

    Novamente, um grande artigo, ao ler seus posts sempre aprendo

    Seu post e o xadrez de nosso estimado Luis Nassif (Xadrez de paulo hartung) me fizeram pensar em algo que vem roendo meu cérebro há algum tempo:

    Nunca fui aos EUA (como vc tem parentes lá e já viajou muito, me corrija se estiver errado); mas vejo que amigos e amigas que de lá voltam, alucinados com a oferta de produtos (“vc encontra de tudo!” , “é tudo muito barato!”, etc), a  infestação de shopping centers, outlets, mercados de desconto e outras coisas parecidas; e a existência de serviços para tudo (baby siters, dog siters, até gente para limpar bunda dos outros) são um presságio do que querem nos transformar: os EUA viraram um Walmart superdimensionado. Não fabricam mais nada (ninguém falou em fábricas por lá, apesar de trabalharem aqui em unidades fabris das matrizes norte-americanas), importam tudo (da China, Paquistão, México, Blangadesh, etc), pagam salários ordinários (outro dia vc comentou de um conhecido seu, ex-executivo que se vira como chapeiro hoje em dia), odeiam sindicatos.

    E estes fatos complementam o que li em um livro muito bom (Desagregação – George Packer) que fala justamente  deste esgarçamento dos laços sociais da sociedade norte-americana, impulsionado pelo neoliberalismo e sua vertente parasitária, o capitalismo financeiro – que devastaram o setor produtivo dos EUA.

    Não estamos nós sendo enfiados – por opçao ideológica – num processo de “walmartização”, para que  o capitalsimo financeiro (de onde saíram os trastes que estão no Minsitério da Fazenda e BC) continue a vampirizar nossa sociedade?

    E duas observações pessoais:

    1 – Haja masoquismo. Além de assistir à globonews, vc assiste a uma mesa quadrada com alexandre schwartzman!

    2 – Não vejo andré lara resende como introdutor de uma tese nova. Acho este sujeito um velhaco, que percebeu a mudança do vento e mudou o discurso. Pelo que leio (lógico que nossa imprensa porca filtra muito do que dizem, e tento ler em meu inglês ruim)Stiglitz e Krugmann no exterior, e Belluzzo e Laura de Carvalho no Brasil há tempos falam que juro alto não combate inflação, pelo contrário

    O nome dos sujeitos é em letra minúscula mesmo, porque são pessoas menores para as Idéias e para o Brasil

  11.  
    O que tem em comum o

     

    O que tem em comum o combate a inflação e à corrupção? Mais exatamente: por que, cada um em sua área respectiva e a seu modo, monopolizaram o debate econômico e político nesses últimos anos no pais? 

    Tal obsessão gera uma cadeia de outros fenômenos que, de tão vasta e complexa, nos faz esquecer o que realmente está por trás da mesma. Por que temos hoje os juros reais mais altos do Mundo? Por que cresceu de forma tão abrupta a dívida interna e por que se tornou um problema sem nenhuma perspectiva de solução? Por que a hipertrofia de um sistema financeiro ensimesmado, cuja única preocupação é o RPL a cada semestre, sem nada oferecer em retribuição a Economia e à Sociedade? Por que tão baixas as taxas de investimento?

    O Plano Real foi, sim, necessário e sua engenhosidade jamais pode ser negada. Entretanto, inegável também é que deixou alguns legados negativos: na gestão cambial, mas, e principalmente, na Política Monetária ao centrar única e exclusivamente na variável JURO o combate à alta de preços. Na realidade, nesses tempos todos, o BACEN pouco ou em nada contribuiu para a imprescindível unicidade nunca observada na Política Econômica dos últimos governos. Ao contrário: tem sido mais um “adversário” que propriamente um parceiro. Fruto da autossuficiência tecnocrática, da arrogância intelectual e da alienação política. 

    O pano de fundo, o sustentáculo, o ânimo, a justificativa: apenas o combate a inflação. Pode-se matar de fome uma população, destruir-se um projeto de país, conquanto que se atinja o centro da meta. Parafraseando versos bíblicos: “milhões cairão ao teu lado, dez mil à tua direita, mas isso pouco importa”. 

    Mutatis mutandis, o COMBATE (o termo, que inspira bravura, destemor, sentimento de missão, não é casual) A CORRUPÇÃO tem não só balizado, mas monopolizado o debate político no país. De repente, as grandes questões nacionais ficam em segundo plano erigindo-se como o GRANDE, o MÁXIMO, o SINGULAR problema a corrupção. Não fosse ela, estaríamos claro, há tempos na “Terra Prometida”.

    Saudades do país que tinha um projeto de Nação. Hoje parecemos mais uma “delegacia de polícia” com 8,5 milhões de Km2. Foi-se o tempo em que nossos Objetivos Nacionais Permanentes eram Democracia, Paz Social, Soberania, Integração Nacional e Integridade do Patrimônio Nacional. Tudo esse vetores grandiosos se resumiram numa expressão: “Operação lava a Jato”. 

    Para se restaurar a moralidade perdida que em verdade nunca existiu e que nunca existirá no plano da perfeição, desestrutura-se um país nos aspectos institucionais, políticos, econômicos e sociais. Estagnação econômica parindo quinze milhões de desempregados, agressões a Direitos Fundamentais, marcha-a-ré no processo de emancipação social, ora isso é nada frente à sacrossanta luta contra os corruptos que desviam o dinheirinho da merenda escolar, do SUS e que tais.

    Só que estamos no reino das aparências, não das essências. O pano de fundo dessa dupla fixação sempre foi e é constituído pelo tecido político-ideológico. Nada mais que isso.
     

     

    1. “Só que estamos no reino das

      “Só que estamos no reino das aparencias,não das essencias.O pano de fundo dessa dupla fixação foi é construido pelo tecido politico-ideologico.Nada mais que isso.”Papai se vivo fosse,teria serias dificuldades em decifrar seus enigmas.E olhe,dentre os varios titulos que detinha,um era de filosofo.Os cadastrados e cadastradas que aqui aportam,sequer leem seu comentario,e lhe tasca as reluzentes 5 estrelas.Eu também lhe dou,só que não as tenho.Piadista militante,ninguem lhe supera desde que a Globo sepultou Odorico Paraguassú.

      1. Um peru me alerta e eu o calo

        Um peru me alerta e eu o calo na hora.Disse-me ele que Paraguassu está com a grafia incorreta.O correto,segundo ele,é Paraguaçu.Respondi que o SSU ou ÇU é meu,e escrevo como eu quiser.

  12. Coragem

    Ao tentar assistir ao programa telivisivo mencionado , parei na hora em que a economista disse que os estoques de fim de ano foram zerados pelas promoçoes da black friday , matei ali a charada de que nao falavam da nossa economia . . . 

    1. Essa dos estoques é de

      Essa dos estoques é de chorar, como se a economia brasileira fosse apenas de lojas e não de  maquinas, ferro,aço,

      hidrogeradores,  motores, colhetadeiras, fios de cobre, etc. O setor de supermercados trablalha há decadas com estoque rotativo, repõe o que vende, na industria é just on time, entra o que se usa no dia,. ninguem faz estoque há mais de 40 anos.

      Eles vivem em outro mundo e detestam a realidade real porque nessa não há lugar para modelos teoricos.

      1. Parabéns pelo artigo

        Caro André,

        Você falou do Delfim Neto, né? Pois então, sou economista e tenho admiração pelo raro brilho intelectual dele.

        Porém, acredito que ele foi um dos mentores da tal “Ponte para o futuro” acho que os economistas de outras matizes ideológicas deveriam se debruçar neste programa suicida do PMDB e confrontá-los com saídas alternativas para a solução da crise.

        É salutar que grandes economistas como Beluzzo, Laura Carvalho, etc, procurem os mentores deste programa e tentem convencê-los de que eles estão no caminho errrado, ou não?

        Moreira Franco defende o programa com unhas e dentes e disse que foi construido com os economistas brilhantes deste país. Quem são eles? Precisa desenhar?

        Elaine

         

  13. Inevitável

    Excelente texto, muito esclarecedor e pertinente.

    Infelizmente ver esta e outras análises feitas por pessoas também altamente qualificadas, só consigo concluir que uma guerra civil é inevitável. É só uma questão de tempo.

    Quero muito estar errado mas não vejo outra conclusão possível.

      1. O que tem não é nada perto do

        O que tem não é nada perto do que virá.

        O meu uso do termo guerra civil é incorreto, pois guerra civil exige dois ou mais exércitos organizados. Usei o termo no sentido coloquial porque o que eu acho que vaihaver é uma convulsão social violenta com o desmoronamento das instituições.

        Revolução popular é dif[icil no Brasil sim, mas não é impossível, em uma confraglação generalizada tudo pode acontecer.

