O primeiro mês do 2º mandato de FHC foi pior; por Marcos Coimbra

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Por Marcos Coimbra

Dois Janeiros

Da CartaCapital

Janeiro foi um mês péssimo para o governo Dilma Rousseff. Nem é preciso enumerar as razões, da falta de chuvas à interminável agonia da Petrobras. Como se não bastassem, a presidenta enfrentou a hostilidade das esquerdas ao ministério e as malcriações da direita, que abusa de um discurso cada vez mais grosseiro. Para coroar os padecimentos, em 1º de fevereiro os deputados elegeram Eduardo Cunha presidente da Câmara.

Ruim? Com certeza, mas esse janeiro está longe de ser o pior primeiro mês de um segundo mandato presidencial em nossa história. O título continua nas mãos de Fernando Henrique Cardoso, no início de seu segundo mandato em 1999.

Para quem está impressionado com os problemas de Dilma no mês passado, a comparação com os de seu antecessor peessedebista é pedagógica. O que dizer de um mês no qual a inflação anualizada saltou de 1,78% para 20%? Do momento em que uma desvalorização não coordenada do real elevaria em pouco o tempo a cotação do dólar de 1,32 para 2,16? No qual as reservas internacionais haviam se exaurido após uma tentativa malsucedida de evitar o derretimento da moeda nacional? Calcula-se que o Brasil perdeu 48 bilhões de dólares naquele período, o que torna coisa miúda os desvios até agora denunciados na Petrobras.

Janeiro de 1999 foi um mês de tanta balbúrdia na economia que o Banco Central teve três presidentes, um dos quais preso pela Polícia Federal. Ficou evidente que o governo tinha “amigos” no mercado financeiro, pois alguns bancos e corretoras receberam informações privilegiadas e amealharam uma fortuna, enquanto o resto do País pagava a conta.

Inflação explosiva, erosão do real, fuga de capitais, descontrole administrativo, suspeitas de favores, policiais a vasculhar a vida do presidente do Banco Central. Assim foi o primeiro janeiro de Fernando Henrique depois da reeleição.

FHC, óbvio, tinha uma vantagem sobre Dilma, a simpatia dos barões da mídia e, por extensão, da maioria dos jornalistas empregados nesses meios de comunicação. Por mais que se inquietassem com o vendaval a vergar a economia e as denúncias de malfeitos, nada do que se vê hoje contra Dilma acontecia. Se você duvida, imagine como ela seria tratada pelas corporações midiáticas se um cenário como o de 1999 se repetisse agora.

A simpatia dos meios de comunicação pouco serviu, porém, a FHC. Todas as pesquisas feitas de janeiro de 1999 em diante mostraram quedas na popularidade e na avaliação positiva do governo. Em fevereiro daquele ano, um levantamento do Vox Populi revelou que a soma de “ótimo” e “bom” ficava em 19%, enquanto a de “ruim” e “péssimo” alcançava 47%. Em setembro, a positiva afundou a minguados 8% e a negativa saltou para estratosféricos 65%.

Dilma, como sabemos, ostenta índices muitíssimo melhores: nas últimas pesquisas disponíveis, sua avaliação positiva estava em 42%, enquanto a negativa era quase a metade, perto de 22%. Quisera FHC obter números como esses.

Os problemas do tucano e da petista no início de seus segundos mandatos não são iguais, mas a grande diferença entre janeiro de 1999 e o deste ano é outra. Por mais que tivesse de lidar com a oposição do PT e dos setores progressistas da sociedade, ninguém discutia, a sério, o impeachment do tucano. Depois dos erros cometidos no primeiro mandato, FHC meteu os pés pelas mãos no início do segundo, mas nunca enfrentou a onda golpista hoje em curso.

É natural emergir o golpismo na opinião pública brasileira, a se considerar quão presentes são os elementos autoritários e antipopulares em nossa cultura política. Nenhum país, particularmente aqueles com trajetória semelhante à nossa, em que a democracia sempre foi exceção e nunca regra, está livre desse fenômeno.

O problema não é existir na sociedade a oposição tosca e ignorante típica das velhas e novas “classes médias”, incapazes de entender os acontecimentos. Grave é o desembaraço com que se movimentam e se expressam lideranças políticas, empresariais e de instituições como o Judiciário, que deveriam ter compromisso com a preservação da democracia, mas, em vez disso, exibem um golpismo cada vez mais escancarado. Que saem derrotadas de uma eleição e, no dia seguinte, se põem a fazer o jogo antidemocrático.

O desafio deste começo de 2015 é saber sustar as fantasias golpistas à solta. Quem preza a democracia tem o dever de denunciá-las e combatê-las…

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

39 Comentários

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  1. Ótimo artigo, pra refrescar a

    Ótimo artigo, pra refrescar a memória e concluir que não há nada de ruim que o PT possa fazer que os tucanos não tenham feito pior.

  2. Não se pode falar mal do

    Não se pode falar mal do príncipe da socioentanologia. Ele enganou a propria esposa (ela não diz porque não aguentou e se foi), enganou os brasileiros, ó não enganou a Gloebles, que sabendo de suas maracutaias e trações, filhos legitimos e não legitimos, encontrou um jeito do nos esconder as notícias.

    Pobre Brasil que depende de informações, só tem a Gloebels. Foia, Óia e congêneres não são mais nada.

    A Pres. Dilma deveria montar uma assessroria de comunicação de 1ª linha:FRANKLIN,NASSIF, MARIA DO ROSARIO, PAULO NOGUEIRA, entre outros tantos.

    Tá na hora de reagir.

  3. O pedido de impeachment de FHC

    “ninguém discutia, a sério, o impeachment do tucano.”

    Discutia-se sim. Tanto que em 2001 os principais juristas do país pediram o impeachment de FHC.

    Quem brecou este pedido foi nada mais nada menos de que Aécio Neves…

     

    25 Maio 2001

    O presidente da Câmara, deputado Aécio Neves (PSDB-MG), mandou arquivar o pedido de abertura de processo por crime de responsabilidade contra o presidente Fernando Henrique Cardoso apresentado, na semana passada, por juristas. O pedido, que poderia levar ao impeachment de Fernando Henrique, foi arquivado por Aécio sob o argumento de que o presidente da República não liberou verbas do orçamento para impedir a criação de uma CPI destinada a apurar denúncias de corrupção no governo.

    O pedido foi apresentado pelos juristas Celso Antônio Bandeira de Melo, Dalmo Dallari, Fábio Konder Comparato, Goffredo da Silva Telles Júnior e Paulo Bonavides. “São bons juristas, mas são ignorantes em matéria de processo orçamentário“, disse o líder do governo na Câmara, deputado tucano Arnaldo Madeira (SP). “Eles (juristas) não entendem nada da vida política“, completou o tucano. Para o líder do PT na Câmara, deputado Walter Pinheiro (BA), o presidente Aécio Neves deveria ter submetido o pedido à apreciação do plenário.

    “Os deputados é que deveriam votar para decidir pela abertura ou não do processo”, disse o petista. “É o velho esquema do uso do poder do presidente da Câmara”, afirmou. No despacho de seis páginas, Aécio Neves argumentou que “inexiste a comprovação de um liame que possa unir a liberação de verba com a retirada de assinatura”. Alegou, ainda, que a liberação de verbas orçamentárias para os deputados está previsto no Orçamento da União deste ano.

     

     

    1. E para sermos honestos,

      E para sermos honestos, Marcos, o PT também pedia – e como! – o impedimento de FHC. O correto ex-governador do RS, Tarso Genro, inclusive já fez expiação em público. 

      Lembro bem das faixas da época. 

  4.    fhc precisa do golpe para

       fhc precisa do golpe para regastar o seu nome na história.  Sem isso, qualquer comparação entre o seu governo e os governos sucentes, o seu será considerado medíocre.

    p.s.: Será que não falta um Marcos Coimbra num conselho político da presidente?

     

  5. O pedido de Impeachment do tucano.

    Jose Genoíno do PT foi quem mais lutou CONTRA O FORA FHC. E o Lula foi o presidente com mais pedidos de impeachment da historia. O cartel midiatico fabricou com muita facilidade um Collor e  imaginaram deixar o sapo barbudo ser eleito presidente porque imaginavam  “ser mole’ eliminar o operario nordestino. quebraram a cara pois ele  realizou o melhor governo da historia,tornando transparente o salvelindo,com tanta visibilidade que sabemos agora o “como funciona” e qual é o sexo dos anjos.Todo exagero provoca seu contrario.A utilidade do cartel midiatico como vigia do vigia já teve sua utilidade.A atuaçao do cartel midiatico manchou sua serventia,tornou-se um papel higiênico usado.

  6. fhc era  e é o caos.
    só que

    fhc era  e é o caos.

    só que tinha já a grande mídia a incensá-lo.

    agora para dar o golpe que o ressuscitaria da escrotidão mais obcura da nossa história..

  7. O País da Comparação.

    Ninguém olha pra frente, todo mundo no retrovisor olhando para o passado como querendo dizer: se FHC foi ruim, eu também tenho o direito de ser. 

    Enquanto isso o povo…

     

     

    1. Quem “só olha pra frente” é burro com antolhos…

      O processo de escolha e decisão entre alternativas exige comparação.

      Até para que não se repitam erros.

      Ou aperfeiçoem-se acertos.

      Mas há que prefira antolhos.

  8. Nossa, que bom, estou mais

    Nossa, que bom, estou mais aliviado que a 16 anos em meio as crises da Russia e México as coisas estavam muito piores.

    Pondo em perspectiva seria o mesmo que os Tucanos em 1999 saissem falando que janeiro de 83 ou 84 foram pior (85 seriam miseros 14 anos de separação).

    Se o senhor Coimbra tem memória ruim ele ao menos deveria ter pesquisado um pouco as manchetes daquela época.

    1. “Perspectiva”: 2 países nos 90 ou o mundo inteiro em 2008?

      Primeiro tenta justificar, depois deprecia a comparação.

      Ou seja, um comentário defensivo (dos tucanos e sua visão neoliberal e descompromissada com os “bovinos”)

      Mas o que está em jogo, colega é exatamente a comparação entre duas visões para o país.

      Comparar para escolher faz parte do jogo.

      Básico e essencial.

  9. Nada muda

    “FHC, óbvio, tinha uma vantagem sobre Dilma, a simpatia dos barões da mídia e, por extensão, da maioria dos jornalistas empregados nesses meios de comunicação. Por mais que se inquietassem com o vendaval a vergar a economia e as denúncias de malfeitos, nada do que se vê hoje contra Dilma acontecia”.

    Marcos Coimbra, mesmo com o  comentário de Marco St., essa já é uma vantagem enorme.

    Além disso, o então presidente da câmara, Aécio Neves, atuou a favor de FHC.

    E aí sim, entra todo o peso da mídia. Você mesmo reconhece que não houve pressão por parte da Globo, por exemplo, a favor do impeachment de FHC.

    No quadro atual, alguma dúvida de como deverá atuar Eduardo Cunha caso chegue à Câmara o pedido de impeachment de Dilma?

    Voltemos à mídia.

    Haverá alguma pressão dela a favor do impeachment?

    Terá alguma força essa pressão?

    Temo que a essa altura Lula, Dilma e o PT ainda acreditem que não.

  10. Estratégia da direita nas redes sociais

    Atenção: nas redes sociais, já começou a desinformação e a instalação do caos para pavimentar a estrada rumo ao golpismo. Os golpistas têm se infiltrado nas discussões críticas de esquerda para “jogar gasolina”, perturbando as discussões e desgastando o governo. A ideia é sempre se colocar do lado favorável dos argumentos críticos de esquerda, mas sempre com o intuito último de retirar a Dilma da presidência. Ajudam a criar um falso ambiente de “descontentamento generalizado”, incluindo aí a esquerda nisso (não que ela já não esteja descontente, mas não com essa ênfase toda).

    É só notar como, quase sempre, vem um no melhor espírito “chutar cachorro morto” e usa para isso argumentos retirados da crítica à esquerda (sem ele ser de esquerda, como fica evidente nos seus tipos de colocação). Por isso discussões que envolvam um pensamento mais à esquerda tem que ser vistas e travadas com cautela, porque somente acabam servindo de veículo para golpistas e para a direita política. Acredito na necessidade de se encontrar a difícil equação entre crítica de esquerda (necessária) e o apoio ao governo federal. 

    1. Amigo acompanho e combato
      Amigo acompanho e combato isso faz tempo. Nas eleições foi um inferno porque até pastor de igreja gravava videos vociferando ódio e preconceitos contra o PT , seus simpatizantes e eleitores. É uma campanha de ódio feroz calcado em muita mentira, preconceito e desinformação. O nivel de fanatismo hoje propagado por essa campanha grotesco e virulenta da mídia golpista chega ao limite da radicalização cega que fazem seus convertidos ignorarem qualquer tipo de dado, números e informação oficial. Dizem ser tudo mentira e não aceitam, não aceitam e não aceitam a verdade dos fatos que os contradiz. Argumentos construtivos que venha dos que sofreram lavagem cerebral, não existem. Mas não vamos desistir e nem desanimar rebaixando o debate com eles. Vamos rebater sim com inteligencia levando luz aonde existe trevas, vamos fazer como Lula sabiamente disse: Vamos plantar a semente e cultiva-la aos poucos e no momento certo ela sobrevivera e se renovará. Cabe a cada um de nós fazer esse resgate e participar em todos os pontos nas redes sociais e onde for e debater, rebater as mentiras ,convencer com argumentos e dados e fazer a luta politica que nos compete.

  11. Um texto inútil

    Primeiro, que nada adianta ficar comparando. O máximo que se vai conseguir extrair daí é que, tendo um início de mandato parecido, todo o mandato será igualmente medíocre, com o governo refém da mídia.

    Segundo, que depois da avaliação divulgada ontem, o texto perde todo o sentido.

     

    1. O que não tem cada vez mais sentido são os teus comentários
      O post é extremamente pertinente do ponto de vista político e denuncia o golpismo cada vez mais escancarado ao apontar o tratamento diferenciado dispensado aos dois governos, o de Dilma e o catastrófico Governo FHC. Você é um troll despreparado e que não fala nada que se aproveite. É notoriamente burro, apesar do esforço tosco em parecer o contrário. Não engana a ninguém por aqui.

      1. KKKKKKKK

        Chegou o Erudito da Alagoas.

        Burro é você garoto. Você sequer se lembra como foi o segundo mandato de FHC sob fogo intenso da imprensa.

        Ou você acha mesmo que essa percepção de catastrófico governo você conseguiu conceber sozinho, com seu grande intelecto.

        KKKKKK

        Você é uma piada.

        1. Claro, claro

          Não dá para discordar do idiota que deu a entender que matar os cartunistas do Charlie Hebdo era algo que favorece a “(…) compreensão, a tolerância e a amizade entre todas as nações e todos os grupos raciais ou religiosos”, segundo art. 26, item 2, da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Sem falar que a França contemporânea é fascista, diferentemente da Itália de Mussolini.

          Esse idiota se chama Alex “meu querido” Roto, o mais novo troll retardado do recinto.

    2. A repetição de mantras que toda hora tem que ser trocados…

      Há algum tempo, a trollândia “resolveu” que (como a comparação lhes é tipicamente desfavorável) “comparação não adianta nada”.

      É como se para escolher ou decidir entre alternativas (no caso, visão de soluções para o país), não seja necessário comparar … Dureza, não?!

      O pior é que seus “orientadores” que lhes dão estes “argumentos” não têm mesmo nada melhorzinho.

      Se fosse no tempo do Chacrinha, dir-se-ia:

      “Vai para o trono ou não vaaaai?”

       

      1. Outro piadista

        Sequer tem noção, como disse o próprio ministro que a DIlma conseguiu arranjar nas hostes tucanas para tentar salvar a economia, que estmaos no fim de um processo iniciado há vinte anos.

        Que ia numa sequência muito boa até a Dona Dilma resolver que sabia mais que todo mundo.

        Você sim, fica repetindo o mantra do ” quebrou o país tres vezes”. KKKKKK

        Vai estudar moleque. Leia um pouco, já que não teve oportuidade de viver a história.

  12. Marechal Floriano Peixoto foi

    Marechal Floriano Peixoto foi pior que Dilma e F H C juntos.

