Fernando Horta
Somos pela educação. Somos pela democracia e mais importante Somos e sempre seremos Lula.
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Não foram as listras nem as estrelas, por Fernando Horta

Não foram as listras nem as estrelas, por Fernando Horta

É preciso ter cuidado ao pesar o papel dos EUA nos acontecimentos brasileiros desde 2013. Não estou entre os que creem que os Estados Unidos estão na base da articulação política que levou ao golpe de 2016. Penso que existem quatro grandes motivos para minha dúvida:

1)      Em primeiro lugar há que se tomar cuidado com a geopolítica. Ela costuma “provar” aquilo que queremos que ela prove. São tantas variáveis, tantos atores e tantas generalizações que podem ser feitas, que quase tudo pode ser sustentado. É claro que um país do tamanho político internacional dos EUA tem interesses em todos os lugares do mundo. Durante a Guerra Fria, por exemplo, os Democratas requeriam recursos ao parlamento para “defender os interesses” em todas as partes do mundo, “mantendo vigilância e possibilidade de agir”. Os Republicanos diziam que “apesar dos EUA serem uma nação grande e potente, ela não pretende tomar a função de Deus” já que observar e agir sobre todo o globo seria uma função apenas d’Ele. Esta pequena anedota serve para mostrar que é controverso o uso do termo “EUA” como um ator unitário.

É claro, que dentre as áreas que democratas e republicanos concordam que sejam de interesse dos EUA estão as com petróleo. O pré-sal é sim de interesse e poderia ensejar uma ação norte-americana. Entretanto, a capacidade econômica e comercial deles é tão superior à do Brasil que é mais barato para eles pagarem os dólares que o Brasil pede e tomar o controle do petróleo na forma estabelecida pelo Brasil. Talvez a entrada da Petrobrás no mercado norte-americano com a compra de Pasadena, mais o protagonismo brasileiro no Porto de Mariel, pudesse representar um incômodo maior aos “irmãos do norte” do que o pré-sal propriamente dito. Mas aqui, de novo, não há nada efetivamente claro nem concreto.

2)      Há um claro viés nos estudos de História e Política latino-americana quando se trata de EUA. Tudo é descrito como tendo o dedo dos “Yankees”, desde o século XIX, pelo menos. “Cachorro mordido por cobra tem medo de linguiça” dirão alguns. É verdade, mas a historiografia brasileira tem trabalhado muito para que nos voltemos a estudar o Brasil, nossos problemas, nossas elites, nosso povo e não ficar usando o recurso explicativo do “inimigo externo”. Não há que se retirar o foco da crítica e combate das nossas elites políticas falidas e da nossa elite econômica antidemocrática e preconceituosa. Os EUA (alguns atores internos lá) podem ter interesses pontuais claros em determinados assuntos, mas não tem o poder de concertação que uma parte da esquerda (esquizofrenicamente na minha opinião) acredita.

Lembremos que os EUA não conseguiram organizar nenhuma ocupação internacional bem-sucedida (deixando o país mais democrático ou com economia mais forte se comparado o início e o fim do controle norte-americano) desde o Japão. Os fiascos são gritantes desde a “Baía dos Porcos” até o Afeganistão. É um pensamento mágico acreditar que os EUA são efetivos e eficazes quando se trata de política internacional. A CIA, por exemplo, é muito mais conhecida pelos erros do que pelos acertos em comparação com suas congêneres a KGB e o Mossad, por exemplo.

É claro que se já existe uma pré-disposição das elites para a transgressão democrática, a ajuda norte-americana é potencializadora da ação. Exatamente como aconteceu em 1964. Mas não é crível que os EUA tenham um poder de engenharia política e social para promover a debacle que vimos no Brasil desde 2013. Nem em países menores, mais fracos economicamente e em momento da Guerra Fria os EUA foram bem-sucedidos. O caso da Nicarágua e El-Salvador são bastante eloquentes.

3)      Existem inúmeros atores internos dos EUA que são capazes de ações internacionais por cima do próprio governo norte-americano. Existem trabalhos muito claros mostrando como os think tanks, as universidades e a máquina cultural norte-americana tem sido efetiva em propagar seus valores pelo mundo. Muito mais do que o governo poderia fazer. Wall Street e toda a máquina das “Agências de Risco” (sumidas na era Temer), das grandes agências financeiras internacionais e do próprio domínio do dólar são uma ferramenta de ação que, não depende das ações de governo.

As empresas petrolíferas, talvez, sejam, neste aspecto, o exemplo mais claro. A força de atuação delas pelo globo todo é histórica (especialmente no Oriente Médio). Muitos são, no Brasil, americanófilos (fazem extensas homenagens aos norte-americanos) e comparam o nosso ambiente de negócios com o de lá. Normalmente sem conhecer nem a história, nem a política ou economia dos EUA suficientemente apontam a “corrupção desenfreada” no Brasil como uma diferença. A verdade é que Obama tinha obrigado, pela primeira vez, todo um controle externo às ações destas empresas, tentando coibir exatamente a corrupção, que se sabe ser moeda das petrolíferas dos EUA. Trump retirou a lei que tornava obrigatório auditoria externa e relatórios anuais. Percebe-se aqui o pragmatismo americano que, enquanto denuncia a “corrupção” da Petrobrás e se coloca como parte nos estranhos acordos internacionais assinados ilegalmente pelo juiz Moro, isentam suas empresas de se submeterem às mesas regras. Veja que o governo de lá apenas se adapta aos interesses e práticas do establishment capitalista. Algo que o senador Bernie Sanders e a senadora Elizabeth Warren denunciaram com precisão na campanha passada e que poderia ter evitado a eleição de Trump. O fato é que ao falar em “interesse dos EUA”, deve-se dizer interesse de quem efetivamente. Isto para evitar que se acredite no malévolo “Tio Sam” movendo cordas e controlando o mundo todo.

4)      Os EUA têm diversas agências que estão muito longe de cooperarem umas com as outras. Um exemplo do passado é o Departamento de Estado e o Comitê de Atividades Anti-Americanas. Enquanto o Departamento gastava enormes somas para trazer dissidentes soviéticos para os EUA, dar-lhes possibilidade de viver no capitalismo e usar a figura deles como propaganda anti-soviética, o Comitê gastava uma quantidade de dinheiro ainda maior para manter estes “imigrantes” sob supervisão diária procurando por “espiões”. Investigações do congresso americano mostraram que não só as agências mantinham atividades desconhecidas umas das outras como, muitas vezes o que uma fazia a outra desfazia, gastando duplamente o dinheiro do contribuinte sem resultado. Atualmente, uma situação parecida ocorre entre a CIA e a NSA, por exemplo. A NSA trabalha com ferramentas que estão colocando toda a história da inteligência americana em xeque. Elas competem por verbas dentro da estrutura do governo americano. Durante a campanha de Trump viu-se ainda outro conflito, entre FBI e CIA. Se não é fácil obter uma cooperação destas agências dentro dos limites do território americano, tanto mais improvável que esta cooperação se dê quando em ações internacionais, e de forma eficaz. Claro que houve espionagem sobre o governo brasileiro, sobre a Petrobrás e sabe-se lá mais quem. Mas imaginar que esta espionagem foi pensada e colocada num plano para destruir o Brasil penso não ser correto. As informações, todas e qualquer delas, podem ter canais públicos e privados para chegar a agentes decisórios. É mais plausível imaginar que o montante de informações produzidas pelas diversas agências nos EUA tenha induzido interesses diversos, em diferentes atores, e não um plano unificado para agência no Brasil.

Isto não quer dizer que eu acredite que os EUA não tiveram nenhuma ação dentro do que ocorreu em nosso país. Apenas que acho que não foram e não são a “inteligência” por trás dos atores e também defendo que são agentes diferentes. Diversos agentes privados agindo de forma mais efetiva e direta do que os públicos.

Nossa vilania enquanto sociedade, nossas elites políticas e seu histórico egoísmo argentário e a fraqueza das nossas instituições somaram-se ao domínio oligopolizado da mídia para produzir o colapso que estamos presenciando. Isto somado aos diversos interesses pontuais que Dilma frustrou (judiciário ao não conceder aumento, Cunha e Temer ao cortar seus canais de corrupção com a nomeação de Graça Foster, e etc.) respondem pela “tempestade perfeita” de 2016. Os interesses internacionais ajudaram a potencializar o efeito, mas não lideraram o processo e sequer tiveram controle sobre ele.

Fernando Horta

Somos pela educação. Somos pela democracia e mais importante Somos e sempre seremos Lula.

67 Comentários

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  1. NSA

    Então, a espionagem da NSA era só para saber a hora que a Dilma ia ao banheiro?

    Se falava mal dos americanos?

    Claro que ouve uma orquestração junto com os americanos que pouco se lixam para o que vai acontecer nos países onde influem. Veja o golpe contra Getúlio, os amercanos influenciaram. Veja a ditadura 1964, sempre se disse que os americanos não tinham nada com isto e após longos anos se mostrou toda a estrutura de dólares pagos e espionagem e tortura feita por eles.

    Acredito que as instituições americanas se moveram para fazerem as manifestações de 2013 até ao impeachement de Dilma.

    O que vai acontecer com o Brasil e os brasileiros não tem nenhuma importância para eles, a não ser a preservação dos seus interesses. Veja a Síria destruída sob o argumento de ditadura, os amercianos e os europeus financiaram os jiradistas e contrartaram mercenários para fazer a destruição de uma nação.

  2. Então não foram os EUA

    Então não foram os EUA sózinhos, apenas gente de lá incentivou, financiou, forneceu expertise para gente daqui. Para descobrir o mandante, basta descobrir quem se beneficia com o acontecido.

  3. Artigo bastante infantil,

    Artigo bastante infantil, denota um entendimento primário da atuação norte-americana.