        Porém eu não desejo isso pois os níveis de violência a que se chegaria deixariam os atuais no chinelo, porém por mais que eu não queira tudo leva acrer que vamos chegar a esse ponto, infelizmente. Não vejo saída pacífica, apear de desejar muito que assim seja. Queria ser mais otimista mas acho que por mais terível que seja minha constatação é somente o resultado de uma visão realista.

  14. Aonde isso vai parar?

    Prezado,

    Como sou realista, acredito que tudo está sendo feito de caso pensado. Quem acredita na má formação ou burrice daqueles que estão dirigindo esse grotesco espetáculo por trás das cortinas acredita em tudo. Por isso mesmo, não existe a MENOR possibilidade de que o ajuste não seja implementado na íntegra.

    A dúvida é a seguinte: não sou economista, mas é evidente que o tesouro não pode arcar com a conta das operações de swap por mais muito tempo. Assim como a queda drástica da arrecadação irá eventualmente impactar a capacidade do estado de rolar as suas dívidas. Nesse cenário, quais as possíveis/prováveis consequências?

    Quem ganha com a destruição do Brasil nesse nível?

    Abraço.

     

  15. Eu vou acrescentar alguns

    Eu vou acrescentar alguns detalhes no seu texto, Araujo:

    1) Mirian Leitão entende tanto de economia quanto eu entendo de física quântica (ou seja, nada). Ela não é uma economista de verdade, o trabalho dela é dar um verniz de credibilidade para idéias impostas de cima;

    2) Os “economistas” que a rede Globo apresenta têm a mesma função da Leitão, passar a impressão de credibilidade para idéias externas. Eles sabem que tais idéias são destrutivas e completamente anti-economia, mas contam com a “lavagem cerebral” da TV Globo para fazer a população ingênua acreditar que tais idéias “são o único caminho”;

    3) Essas idéias externas são ditadas pelos Wall Street boys, e o objetivo deles é ganhar com os juros brasileiros eternamente mesmo que isso signifique a literal destruição do Brasil. Eles não estão nem um pouco preocupados com as vidas de uma meia dúzia de latinos;

    4) Os seus desembargadores, promotores e outros burocratas ainda pensam fazer parte da antiga corte real do Brasil Império, essa é a razão do gosto deles por palácios e muito luxo. No pensamento deles eles são “nobres” aonde eles serem tratados como reis é “direito de sangue”. Vocês realmente nunca pararam para notar isso?

    Os conspiradores não têm a menor preocupação em recuperar a economia brasileira, Mr. Araujo. A função deles é manter a população sob controle e entregar o bacon para Wall Street.

  16. Não tem pão?: Que comam briches!

    Vão perder os aneis e os dedos, caso persistam nesta trajetória suicida.

    Como diria a Rainha de Copas: corte-lhes a cabeça.

     

    Ps: o captcha é um lixo.

  17. Isto não é um artigo, mas uma aula.

    Será que os que hoje comandam a economia brasileira (ministro da Fazenda e presidente do BC) vão ler este artigo, ou melhor, vão ler e compreender esta aula?

    Importante lembrar que André Araújo citou economistas liberais (os do PR, Roberto Campos, Delfim Neto, Mário Henrique Simonsen, Oswaldo Aranha) para mostrar a mediocridade dos que hoje conduzem a economia do País, assim com a dos que fazem as análises econômicas nos veículos da chamada grande mídia.

    1. Uma aula meu caro João de

      Uma aula meu caro João de Paiva?Você fala isso por que nunca assistiu uma do Prof. Dr.Dermeval Santos Lopes.Ele deve ter se revirado no tumulo.

  18. André,
    Até quando o governo

    André,

    Até quando o governo vai conseguir manter o dólar nesses níveis assassinos aos exportadores? Pelo nível de reservas em dólares que temos podemos dizer que o setor exportador míngua ao mínimo antes de qualquer movimento contrário?

    1. Muitos setores mantem a

      Muitos setores mantem a exportaçao com prejuizo para não perder mercados duramente conquistados, caso da carne de frango, onde a margem de lucro é tradicionalmente baixa. O dolar está caindo porque o Banco Central quer assim, basta ele comprar e injetar reais na economia que o dolar sobre mas ai eles temem que a inflação pode subir 0,11% e arranhar o “centro da meta”, então é melhor quebrar todo setor exportador para manter a gloria de ter atingido o glorioso “centro da meta”. O BC não só não compra dolar como vende seguro cambial a um mega prejuizo para toda a sociedade brasileira,

      só no primeiro semestre de 2016 o BC perdeu R$207 bilhões nessa farra de segurar o dolar, a Globonew JAMAIS deu essa noticia, só esse prejuizo supera todo o deficit orçamentario do ano, sobre o qual se faz uma tempestade.

