Andre Motta Araujo
Advogado, foi dirigente do Sindicato Nacional da Indústria Elétrica, presidente da Emplasa-Empresa de Planejamento Urbano do Estado de S. Paulo
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O Banco Central criou a recessão, por André Araújo

Por André Araújo

O Banco Central criou a recessão

Anne Schwartz, nascida em 1915 e falecida em 2012, foi uma das maiores economistas do Século XX. O mais famoso Milton Friedman deve muito de sua carreira a sua colega, que com ele co-autorou a monumental História Monetária dos Estados Unidos. É incompreensivel que Anne Schwartz não tenha ganho o Prêmio Nobel de Economia pela longevidade e profundidade de sua obra. Friedman era carismático e self-promoter, sabia vender suas ideias e se vender, Anne era mais tímida e discreta, mas era a alma intelectual da obra de Friedman, propagador da Segunda Escola Monetarista, a dos anos 60.

Na HISTÓRIA MONETÁRIA, Friedman e Schwartz analisam todas as crises econômicas do periodo 1867 e 1960. Quando analisaram as causas que geraram a maior de todas as crises, a Grande Depressão de 1929, a única que durou 10 anos, enquanto as crises anteriores duravam, no maximo, 5 anos, e a que maior queda do PIB provocou, nos EUA o PIB encolheu 25% entre 1930 e 1933, com o desemprego também em 25% e seus efeitos finais só acabaram em 1940.

Schwartz e Friedman atribuem a Grande Depressão à política deflacionista do Federal Reserve, o banco central americano, iniciada em 1928, que subindo os juros provocou a contração do crédito que levou à queda da bolsa e em seguida paralisou a economia de forma tão profunda que mesmo a política contrária do New Deal a partir de 1934 levou seis anos para fazer a economia voltar aos níveis de 1927.

O monumental erro de calibragem na gestão da moeda por parte do Fed foi a causa central da Grande Depressão, segundo dois economistas cuja formação é completamente ortodoxa e na HISTÓRIA MONETARIA o processo que levou à crise é analisada com extrema inteligência e profundidade. A prova política de que a crise estava no Federal Reserve foi a demissão de seu Chairman, Eugene Mayer, que ainda tinha 6 anos de mandato, afastado por Roosevelt porque ele se recusava a encerrar a política deflacionista que Roosevelt considerava a raiz da recessão.

Seguindo a linha de análise de Friedman e Schwartz ,considero que a RECESSÃO de que hoje sofre a economia brasileira é derivada essencialmente de mega erros de POLÍTICA MONETÁRIA e NÃO do desequilíbrio fiscal. Este desequilíbrio é uma disfunção da economia brasileira, MAS ELE NÃO É A CAUSA DA RECESSÃO. Desequilíbrios fiscais decorrentes de excesso de gastos do Governo geram inflação, mas não obrigatoriamente recessão. Os excessos de gastos do período 1950-1960, nos últimos cinco anos especialmente com a construção de Brasilia, provocaram inflação MAS COM CRESCIMENTO DO PIB,  não houve recessão no período e a expansão de gastos do Governo foi proporcionalmente maior do que no período 2010-1014.

Não há nenhuma razão lógica ou natural na economia brasileira dos últimos cinco anos que pode induzir recessão, MAS A POLÍTICA MONETÁRIA é profundamente recessionista, o que não significa dizer que os outros erros de política econômica, especialmente o controle de preços de combustíveis e de energia, sejam fatores saudáveis. Não há todavia nesses desbalanceamentos um elemento indutor de recessão, esta é PROVOCADA PELO BANCO CENTRAL, seguindo a linha de raciocínio de Friedman e Schwartz.

A POLÍTICA MONETÁRIA do Banco Central do Brasil é absurdamente recessionista, provoca a recessão como instrumento de controle de inflação, processo que é induzido pela busca do alvo de atingimento de META DE INFLAÇÃO desligada de outros fatores macroeconômicos, a META como um fim em si mesmo e não como um dos  instrumentos, entre outros, do conjunto da política econômica.

No esforço de tentar atingir a META DE INFLAÇÃ,O o Banco Central intervém artificialmente no câmbio, segurando as cotações por uma gigantesca oferta de SWAPS CAMBIAIS que em 2015 deu prejuízo ao Banco de 110 bilhões de Reais, além das perdas da oferta de dólares no mercado à vista, NO ESFORÇO DE CONTROLAR A INFLAÇÃO ATRAVÉS DO CÂMBIO, usando como outro elemento o JURO. Os juros no Brasil são OS MAIORES DO PLANETA e são inquestionáveis indutores de recessão, ESSES JUROS SÃO ESTIMULADOS PELO BANCO CENTRAL como arma de combate a inflação e com essa prática de juros de até 300% ao ano na economia real a recessão é INEVITÁVEL.

Nenhum outro fator da economia tem o poder arrasador da POLÍTICA MONETÁRIA para provocar recessão.

O meio circulante emitido pelo Banco Central é metade do necessário para fazer a economia girar com normalidade, seguindo-se a equação MEIO CIRCULANTE x PIB do Brasil e dos EUA. Há uma escassez de MOEDA FÍSICA de 300 bilhões de Reais tomando-se a proporção de moeda física x PIB dos EUA e do Brasil, apenas nesse componente de política monetária. Existem também mega erros de POLÍTICA MONETÁRIA na administração dos depósitos compulsórios dos bancos comerciais no BC, os bancos são incentivados a fazer depósitos no BC, quando em todo o mundo se faz o contrário através dos juros negativos, os bancos pagam para deixar depósitos nos BCs, aqui fazemos o oposto.