    Fiasco no Afeganistão?O orçamento da defesa, que sustenta o complexo industrial-militar, foi quase dobrado graças à Guerra ao Terror.

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    O poderio militar americano, mais que as forças armadas pripriamente dito, reside muito mais em sua capacidade de desenvolvimento tecnológico, e não apenas para fins militares, e esse desenvolvimento tem como sua principal fonte de financiamento o orçamento de defesa, que sustenta todo esse complexo militar-industrial, com propósitos de desenvolvimento nacional(por questões de segurança)que são negadas aos países periféricos(por meio do discurso alienante do livre-mercado, que os americanos incentivam, mas não praticam).

    Por outro lado, não se faz necessária a atuação direta dos EUA em intervenções, que eles praticam diariamente. Vide como, no caso brasileiro, ambos Putin e Erdogan ligaram para advertir Lula e Dilma sobre a movimentação atípica nas redes sociais brasileiras, que não poderiam ser espontâneas, no período que antecedeu a jornada de otários que foram os movimentos de junho 2013. Os EUA interviram por meio de sua inteligência, já que a vagabunda e incompetente elite brasileira seria incapaz de planejar e executar algo mais sofisticado. Esse fato é comprovado, vide como esses protestos contra a Copa do Mundo tiveram início com aquela garota brasileira, residente em Los Angeles e estudante de cinema, que gravou um vídeo em inglês elencando os motivos para não comparecer à Copa do Mundo no Brasil. O “sucesso” do vídeo na net foi claramente fabricado: americanos não se interessam por futebol, e muito pouco pelo Brasil; a classe média brasileira não fala inglês. Esse vídeo deu início ao movimento “Não vai ter Copa”, uma das manifestações da “jornada de otários” de 2013. 

    Mais recente, na briga dos “líderes” do movimento pelo impeachment de Dilma, uma dessas direitistas atacou seus antigos companheiros, denunciando que o líder do movimento Vem pra Rua, Rogério Chequer, tratava-se de um profissional da área de comunicação, que trabalhava nos EUA, e misteriosamente desembarcou no Brasil durante essas manifestações para liderar o movimento Vem pra rua. Como um sujeito completamente desconhecido, que nem no Brasil morava, chega no país já liderando um movimento pelo impeachment da presidenta?Quem financiou esses grupos?

    Independentemente se há participação direta do governo americano ou não, intervenções americanas por meio de agentes privados fazem parte da política externa americana desde que os filibusteiros tomaram Cuba em fins do século XIX.

    No plano interno, cumpre notar que o Brasil, excetuando certos períodos históricos, é caracterizado por um elite que, há séculos, está habituada a abrir mão de qualquer pretensão de desenvolvimento nacional em troca da manutenção de seu poder interno subordinado a potências estrangeiras. A elite brasileira da narrativa neoliberal, supostamente cosmopolita e liberal, é a elite que defende a inserção subordinada brasileira no sistema internacional imperial estruturado pelos EUA a partir do pós-Segunda Guerra Mundial. Esse é o modelo adotado por colônias, promove a divisão interna, e apoia o poder por parte de uma pequena elite incompetente e submissa(Aécio Neves presidente é bastante ilustrativo do que é a elite brasileira).

     

  4. Fernando, não tenho bagagem

    Fernando, não tenho bagagem para questionar nem para comprovar suas assertivas. A História nos dará a resposta. Mas creio que você tem muita chance de estar certo pelas seguintes razões: Os EUA estão longe de ser aquela “primeira linha” que os vira-latas adoram (Ubatuba é mais bonita que Miami, pelo menos metade de nosso povo não é lobotomizada pelos fundamentalistas religiosos enquanto lá só deve ter uns 2 ou 3 e estão na cadeia, lá faz um frio horroroso e aqui um calorzinho gostoso, etc. etc.), no entanto também estäo longe, muito longe, de serem uns idiotas que fabricam um golpe e colocam para geri-lo Michel Temer e quadrilha; que na construção do golpe se utilizaram de toscos como Serra, Aloisio e Aécio; que para dar suporte jurídico contratam o STF atual, que de Supremo tem o mínimo; que para aparar as arestas contam com Gilmar Mendes e Sergio Moro. Esses todos são representantes legítimos de NOSSA elite, NOSSA casa-grande. E os EUA, fácil reconhecer, sem viralatismo, são muito melhores que isso. É só comparar, e falo em manutenção do regime, não em outras coisas, e ver quem eles colocaram, quando interferiram, no Chile, Iraque, Afganistão, nem falo do Japão. É ouro contra pirita, pra não dizer coisa mal cheirosa.

  5. Foram as estrelas e as listras

    Os EUA jamais aceitariam o Brasil se tornar independente e ser ator do BRICS impunemente. Daí a espionagem de nossas autoridades e nossas empresas e a cooptação de autoridades de todos os níveis e poderes, de Moro a Dallagbosta, etc.

  6. Não posso concordar com esta

    Não posso concordar com esta análise

    COLEGA  ..pelo DOLAR, o país ficou de cócoras durante 30 anos  ..eles nos escravizaram pela falta de divisas ..vendiam mas não compravam  ..colocavam obstáculos, ao dava, lembra ?  ..esmagavam, chantageavam, OBRIGARAM-nos a privatizar pros deles ..ajudaram a ENDIVIDAR o Estado brasileiro que teve que pagar taxas de juros dantescas pra banca

    ideológicamente falando (lembre-se do plano Marshall, de Mao e Nixon, de 2008)  ..o que vale pros deles não vale pros nossos

    Sempre a espreita eles se aproveitaram, se lambuzaram, e SIM, colaboraram com os GOLPISTAS aonde puderam (tal qual o judiciário e os militares) ..e isso, como em 64, a história há de provar

    ..eles viram recentemente o surgimento dos BRiCS ..do submarino,do satélite brasileiro e dos jatos suecos  ..da nova fronteira AZUL  ..do BRASIL sujeito internacional (e não só objeto a tirar sapato) ..o despontar dos “campeões nacionais”  ..da nossa liderança não só no café e na laranja, mas na soja, indo pro algodão, milho, proteímna abnimal e em diversos ramos MINERAIS

    ..viram seu mercado reserva, de 210 milhões de habitantes, o tal quintal, sonhar com outros parceiros, outras terras  ..sim, teve a pre sal tb como vc lembrou  ..mas antes, tem muito capital deles por aqui tb ..e outros tantos ameaçados na hegemonia, pelo mundo

    Convenhamos, pelo Consenso de Wahinsgton, pensar um BRASIL independente seria uma aberração  ..um risco pra qq Nação

    1. Será que foi apenas

      Será que foi apenas coincidência a passagem da tal Ayalde(acho que é isto) pelo paraguai pré golpe e pelo brasil pré-golpe?

      E a gravação da conversa da Dilma com o Lula que praqticamente acabou com o governo dela? Será que o Moro gravou após a hora da permissão? Ele estava proibido de gravar depois de determinada hora mas a NSA não.

      Será que aquela gravação foi feita pela lava rato ou foi feita pela NSA e passada imediatamente para o moro e a globo?

  7. Snowden, Assange foram esquecidos aí

    O artigo não deu crédito no que noticiaram Snowden, Assange… Além de não ter dado relevância aos da “Wall Street”… 

    De qualquer forma, cada um da sua opinião.

  8. De fato, atribuir ao governo

    De fato, atribuir ao governo americano tudo não é razoável. No entanto, como Trump está demonstrando o Deep State com conexões na Europa (Inglaterra e Holanda) tem sido muito mais “letal” que a Casa Branca.

    Sobre Petróleo discordo. Energia é assunto de estado em qualquer lugar do mundo, menos no Brasil. Há sim movimentações do establishment mundial no Atlântico Sul. Incluindo a área mais militarizada do mundo, as Ilhas Argentinas ocupadas pela Inglaterra.

    “os EUA não conseguiram organizar nenhuma ocupação internacional bem-sucedida”. Mas o objetivo não é ocupar e criar uma sociedade evoluída, mas destruir, despovoar e controlar os mercados mais lucrativos (drogas, armas, gente). Japão e Alemanha não são exemplos de ocupação americana, mas de parasitismo Yanque. Japão e Alemanha eram muito mais modernos que EUA antes da Grande Guerra.

    “Mas não é crível que os EUA tenham um poder de engenharia política e social para promover a debacle que vimos no Brasil desde 2013.” A irmandade Mulçumana, criada pelo MI6 e levada a cabo por Lawrence da Arábia conseguiu feitos muito maiores, destruiu o Império Ottomano, e décadas depois, com a juda das redes sociais, a Primavera Árabe para minar a prosperidade Árabe independente. Há uma rede enorme de ONGs, Institutos, Think Thanks trabalhando para moldar corações e mentes no Brasil. Erro muito grave não considerar isso, já que está bem documentado (e.g., CPI das ONGs).

    “Percebe-se aqui o pragmatismo americano que, enquanto denuncia a “corrupção” da Petrobrás e se coloca como parte nos estranhos acordos internacionais assinados ilegalmente pelo juiz Moro, isentam suas empresas de se submeterem às mesas regras.”

    Lembro que Max Weber em viagem aos EUA no início do século XX afirmou ao voltar para a Alemanha que os EUA só poderiam ser muito ricos para suportar tamanha Corrupção. Mas não é pragmatismo americano, mas sim um pragmatismo do capitalismo anglo-saxão que interferem constantemente nos mercados dos países emergentes. As regras internacionais só valem para os fracos.

    O inimigo maior do Brasil não é a CIA/FBI/WWF/NED/Bilderberg/CFR/Harvard/USAID/Clube de Roma/Rothschild, mas o brasileiro que sonha em fazer parte desse grupo. FHC et caterva foi um exemplo disso, fez uma gestão medíocre. Lula e Celso Amorim colocaram o Brasil como protagonista, com uma proposta de um mundo menos europeizado, e irão apanhar dos próprios brasileiros da elite vassala até o fim das suas vidas por isso. Isso sim é muito grave.