      Alias, falando em Globonews, ontem uma da falas mais ABJETAS da historia da TV brasileira, Lucas Mendes e Caio Blinder mencionaram que subiram no elevador da Universidade de Columbia com o Juiz Moro e ai o Diego Mainardi repetiu muitas e muitas vezes “”mas voces não lamberam ele?? deviam ter lambido por mim? como assim não lamberam ele”” repetiu isso varias vezes, Mainardi é realmente repulsivo. A bem da verdade Lucas Mendes e Caio Blinder tambem demonstraram horror a essa fala do Mainardi, não deviam estranhar, está bem na linha de jornalismo-zé do caixão dele.

      1. André, eu via o Manhattan até

        André, eu via o Manhattan até quando tinha a Lucia Guimarães, que fazia reportagens legais sobre arte e comportamento e que tem uma fala que é magnifica. Quando o Diogo retrucou uma reportagem que ela fez, ela falou Diogo, você não está ententendo rss. Aliás, acho que tiraram a Lúcia não deixar tão escancarado a mediocridade dele. Mainardi é a coisa mais baixa que já vi na tv. Talvez seja o ‘comentarista de cultura’ que mais fala = esse escritor nunca li; aquele músico nunca ouviu; esse economista nunca pesquisei”. Acho que um dos maiores xingamentos ao Paulo Francis (que mereceu muito deles rs ) é chamar o Mainardi de um novo Francis rs. Aliás, uma coisa que também me enoja nele = fala tão mal de tudo que o estado faz, mas boa parte da comida que ele comeu e dos colégios caros que ele fez, da faculdade que ele começou em Lodnres e não terminou,  foi devido ao dinheiro do finado BANESPA, banco estadual, um dos princiapis clientes da agência do pai dele. 

        Não sei como você consegue ainda ver esse programa. Você tem nervos e estômago de aço. rs

         

         

         

         

  19. Apenas mais um comentário.

    Caro André

      Parabéns pelo artigo. A tal da Zeina Latif, foi a uma das edições do Painel do Waack, ainda no governo da Dilma, e disse que , ( na época), o pleno emprego era ruim para o país. Segundo ela um certo desemprego era bom para a economia e para a produtividade. 

    Como pode notar  Zeina contradiz Zeina, mas se junta aos outros que não sabem o que falar, pois só sabem repetir velhos mantras e como você disse continuam na mesma seita. O mundo em crise, causado pela especulação financeira, e continuado com as políticas recessivas e de ajuste implantados no Mediterraneo, e Zeina continua sendo a mesma analista.

    1. Na vasta coleção de

      Na vasta coleção de disparates ditos pelo microfone pelos “economistas de mercado” há a do Tico e Teco dizendo que o Banco Central estava feliz com o desemprego porque ajudava a atingir a meta de inflação. Esses tipos são os meninods-de-recado do BC, um papel infeliz, incapazes de qualquer critica porque tem um respeito reverencial ao BC, servem de

      leva-e-traz dos papos de corredor dese Banco, lembrando que o Fed americano é criticado continuamente pela imprensa americana, aqui se copiou os ademanes da cultura economica de lá, copiaram até as reuniões do Copom a cada 45 dias mas não imitaram o amplo espirito critico que cerca o FED, onde cada um dos sete diretores vem de uma escola de economia, não tem panelinha e os diretores não podem ter ligação com o mercado financeiro.

      Mais ainda, cada um dos doze Fed regionais tem sua revista e os artigos dessas revistas expõe visões e pontos de vistas

      proprios de cada Fed, alguns só conhecidos pela sua linha mais ousada, outros são mais conservadores, há vida inteligente no Sistema FED, aqui no BC há uma só linha de pensamento rigida, congelada e burocratica, há uma passarela que liga o BC ao patio da PUC-Rio, alias o BC desde o Plano Real virou um mausoleu com a bandeira da PUC-Rio.

  20. O que o André não fala, é que

    O que o André não fala, é que essa política economica foi implantada pela Dilma, quando a sua NOVA MATRIZ ECONOMICA deu com os burros e as burras nágua.

    Os 200 bilhões da conta dos swaps cambiais de 2016 foram quando ela era presidenta.

    O ajuste fiscal  e o Joaquim Levi, foi criação dela.

    A brutal recessão que beira a depressão está pendurada na conta dela.

    As mordomias foram a forma que ela encontrou para se agradar a sua base e se manter no poder.

    As contas públicas em frangalhos foi o que ela mesmo disse FAZER O DIABO para ganhar a eleição.

    E tem gente que sonha com a volta dela……..

    O povo brasileiro está aprendendo no que dá ser trouxa e acreditar nas falácias de candidatos populistas, que só tem projeto de poder e não projeto de governo.

    Temos hoje uma perspectiva de longo prazo favorável.

    As bolsas estão subindo e elas antecipam os bons momentos que virão.

    No mes passado os juros caíram 0,75% e em fevereiro deverão cair outros 0,75 e há quem aposte em 1%, como nunca antes aconteceu.

    Eu quero ver os estudantes na rua protestando contra os supesalários, o MTST nas ruas protestando contra as mordomias do judiciário, e as pessoas exigindo nas ruas a unificação das regras de aposentadorias entre o regime geral e os trabalhadores públicos.

     

    1. A bolsa responde a

      A bolsa responde a perspectiva de aumento nas margens de lucro – as ações estão apenas respondendo à redução dos salários que, por sua vez, abre perspectiva de lucros imensos ao menor sinal de recuperação.

       

      Quando o Brasil tava a pleno emprego, os salários estavam altos e a margem de lucro das empresas estava baixa: mais crescimento da economia significava que boa parte dos lucros seriam comidos pelos salários e isto desestimula a compra de ações. 

       

      Agora, os salários não vão comer os lucros quando as empresas que estão listadas na bolsa voltarem a crescer em ritmo forte – por isto há um forte viés de alta na bolsa; isto não é necessariamente causado por crescimento econômico – se estivéssemos em pleno emprego e com baixas margens de lucro, o crescimento econômico não causaria grandes subidas na bolsa. 

       

      A bolsa vai subir muito até chegarmos a pleno emprego; quando isto acontecer, as ações vão começar a estagnar mesmo que o crescimento econômico prossiga e aí a “elite brasileira” vai começar a pensar em como criar a próxima crise pra acabar com o pleno emprego, baixar os salários para reestabelecer as absurdas margens de lucro das empresas listadas na bolsa (ROEs frequentemente acima de 20% em tempos de crise), culminando no engatilhamento de um novo ciclo de valorização na bolsa. 

      No mundo capitalista (e em praticamente todos os outros sistemas que já existiram), quem de fato tem poder pensa estrategicamente e manipula, conspira e faz lobby pra ganhar mais dinheiro – é sempre sobre ganhar dinheiro. 

       

      https://www.youtube.com/watch?v=7Gkx7GjKgO0&t=85s  atrás das cortinas, tem o homem girando a manivela: essa crise foi gerada de propósito e quem veradeiramente entende do que esse país é feito vai ganhar muito dinheiro na bolsa de valores nos próximos anos – aliás, já começou…

      1. Nunca vi tamanha quantidade

        Nunca vi tamanha quantidade de abobrinha junta. Uma constelação de abobrinha, um enxame de abobrinhas.

        Quer dizer que as bolsas reagem a queda de salários e não à perspectiva de voltar o crescimento econômico?

        E que com salários em alta e pleno emprego os lucros são baixos e as bolsas também?

        Quer dizer que em 2007, quando as bolsas atingiram a marca histórica de 72 mil pontos, em pleno governo Lula era porque os salários estavam aumentando pouco e o desemprego estava alto?

        Deixa o André responder. Ele fala muito menos abobrinha que você.

         

         

    2. Já falei aqui dezenas de

      Já falei aqui dezenas de vezes que o Governo Dilma NÃO tinha politica economica, que é um conjunto coordenado e consistente de medidas constituindo uma estrategia com começo, meio e fim. O Governo Dilma tentou uma serie de improvisos em medidas de curto prazo sem ligação uma com outra, isso nunca poderia ser chamado de politica economica, eram quebra galhos para salvar o mês e ver como ficava o mês seguinte.

      O fato do Governo Dilma ter errado não significa que em contraposição a atual equipe economica tenha  acertado.

      Erra tambem e muito, aprofundando os erros anteriores, na politica monetaria e cambial nem sequer teve  criatividade

      para alterar o “mais do mesmo”, meta de inflação + juros altos + Real supervalorizado, tanto que o desemprego só aumentou, as empresas continuam quebrando, as lojas continuam fechando e a economia só melhorou nos noticiarios da Globonews.

       

  21. Inocência, inocência e mais inocência

    Outro texto cheio de inocência – o cara assiste televisão e acredita no que ele tá vendo… só rindo mesmo… 

     

    …mas a regra é clara: tudo que não está na televisão é teoria da conspiração… e o senhor Araújo morre de medo de teorias da conspiração…

     

    … assim como a Dilma… 

    … deu no que deu.

  22. Concordo que…

    Concordo que o Plano Real só fez o dever de casa pela metade, e deixou de cortar muitos gastos absivos, mas o André Araújo continua atado a falsas dicotomias entre inflação e crescimento econômico. É preciso lembrar que assim como uma inflação baixa não é garantia de crescimento (vide o caso do Japão) tampouco uma inflação alta o é. Você não diz nem uma palavra sobre a longa década de 80, quando o país conviveu com inflação alta, recessão e desemprego. Uma década tão longa que só acabou em 1994.

    Afirmar que basta desvalorizar a moeda para aumentar as exportações é uma lógica incompleta. Você se esquece que mesmo muitos produtos nacionais contam com muitos ítens importados em sua planiha de custo. Até a soja do cerrado necessita de diesel importado para chegar ao litoral. É ingenuidade achar que só os rentistas de Miami vão perder com a desvalorização do real. A primeira coisa que sobe quando o dólar sobe é o pãozinho da padaria, feito com farinha de trigo importada.

    Emitir moeda para incentivar o crescimento pode gerar alguns empregos no primeiro momento, mas a perda do poder aquisitivo resultante tem um desastroso efeito cascata, pois diminui o consumo, causando falências e consequente aumento do desemprego. Até quando você vai acreditar nessa ilusão?

    1. Se há nexo causal entre emissão de moeda e inflação, porque…?

      Pedro ABBM, se há nexo de causalidade entre emissão de moeda e inflação, como você explica que a inflação não galopou nos EUA, tendo em vista que após o estouro da bolha imobiliária, em 2008, um tsunami monetário se abateu sobre a economia norte-americana?

      Diz lá, Pedro.

      1. Por acaso…

        Por acaso o tsunami monetário foi feito com moeda emitida sem lastro? Ele foi feito com cortes em outros setores.

        A inflação existe quando se gasta mais do que se arrecada. Não há dificuldade nenhuma em se entender isso.

        1. Seja franco, Pedro. Você está satisfeito com a sua explicação?

          Deixa eu ver se eu entendi. Aquela emissão de dólares a granel feito nos EUA após o estouro da bolha financeira foi lastreada por riqueza real?

          A riqueza aumenta se ela é mudada de um setor para o outro?

          Se o estado gasta mais do que arrecada, ele não pode fazer isso através do aumento do déficit público? Só pode ser através de emissão de dinheiro sem lastro?

          A redução da oferta, mantendo-se inalterada a demanda, não provoca inflação? A monopolização da economia, elevando os preços dos produtos e serviços ou restringindo a oferta, não causa inflação?

          Te dou uma nova oportunidade para tu te corrigires, Pedro (Mundim para os íntimos).

          1. Ou o Pedro não voltou mais aqui ou, se voltou, fingiu não ver

            Pedro, tu não vais te corrigir. Seria muito mais honroso do que fingir que não viu.

          2. Sem querer defender o Pedro,

            Sem querer defender o Pedro, que não compartilho das ideias, que são fraquíssimas por sinal.

            Ele errou no argumento. Os EUA não cortaram gastos porcaria nenhuma, este só vem aumentando inclusive os militares.

            Mas um grande motivo é que os EUA detem a moeda reserva mundial, o dólar. Ou seja, pode-se inundar a economia de dólares que esta inflação será diluida pelo mundo todo.

            Em outros País, isso não é possível. Na UE é, em menor nível.

            Outro motivo, claro, é que havia capacidade ociosa nos EUA.

            Quanto á  tese do André para o Brasil, considero correta, mas inexequível neste momento por alguns motivos.

            Nossa economia ainda é muito indexada, este é o grande problema.

            Caso houvesse esse grande programa de infra-estrutura, o que ocorreria ? A inflação subiria digamos dos atuais 6% para uns 10, 12 ou 15%. Até ai tudo bem, só que o problema é que pelo efeito da indexação dessarumaria toda a economia.

            Tudo é indexado. Alugueis, salários, financiamentos imobiliários. Ou seja, a “grita” seria enorme.

            Sem contar que os títulos do tesouro direto iriam perder rentabilidade, mesmo os indexados à inflação, pelo aumento do IR.