Na base do erro existe uma falha estrutural nos objetivos do BANCO CENTRAL DO BRASIL, que ao contrário do Federal Reserve e do Banco central da União Europeia, não tem entre seus objetivos MANTER A ECONOMIA FUNCIONANDO COM ESTABILIDADE E COM EMPREGO, nosso BC tem um único objetivo legal, a estabilidade monetária. Mais do que a obrigação legal, nosso Banco Central desde sua fundação em 1966, tem como CULTURA APENAS COMBATER A INFLAÇÃO E NADA MAIS. Para mudar essa cultura é preciso demitir toda a Diretoria e colocar no comando pessoas com visão de ESTABILIDADE COM PROSPERIDADE, extinguir o Boletim FOCUS que baliza o BC por sinalizações emanadas  do mercado financeiro, quando em todo o mundo é o contrário,  o Banco Central é quem sinaliza para o mercado.

No atual modelo de comando da política econômica brasileira há um DESVIO BÁSICO: O comando da política econômica e da política monetária NÃO PODEM ESTAR SEPARADOS. O BC precisa estar embaixo do guarda chuva do MINISTRO DA ECONOMIA, a independência de Banco Central é e sempe foi um MITO, não existe nos EUA, onde dois Chariman do FED foram despedidos pelo Secretário do Tesouro, Eugene Mayer e Thomas MC Cabe, é inconcebível o Banco Central estar contra o Governo, isso só existe em lenda de livro didático, quem manda no País é o Poder eleito numa Democracia e o poder de fato, numa ditadura.

Andre Motta Araujo

Advogado, foi dirigente do Sindicato Nacional da Indústria Elétrica, presidente da Emplasa-Empresa de Planejamento Urbano do Estado de S. Paulo

21 Comentários

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    1. Perfeito!
      Infelizmente a

      Perfeito!

      Infelizmente a “esquerda” perde muito tempo falando de política fiscal. No nosso caso, a política fiscal tem que ser contracionista sim.

      Mas por outro lado a SELIC tem que ser ZERO. Porque se você aperta a política fiscal e aperta a política monetária, o resultado é a DEPRESSÃO ECONÔMICA.

      Ou seja, o PT “culpou” Levy e agora Barbosa, mas eles não estão totalmente errados. O que está completamente equivocado é a POLÍTICA MONETÁRIA.

      E mais… Essa política monetária atrapalha completamente a política fiscal. Porque com recessão, não se arrecada. Com SELIC alta, despesas de juros do governo são altas e temos déficit nominal.

      O déficit nominal do país é de 10% do PIB. Um absurdo! Qualquer governo que faz uma política como essa merece ser expulso do poder.

      Não consigo entender porque um governo de “esquerda” faz isso.

      E mais, paga caro para os ricos: SELIC (14,25%) e empresta barato: TJLP (7%) para os ricos. Enquanto isso, a classe baixa, pequenos comerciantes têm que pagar 50% ao ano para os bancos.

      De novo… não consigo entender.

      E continuo… Acumula reserva e recebe menos de 0,50% de juros dos E.U.A. e continua pagando 14,25% para os investidores.

      De novo… não consigo entender.

  1. O GGN é um dos poucos meios

    O GGN é um dos poucos meios que falam da falta de dinheiro em espécie no Brasil. Parabéns e continuem assim. Quem trabalha com comércio sabe da falta de notas no valor de 2, 5 e 10 reais, além da ausência de moedas de 1 real e 25 centavos. Me pergunto se não deveria ser criada uma lei obrigando a Casa da Moeda a produzir uma certa porcentagem do PIB em notas e moedas. Eu sempre falo que o dinheiro digital é a salvação dos bancos, pois eles podem cobrar juros monstruosos. Se você olhar a crise atual, verá que só os bancos tiveram lucros (lucros recordes).

    Concordo que o Banco Central deve ser subordinado ao Ministro da Economia, mas discordo que o impacto econômico do controle dos preços de energia e petróleo seja pequeno. A Petrobras (uma empresa responsável por mais de 10% do PIB brasileiro) levou muito prejuízo por causa disso e, somando as quedas nos preços de petróleo e gás no mercado internacional, foi pro chão junto com uma grande parcela da economia.

    Eu sei que é fora do tópico que o Andre Araujo costuma abordar, mas, se possível, escreva sobre o desarmamento e a posse de armas para civis. Seria interessante saber a opinião de todos do GGN.

  2. Além de ser um prazer ler os

    Além de ser um prazer ler os posts de André Araújo, estmaos sempre aprendendo – e pensando – ao ler seus posts.

    Nossos camaradas sabem que não sou economista, mas incluiria nesta análise 2 variáveis, que considero complementares (e nosso prezado André Araújo já as havia mencionado):

     

    * Não é uma inflação de demanda: observo que o que sobe são preços administrados (quem pensou que essa podrera de correção monetária acabou, não deve pagar água, luz, celular, telefonia fixa, serviços de internet e tv paga, os pedágios do Geraldo Merendão). No mercado as altas são de produtos sazonais, e mesmo os produtos “top” abaixamos preços porque os clientes deixam o caro por marcas mais baratas

     

    * A destruição jurídica de nossa economia pela “Liga da Justiça” de Moro e seus garotos: eu tenho a convicção de que estes caras recebem grana da CIA (o sujeito aí de Curitiba não participou de um curso de liderança de uma daqueles Think Thanks norte-americanos), porque o ataque a empresas construtoras de classe mundial e ao programa nuclear brasileiro não é gratutito. E vc nota que o camarada (e a “Liga da Justiça”) não possui know how para empreender uma operação deste tamanho: eles são marionetes, e que puxa a corda são estes caras da CIA

    A História (não a versão da globo, veja e resto do pig) julgará adequadamente Janot, Moro e seus garotos; colocando-os no panteão destinado a Calabar, Joaquim Silvério e outro do mesmo naipe de nossa História

  3. “Para mudar essa cultura é

    “Para mudar essa cultura é preciso demitir toda a Diretoria e colocar no comando pessoas com visão de ESTABILIDADE COM PROSPERIDADE, extinguir o Boletim FOCUS que baliza o BC por sinalizações emanadas  do mercado financeiro, quando em todo o mundo é o contrário,  o Banco Central é quem sinaliza para o mercado.”

     

    Eis a solução simples e direta; rápida e eficiente.

  4. Caro AA, você não esta errado

    Caro AA, você não esta errado mas não esta certo por completo.

    O erro é focar no efeito e não na causa primária.

    A crise de 1929, deve se a politica anti inflacionária de 1928, esta correto, mas é efeiito, A causa promária foi a redução de forma artificial dos juros para equilbrir o valor da libra perante o dólar.

    O Reino Unido emitiu moeda para pagar as contas da primeira guerra, não tendo como redimir em ouro as libras emitidas, fez tódos os países emitirem moeda para equilibrar.

    Nos EUA esta emissão de moeda reduziu os juros de forma artificial, sem que existesse poipança real. O que acontece qiando se aumenta a quantidade de moeda, num promeiro momento desenvolvimento rápidom ao lomgo do tempo perda do sistema de preços legitimos, sem a formação de preços temos recessão.

    O mesmo acontece no Brasil, o governo emite moeda seja para financiar o seu programa de governo, seja para “estimular” aq ecconomia, seja para financiar seu custeio, esta emissão de moeda cedo ou tarde vai corromper o sistema de formação de preços.

    A taxa SELIC e a politica de juros do BC,  não serve para reduzir os preços na economia, a sua função é “enxugar” o excesso de moeda já emitida e “repressada”anteriormente. Indiretamente e com um grande “delay” isso impacta nos preços, como efeito.

    Uma crise economica acontece quando todos os agentes economicos erram o cálculo economico, ou seja produzem o que não é necessário, o que não é demandado, e/ou por um preço inadequado.

    Erros e acertos acontecem a todo o momento dentro da economia, mas o que faz todos errarem o cálculo economico ao mesmo tempo?

    O governo. Ele administra 40% do PIB, qualquer movimento do governo interfere no cálculo economico, no sistema de fornação de preços. 

    Naturalmente a ação do estado já é critica, um governo com politicas intervencionistas gera uma incerteza ainda maior.

    A interferência estatal pode ser benéfica para  economia de um país deste que feita de forma responsável, previsivel  e de comum acordo com a sociedade. 

    Já o atual governo age apenas para se perpetuar no poder, todas as suas açôes foram e são com este objetivo, ganhar eleições.

    O BC tenta apagar o incêndio monetário provocado pelo governo e não é nem de longe a causa da recessão, 

      

     

     

     

    1. Meu caro, agradeço o

      Meu caro, agradeço o comentario mas o nosso BC não é tão angelical como vc desenha, há nele uma cultura ortodoxa

      atrasada que não recebeu os influxos do New Economic Thinking,  uma nova visão da ciencia economica que provoca revisões completas de modelos, uma nova abordagem que atingiu até a Universidade de Chicago, que faz parte do Institute for New Economic Thinking de Nova York, onde pontificam Premios Nobel de Economia e grandes pensadores economicos.

      A ortodoxia poibre e pouco imaginativa de nosso BC não tem e nunca teve no seu radar o alvo PROSPERIDADE alem do alvo ESTABILIDADE, o que é imperdoavel. A função de um BC não é só enxugar o meio circulante, é muito mais que isso, é

      COMPATIBILIZAR ESTABILIDADE COM EMPREGO, não é só ESTABILIDADE MONETARIA, esse é o pecado central de nosso BC.

       

      1. Alta da Selic

        André,

        Há um outro fator, que o Nassif comentou há alguns meses, que é a pressão excercido pelos empresários (e não só os bancos e gestores de fundos), pela elevação da Selic (mesmo em cenário de recessão), permitindo que façam arbitragem de juros e mantenham boa rentabilidade de seus empreendimentos às custas de polpudas receitas financeiras. Quando a Selic é rebaixada para níveis mais civilizados (2013, por ex.), os grandes grupos sobem o preço de seus produtos (para recompor as receitas perdidas com aplicações em títulos do tesouro), provocando efetivamente a inflação, e assim justificam o mantra de que é necessária uma Selic alta para conter a alta dos preços. E esse discurso é repetido ad nauseum pela imprensa, “comentaristas” econômicos, editoriais de jornais, etc. Até os chargistas contribuem para criarem o clima de medo, com seus tradicionais dragões da inflação.

              A propósito, gostei muito de sua participação no último Brasilianas.org.

         

  5. Brasil

    Enquanto não se localizar definitiva e contundentemente a politica econômica na base da pirâmide social, as discussões continuarão indo de Parsagadas ao Olimpo e nadica de nada sera alterado na realidade brasileira.

    As ideias em equacionar a crise brasileira, invariavelmente giram em torno de teorias e teses econômicas mirabolantes, intrinsecamente estruturadas num complexicismo tecnicista qdo se trata unicamente de macroeconomia e por outro lado os velhos discursos que evocam o maniqueísmo e como fumaça, dispersam o foco de realmente se equacionar de vez com a assustadora diferença de renda e da concentração da riqueza que torna o Brasil um dos últimos no ranking mundial e de toda a estrutura sócio-economica corroída por cupins ancestrais, não existe saída simples que de solução para o desastre que se encontra a Nação brasileira, senão a conscientização da urgência de profundas reformas estruturais, o Brasil se assemelha a uma casa tomada por cupins, não adianta reformas superficiais é necessário derrubar e refazer novamente.

    Os donos do capital sabem disto muito bem. Enquanto a sociedade brasileira não patrocinar as reformas estruturais que permitirão definitivamente alçar o Brasil no rol dos países sérios, os juros não baixarão.

    Não existe milagres no capitalismo, muito pelo contrario o capitalismo é um sistema que necessita de constantes reformulações, assim como as sociedades.

    A pergunta é. Qual agremiação politica ou personagem de reconhecida estatura social poderia patrocinar com estas reformas?

    Tudo leva a crer que a solução não advirá simplesmente de um momento para outro, serão necessários, anos e até décadas para a sociedade brasileira, perceber enfim, que se vive num novo patamar de cidadania. Até la continuarão as velhas disputas pelo poder, o salve-se quem puder em relação ao que se iniciou com a lava-jato. E… muita oração.

  6. O Lula age certo ao condicionar sua ida ao governo à mudança na

    O Lula age certo ao condicionar sua ida ao governo à mudança na política econômica do governo. Notadamente a substituição do presidente do Banco Central. Além disso, os níveis das reserva internacionais estão muito altos e esses recursos poderiam ser  utilizados para induzir o crescimento através de investimentos públicos. 

  7. caro mota araujo, parabéns

    caro mota araujo, parabéns pelos fatos históricos trazidos, contudo há um detalhe despercebido: o nível de inflação. os fatos trazidos por vc são verdadeiros até certo nível de inflação. para o nível de inflação brasileiro todo o conteúdo do texto é falso, não existe política ou possibilidade de crescimento de médio prazo com inflação crescente em 10%, o Fed, como em fins dos anos 70 persegueria a qualquer custo a estabilidade monetária. sugestão de tópico de estudo: dinâmica inflacionária.

    1. É perfeitamente possivel

      É perfeitamente possivel crescer com inflação superior a 10%. 

      Na decada de 50 a 59 o Brasil cresceu na média da decada 7,1% ao ano, na decada de 60 a 69  cresceu a 6,1% ao ano, na decada de 70 a 79 cresceu a 8,9% ao ano.

      Nessas tres decadas houve inflação continuada sempre superior a 10% ao ano.

      Na elevação do juro basico nos EUA a 20% ao ano na decada de 70 deveu-se fundamentalmente à depreciação do dolar

      pelo abandono do lastro  do DOLAR com o OURO,  em 1971, o que provocou uma fuga do dolar, consequentemente

      depreciação da moeda americana, gerando inflação fora do normal. Nunca antes ou depois a taxa basica chegou a esses niveis.

      1. errado mota araújo, os EUA

        errado mota araújo, os EUA subiram a taxa de juros nos anos 80 porque a trajetória inflacionária saiu de controle, a depreciação do dólar não causaria tão elevado nível inflacionário. errada também a análise sobre a inflação no Brasil. Todo o crescimento verificado taria sido muito maior se houvesse controle fiscal e inflacionário. novamente, sugestão de tópico de estudo: dinâmica inflacionária.

        1. Todo crescimento SERIA MAIOR

          Todo crescimento SERIA MAIOR ,  isso é uma hipotese sua,  impossivel de comprovar, não é um dado.

          A inflação americana saiu do controle, não disse nada em contrario, saiu do controle por causas ANTECEDENTES, quais sejam o desligamento do lastro ouro e os excessivos gastos do orçamento militar durante e após a Guerra do Vietnam, onde vc viu erro?

  8. A responsabilização está correta mas o BC tem bons motivos

     

    André Araújo,

    Alvissaras! Eis que você volta ao leito que você domina tão bem. Não que você não domine também a natureza da atividade política e das relações entre os poderes, mas em meu entendimento a sua avaliação sobre a Operação Lava Jato está equivocada. E o próprio título deste seu post “O Banco Central criou a recessão, por André Araújo” de quarta-feira, 16/03/2016 às 08:21, desmente o que você vinha alegando sobre a Operação Lava Jato.