    1. Na minha opinião, o pior nem

      Na minha opinião, o pior nem são figuras como FHC, ele age em interesse próprio, serve os interesses americanos porque eles apóiam seu projeto de poder. É uma atitude repulsiva, mas há lógica nela. Pior é a classe média brasileira, que age com a mesma vilania, mas atentando contra seus próprios interesses. A ignorância da classe méida é a chave para a estratégia de dividir e conquistar.

  9. Isto não quer dizer que eu

    Isto não quer dizer que eu acredite que os EUA não tiveram nenhuma ação dentro do que ocorreu em nosso país. Apenas que acho que não foram e não são a “inteligência” por trás dos atores e também defendo que são agentes diferentes. Diversos agentes privados agindo de forma mais efetiva e direta do que os públicos.

    Quem seria a inteligência?Aécio Neves?

    A incompetente elite brasileira não possui a mínima capacidade para orquestrar uma ação dessa envergadura, a maior parte dela nem sabia ao certo o que estava ocorrendo. Temer, Cunha e afins estariam muito melhor se continuassem chantageando Dilma, ao mesmo tempo em que valiam de sua posição para barganhar com a oposição, O que o empresariado brasileiro ganhou com essa crise política?Certo que há grupos nacionais aliados aos setores externos, principalmente o capital financeiro, que esperam algum ganho, mas dizer que eles são a inteligência, eles lideram o processo, essa é a elite colonial, cuja liderança significa a submissão às forças externas que a mantem no poder. 

    Nossa vilania enquanto sociedade, nossas elites políticas e seu histórico egoísmo argentário e a fraqueza das nossas instituições somaram-se ao domínio oligopolizado da mídia para produzir o colapso que estamos presenciando. Isto somado aos diversos interesses pontuais que Dilma frustrou (judiciário ao não conceder aumento, Cunha e Temer ao cortar seus canais de corrupção com a nomeação de Graça Foster, e etc.) respondem pela “tempestade perfeita” de 2016. Os interesses internacionais ajudaram a potencializar o efeito, mas não lideraram o processo e sequer tiveram controle sobre ele.

    Controle do quê?Esse caos é justamente o que eles queriam, conseguiram atrasar o porcesso de desenvolvimento brasileiro em décadas. Os EUA possuem o controle da situação na Ucrânia, ou eles tampouco tiveram participação no que ocorreu naquele país?

    Não faltam exemplos recentes de países que passaram por essas revoluções coloridas, e todas tiveram a participação dos EUA. 

    Aliás, quem detêm o controle da situação no Brasil?Nós simplesmente fomos vítimas de uma campanha de desestabilização cujo principal objetivo era atrasar, senão abortar, o projeto de desenvolvimento nacional, não é coincidência que os principais competidores dos americanos nos mercados internacionais foram os principais alvos da Lava Jato.

    Grande parte da estúpida elite brasileira, e a quase totalidade da classe média, nem tem ideia do que está em curso. Seu surrado discurso contra o “bolivarianismo”, “comunismo”, etc. contrasta com o ataque em curso que visa destruir justamente as bases do capitalismo brasileiro.

  10. É claro que se já existe uma

    É claro que se já existe uma pré-disposição das elites para a transgressão democrática, a ajuda norte-americana é potencializadora da ação. Exatamente como aconteceu em 1964. Mas não é crível que os EUA tenham um poder de engenharia política e social para promover a debacle que vimos no Brasil desde 2013.

    Ocorre que essas elites predispostas à transgressão democrática são, em sua maior parte, também predispostas a um papel de elites coloniais, submissas aos interesses de potências estrangeiras.

    1. As elites passaram negando a operação Brother San até que os …

      As elites passaram negando a operação Brother San até que os documentos norte-americanos foram desclassificados.

      Se este tal de Fernando Horta fosse “cientista social” logo após 1964 negaria que o porta-aviões Florestal estava se encaminhando para intervir no Brasil.

  11. É?

    O texto se inviabiliza quando separa os interesses e poderes das corporações dos interesses do estado americanos.

    Lá eles são unos por conta dos lobbies.

    Caso mais saliente é o das famaceuticas e da indústria de armamentos porque das petroleiras nem se precisa falar. 

     

  12. Mas imaginar que esta

    Mas imaginar que esta espionagem foi pensada e colocada num plano para destruir o Brasil penso não ser correto.

    Falácia do espantalho, a não ser que sua proposta seja dialogar com alguém que acredite ser os EUA um vilão de filmes infantis, que possui um plano diabólico para destruir o Brasil(gargalhada diabólica).

    Na verdade, esse tipo de opinião é muito mais comum na classe média reacionária, que vê em curso um plano diabólico das forças bolivarianas para instituir uma ditadura gayzista no Brasil.

  13. Existem inúmeros atores

    Existem inúmeros atores internos dos EUA que são capazes de ações internacionais por cima do próprio governo norte-americano. Existem trabalhos muito claros mostrando como os think tanks, as universidades e a máquina cultural norte-americana tem sido efetiva em propagar seus valores pelo mundo. Muito mais do que o governo poderia fazer. 

    Aqui você pratica o mesmo tipo de generalização que crítica em outros pontos de seu artigo e contradiz o que escreveu no ponto 4. Não existe um “governo” americano como entidade unificada em suas ações, mas uma série de instituições, cada qual com uma agenda específica, que agem, muitas vezes, contra as próprias diretrizes da Casa Branca(essa também, apesar da posição central, apenas mais uma instituição componente do governo americano).

    E, nesse sentido, muitas dessas instituições agem em conluio com grupos privados(na verdade, essa é a regra)mesmo, muitas vezes, contra as próprias diretrizes traçadas pelos altos níveis do governo americano, como o Presidente. No governo Obama foram frequentes atos de militares e dos serviços de inteligência contrários às diretrizes traçadas pela Casa Branca.

  14. só o fato…

    …das agências made in usa produzirem informações com as quais outros agentes políticos e econômicos internacionais e nacionais agem no cenário mundial, revela o modus operandi da inteligentzia a favor da livre interferência do capital flutuante in all over the world.E de promover a guerra, a maior e mais rentável indústria cujas matrizes residem onde mesmo?Para o armeiro mor, antes de tudo interessa vender as armas, não necessáriamente vencer a guerra.

  15. Artigo fraquíssimo

    Este artigo é tão fraco e tão cheio de incoerências internas e contradições que sequer merece análise e comentário mais aprofundados. Por saber que Fernando Horta é capaz de escrever análises mais racionais e substantivas, dar-lhe-ei outra chance.

    Por ora, relembro aos leitores a entrevista que Carlos Costa, que foi chefe do FBI no Brasil por cerca de 4 anos, concedeu a revista Carta Capital, de 24 de março de 2004. Leiam atentamente essa entrevista e vejam se faz sentido alguma das platitudes escritas por Fernando Horta neste artigo tolo.

    https://csalignac.jusbrasil.com.br/noticias/354350802/policia-federal-brasileira-recebe-mensalao-do-governo-dos-estados-unidos

  16. uma opinião

    mas usa exemplos equivocados para justificá-la.

    talvez, a parte que o estado como um todo não tenha participado no golpe e partilha do butim junto com os bandidos dos três poderes brasileiros, mas setores oligopolizados da economia ianque deixaram suas digitais no golpe. as visitas mensais da trupe dos infanto-juvenis da farsa-jato aos arrabaldes de washington são indícios mais fortes dessa participação àqueles que induziram à indignação seletiva da “sociedade dos homens de bens” com a absolvição da chapa dilma-temer no tse.

  17. Eu acredito

     Acredito sim que os Estados Unidos estao por tras do golpe como estavam em 64 com farta documentação comprobatoria9 gravaçoes com o pres. Nixon), neste caso em especial não tanto pelo pré sal que já seria motivo suficiente, porque muitas quedas de governo decorreu da ansia por petroleo as o motivo principal era o alinhamento brasileiro pelos Brics junto principalmente de Russia e China maior bloco mercantil do planeta concorrendo com o imponente dolar, com a queda da Dilma ha um alinhamento dos golpistas com os EUA.

  18. Isso não muda muita coisa

    De acordo com o texto, a maior parte das medidas adotadas pela Lava Jato para destruir as empresas brasileiras não foram obra do governo estadunidense, mas de instituições sediadas naquele país. Ou seja, de uma forma ou de outra, estamos sendo colonizados por estrangeiros. Nossa única dúvida é: nossa matriz é majoritariamente estatal ou privada?

  19. Fernando Horta,
    Agora que a

    Fernando Horta,

    Agora que a brincadeira estava ficando boa?

    Achamos os americanos tão superiores em tudo e a nós que são mais espertos e fazem uma conspiração perfeita contra nós e você vem dizer que eles não são uma entidade maléfica una?

    Como fica nosso maniqueísmo agora sem teoria da conspiração? Acho que você anda lendo muito Chonsky.

    Assim não pode, assim não dá!

  20. E uma pena…

    E uma pena que espaços como este, no lugar de destacar as coisas que tudo o acontecido tem feito com o brasil, levante duvidas e de certa forma tente diminuir a  possivel atuação de potencias externas nos acontecimentos do brasil.

    A verdade vamos a demorar a saber, visto que nossa Abin não consegue chegar ao stf sem ser descoberta, tal vez 30 anos, mais seria mais importante destacar algumas coisas pouco ventiladas atualmente do golpe, como os 43 anos ao Almte Othon, a situação do missil A-Darter, a situação dos submarinos brasileiros, incluido o atomico, a venda do presal, destruição da Petrobras e grandes empreiteras, o desmonte dos Brics, a venda de empressas nacionais, liberações ambientais etc, de certo todas manifestações de “esquizofrenicos”.

    Considero que e mais importante usar seu prestigio para esclarecer todas as consequencias do que estamos sofrendo que tentar    de explicar a falta de responsabiidade de fatores externos. Estou de acordo com a ultima parte do seu artigo, salvo que embora eles não lideraram o processo, foram provavelmente os que o iniciaram, como tem surgido informações nos ultimos dias. Assistimos tudo dia ao teleteatro de Temer, PGR, TSE, acusações sem provas contra Lula sem falar exhaustivamente do que leva a ter 14.000.000 de desempregados .

    Esse deveria ser nosso esforço

  21. Tá certo, não foram os EUA mas que “foram” alguém, “foram”
    “Lembremos que os EUA não conseguiram organizar nenhuma ocupação internacional bem-sucedida (deixando o país mais democrático ou com economia mais forte se comparado o início e o fim do controle norte-americano) desde o Japão” E é este o objetivo norte-americano? Deixar países com economia mais forte e mais democráticos? Foi esse o interesse no Iraque? Ou a intenção era mesmo destruir ou desorganizar o Iraque como era conhecido?Não sou jornalista, nem economista nem cientista político, mas acho que a sucessão de acontecimentos no Brasil suscita diversas perguntas.Uma delas é: A quem interessa a destruição das empresas de engenharia brasileira, com forte atuação internacional? Outrạ: A quem interessa a desorganizção do setor de petróleo e gás no Brasil? E mais outra: A quem interessa a destruição da infraestrutura de pesquisa científica universitária no Brasil? Finalmente: A quem interessa a destruição da influencia crescente internacional do Brasil?  Pode-se sté relativizar a importância de todos estes temas, afinal “somos mesmo uma merda de país”. Mas para mim é difícil atribuir estas ações ao cálculo de agentes internos interessados no avanço do país. Ou mesmo à irresponsabilide política dos que tomaram o poder no Brasil. Ou ainda a necessidades no “combate à corrupção”. É mesmo difícil identificar a quem interessa esses direcionamentos bem claros. Mas que intressa a algum agente externo, interessa. 

    1. tá….

      Somos uma potência. Nosso gigantismo e riquezas não possuem similares em nenhum outro lugar do planeta. Eles só não são maiores que nossa ignorância e covardia. Quem pode interferir num país das nossas proporções e populaçao, sem que nós mesmos aceitemos e nos submetamos? E covardes, estátiscos e omissos, ficamos acusando aos outros. Mesmo a corrupção que Lacerda, Jânio ou Jango acusavam nos anos de 1950, aceitamos que seja imputada a empresários atuais e outros atores, quando não mudamos a realidade politica de irrisória representação da sociedade, que eterniza tal corrupção. Então nós o Brasil, juntamente com Lesoto, Costa Rica ou Haiti, todos, segundo nossas comparações a respeito da mesma expressividade e condições, somos subjugados. O Brasil é de muito fácil explicação. 

    2. Concordo contigo, Dante.
      O

      Concordo contigo, Dante.

      O autor refuta uma “centralização” das inteligências americanas em suas ações pelo mundo, mas se esquece que:

      1- As forças que detem o real poder, sempre defendem os interesses de seu empresariado em todo o mundo. 

      2-  O senso comum americano e até a essência de seu patriotismo é escancaradamente intervencionsta.

      3- Como explicar a atuação da embaixadora Liliane Ayalde no Paraguai, Bolívia (de onde foi convidada a se retirar) e aqui durante o golpe? Será que veio organizar quermeses e chá beneficentes? Acho até provável que o A.A. apareça por aqui defendendo esta tese…

  22.  Também acho que os agentes

     Também acho que os agentes privados e brasileiros são responsáveis pelo desfecho do movimento que começou em 2013.  Foram várias agentes, não concatenados, mas que acabaram, por afinidade ideológica,  traçando uma rota única de atuação, que era destituir um governo de esquerda do poder. Mas não adianta, vão te taxar de burraldo por não enxergar “o óbvio”, que os EUA planejaram tudo porque o Brasil estava se tornando uma superpotência

    1. não concatenados?

      solle, 

      como assim, “não concatenados”? São concatenados sim, muito bem orquestrados.

      O golpe que sofremos usou um juiz de primeira instância (formado e treinado nos EUA), com ações que criaram fatos políticos divulgados ilegalmente pela mídia (não só a RGT, mas todas aquelas 4 ou 5 famílias que controlam os meios de comunicação no país), com respaldo dos tribunais superiores. Alem disto, ações decisivas, calculadas e planejadas na esfera do Executivo e Legislativo. E quando precisa tirar do caminho um ministro ou outro, mata-se sem qualquer cerimônia.

      Se você acha que os movimentos dessas instituições foram aleatórios e isolados, ok. Para mim, é coincidência demais. Não consigo imaginar outra mente satânica por trás disso que não seja o titio sam.

       

  23. Mas eles participaram indiretamente

    Caro, entendo que a crise instaurada desde 2013 seja de cunho nacional, entretanto há de se atentar ao fato que depois que foi descoberto o pré-Sal no Brasil, com seu anúncio, os EUA, que antes miravam o Oriente Médio desde o ataque às Torres Gêmeas, com a desculpa no terrorismo, mas que na real sabemos o verdadeiro porquê, se projetaram novamente à América do Sul.

    A América do Sul estava “livre” dos yankees desde 2001, tempo esse em que a olhos vistos diversos países daqui puderam ‘respirar’ e se erguer. Vide Argentina, Venezuela, Bolivia e inclusive, claro, o Brasil. Lula ao anunciar a descoberta do Pré-Sal, falou em seu discurso não saber ainda se seria bom ou ruim para o Brasil tal descoberta. A crise, de fato de 2013 para cá, foi sim por uma quadrilha instalada no decorrer dos anos, tamanho o estrago que vemos dentro do próprio judiciário brasileiro.

    Mas o enfraquecimento, teve sim, muito a ver com os EUA… Só olhar para Moro e outros que estão ligados diretamente aos EUA e que hoje sabemos.

    Grande abraço.

  24. Outros comentaristas também
    Outros comentaristas também têm esse receio. Normal.
    A prisão do almirante, a maior reserva de petróleo a ser explorada, o mercado de 210 milhões de habitantes, o protagonismo geopolítico, a expansão de políticas não neoliberais etc. Tudo isso é mero detalhe quando se tem medo de se parecer ridículo ao acreditar em teoria da conspiração.
    Vários blogueiros e comentaristas têm essa vergonha. Fazer o quê?

  25. O ítem 1) já serve como fator

    O ítem 1) já serve como fator que coloca em cheque a tese do post. Ao afirmar corretamente que os democratas são mais intervencionistas que os republicanos, o autor favorece a visão da participação decisiva dos EUA.

    Veja bem, caro Fernando, durante quase todo período Lula, os republicanos estavam a frente dos EUA. Bush nem sabia onde fica o “Brazil”, que pôde tranquilamente ser um ator importante que colocou os Brics na cola dos EUA. A ponto de se cogitar em uma moeda para competir com o dollar!

    Pois bem, empossado em 2009, Obama com toda sua simpatia “progressista” veio para corrigir isso. É quando começa o soft power. O que incluiu chamar Lula de “o cara”. É típico do Obama. Enquanto isso seu governo, com a Hilary a frente, já articulava para minar os Brics por dentro.

    A CIA, FBI e etc no governo Bush jamais teria autorização para gastar um penny e perder one minute com um juiz de primeira instância do Paraná. “what’s this Paraná?” Mas é claro que o soft power do Obama não teve que se esforçar muito, pois mais soft ainda era “o power” do governo Dilma. Nunca se viu um poder tão soft, que em bom português quer dizer mole. Fazendo uma síntese radical, diria que Hilary e Zé Cardoso explicam o golpe

  26. “Menos sabe o tolo de si

    que o espertalhão do alheio”.

    O post acima parece se colocar a serviço de uma contrainformação a favor dos EUA.

    Há um livro chamado “Uma história do Brasil” do historiador norte-americano Thomas Skydmore largamente espalhado pelas bibliotecas das universidades brasileiras, enquanto livros como “Quem pagou a conta – a CIA na Guerra Fria da Cultura” é raridade nas mesmas bibliotecas

    Detalhe: o livro de Skydmore se chama “Uma história do Brasil”, o que com muita sutileza, alude a uma história que não é necessariamente a verdadeira. Consta que esse historiador teve livre acesso às informações nos porões da ditadura, enquanto ilustres brasileiros como Josué de Castro morriam à mingua em Paris ou eram encontrados mortos em fosso de elevadores no Brasil, como Anísio Teixeira, os dois com mais de 70 anos de idade.

    Não precisa ir muito longe para constatar a podre ideologização norte-americana da vida cultural e intelectual brasileira. Basta ligar a Rede Globo e verificar o oportunismo ideológico e comportamental de sua programação. Nela, a semana já começa com a chapa, desculpem, a tela quente, em filmes como “Marcando território”, “Perseguição implacável”, Fúria assassina”, sem falar no estímulo diário à violência na ampla cobertura de motins e rebeliões em presídios, manifestações, etc. E depois vem falar de combate a violência! O Jornal Nacional exibiu durante semanas a imagem de um argentino sendo morto por um soco no Rio de Janeiro. Isso é permitido? Isso é ético? qual a real intenção de se exibir um crime em rede nacional?

    Se ao menos os EUA nos dessem o que eles tem de melhor… Mas não, eles querem é o que NÓS temos de melhor, nos parasitando, como bem comentou um dos leitores, e como disse o recém falecido Baumann: O capitalismo é parasitário, e quando acabar a seiva por aqui eles se mudarão para outro lugar, deixando o país destruído em corpo e alma.

    Nesse sentido, o autor está certo, não foram as listras e estrelas, mas são a bolinha e o plim plim da Globo que fazem o serviço diariamente em nossas cabeças.