            Ou seja, mais “grita”.

            Seria uma briga grande demais para ser travada.

            No atual ajuste, que é pelos pobres e desempregados, quem tem voz para gritar ? Não há.

            Vão arrasar com o País, fazer algumas reformas, depois dizer que fizeram a lição de casa e que a culpa da grande crise e do desemprego foi da Dilma e do Lula.

            E a chance de colar é cada vez maior.

            Simples assim.

             

          3. DanielP, eu respeito o seu ponto de vista mas discordo de você

            Sr. DanielP,

            O fato do dólar ser a moeda reserva mundial significa que o mundo já está inundado de dólares. Assim, qualquer nova injeção de dólares, principalmente a injeção maciça de dólares feita após o estouro da bolha imobiliária, deveria, sim, causar inflação. O seu sangue, por exemplo, circula por todo o seu corpo mas, nem por isso, a sua pressão sanguínea deixará de aumentar caso lhe seja injetado, por exemplo, um terço da quantidade de sangue que circula no seu corpo.

            No que se refere à capacidade ociosa, o Brasil também tem capacidade ociosa, tanto na indústria quanto, principalmente, no setor agrícola.

            A inflação é um fenômeno eminentemente político, cuja utilidade é enfraquecer o movimento operário. Nesse sentido afirma Antonio Luiz Costa:

            “Dos anos 80 em diante, economistas neoliberais (principalmente os da escola austríaca de Mises e Hayek) procuraram restabelecer a hegemonia teórica do aumento do volume de papel-moeda como causa única (e sinônimo) de inflação, tese que veio a ser chamada de monetarismo. Seu próprio êxito parcial pode ser interpretado como decorrente de mudanças do cenário político e social: por exemplo, o enfraquecimento do movimento sindical e o colapso do bloco soviético criaram condições que tornaram menos útil o jogo de aumentos nominais de salário versus inflação. Antes instrumento regulador da luta de classes, agora podia ser substituída pelo confronto direto com as reivindicações trabalhistas. A nova correlação de forças favoreceu os interesses do capital financeiro – cujo interesse como grande credor sem acesso direto a ativos reais é geralmente o da estabilidade monetária – contra o do capital agrícola, industrial e comercial – que, como devedores em dinheiro e possuidores de ativos reais, tendem a ganhar com uma inflação moderada, que além do mais lhes dá mais flexibilidade para manipular preços e salários.”
            http://antonioluizcosta.sites.uol.com.br/inflacao.htm

            http://www.brasil.indymedia.org/pt/green/2014/07/533843.shtml

            No poema intitulado O Analfabeto Político, Bertolt Brecht escreveu:

            O pior analfabeto
            É o analfabeto político
            Ele não ouve, não fala
            nem participa dos acontecimentos políticos.

            Ele não sabe que o custo de vida
            o preço do feijão, do peixe, da farinha
            do aluguel, do sapato e do remédio
            dependem das decisões políticas.

            O analfabeto político
            é tão burro que se orgulha
            e estufa o peito dizendo
            que odeia a política.

            Não sabe o imbecil que,
            da sua ignorância política,
            nasce a prostituta, o menor abandonado,
            e o pior de todos os bandidos,
            que é o político vigarista,
            pilantra, corrupto e o lacaio
            das empresas nacionais e multinacionais.

             

            Nada obstante a injeção maciça de dólares na economia pelos EUA, não ocorreu hiperinflação porque o capital financeiro, que é hegemônico e a ele não interessa a inflação. Não é á toa que o capital financeiro utiliza a desculpa esfarrapada da inflação para manter os juros altos no Brasil, muito embora aqui convivam pacifica, e harmoniosamente, juros estratosféricos e altos índices inflacionários.

        2. “Ele foi feito com cortes em outros setores”.

          Foi mesmo, ou só você viu esses “cortes” do seus sonhos?

          Mostre pra gente onde existiram cortes da mesma proporção da fabulosa grana injetada. Além dos zilhões gastos pra comprar créditos podres, o governo promoveu estatização de entes financeiros poderosos – Fannie Mae, Freddie Mac, …. – no que foi chamado a maior estatização promovida desde a Revolução Soviética. A pilhéria que rolou na época é que o governo republicano estava a criar a URSSA.