    Aqui em meu entendimento você está correto em apontar para o Banco Central como a causa da recessão. O problema foi não apontar a razão que levou o Banco Central a adotar um comportamento que permite que se possa atribuir ao Banco Central a responsabilidade pela recessão. São duas razões, uma recente e que foi o resultado do Balanço de Pagamentos em 2014. E que indicava uma piora quando se compara o que aconteceu na Balança Comercial Brasileira nos meses de outubro, novembro e dezembro de 2014. O problema específico do Balanço de pagamentos em 2014, entretanto, é uma história que precisa ser mais bem detalhada e não é sobre ela que eu gostaria de falar agora.

    A segunda razão é mais antiga. Ela diz respeito em conhecer que fator levou o Brasil a ter o grande problema no Balanço de Pagamentos em 2014. Não é propriamente uma discussão sobre o Balanço de Pagamentos em 2014, pois o que se quer saber é o que levou a economia brasileira descarrilhar e chegar ao ponto que chegou em 2014 de modo que obrigasse o governo da presidenta Dilma Rousseff a executar o cavalo de pau de política econômica.

    Eu ligo tudo ao terceiro trimestre de 2013. Ali a economia saiu dos trilhos, que o governo construiu, e não houve esforço capaz de consertar o desarranjo e cada tentativa apenas piorava a situação. Penso que só depois que os nosso melhores economista explicarem o que ocorreu no terceiro trimestre de 2013 será possível entender a situação atual.

    Eu não sou economista nem pesquisador e, portanto, não tenho estofo para tamanha tarefa. Apenas tenho reiteradamente apontado para esse fato. Nesse sentido vale transcrever o comentário que eu enviei domingo, 13/03/2016 às 17:10, para Ruy Daher junto ao post “Da China ao Brasil, as crises magnificadas ou anunciadas, por Rui Daher” de domingo, 13/03/2016 às 11:42, de autoria dele, aqui no blog de Luis Nassif e que pode ser visto no seguinte endereço:

    https://jornalggn.com.br/blog/rui-daher/da-china-ao-brasil-as-crises-magnificadas-ou-anunciadas-por-rui-daher

    Disse eu lá:

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    “Rui Daher,

    Antes lembro de agradecer sua resposta, mencionado o disco de Edu Lobo e Betânia ao qual eu não havia dado atenção, ao meu comentário junto ao seu post “”Alguém me avisou pra pisar nesse chão devagarinho”, por Rui Daher” de domingo, 14/02/2016 às 09:29, aqui no blog de Luis Nassif e que pode ser visto no seguinte endereço:

    http://www.jornalggn.com.br/blog/rui-daher/alguem-me-avisou-pra-pisar-nesse-chao-devagarinho-por-rui-daher

    E em relação a este seu post “Da China ao Brasil, as crises magnificadas ou anunciadas, por Rui Daher” de domingo, 13/03/2016 às 11:42, aqui no blog de Luis Nassif, além de fazer meu o comentário de Wong, observaria que o pior vai ser quando se descobrir que até aquilo que muitos consideram erro do primeiro governo da presidenta Dilma Rousseff, como é tratada pelos economistas e analistas econômicos a política do primeiro governo da presidenta Dilma Rousseff em relação ao Etanol – não é o seu caso porque você diz de modo apropriado de que o etanol “foi prejudicado pela política do governo” sem, portanto, dizer que a política econômica em relação ao Etanol estivesse errada – resulta da política mais acertada que o governo poderia tomar à época.

    Mencionei a política do Etanol porque Luis Nassif é um grande crítico da política adotada para o Etanol pelo primeiro governo da presidenta Dilma Rousseff, esquecendo que o governo teve previamente a intenção de fazer uma desvalorização competitiva do real que daria mais fôlego ao setor exportador, e foi contido nessa política pela seca no Oeste americano que pressionou os preços das commodities no Brasil e essa pressão repercutia na inflação, e ao mesmo tempo o governo não podia criar benefícios específicos para o Etanol uma vez que a produção de cana de açúcar no Brasil utiliza as melhores terras e qualquer benefício específico acaba repercutindo na produção e nos preços das outras produções de alimentos pressionado de modo abusivo a inflação.

    E se você buscar informações sobre a realidade brasileira na nossa mídia, nem sempre será conduzido para o porto seguro da informação precisa e clara.

    O Eduardo Guimarães fez um post que até avança bastante no entendimento, ou talvez devesse dizer na falta de entendimento, das manifestações de junho de 2013, mas um pouco porque foi texto escrito no calor dos acontecimentos recentes e outro pouco porque ele faz um texto mais de crítica a esquerda que teria desencadeado aquelas manifestações sem entrar, portanto, no entendimento das manifestações em si e um tanto porque ele acertadamente reconhece a dificuldade de compreensão daquelas manifestações, ele não consegue apresentar dois pontos importantes que eu considero em relação as manifestações, quais sejam, as causas daquelas manifestações [No original eu esqueci de indicar aqui como causa o julgamento da Ação Penal 470 no STF] e as consequências [No original também deixei de indicar aqui neste trecho do meu comentário que em meu entendimento as manifestações de junho tinham amedrontado o investidor e assim o investimento caiu no terceiro trimestre de 2013]. O título do post é “A crise política que custou 20 centavos, por Eduardo Guimarães”, e embora eu não tenha conseguido ter acesso, o endereço é:

    https://jornalggn.com.br/noticia/a-crise-politica-que-custou-20-centavos-por-eduardo-guimaraes

    Mais recente, Luis Nassif no post “Lava Jato: tudo começou em junho de 2013” de quarta-feira, 09/03/2016 às 00:45, trata das manifestações de março de 2013. No post você vai ver algumas informações que já eram sabidas, mas que não foram divulgadas, como a que a campanha contra a PEC 37 foi uma campanha de marketing. Eu, em princípio era contra a PEC 37, pois não via como não vejo razão para podar a atuação do Ministério Público, mas considerava que era uma questão a ser mais discutida, até porque eu nem sabia se a PEC 37 iria podar o poder do Ministério Público. E o que eu apontava de equivocado nas manifestações de junho de 2013 era o nível precário de informação que se tinha sobre qualquer assunto em discussão. Enfim ainda que eu apoiasse o uso do marketing no combate a PEC 37, duvido se a maioria dos que empunhavam os cartazes sabia o que significava aqueles cartazes com a mensagem contra a PEC 37. O post “Lava Jato: tudo começou em junho de 2013” pode ser visto no seguinte endereço:

    https://jornalggn.com.br/noticia/lava-jato-tudo-comecou-em-junho-de-2013

    [Também no original eu não mencionei que os efeitos das manifestações de junho de 2013, na análise de Luis Nassif estava mais concentrada no campo político. Discordo porque considero que o verdadeiro efeito foi econômico ao fazer a taxa de investimento cair assustadoramente no terceiro trimestre de 2013  e vir caindo desde então e a crise econômica é que causou a crise política.]

    Pois bem, atrelar as manifestações de junho de 2013 com aquilo que foi o grande combustível para ela, ou seja, o julgamento da Ação Penal 470, não vai aparecer no texto de Luis Nassif. E o interessante que se faz uma campanha muito grande contra o comportamento do Judiciário tanto na operação do Lava Jato como no julgamento da Ação Penal 470, e, no entanto, ninguém percebe que muito provavelmente [faço aqui também o seguinte complemento: foi o julgamento da Ação Penal 470 que ensejou o ânimo contrário ao governo e aos políticos em geral e foi esse ânimo que impulsionou as manifestações de junho de 2013] foram as manifestações de junho de 2013 que repercutiram na queda de investimento que ocorreu no terceiro trimestre de 2013. Não há nada no texto de Luis Nassif que fale sobre isso.

    Para você ter ideia do que ocorreu no terceiro trimestre de 2013, vou trazer os dados da taxa de crescimento dos investimentos a partir do 4º trimestre de 2012, quando se compara um trimestre com o trimestre imediatamente anterior (Mas considerados de modo dessazonalizados). E a obtenção de cada taxa de variação do PIB (crescimento ou decrescimento) será com base na informação que consta da última vez que o dado sobre a taxa de crescimento do investimento no trimestre aparece no relatório das Contas Trimestrais do IBGE. Assim, os dados sobre investimento no quarto trimestre de 2012, comparado com o terceiro trimestre de 2012 aparecem pela última vez no Relatório das Contas Trimestrais do terceiro trimestre de 2013, e assim sucessivamente, para os dados do primeiro, segundo e terceiro trimestre de 2013. Transportando, os dados são os seguintes:

    3º Trim   4º Trim   1º Trim   2º Trim   3º Trim   4º Trim

    2012        2012       2013      2013       2013      2013

     –               1,8           3,9          3,4        – 1,7

    Essas taxas dessazonalizadas não servem para comparação precisa, pois os trimestres quando não dessazonalizados têm tamanho diferentes, mas os dados servem para dimensionar com razoável precisão uma tendência. Assim vou reproduzir os dados acima primeiro apresentando as taxas de variação do PIB trimestral, mas anualizando as taxas e segundo, utilizando a taxa não anualizada apresentada acima do comparativo de um trimestre com o trimestre imediatamente anterior, porem fazendo uma comparação do total de investimento no trimestre, mas a partir de uma base 100.

    3º Trim     4º Trim    1º Trim      2º Trim     3º Trim     4º Trim

    2012          2012        2013         2013        2013        2013

     –                7,4%       16,5%      14,3%     – 6,6%

    100           101,8       105,8        109,4        107,5

    Tudo indicava que o PIB do investimento [FBKF] iria para um patamar de 112, mas infelizmente há uma queda para 107,5. Enfim a retomada do crescimento dos investimentos que o governo conseguiu apoiado em uma política posta em prática já nos dois primeiros anos do primeiro governo da presidenta Dilma Rousseff, sofreu um baque que a inviabilizou e deixou o governo sem alternativa a não ser insistir mais na mesma política para ver se conseguia dar tração aos investimentos. Infelizmente a insistência não trouxe resultados e daí em diante o governo não conseguiu mais acertar os rumos da economia. Agora pergunto, onde você poderá ter visto esse problema sendo apontado em qualquer artigo escrito por economistas ou analistas econômicos? [O que se pede é só explicação sobre o que ocorreu. Para isso será preciso decompor a Formação Bruta de Capital Fixo e verificar o que ocorreu. Pode até ser que o que eu infiro não esteja correto.