    A linha do tempo disso é mais ou menos essa:

    1823 – Doutrina Monroe – nenhum país europeu voltará a colonizar nenhum país americano

    1838 – Pedro II lança o concurso “Como se deve escrever a história do Brasil”

    Missionários norte-americanos se instalam pelo interior do Brasil ao longo de muitas décadas,  e parecem ser a raiz da religiosidade evangélica neopentecostal acrítica e apolítica hoje espalhada pelo Brasil

    1940 -1946 Presença do Birô Interamericano no Rio de Janeiro (Rockefeller)

    1947 – Cria-se a Escola Superior de Guerra depois que oficiais brasileiros se especializam no National War College

    1954 – O presidente brasileiro dá um tiro na cabeça

    1964 – Golpe militar – 7.500 militares são expulsos das forças armadas brasileiras

    1965 – Criação da rede Globo e da tentativa de impingir um pensamento único sobre o país (Ame-o ou deixe-o)

    O resto todo mundo já sabe

     

     

     

  27. Parabéns pelo artigo. Essa

    Parabéns pelo artigo. Essa visão é muito importante para desmistificar a ideia de como se dá a influência americana na América Latina. Como única grande potência do continente, eles não precisam intervir diretamente nos demais países para ter seus interesses contemplados. Contudo, acho que carecemos de estudos e análises que consigam identificar esses mecanismos de influência externa, no Brasil e na América Latina, já que, como bem apontado no artigo, eles não se dão a partir de um “comitê central” que controla os atores em cada um dos países.

    É possível que exista alguma relação entre a espionagem americana à Petrobras e os dados que alimentaram a Lava Jato? Precisamos encarar esse tipo de pergunta, mas sem cair no conspiracionismo de sempre, que limita o alcance de nossa visão. Acredito que o Wikileaks é uma importante ferramente para isso, que ainda não aprendemos a utilizar.

  28. Listras e estrelas

    Considerando que a historia se repete, se olharmos desde a era Vargas ,o qual foi suicidado devido a ter contrariado interesses comerciais norte americanos lá e aqui instalados, até o  periodo Jango com golpe de 64 e os famosos institutos Ipes/Ibade os quais pagavam mesadas aos  congressistas da epoca, concluimos que as intenções comerciais dos nossos irmãos do norte continuam a todo vapor. Outro dia neste blog GGN ou em outro o qual não me recordo no momneto, vi o seguinte questionamento: “Se um açougue tipo JBS ou uma empreiteira tipo Odebrecht compra parlamentares de forma tão natural, como estamos vendo atualmente, imagine uma Shell, uma Ford, uma GM ou uma Monsanto da vida o que elas não estão fazendo?

    P.S. Incluise creio que o sistema educacional de base do Brasil é influenciado por por esses interresses.

    1. Tocou no ponto

      O amigo comentarista tocou no ponto nevrálgico da discussão. Depois do golpe de 64 a agencia norte-americana USAID se aboletou dentro do MEC criando estratégias educacionais interessadas, exatamente como se faz agora com a idiotice nada ingênua do “Escola sem partido”. Há um livro do ex-deputado Márcio Moreira Alves que conta essas histórias, dsiponível na internet, pelo menos estava há algum tempo. Amigos, poderíamos ficar horas aqui   discutindo esse post e conclamar a inteligentsia brasileira e quem sabe fazer seminários, congressos, encontros, etc. Mas, claro, se os EUA deixarem…, ou alguém duvida que seus agentes não estão nos lendo? Hora do almoço!

  29. Outro ponto, esses cursos

    Outro ponto, esses cursos cooperação na lavagem de dinheiro e tals, que reunem magistrados, procuradores, etc da América Latina, estão substituindo os cursos de preparação de militares, verdadeiras escolas de ditaduras militares que antecederam os golpes da América Latina no pós-guerra.

    Fernando Horta esqueceu que as elites internas que promoveram o golpe foram devidamente treinadas pelos americanos, como sempre.

  30. Penso que os eua participaram

    Penso que os eua participaram do golpe orientando os atores brasileiros, espionando o governo e fornecendo gravações para seus aliados da mídia e lava rato.

    Creio que a maior objetivo deles era apenas enfraquecer o BRICs, e a maneira mais fácil era quebrar a perna mais vulnerável. Eles sabem e merda de elite que temos aqui.

  31. Simplesmente textos acríticos, com viés deformado …….

    Simplesmente textos acríticos, com viés deformado desmoralizam totalmente análises que são feitas no GGN.

    Não sei se há pagamento ou não, mas começo a desconfiar de muita gente.

  32. 1. não se pensa que os

    1. não se pensa que os interesses congruentes do “irmão do norte” com a elite obscurantista nativa ajam em separado quando encontram terreno propício e tal terreno o próprio autor discorre no texto;

    2. seria ingenuidade pensar que as invasões do “irmão do norte” então foram/são feitas para levar “democracia” e não exatamente o caos, logo seriam, sim, efetivos;

    3. intervenções desde anos 50 ou até antes, como na Guatemala, com ajuda do sobrinho da mulher de S.Freud, mostra que pequenos ou grandes, os “irmãos do norte”, não tergiversam: agem nos países.

    4. e a embaixadora “irmã do norte” que esteve presente nos países que sofreram golpes recentes: Honduras, Paraguai e Brasil? e

    5. por fim, tivemos que esperar vários anos para termos acesso às provas/documentos das participações diretas dos “irmãos do norte” no golpe civil-militar de ’64. o que mostra que será diferente no futuro quanto ao golpe de 2016 (aliás, como este será chamado no futuro? participação do STF não poderá ser esquecida, no mérito). 

  33. Se o prof. Luiz Alberto Moniz

    Se o prof. Luiz Alberto Moniz Bandeira diz que tem dedo dos EUA e todos os indícios, que eu mesmo pesquisei de moto próprio, me dizem que o acontece hoje no Brasil apontam para uma Guerra Híbrida controlada pelos EUA você acha que vou acreditar em quem?

    E outra: como explicar tudo o que acontece com o Brasil nos últimos 4 anos ser maravilhosamente conveniente para os interesses dos EUA? Ou será que precisa explicar a viagens do Moro para os States? Ou a ida do Aluysio Nunes beijar a mão dos americanos no dia seguinte do impicha? Ou o fato de a Lava Jato ter acessoria do CIA, FBI, JD e NSA? Isso sem falar que duvido que exista no Brasil alguém capaz de fazer um planejamento tão minuncioso e estratégico para golper o país como se fez desde 2013. É coisa de profissional, de quem sabe o que está fazendo. 

    É muita coincidência e aprendi que em política não existem coincidências.

    Não diria que o artigo é infantil, mas revela e incrível ingenuidade do articulista.

  34. Por que os cientistas sociais negam as evidências?

    A grande pergunta que deve ser feita é por qual motivo os cientistas sociais em geral negam evidências notórias nas análises de fatos que acontecem no Brasil?

    O caso das “revoltas de 2013” é um ícone desta negativa de evidências, muitos passam horas e horas a tentar achar nas revoltas de 2013 elementos puramente autóctones, enquanto se for analisado de forma comparativa o que ocorreu em 2013 no Brasil com eventos que ocorreram em outros continentes é fácil achar elementos externos sobre as manifestações ocorridas em 2013.

    Para dar um exemplo do que deve ser feito colocarei a seguir uma transcrição de parte de um artigo de 2014 que procura mostrar a gênese das chamadas revoluções coloridas. O mais importante é que este artigo foi escrito não para mostrar o que ocorreu no Brasil, mas sim as demais “revoluções coloridas” que foram implantadas no resto do mundo. Depois darei a origem do artigo, mostrando que não há nenhuma ligação direta com as manifestações ocorridas e suas consequências.

    “…..

    Para as revoluções coloridas, o governo e suas relações são o objetivo, enquanto o regime político é seu objetivo.

    As revoluções coloridas têm condições necessárias e suficientes para sua implementação bem-sucedida.

    O objetivo de qualquer revolução colorida é um golpe de estado, isto é, apreensão e retenção de poder pelo uso da força.

    Para as revoluções coloridas, o governo e suas relações são o objetivo, enquanto o regime político é seu objetivo. As revoluções coloridas têm condições necessárias e suficientes para sua implementação bem-sucedida.

    A condição necessária para engenharia de uma revolução coloridas é a instabilidade política no país, acompanhada pela crise das autoridades em exercício. Se a situação política no país é estável, ela deve ser desestabilizada artificialmente.

    A condição suficiente é a existência de um movimento de protesto juvenil especialmente organizado (através de um tipo especial de organização de rede).

    As características distintivas das revoluções coloridas incluem o seguinte:

    • As revoluções coloridas afetam o poder de uma maneira específica – através da chantagem política;

    • A principal alavanca contra o governo é o movimento de protesto juvenil.

    As revoluções coloridas apenas se parecem superficialmente com movimentos revolucionários reais; Ao contrário das revoluções verdadeiras causadas pelos fatores intrínsecos do desenvolvimento histórico, as revoluções coloridas são tecnologias que se deturparam como processos espontâneos. Eles são caracterizados por um nível teatral de “direção de palco”, que os analistas políticos ocidentais estão tentando transmitir como manifestações não planejadas e espontâneas da vontade das pessoas que de repente decidiram recuperar o direito de governar seu próprio país.

    O cenário de qualquer revolução coloridas baseia-se na filosofia de democratização anglo-saxônica (norte-americana), projetada para exportar democracia, instituições democráticas e valores para países contíguos. As tecnologias de revoluções coloridas só podem ser aplicadas com sucesso por seus criadores e desenvolvedores, nomeadamente os anglo-saxões. Em qualquer país onde uma revolução colorida começa, deve-se procurar uma marca norte-americana.

    …..”

    Conforme se pode ver o texto parece ter sido escrito para explicar os movimentos de 2013, porém longe dito este texto é uma análise genérica publicada sobre o título “COLOR REVOLUTIONS: THEORY AND PRACTICE OF MODERN POLITICAL REGIMES DISMANTLING DOI: 10.7256/.2014.1.13519.

    O texto pretende simplesmente explicar as chamadas “revoluções coloridas” ocorridas principalmente na ex-União Soviética sem nenhuma referência as manifestações ocorridas no nosso país, e chamo a atenção da última frase onde se escreve com todas as letras “Em qualquer país onde uma revolução colorida começa, deve-se procurar uma marca norte-americana.”

    Deixando claro que há sempre impressões digitais norte-americanas nestas manifestações manipuladas pelas atuais e “democráticas” redes sociais.

    Como no texto há uma enorme verossimilhança aos fatos ocorridos no Brasil e nas chamadas “revoluções coloridas” forem identificadas claramente a interveniência norte-americana direta ou indireta através de organizações “não governamentais” como a de Soros e outras, é nada científico analisar a situação brasileira como se fosse algo completamente diferente, autóctone e surpreendentemente espontânea que a análise dos fatos sem a mão externa não explica, o que devemos procurar entender porque os “ditos” cientistas sociais simplesmente não adotam um conceito científico de identificando dez fatos como originários de uma causa, olham para um décimo-primeiro exatamente com as mesmas características e teimam em dizer que a origem é outra.

    Esta falta de TOTAL E COMPLETA capacidade de análise científica de fatos está mais em, na melhor das hipóteses, reconhecer os erros de interpretações apressadas que foram feitas, ou na pior das hipóteses em ser os mesmos agentes dos fatos ocorridos no passado.

  35. É O VISTO ESTUPIDO, É O VISTO.

    Nesta última semana, já li sobre o BOI TÁ T Á, sobre BOI DE PIRANHA e agora li sobre CONVERSA PARA BOI DORMIR, afirmar “desarfirmando” que os EUA não tem culpa nessa situação toda é a velha conversa do PROFETA DO ACONTECIDO, alguém pediu. Já é viral conversar com pessoas e elas analisarem que sem as informações da NSA e espionagem na PETROBRAS, muito do que acontece não seria possível acontecer. Tem sim o dedo cheio de sangue dos EUA no que aconteceu com o Brasil, coincidências com americanos não é possível. Vejam após o episódio do Programa Nuclear Iraniano, mudou completamente a forma dos Americanos verem o Brasil, eles preocupados com os saques, na Líbia, Afeganistão, Iraque etc. sentiram se traídos pelo Brasil, apesar de que no evento do GOLPE em Honduras isso evidenciava que o Brasil vinha assumindo protagonismos na américa muito próximo do Tio San, construindo porto em CUBA, o que apressou OBAMA em reatar relações com aquele país. Se olharmos a lógica, BRASIL e TURQUIA sofreram GOLPES ou tentativas quase que simultâneas, justamente os dois países que costuraram um acordo similar ao posterior americano sobre a questão nuclear do IRÃ. Então não venha com essa de alisar os EUA, estão usando redes sociais e a internet em grande escala para causar conflitos internos nos países desavisados e assim implantam o caos. É claro e com certeza que há participação de agentes internos, mas que trabalham para a causa americana ou por ideologia tola ou por questões raciais e até porque são pagos para causar sabotagens aqui dentro. Quanto a mídia, seus quadros ainda sonham com VISTOS PARA TRABALHAR LÁ, são iguaizinhas aquelas senhoras gravidas que vão para MIAMI ganhar seus filhos para terem cidadania americana, iguaizinhos aqueles artistas tolos em busca de notoriedade na elite que ganham o dinheiro aqui fazendo shows e vendendo seus produtos ruins para desdentados e vão gastar no mesmo paraíso da Florida. O PROBLEMA É O VISTO ESTUPIDO, É O VISTO.

  36. talvez não engenharia, mas sim arquitetura…

    Talvez não engenharia, mas sim arquitetura…

    Sou assíduo leitor de sua coluna e admirador do seu elegante estilo de pensamento, Fernando.

    Dito isso, percebo que as últimas linhas de seu texto podem estar em desacordo com o próprio título sugerido nesta matéria. A partir da frase: “Isto não quer dizer que eu acredite que os EUA não tiveram nenhuma ação”… Nota-se uma oposição à afirmação “Não foram as listras nem as estrelas”.

    Entendo que você, por ser historiador, mantenha suas reservas de dúvidas a cerca de episódios tão recentes. Isto é, de fato, uma opção prudente e desejável. É preciso muita confiança no que está se dizendo para não ter medo de conviver com as dúvidas.

    Porém, talvez não a “engenharia política”, uma vez que esta é sempre executada pelas elites locais (mercado financeiro, grande empresariado, etc.) e por suas reservas autoritárias (alto comando militar, alto comando judiciário, etc.), mas a “arquitetura política”, esta sim, parece ter as impressões digitais estadunidenses.

    Devo concordar, no entanto, que os USA não formam “ator unitário”. Os “Estados Unidos” formam um país estranho e confuso, com leis que variam de estado para estado… Aquilo é uma bagunça! E sua anacrônica constituição só não é alterada, talvez, porque seria impossível conciliar interesses de 50 estados. Neste ponto, parece-me que a sociedade “americana” é que tem traços de esquizofrenia e não a esquerda brasileira, que sempre estará vigilante quanto à intromissão estadunidense em nosso país (e no mundo inteiro) não sem motivos.

    O comediante estadunidense Patton Oswald, em seu especial da Netflix, afirma que os EUA estão chegando a um grau de ingerência no mundo e a um grau de perversidade ao mesmo tempo, que a política do “U.S. – Uncle Sam” parece escolher personagens certos para exercer a presidência a cada momento de seus interesses, sempre visando melhorar a imagem do país mundo afora. Segundo ele, quando se decidiu abrir fogo contra o oriente médio no intuito de controlar suas últimas reservas de petróleo, alguém lá de Washington deciciu: “Põe um caipira do Texas de presidente que ninguém vai perceber!”. Ou, quando o exército americano fez testes com “drones assassinos” para futuramente usá-los em massa, este mesmo alguém teria dito: “A cool black guy! I don’t see another way”. E , assim, teria sido eleito Obama.

    O que parece estar claro (até para muitos estadunidenses) é que o presidente americano, desde Ronald Reagan a Donald Trump, funciona mais como um “ator” com falas e gestuais determinados por quem realmente exerce o poder por lá. Este poder é exercido no embate dos múltiplos interesses, os quais você já citou em seu artigo, ampliados de forma espetacular com as práticas de espionagem universal da NSA. São estes interesses, guiados por alguma noção de arquitetura política de Washington que estão sempre a interferir não só no Brasil como no mundo inteiro. Note-se que os lugares onde o interesse comercial da plutocracia estadunidense não é contemplado, há um massacre das agências de notícia para torná-los “inimigos da liberdade”, a exemplo de Rússia, Síria, Irã, Coréia do Norte e até nossa pobre Venezuela.

    As famosas “primaveras” no oriente médio refletiram direta ou indiretamente nas “Jornadas de Junho de 2013”, isso é inegável. E, a partir disso, iniciou-se a derrocada da política nacional, profetizada por consultorias de mercado tipo Empicurus (e outras) como “O fim do Brasil”. O fim do Brasil, rompendo com o bloco formado pelo BRICS, o desmonte da Petrobrás acabando com o “conteúdo nacional”, a desnacionalização de empresas estratégicas como as empreiteiras e as produtoras de proteína animal, etc. Sente-se, intuitivamente, que alguém está patrocinando esta política de terra arrasada, que agora se lança a destruir direitos conquistados pelo povo que mais trabalha. Se ao PMDB não interessava estas práticas nefastas quando faziam parte de governos de esquerda, por que interessa neste momento?

    E à quem interessa? Àqueles que não queriam “pagar o pato” e hoje sugerem que os trabalhadores o paguem, certamente. À banca que quer continuar aumentando sua fatia no PIB brasileiro, certamente. Mas também à plutocracia internacional capitaneada pelas poderosas empresas americanas, por certo.

    Parte da sociedade brasileira que você definiu perfeitamente como os “americanófilos” se alinharam, como sempre, contra os “esquerdistas”, tempos atrás chamados de “comunistas” e, agora, de petistas ou “petralhas” (curiosamente uma figura de desenho animado americano). Porém, mesmo estes começam a se darem conta da enganação de que foram vítimas. Alguns resistem ao máximo, mas grande parte já percebeu o tamanho do engodo a que foram submetidos.

    Talvez este seja o único motivo de otimismo a partir daqui. A possibilidade de união de uma sociedade fraturada em prol de um objetivo comum, ou seja, a recuperação da esperança de um futuro com mais qualidade de vida, coisa que este governo ilegítimo do PMDB-PSBD nos quer tanto negar. 

  37. O senhor Horta acerta
    O senhor Horta acerta tremendamente com
    este artigo,no momento(timming)é NECESSÁRIO
    q se “internacionalize”os nossos problemas,
    estamos numa época q por nós mesmos não conseguimos se resolver,é necessário exemplos e apoio “internacionais”,por isso q cito no xadrez,tanto à época da escravidão,nesta época nossas instituições estavam tão corrompidas,acostumadas com o errado q não havia expectativas de melhora,somente com PRESSÓES EXTERNAS teremos possibilidades melhores de normalização é o q “penso de fora” e q acho q é a chave para a mudança e a expulsão dos corruptos do governo e a conversão do nosso judiciário em legalista não corporativista!

  38. Queira me desculpar Fernando,

    Queira me desculpar Fernando, mas você esteve onde desde 2013 pra cá? Tudo começou com os BRICS, enriquecimento de urânio, proximidade com Cuba e a compra da Refinaria de Passadena! os EUA estão dando o troco. E sabe porque a globo esta rifando o Teme? Porque não quer a midia estrangeira geirando seu cangote! O unica pessoa que pode acabar com eese caos é o Lua, que por sinal ainda não foi preso devido a incompetencia do Moro! Foi aí onde o tion san se deu mau… 

    1. Essa campanha, cara Marly, só

      Essa campanha, cara Marly, só não está dando certo do ponto de vista de vitória “cirúrgica”, precisa e rápida desses ataques. Mas não apenas os EUA estão fazendo – em parceria com Israel, quem é quem nessa misturada? – política de terra arrasada no Oriente Médio como as pessoas que realmente mandam nos EUA – os donos de empresas privadas e não o povo, cadê a democracia? – estão ganhando muito dinheiro público. Vencer essas “guerras” – que a rigor nem guerras são, são ataques unilaterais e terroristas – não é tão importante quanto o dinheiro que o ramo industrial e o de serviços bélicos estadunidense está ganhando.

  39. Já pensou?

    É claro que não há a pessoa de um vilão. Nem de uma turma de vilões. Graças à propaganda comercial e ideológica, hoje a vilania está em cada um de nós quando, por exemplo, prefere fazer um curso nos EUA a desenvolver o curso aqui e por si mesmo, adequado à nossa realidade. A gente abre mão com muita facilidade da própria independência, a gente tem preferido estabilidade à liberdade. Ou melhor, o conceito de liberdade da gente é o construído por aquela proaganda.

    Imagine que você é um cientista e que por seu trabalho, foi-lhe oferecido um prêmio de US$ 1 milhão e um cargo de professor numa universidade estadunidense. Você aceitaria?

    Ao Grigori Perelman, o russo que resolveu a Conjectura de Poincaré, é isso que foi oferecido. Você consegue se por no lugar dele e entender porque ele recusou tanto o dinheiro e o prêmio quanto o emprego? O que é dinheiro? Para que serve? O que é glória e poder? Será que a gente precisa disso? Ou melhor, quanto será que a gente precisa disso? Mais do que precisa de um país própero a todos? Incomoda andar pela rua tropeçando em gente pobre? E quando essa gente pobre ainda é criança? Quantas gerações serão necessárias para acabar não com os pobres mas sim com a miséria como cultura, como modo admissível de viver?

    O que é liberdade?

    Quando a U.R.S.S. foi desfeita, Fidel Castro fez um discurso em que disse ao povo cubano que, se quisesse manter a liberdade que havia sido conquistada pela revolução, teria que apertar o cinto. O povo fez sua opção. “Melhor do que se tornar o bordel dos EUA”. Resultou num país em que não apenas ninguém morre de fome e nem mora na rua mas numa sociedade que produz conhecimento, em algumas áreas, superior a muitas outras sociedades. E que oferece esse conhecimento a outros países. O presidente do sindicato de médicos do Rio Grande do Sul, Paulo de Argollo Mendes, se opôs à aceitação dos diplomas dos médicos cubanos, mas seus filhos estudaram Medicina em Cuba…

    “Esta noite milhões de crianças dormirão na rua. Nenhuma delas é cubana”, disse Fidel. Mas no tido como o mais rico país do mundo há pessoas que não apenas dormem na rua ou em tendas como morrem de fome, de tiro, de raiva… Na escala da sociedades nacionais que oferecem sistemas públicos de saúde, educação, moradia… dignidade humana, enfim, os EUA estão lá atrás. E sem dúvida têm muito mais dinheiro do que a Islândia, a Dinamarca, a França, a Inglaterra, que Cuba…

    Os EUA não admitem o fim do embargo a Cuba porque senão Cuba pode se tornar uma Coreia do Norte. Imagina o que é, no ideário estadunidense, um porto em Cuba como o que empresas brasileiras estavam construindo com apoio do governo brasileiro. Agora pensa no tanto de dinheiro público dos EUA que vai direta ou indiretamente para a indústria bélica e para terceirizações como a Academi (ex-Blackwatr, ex-XE), mas não para programas sociais daquela própria sociedade.

    Uns vídeos da Coreia do Norte, uma Cuba não embargada,  (mas há muitos mais na Internet):

    [video:https://www.youtube.com/watch?v=2BO83Ig-E8E%5D

    Todos temos os nossos limites. E se é difícil até parar de fumar, até inverter o lado das portas da nossa casa, imagina o que é difícil parar de pensar e sentir de um jeito para pensar e sentir de outro. Perfeição não existe mas qualquer ação no sentido de pensar já é alguma coisa. Já pensou?

  40.   Pois é, foi COMPROVADO que

      Pois é, foi COMPROVADO que o Brasil era dos países MAIS ESPIONADOS do mundo pela NSA simplesmente porque os americanos queriam saber quem matou Odete Roitman. Sabe como é, tá passando a reprise e eles tavam em dúvida.

      Quanto à ENORME espionagem contra a Petrobras, igualmente comprovada, era pra saber quais postos BR vendiam gasolina adulterada.

     

      Desculpem, mas só rindo. 

  41. No artigo da Naomi Klein

    No artigo da Naomi Klein publicado hoje no blog  tem uma informação básica: a Exxon comprou os direitos de explorar o petróleo no Ártico russo por meio trilhão de dólares. Para a exploração do petróleo ser viável no Ártico o barril tem que custar 100 dólares. Os Estados Unidos baixaram sanções contra a Rússia  e o negócio da Exxon está parado. A Petrobrás está entregando os campos mais lucrativos ao mercado, de porteira fechada com a tecnologia de exploração, por 8, 10 bilhões. Tá bom que eles fizeram uma guerra no Iraque e não se movimentaram com a descoberta do pré sal.

    Certeza que não houve interesse dos americanos no golpe? Mais uma: o Aloisio Nunes viajou para os Estados Unidos quando houve o golpe e agora nas denúncias da JBS esteve com o vice presidente americano. Pra que será?

    A esquerda nunca disse que o golpe veio de fora. Apenas confluiu com os interesses escusos dos traidores da pátria daqui. E para isso usou os incautos da república da Curitiba inicialmente, Depois fez uso da internet para manipular a opinião pública e foi adiante no silêncio do governo americano sobre o golpe. Como em 64.  

    Outra lembrança: quais são os países com mais convulsão social na América Latina? Brasil e Venezuela. Os dois tem petróleo e o interesse não é geopolítico? Junto a isso tem os Brics, a liderança do Brasil na América Latina, tem a Amazonia, tem o Programa Nuclear.

    Porque Putin é demonizado no mundo? É mais do que claro que seu posicionamento em defesa dos recursos naturais da Rússia está por trás dos ataques. O movimento de manifestações de rua começou lá também. O governo russo não caiu na esparrela das manifestações democráticas como a Dilma caiu. Tanto que a Dilma é até aceita em palestras lá fora. Fez exatamente o que o mercado, os reais mandantes do mundo hoje, queria. Putin não consegue palco em nenhum lugar  para expor seu pensamento sobre o mundo atual. Estou defendendo o Putin? Não. Apenas observando que é a geopolítica sim que movimenta o império americano. 

  42. Foi interessante o blog ter

    Foi interessante o blog ter publicado algumas ‘coisas’ do sr. Horta, agora já pode agradecer e indenizá-lo. Se for muito acredito que os leitores mais fiéis se cotizarão para ajudar no tchau. Como escrevia o Ivan, vá se roçar nas ostras,

  43. Qual é o Horta?

    Venho acompanhando os artigos do Fernando Horta desde o seu primeiro aqui no blog do Nassif.

    Tinha até comentado com meu irmão sobre a qualidade dos textos e, por isso, o indiquei e recomendei a vários amigos.

    Este texto é ruim, é incongruente, falho, ingênuo. Prefiro o ingênuo ao má-fé.

    …Lembremos que os EUA não conseguiram organizar nenhuma ocupação internacional bem-sucedida (deixando o país mais democrático ou com economia mais forte se comparado o início e o fim do controle norte-americano) desde o Japão. Os fiascos são gritantes desde a “Baía dos Porcos” até o Afeganistão….

    Destaco esse trecho e pergunto: O que seria uma ocupação bem-sucedida?

    Fica então a pergunta, porque os artigos anteriores e este aqui não parecem ser do mesmo articulista.

    1. Exatamente!

      Vinha pensando sobre essa mudança dias desses.

      O começo foi o artigo sobre a manif de 24 de maio, em Brasília. Em seguida, um texto sobre as tais Jornadas de 2013.

      Desde então, aumenta-se a frequência e despenca-se a consistência da argumntação.

      Expõe, até, uma certa tentativa revisionista, meio tosca, das trapalhadas petistas.

      E agora, essa injustificável tentativa de eximir influências estadunidenses no Golpe de 2016.

      Pulgas atrás da orelha e pé atrás.

  44. Horta, o duvidoso

    O cristão é aquele mané que renuncia as grandes coisas da vida real, pelas coisas medíocres da vida imaginária. O problema aparece quando ele, mesmo dissimuladamente, acha que pode te convencer de fazer o mesmo.  

    1)   A falta de cuidado é do colunista. Fique com suas dúvidas e certezas mas não negue evidências nem desconheça os trabalhos de analistas importantes. Sobretudo não menospreze a inteligência dos leitores. Contra seus argumentos os exemplos são tantos e a lista é longa demais.
    A anedota citada não tem algum valor demonstrativo nem de coisa nenhuma. Nunca houve controversia no uso do termo ”unitário” entre falcões e pombas-rola.  O objetivo da política exterior dos EUA sempre foi o de controlar tudo   –   uma visão segundo a qual toda e qualquer nação do planeta é teoricamente ”nossa”. Eles nunca esconderam isso, pelo contrário.  A visão da política exterior dos EUA é o principal exemplo de real sintonia entre a  classe dominante e a classe política. A citada questão entre Democratas e Republicanos é anterior à guerra fria: sodomizar com vaselina ou com cascalho? O cascalho era o Memorandum 68 do Conselho para a Segurança Nacional de 1950. A vaselina era o Estudo n°23 (Policy Planning Study).

