O papel do novo assessor de imprensa do Palácio

O governo Itamar Franco era uma trapalhada atrás da outra.

O bravo Ministro Paulo Haddad, da Fazenda, tentava se equilibrar, garantir um mínimo de racionalidade, mas levava tiros diários da tropa itamarina, Hargreaves, Maurício Correa, José de Castro e companhia. Cada dia era um off visando desestabilizar Haddad, repercutidos acriticamente pela mídia, mesmo os mais inverossímeis.

Haddad conseguiu se manter no nevoeiro graças a um filtro potente de seu assessor de imprensa Rubens Pontes. Rubinho criou relações de absoluta confiança com a mídia. Passava informações seguras com discernimento.

Quando a maré de futricas chegava na área econômica, bastava ligar para Rubinho para clarear o jogo.

A ida de Rodrigo de Almeida para a imprensa do Palácio poderá ter um resultado idêntico.

Hoje em dia o Palácio se assemelha a um grupo de náufragos em um barco, cada qual tentando derrubar o companheiro e pretendendo salvar a própria pele. O festival de offs tem sido um prato cheio para os especuladores. Hoje em dia qualquer boato, em se plantando dá.

Rodrigo é jornalista de alto nível, com formação acadêmica, se dá bem com o Ministro da Fazenda Joaquim Levy – a quem assessorava – e com o Ministro do Planejamento Nelson Barbosa, tem uma boa carreira jornalística que lhe garante contatos com a imprensa de Brasilia, São Paulo e Rio. Principalmente, por ser neófito em Brasilia, não pertence a nenhuma panelinha jornalística ou partidária.

Não conseguirá colocar ordem na barafunda de informações que jorra do Palácio, mas pelo menos blindará a área econômica do jogo de intrigas atual.

Luis Nassif

8 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Ontem fiquei estarrecido ao

    Ontem fiquei estarrecido ao assistir a entrevista do Ministro Edinho Silva no programa Espaço Público capitaneado por Paulo Moreira Leite.

    Edinho filiou-se ao PT em 1985, o mesmo ano em que me filiei ao partido, a minha perplexidade foi ver em uma hora de entrevista como alguns petistas ficaram parecidos com tucanos, a entrevista foi uma aula competente de como ficar em cima do muro e não assumir posição sobre nenhum assunto.

    Em relação a mídia disse não acreditar em perseguição, mas apenas alguns excessos, perdi completamente a esperança de qualquer projeto de regulação vindo do governo para combater o monopólio

    Falou sobre a distribuição das verbas entre os meios nos quais o governo anuncia, falou que é a favor de melhor distribuição tendo como parâmetro a mídia técnica, mas de maneira pífia e sem apontar metas.

     

    1. Eu nem quis ver esse
      Eu nem quis ver esse programa.
      Meu palpite eh que foi idéia dele o tal “dialoga brasil”, uma espécie de “caravana da cidadania” eletrônica…
      A militância deve “curtir”, não?

  2. A coisa está indo pros
    A coisa está indo pros “finalmentes”. Querem derrubar eh o governo, e nao o Levy; e o estrago na economia já foi considerado suficiente.

    Assim como o Itamar, que foi até o final do mandato considerado um “bobão” por essa imprensa, a porta que o Levy está abrindo para a Dilma eh a de considerarem-na uma “anta da inglaterra”.

    Ela vai aceitar, vai arrumar namorado ou vai ao sambódromo em 2016?

  3. O tal Edinho …

    (Paulo Figueira):  É uma piada! Assistindo a entrevista vc entende o que está rolando com o governo Dilma … Edinho, Mercadante, Ze Eduardo, Bernardo, Berzoinni, Rossetto etc etc etc.  Negócio não anda. Baita fogueira de vaidades. Fogo amigo. Overdose de republicanismo etc etc …  Minha opinião: governo Dilma hoje é como um fusca tentando atravessar a Transamazônica na cheia, entendeu? Pior que a Coração Valente não muda! Muié teimosa sô … Sabe aquela, morro de pé, mas não vivo de joelhos? 

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador