O novo com cheiro de mofo à espera da Constituinte

O “novo” com cheiro de mofo.

Recentemente, e mais uma vez, se viu grande movimentação no Congresso Nacional e um troca-troca partidário que causaria espanto a qualquer marciano.

A este balaio de gatos se juntam as alianças partidárias tão esdrúxulas que inviabiliza qualquer cumprimento de promessas de campanha, coerência programática, ou mesmo harmonia entre integrantes de um mesmo partido.

São antigos caciques conservadores que migram para partidos ditos socialistas, partido de sindicalistas que recebem integrantes da bancada empresarial, partidos evangélicos que recebem ateus e muito mais.

Nesta maré de incoerência e contradições é que políticos como Bornhausen e Heráclito Fortes oriundos do “velho” DEM entram para o “novo” PSB.

Como consequência deste intricado jogo é comum ver na votação de matérias que tramitam no legislativo políticos de oposição votando a favor do governo e contra a orientação da bancada, da mesma forma que políticos da base de apoio ao governo votando contra os interesses destes.

Emblemática a postura do deputado Vaccarezza (PT/SP) que sustenta, como coordenador do Grupo de Trabalho da Reforma Política, uma total desvirtuação do projeto petista de reforma política.

Dentro deste quadro como situar o que é oposição ao governo?

Trata-se da falência do modelo de representatividade e pode-se questionar se a democracia tem sido exercida a contento dentro dos parâmetros conhecidos.

Sim, torna-se claro que os partidos políticos fraquejam e em seu lugar nos empurraram bancadas setoriais e corporativistas.  A crítica é que os interesses das bancadas se tornam mais expressivos do que os programáticos dos partidos, e não a negação ou condenação das bancadas setoriais. O que comumente se vê são parlamentares votando contra a orientação partidária e em favor da orientação da bancada, mesmo que esses votos estejam em total desalinho com o programa do partido.

Com toda esta contradição não é de se estranhar a belicosidade entre membros de um mesmo partido, como também abala a estrutura partidária, e nestes rastros inviabiliza governos e favorece a desarmonia entre os poderes.

Com esta fragilidade apontada se torna comum, ou mesmo obrigatório, o loteamento de cargos do executivo não para que os indicados exerçam a legítima defesa das suas bandeiras e executem as promessas e programas e sim para que dê sustentabilidade ao governo em sua pessoalidade.

Com esta inconsistência se tornou usual que políticos individualizados recorram ao STF contra os seus próprios partidos, obrigando o STF a decidir sobre assuntos que deveriam ser de alçada exclusiva do legislativo.

Com esta incoerência se tornou comum que governos com vasta maioria parlamentar de apoio recorram a vetos para barrar a aprovação de artigos que causam altos prejuízos para as propostas de governo.

Pode-se afirmar que a oposição se tornou o exercício da capacidade de bloquear o governo e, não de enfrentá-lo abertamente dentro de propostas programáticas. O pragmatismo parece ter vencido.

Por tudo isso uma reforma urgente, profunda, séria e consistente se torna obrigatória.

Constituinte específica já.

Redação

9 Comentários

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  1. PORQUE A SURPRESA? Esperavam

    PORQUE A SURPRESA? Esperavam o que?

    É por isso que a Dilma propos que fosse uma constituinte exclusiva.

    Eu ainda iria além da proposta da Dilma. Constituinte exclusiva com membros inelegíveis por 15 anos. Sem poder ser INDICADO para cargo político durante o mesmo período.

    O assunto é tão importante que deve ser feito por NÃO políticos.

     

    Mas… o Nassif acha que é um Bode.

    Então vamos deixar o Sarney e o Jader tratarem disso que só pode vir coisa boa…hehehe.

  2. Mais uma vez…  ja estou com

    Mais uma vez…  ja estou com calos de escrever isso:

    DERRUBEM A BASE ALIADA DE TRAIRAS, GENTE.

    Eles sao infiltrados.

  3. Mais uma vez…  ja estou com

    Mais uma vez…  ja estou com calos de escrever isso:

    DERRUBEM A BASE ALIADA DE TRAIRAS, GENTE.