    Talvez por razões estatísticas a economia ainda tenha queda no primeiro trimestre de 2016, mas está tudo indicando uma retomada da economia a partir do segundo trimestre. Dada a realidade mundial será uma retomada lenta, mas já não há nenhuma manifestação como as de junho de 2013 e, portanto, não há o que temer na recuperação. Até porque o fator principal para a recuperação é a desvalorização do real que aumenta as exportações e abre espaço para a produção nacional substituir a importação e a presidenta Dilma Rousseff diferentemente de todos os presidentes que tivemos desde tempos imemoriais está comprometida com a desvalorização e sabe o quanto de injusta para os mais pobres é a desvalorização e, portanto é preciso que uma política assim seja acompanhada por medidas de defesa dos interesses das classes menos favorecidas. Com a recuperação se verá também que não é a operação Lava Jato que estanca a economia brasileira.”

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    Bem, há também um comentário meu recente em que eu aproveito para o criticar sobre a sua postura em relação a culpar a Operação Lava Jato pela atual crise econômica que atravessamos. Trata-se de comentário enviado segunda-feira, 14/03/2016 às 14:27 para Sergio Saraiva junto ao post “O Comando do Golpe sob os riscos do sucesso próximo, por Sérgio Saraiva” de segunda-feira, 14/03/2016 às 11:10, de autoria de Sergio Saraiva e publicado aqui no blog de Luis Nassif e que pode ser visto no seguinte endereço:

    http://www.jornalggn.com.br/blog/sergio-saraiva/o-comando-do-golpe-sob-os-riscos-do-sucesso-proximo-por-sergio-saraiva

    Em meu comentário eu disse o seguinte:

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    “Sergio Saraiva,

    Sobre o início do seu post com a referência ao entendimento de Umberto Eco sobre o fascismo (Ur-fascismo, ou seja, fascismo primordial, ou como é mais traduzido fascismo eterno), creio que bem vale a pena a leitura do post “As lições de Umberto Eco para identificar o neofascismo” de sábado, 27/02/2016 às 10:04, aqui no blog de Luis Nassif contendo, em uma indicação de Sergio T., um texto de Umberto Eco reproduzido na Revista Samuel e que fora apresentado originalmente para uma conferência proferida na Universidade Columbia, em abril de 1995, numa celebração da liberação da Europa. O endereço do post “As lições de Umberto Eco para identificar o neofascismo” é:

    https://jornalggn.com.br/noticia/as-licoes-de-umberto-eco-para-identificar-o-neofascismo

    Há um comentário meu junto ao post “As lições de Umberto Eco para identificar o neofascismo” e que eu enviei sábado, 27/02/2016 às 20:42, em que, já no título, eu menciono a importância do post ser mais divulgado e ser motivo de reflexão. Além disso, em meu comentário eu deixo alguns links que ajudam na compreensão da nossa realidade política e suas vinculações com o fascismo.

    Eu particularmente não vinculo muito as manifestações de março, tanto a de ontem como a do ano passado, a um caráter fascista. Há fascismo no grupo que quer a volta dos militares, mas trata-se de grupo menor dentre os manifestantes. No extremo se pode dizer, até utilizando as identificações de Umberto Eco, que há fascismo também em aspectos isolados como a manifestação ser contra os partidos políticos ou ter um substrato nacionalista. No último exemplo, trata-se de um argumento ao extremo porque em um nacionalismo civilizado, em que não se deseja a ruina de outra nação, não há fascismo. Até porque o fascismo é barbárie e, portanto, não pode existir em um nacionalismo civilizado. [O que se pode questionar é se é possível existir nacionalismo civilizado]

    É claro que a ojeriza aos partidos políticos tão presente nessas manifestações é um traço indelével do fascismo, mas aqui eu volto a fazer o papel do advogado do diabo e diria que a ojeriza aos partidos políticos é fruto do desconhecimento (da ignorância sobre a realidade). Idealiza-se a democracia e se esquece que sem partido não há democracia real. Vive-se apenas em abstrações, afastadas da realidade.

    Também é verdade que a ignorância é um traço do fascismo, mas em meu entendimento ao se desenvolver de modo pacífico, salvo manifestações exaltadas de um grupo pequeno, a ignorância, o desconhecimento da realidade política não leva os manifestantes necessariamente para o caminho do fascismo. Eles vão em direção ao fascismo porque lá no fascismo há amparo para uma ideologia que é montada na falta de ideia, mas não são em meu entendimento fascistas.

    O que ocorre é que a falta de conhecimento é fruto de muitos anos de aprendizados. No mundo todo, o ser humano aprende a desconhecer a realidade. E este aprendizado equivocado muitas vezes exige muitos anos de bancos escolares. Veja por exemplo, o Andre Araujo, um dos grandes se não o maior comentarista aqui do blog. Com uma longa experiência de vida, ele intuiu que em qualquer lugar do mundo a corrupção não constituiu, não constitui nem constituirá razão para atrasar o crescimento econômico de um país. Enfim ele conseguiu ficar livre do aprendizado que ele teve durante toda a vida de que a corrupção é um cancro que atravanca o crescimento do país. No entanto, ele não consegue trazer uma viva alma para passar a compartilhar também essa idéia.

    E o que é pior, ele também se deixa levar pelo aprendizado de muita falta de conhecimento. Durante a vida inteira falaram para ele que o Poder Judiciário tem uma força tremenda. Talvez não seja por outra que ele seja formado em Direito. Exímio conhecedor da economia brasileira ele não consegue apontar um momento na história econômica do Brasil em que o Judiciário, salvo na somatória dos gastos públicos do Poder Judiciário, tenha tido uma atitude que representou um aumento ou redução do PIB brasileiro em algo equivalente a 0,5% do PIB. Nada disso demove-o, entretanto, de dizer que é a Operação Lava Jato que está afetando a economia brasileira. Poucos aqui no blog, mesmo que entre economistas, que ele não é, tiveram tanto aprendizado sobre economia monetária, em especial sobre a economia brasileira, como ele. Esse aprendizado, entretanto, é infrutífero para ele perceber que mil Sérgios Moros não conseguiriam fazer na economia em dez anos o que um só Alexandre Tombini pode fazer em um dia.

    Então salvo pela presença dos fascistas verdadeiros, as manifestações de ontem e do ano passado devem ser vistas mais como um movimento pacifista insuflado pela incapacidade que temos de conhecer a realidade em que vivemos, em especial porque aprendemos a entender essa realidade de modo equivocado e incorporamos de modo inamovível esse entendimento.

    Quanto ao final do seu post e que é o título dele, eu reconheço que o Comando do Golpe corre os riscos do sucesso do golpe. [No original faltou eu dizer que eu não acredito em Comando do Golpe, isso não significa dizer que eu não saiba que, assim como foi o empresariado paulista que financiou a Emenda da Reeleição, é o empresariado paulista que financia a campanha contra a Dilma naquilo que a campanha não tenha de espontânea, dado que grande parte da classe média está sendo embalada pelas grandes revelações de corrupção e pelos parcos resultados econômicos] Agora é uma possibilidade remota. Não vejo razão para o sucesso do golpe. Tudo conspira contra os golpistas. O problema é que nós custamos a perceber isso. Quase todos os apoiadores da presidenta Dilma Rousseff fazem críticas ao ministro Gilmar Ferreira Mendes na condução da Ação no TSE. Agora imagina se esta ação não existisse. Nesse caso estaria toda a oposição se debruçando sobre o impeachment. No fundo tudo vai ficar para as calendas gregas. Se a economia não se recuperar adeus PT na eleição de 2018. Se, no entanto, os sinais de recuperação econômica, que já vão aparecer no próximo PIB trimestral (abril, maio e junho), estiverem apontando para a direção que eu vislumbro a economia vai recuperar bem antes e o PT volta a ganhar em 2018.

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    Bem era isso. Fico satisfeito em ver você centrando seus ataques na direção correta, pelo menos em minha avaliação, embora considere que seus ataques estão equivocados na medida que você não percebe como o Banco Central do Brasil agiu de forma excepcional para enfrentar o ataque especulativo na nossa moeda e que era sabido que ocorreria desde que a recuperação americana iniciou e que vem ocorrendo ao longo dos últimos 35 anos. Nunca o Banco Central subiu tão pouco o juro para enfrentar crise tão séria.

    Clever Mendes de Oliveira

    BH, 16/03/2016

    1. Meu caro Clever, agradeço seu

      Meu caro Clever, agradeço seu sempre minucioso  e irretocavel comentario. Apenas registro que o eixo de minhas ideias sobre politica monetaria vem de longe, é a tese central de meu livro MOEDA E PROSPERIDADE, publicado há 11 anos, onde descontruo o uso da politica monetaria como visando somente à estabilidade da moeda sem se preocupar com a prosperidade e o emprego. Essa minha linha é em grande parte a mesma do INSTITUTE FOR NEW ECONOMIC THINKING, de Nova York,

      um centro de estudos que está revisando a ortodoxia em função dos efeitos da crise de 2008, anotando que o INET tem tido a adesão inclusive de economistas da Universidade de Chicago. O Premio Nobel Joseph Stiglitz, um dos diretores do INET, chamou a atençaõ para o fato de que os economistas latino-americanos que estudaram nos EUA em decadas passadas  e hoje dominam os Banco Centrais da America Latina estão recitando LIÇÕES VELHAS do monetarismo antigo e não se reciclaram com as lições novas posteriores à crise de 2008, ELES ESTÃO CANTANDO MUSICA VELHA , o que eles aprenderam já está defasado, não sou eu quem diz, é o Stiglitz, o nosso BC está usando politicas caducas, eles precisam se reciclar, o juro alto para combater inflação é cartilha antiga,  hoje o juro é negativo na maioria dos paises centrais, PARA REANIMAR A ECONOMIA.

  9. .

    As ideias em equacionar a crise brasileira, invariavelmente giram em torno de teorias e teses econômicas mirabolantes, intrinsecamente estruturadas num complexicismo tecnicista qdo se trata unicamente de macroeconomia e por outro lado os velhos discursos que evocam o maniqueísmo e como fumaça, dispersam o foco de realmente se equacionar de vez com a assustadora diferença de renda e da concentração da riqueza que torna o Brasil um dos últimos no ranking mundial e de toda a estrutura sócio-economica corroída por cupins ancestrais, não existe saída simples que de solução para o desastre que se encontra a Nação brasileira, senão a conscientização da urgência de profundas reformas estruturais, o Brasil se assemelha a uma casa tomada por cupins, não adianta reformas superficiais é necessário derrubar e refazer novamente.

  10. Mais um

    Artigo premente. Esse irretocável para mim.

    O Lula deveria ler – e repetir como mantra, pq levar o Meireles pro BC, para usar a metafora do Duvivier agora em voga, é limpar o chao sujo com esterco.

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