      Quem compara 16 anos passados, pode comparar tbm 125 anos.

  13. Ë quase um caso psiquiátrico

    Ë quase um caso psiquiátrico como o pt, que desde o primeiro dia desses longos 13 anos no poder, não consegue se livrar do fantasma do bom governo do Professor Fernando Henrique Cardoso.

    Mesmo que tenha herdado e aplicado o software FHC-Malan, parece que qualquer projeto empreendido peo pt tenha que ter a aprovação do sociólogo para ser visível, aprovação que eu digo é a comparação. Tá vendo, tá vendo, nosso programa habitacional é melhor do que o de FHC! 

    Um bando de adolescentes…

     

     

    1. A comparação em que ser feita

      A comparação em que ser feita com aqueles que se apresentam como arternativa de poder, quanto a sua avaliação do governo FHC, parece que o povo brasileiro não concorda com ela.

  14. Agora fiquei mais

    Agora fiquei mais sossegado!!! O janeiro do FHC foi pior!!!

    Ah bom!!! Será que foi por isso que ele não conseguiu fazer seu sucessor?

    1. Frases truncadas no todo e no contexto, mas úteis para análise

       

      Zanchetta (domingo 08/02/2015 às 19:37),

      O Marcos Coimbra é sociólogo e em minha opinião de leigo tanto em sociologia como em economia, ele vem dando um banho de sociologia e de análise política e a política é sobretudo economia, ou melhor ele vem dando um banho de análise econômica e a economia é sobretudo política.

      Na quinta-feira, 05/02/2015 às 16:57, saiu aqui no blog de Luis Nassif o post “Incompetência, corrupção, economia ruim? O que pegou em Dilma em 2014”, em que o Jornal GGN faz chamada para o artigo “Dilma, um e dois” de Marcos Coimbra publicado na Carta Capital. No artigo Marcos Coimbra falta chamar de pobre de espírito a análise da esquerda que põe culpa na grande mídia pela baixa popularidade da presidenta Dilma Rousseff. O endereço do post “Incompetência, corrupção, economia ruim? O que pegou em Dilma em 2014” é:

      https://jornalggn.com.br/noticia/incompetencia-corrupcao-economia-ruim-o-que-pegou-em-dilma-em-2014

      “É a economia, irmão” é slogan que mudando aqui e ali, incluindo mudando o próprio slogan, explica quase todas as eleições no mundo. É claro que é preciso entender o que seria economia para a população. Sabe-se sem muita profundidade que economia para um grupo pequeno é estar desempregado e para um grupo grande economia é inflação alta. Dentro da capacidade de cada um e do interesse que se defende, a arte de ser presidente da República é saber como contentar esses dois grupos sabendo–se que com desemprego baixo e inflação alta, o número de descontentes com o desemprego é muito pequeno e o número de descontentes com inflação alta é muito grande e que com inflação baixa e índice de desemprego elevado, o número de descontentes com o desemprego ainda é muito baixo e o número de descontentes com inflação alta é quase nulo. Além disso, há que se lembrar que a inflação mais alta é boa para o país porque significa taxa de juros reais mais baixas e, portanto, crescimento da dívida pública em relação ao PIB menor. Enfim, se pensar no país, um presidente deve deixar a inflação ficar mais elevada. Se pensar na sua própria popularidade um presidente deve reduzir o máximo o índice de inflação.

      Deixando de lado o elogio a competência da análise de Marcos Coimbra, o que me chamou atenção no seu comentário foi esse caráter bipolarizado do que você disse. A primeira frase poderia ser dita por um petista ranheta ou poderia ser dita como uma crítica ao petista ranheta. Como crítica de um PSDBista seria como se você dissesse: “Olha o que esse petista disse: “Agora fiquei mais sossegado!!! O janeiro do FHC foi pior!!!””

      E então viria a complementação. Só que a complementação seria de um PSDBista não tão ranheta como o petista, que se quer fazer passar por astuto e que diria para espetar o petista em uma forma de advertência:

      “Ah bom!!! Será que foi por isso que ele não conseguiu fazer seu sucessor?”