    Eles sao infiltrados.

  4. Mais higienismo político…

    Bom, titia só consegue enxergar alguma seriedade em uma proposta destas (Constituinte exclusiva) se conseguirmos proibir, por completo, qualquer financiamento privado a qualquer candidato, ou seja, se conseguíssemos criar um cordão sanitário em volta dos parlamentares…

    Como isto é impossível, titia se pergunta: quem garante que um mandato específico seja melhor que um mandato generalista?

    santo deus…

    Então não basta a joana d’arc da floresta com a ideia de um partido que é um não-partido, agora queremos uma Carta Política (uma reforma dela) feita por não-políticos, ou políticos que estejam à margem dos nossos conflitos e contradições?

    Vem de novo esta lenga-lenga higienista, a dizer que a troca de partidos, a falta de “firmeza ideológica” traz transtornos a nossa jovem Democracia…

    Seria o caso de aplaudirmos os neonazis e investirmos neles? Afinal, tem coerência e unidade programática, organicidade, fidelidade partidária, etc…

    Ora, titia olha para todos os sistemas partidários e representativos e vê: Ou é promiscuidade nospartidos, ou na formação dos governos, e como dar jeito?

    No nosso caso, pedir uma supressão ou limitação da fluidez de integrantes de partido seria como impedir que os bobocas do palhaço 5 estrelas se juntassem ao capo berlusconi para dar algum governo a Itália dos “socialistas”…

    E os exemplos de alastram pelo mundo, seja com retrancas bipartidárias tipo EEUU, seja com mandalas do tipo Alemanha, mas no fim, o que sobra é o velho embate intervencionistas X mercadistas…

  5. ..   ha quem interessa o caos

    ..   ha quem interessa o caos !!!!!!!!!   eles sao minoria mas estao vencendo .

    e como o povo se aquietou – voltou a ver novela e BBB, nao ha q se mexer nesse  assunto. pra q ??

  6. Juntam-se ao eméritos

    Juntam-se ao eméritos perdedores.  Estes cadáveres insepultos ao contrário de levarem prestígio à candidatura do PSB, servem para deslustrar a trajetória deste partido e certamente no momento o custo deste apoio será cobradpo nas urnas. Afinal ninguem consegue enganar a todos todo o tempo.

  7. constiuinte já

    exclusiva

    com lista

    sem partidos políticos

    soberana

    chega da constituiçāo outorgada de 1988

    constituinte livre, soberana, democrática

     

    e Nassif q pena, vc cada vez mais Naive (ingênuo)

     

    Marina, Eduardo, ou como é q se chama mesmo o ex presidente da UDR, por acaso Ronaldo Caiado?

    e ele apóia o Eduardo e claro e a Marina tb.

  8. Constituinte soberana

    As pesquisas mostram que a maioria da população é a favor da reforma política, porém, é contra as listas e contra financiamento público. Logo, o que o povo entende por reforma política é o fim da corrupção, mas não vê relação entre a roubalheira e as regras eleitorais. Assim, na hipótese muito improvável de acontecer uma “constituinte exclusiva”, nada mudará, porque os interesses contrários a mudanças são muito grandes. Para vencer uma resistência formidável, somente uma mobilização formidável. Essa mobilização só se dará no processo constituinte que dê resposta a aspirações objetivas da população, tais como, reforma agrária, reforma urbana, reforma do estado, saúde, educação, etc…    

  9. comentario

    Eu até torço para que a Marina Silva seja eleita presidente para que vejamos o discurso se desmontar ante as pressoes do capitlismo neoliberal. Além de seu apoio junto ao PSDB vai ter que ceder as pressoes do mercado, das moto-serras, do covil dos ladroes (CN), do loteamento de cargo enfim.. uma série de coisas que ela terá enfrentar, como ocorreu com o Lula, a Dilma, e entao veremos os intelectuais da sustentabilidade revoltar-se contra ela acusando-a de traidora. É sempre assim. O mundo da retórica é bonito, realizável, perfeito, agora o mundo real é onde as coisas de fato acontecem, e as vezes nem sempre acontece como se pensa ou se quer.

     

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