    2)  O colunista erra porque nunca existiu elite digna desse nome no Brasil, o que existe aqui são ricos sem qualquer compromisso com o pais. Para essa gente o inimigo sempre foi interno (o povo).  Os EUA não conseguem organizar nenhuma ocupação internacional ”bem-sucedida”?  «A menos que você entenda nossas lutas contra nossos rivais industriais e o Terceiro Mundo, a política externa norte-americana parece ser uma série de erros ocasionais, inconsistentes e confusos. Na verdade, nossos líderes têm sido mais que bem-sucedidos, dentro dos limites de suas possibilidades, nas tarefas a eles atribuídas.» (Noam Chomsky)

    Um pouco de Historia

    «O significado prático da Doutrina Monroe levava em conta que os EUA apenas consideram seus próprios interesses. A integridade das outras nações americanas era um mero acidente, não um fim.»  Woodrow Wilson, o grande apóstolo da autodeterminação, agiu de acordo com esse principio ao invadir o Haiti e a República Dominicana, onde seus soldados massacraram, destruíram e demoliram o sistema político vigente, deixando as empresas norte-americanas firmemente no controle e preparando, assim, o cenário para ditaduras brutais e corruptas.» (Noam Chomsky)

    Durante a Segunda Guerra Mundial desenvolveram planos para o pós-guerra nos termos do que determinaram a “Grande Área” subordinada às necessidades da economia estadunidense. A cada setor da nova ordem mundial foi designada uma função específica. Os países industrializados seriam guiados pela  Alemanha e Japão. Ao Terceiro Mundo cabia a função de fonte de matérias–primas e de marcado para as sociedades industriais capitalistas, como previa um memorando do Departamento de Estado, de 1949. Era para ser “explorado” (Kennan) para a reconstrução da Europa e do Japão.

    «Não existirá paz. O escopo principal das nossas FFAA é o de manter o mundo desempedido para a nossa economia e abri-lo ao nosso assalto cultural. Para este escopo nós teremos que matar um discreto numero de pessoas.» (Ralph Peters,”Constant Conflict: a look behind the philosophy and practice of the US push for domination of the world’s economy and culture”. US Army War College: Parameters, Summer 1997, pp 4-14.

    Paro aqui. Muitos leitores já comentaram corretamente esse post do Horta.

  45. Esse rapaz está se saindo melhor do que a encomenda

    Além de tentar reescrever a história de 2013, eximindo de responsabilidade o PT e o governo da péssiam condução no diálogo com os movimtos de esquerda, agora, tenta, inutilmente, isentar a influência estadunidense no Golpe de 2016.

    Para suposições desse tipo, é preciso muito mais chão do que a mera visão, vá lá, acadêmica.

    Ao final, acaba passando uma impressão meio estranha, digamos, meio entreguista, meio frouxa, meio covarde.

    Como, aliás, infelizmente, foram os governos petistas.

    Mas é só uma impressão.

    Ou não?

  46. Milagre

        Pelo menos uma visão complementar sobre uma questão complexa, sem maniqueismos tipicos da esquerdinha mofada, que ainda não saiu dos anos 80 do século passado, a qual tem como muleta preferencial a desculpa que tudo que ocorre no País é de culpa ou de origem externa.

  47. Caro Fernando, quando você

    Caro Fernando, quando você começou a escrever no blog eu disse que era mais do mesmo. Nem todos entenderam que o mesmo para mim era o ótimo. Neste post, como já disse em outro comentário, não sei se suas assertivas são corretas. Também não sei se estão erradas. O que sei é que provocou enorme contestação e que, ao menos da parte de alguns não houve o necessário entendimento, atribuindo-lhe coisas que a meu ver não disse. No meu modesto entender o que você diz claramente é que não precisamos buscar no exterior culpados pelas nossas mazelas com a “elite” que temos. E que para alguns dos que o contestam, parece que buscam culpados externos para não reconhecer o fracasso interno onde também temos a parcela de culpa. É claro que entre os que não concordam com você há argumentos fortes e embasados e é nisso que chego, querendo chegar. A discussão, plural, vencendo ou vencido o provocador, a meu ver é o objetivo máximo de um blog não sectário. Para mim você continua mais do mesmo.

  48. Passou longe !

    Também tenho acompanhado os bons textos do Fernando Horta, mas esse passou longe….

    Vamos Lá:

    “Lembremos que os EUA não conseguiram organizar nenhuma ocupação internacional bem-sucedida (deixando o país mais democrático ou com economia mais forte se comparado o início e o fim do controle norte-americano) desde o Japão”

    O Objetivo não é ocupar, mas sim desestabilizar permanentemente. Criar estados débeis, alinhados à política econômica americana e com pouca ou nenhuma restrição à extração dos recursos naturais pelas transnacionais americanas. Preferencialmente em locais onde o Big Stick consegue atuar.

    “Mas não é crível que os EUA tenham um poder de engenharia política e social para promover a debacle que vimos no Brasil desde 2013. Nem em países menores, mais fracos economicamente e em momento da Guerra Fria os EUA foram bem-sucedidos. O caso da Nicarágua e El-Salvador são bastante eloquentes.”

    A Ditadura Militar também não teve intervenção direta dos americanos, mas o envolvimento indireto foi importante para o sucesso de 1964.

    Só falta dizer agora que a guerra híbrida não existe, que a espionagem da NSA não existe, que as interferências dos EUA na América Latina não existiram, que nunca fomos zona de influência direta sendo inadmissível pela diplomacia americana a ascensão de uma potência regional nessa área do globo, que os avisos de snowden, putin e erdogam foram solenemente ignorados com razão, entre outras…

    O BRASIL realizou um conjunto de ações com objetivo claro de tentar alterar as variáveis econômicas e militares que afetam a geopolítica.

    Exemplos: Política Externa Independende (BRICS – NDB + Ventilação de possibilidade de moeda conjunta, Autonomia e integração política da América do Sul + tentativa de conquista de assento no Conselho de Seg. da ONU), Pré Sal, política de conteúdo nacional, desenvolvimento das forças armadas nacionais, expansão capitalista internacional (construção civil, alimentos, etc), melhoria da imagem internacional do país e muito mais !

    Apenas isso já é mais que motivo para ações de desestabilização no Brasil, (ações históricas da diplomacia norte americana na Am. Lat)

    Obs.: Adébacle brasileira, assim como as primaveras árabes e outras, terminaram coincidentemente com governos pró “ocidente”, não ?! Coincidência!

    “Existem inúmeros atores internos dos EUA que são capazes de ações internacionais por cima do próprio governo norte-americano”

    Tanto faz. Os atores internos, como Universidades, Think Thanks, Agencias de Risco, ONGs, petrolíferas, etc. são tentáculos, mesmo que não orientados diretamente pelo governo, de interesses externos e do establishment americano.

    Obs: A Corrupção das petrolíferas americanas e acordos espúrios do departamento de Justiça com o judiciário brasileiro são reflexos dos interesses americanos em ação.

    “Os EUA têm diversas agências que estão muito longe de cooperarem umas com as outras”

    Tanto faz se o direcionamento dos tentáculos é centralizado ou não. Eles continuam operando e atendendo aos interesses americanos e ao establishment.

    “Nossa vilania enquanto sociedade, nossas elites políticas e seu histórico egoísmo argentário e a fraqueza das nossas instituições somaram-se ao domínio oligopolizado da mídia para produzir o colapso que estamos presenciando.”

    Tanto faz quem liderou o que.

    O fato é que há interesses externos envolvidos no golpe e esses devem ser coibidos, assim como essa elite política descabida e maluca que temos. 

  49. Império

    Você falou como um colono, vou falar como um “conquistador”, eu olho para a AS e vejo uma região fértil, cheia de riquezas, petróleo, água, terras “onde se plantando tudo dá…” tudo aqui pertinho do meu “império”, vejo a maior republica da região crescendo e tomando “ares” de protagonista na região e no mundo, vejo meu “quintal” por natureza, fugindo ao meu controle, criam bancos com carteira mundial, querem negociar em outra moeda que não a minha, querem vender petróleo para “além-mar” querem produzir e vender além de apenas exportar commodities, querem ser livres, querem fugir ao meu controle

  50. Império

    Você falou como um colono, vou falar como um “conquistador”, eu olho para a AS e vejo uma região fértil, cheia de riquezas, petróleo, água, terras “onde se plantando tudo dá…” tudo aqui pertinho do meu “império”, vejo a maior republica da região crescendo e tomando “ares” de protagonista na região e no mundo, vejo meu “quintal” por natureza, fugindo ao meu controle, criam bancos com carteira mundial, querem negociar em outra moeda que não a minha, querem vender petróleo para “além-mar” querem produzir e vender além de apenas exportar commodities, querem ser livres, querem fugir ao meu controle

  51. ” Existem inúmeros atores

    ” Existem inúmeros atores internos dos EUA que são capazes de ações internacionais por cima do próprio governo norte-americano. Existem trabalhos muito claros mostrando como os think tanks, as universidades e a máquina cultural norte-americana tem sido efetiva em propagar seus valores pelo mundo. ”

     

    Uai, que contradição o autor faz de seus próprios pressupostos. Uma guerra civilizacional do mundo do século 21  não é feita entre sistemas econômicos mas dentro de uma perspectiva cultural. Samuel Suntington tem seu trabalho pautado nesta análise da conjuntura civilizacional guiada pela cultura.

    O texto é sofrível no sentido lato, pois tem um anacronismo discursivo e analítico como se ainda estivessemos na guerra fria. Será que os pós-modernos não tem competência para esmiuçar o ethos da política norte americana, será tão difícil assim? Talvez esse seja um sintoma do repúdio pós-modernista pela política, que impossibilita maiores voos na percepção das relações políticas/institucionais internas ou alienígenas.

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