           

    2. Não há uma correlação simples

      Não há uma correlação simples entre cada variavel e outra, como dolar x exportação mas porque não deixar o dolar FLUTUAR pelo mercado sem intervenção do BC para baixa-lo? A flutuação livre pelo menos reflete a realidade economica,

      a intervenção com swaps cria uma TAXA ARTIFICIAL e isso não é bom mesmo no modelo de ortodoxia, a intervenção cabe apenas em situações excepcionais e não como regra continuada.

      Quanto à inflação, não a proponho como metodo e sim a criação de estimulos monetarios que PODEM causar alguma inflação ou até pode não causar, dada a enorme capacidade ociosa na industria e na mão de obra, o x da questão é tolerar o RISCO de inflação. O que causa o crescimento não é a inflação, é o investimento em grande escala em obras de infra estrutura que exige para tanto expansão monetaria.

      1. Funciona, desde que…

        A expansão monetária ilimitada funciona, desde que a capacidade ociosa exista mesmo e os efeitos das obras de infra-estrutura paguem imediatamente o investimento que foi feito por elas. É uma aposta de que o céu vai estar sempre céu de brigadeiro, e o mar vai estar sempre mar de almirante, de modo que a quantia que é investida sem lastro no tesouro vai dar um retorno imediato que cobrirá o rombo e permitirá novos investimentos, e assim sucessivamente ad infinitum. Mal comparando, é como o assalariado que sempre estoura seu cartão acreditando que o patrão vai lhe dar um aumento a cada mês, ou como o motorista que está com pressa e pisa cada vez mais fundo no acelerador, acreditando que a sua frente só surgirão retões. Na primeira curva você sabe o que acontecerá.

        Há um risco, sim. Que para além do curto prazo, é 100%.

        1. Macro economia não pode ser

          Macro economia não pode ser comparada com micro economia, a economia de um Pais não é uma reprodução maior da economia de uma casa ou de um assalariado, o Estado ao criar moeda faz andar a economia e cria riqueza nova pelo uso

          da capacidade ociosa JA INSTALADA, portanto investimento ja feito e pela ocupação de mão de obra desocupada.

          O Estado pode fazer a economia andar até o teto da capacidade fisica parada sem que isso causa problema inflacionario.

          É a tese de Keynes em sua TEORIA GERAL, foi aplicada e comprovada N vezes na Historia economica, não há nada de inovador nessa politica anti ciclica que é detestada pelos fundamentalistas de mercado porque atrapalha sua previsões.

  23. Na mosca, André!
    Capital rentista é como sangue suga na vítima de pressão alta. Mas esta técnica era mais apropriada na idade média quando ainda acreditávamos que o sol girava em torno da terra.
    Estes cabeças de planilha acreditam piamente que a economia gira em torno de seus umbigos. Quando a sangria chegar no umbigo deles, perguntarão.: mas o que “estes” economistas fizeram? (Como se eles não fossem “estes” economistas)

  24. Já que são todos economistas,

    Já que são todos economistas, alguém pode me explicar porque uma estação de rádio, mesmo que esteja nas brenhas mais distantes, tem obrigação de informar a cotação do dólar do dia?

     

  25. Gosto dos textos do Andre

    Gosto dos textos do Andre Araujo, mas vejo como “ponto fraco” eles serem escritos baseados no principio da navalha de Hanlon.

    (

    Nunca atribua à malícia/maldade o que pode ser adequadamente explicado pela estupidez.

    ), mas no caso, não acho que se trate de estupidez.

    O problema é que por mais que a gente saiba que a ruína econômica é o objetivo, não temos como provar e sair acusando sem correr o risco de processos. Como Andre Araujo não está disputando cargos públicos, retórica inflamada só vai prejudicar a conta bancária dele. (E apoio ele nisso, pq ter que dar dinheiro para esses canalhas é uma afronta).

    Nunca atribua à

    malícia/maldade o que pode ser adequadamente explicado pela estupidez.

     

  26. Esse parágrafo diz tudo. . .

    “Uma política de ajuste a frio em cima dos mais pobres, sem nem de leve tocar nos 16.000 mega salários nas Assembleias, Poder Judiciario, Ministerio Publico, Câmaras de Vereadores e Congresso Nacional, onde ninguém teve vencimentos e auxilios reduzidos ou parcelados, vai levar a múltiplas situações-Vitória, é o “ajuste-pelos-pobres” e não pelo topo da pirâmide.”

    Esse parágrafo diz tudo, mais uma vez uma tentativa de resolver os problemas do Brasil, só a custo de sacrifícios da classe trabalhadora, sem nem ao menos saber se dará certo.

    Parabéns pelo artigo.

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