      Como frase de um PSDBista vê-se que ele não seria tão astuto. Afinal, se o primeiro janeiro do segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso foi muito pior do que o primeiro janeiro do segundo mandato da presidenta Dilma Rousseff, fica mais fácil para a presidenta Dilma Rousseff fazer o sucessor dela. Quer dizer, ela vai fazer o sucessor dela, desde que o candidato dela não seja o Lula, porque ai quem faz o sucessor dela é o próprio Lula.

      Então não cai bem as duas frases ditas na sequência, a primeira pelo petista ranheta e a segunda pelo PSDBista não muito letrado. Até porque PSDBista não muito letrado não é propriamente PSDBista, mas está PSDBista.

      A sequência dita por um PTista ranheta e iletrado é mais possível, até porque existe o PTista ranheta e iletrado. Agora apesar de ranheta e iletrado é com eles que o PT vem ganhando as eleições presidenciais há um bom tempo em um país que elege para presidente da Câmara dos Deputados com quase o dobro de votos do PT um candidato ultraconservador como o Eduardo Cunha (E se juntar aos votos de Eduardo Cunha os votos dados ao candidato da oposição, pode-se dizer com quase o triplo de votos).

      De todo modo eu entenderia a segunda frase dita por um PTista ranheta e iletrado. Vivendo em uma cultura que prima por se deixar impregnar de idéias obsoletas seria muito difícil que um PTista ranheta e iletrado, tendo acesso com frequência a textos que endeusam a capacidade da grande mídia de formar a opinião pública, não deixasse de concluir que a situação da presidenta Dilma Rousseff é ruim uma vez que em condições semelhantes ainda que piores Fernando Henrique Cardoso não conseguiu fazer o sucessor. É uma visão tacanha de quem não leva em conta muitas circunstâncias, mas as próprias circunstâncias favorecem a entender que se tenha assim uma visão tacanha.

      Se ele tivesse um pouco mais de informações, veria que Fernando Henrique Cardoso só não fez o sucessor porque havia o carisma de Lula, houve o apagão que não foi ruim pelo apagão em si, mas que foi ruim porque a economia que se relançara em 2000, crescendo a um ritmo de 4% ao ano, teve que ser estancada para não criar pressões de consumo de energia, houve a crise da Argentina no final de 2001 e houve a crise final do real durante o ano eleitoral de 2002, que elevou muito o dólar e, apesar da fuga de dólar diminuindo a liquidez interna, criou uma inflação muito alta.

      É claro que vai haver semelhança da recuperação americana e a crise na Ásia e na América Latina na década de 90 e o que acontecerá nesta década nos Estados Unidos e na Ásia e América Latina. Enfim, não serão fáceis os próximos quatro anos. Com a diferença que a economia da China é quase dez vezes maior e influencia mais o mundo agora e o Brasil tem um bom volume de reservas. Muito provavelmente, já em 2016, a economia mostrará índices de recuperação.

      Clever Mendes de Oliveira

      BH, 08/02/2015

  15. ????????

    Eu chego sempre à mesma conclusão: Qdo o PSDB grita “pega ladrão”, podes crer, eles já levaram a sua. Como quando gritaram s/ as urnas após a eleição. Eles já tinham feito o negócio sujo, mas durante a comemoração antecipada, não perceberam que tinham se esquecido de MG. Afinal ele era do Reizinho de Minas (da mídia , of course).

    Agora se esquecem das burradas do FHC, muito bem lembrado pelo excelente Marcos Coimbra.

    Os Trolls continuam “saltitantes”, como pintinhos no lixo (da mídia/oposição)

  16.  
    Ora, contra fatos não há

     

    Ora, contra fatos não há argumentos. É de se ficar procurando explicação para a falta de observação de alguns comentários, vejamos, está claro que o governo FHC teve problemas, é só olharmos as manchetes dos jornais da época, ponto.

    Sobre a questão da energia, os apagões que houve em 2001, foi sim, por falta de investimento, por falta de geração de energia, ponto.

  17. Este blog esta contaminado

    Este blog esta contaminado por tucanos. Alex Sotto defende o cacique touro deitado, aquele que chamou aposentados de vagabundos. Os termos usados denunciam que é um quadrupede. Usando a palavra moleque da entender que é uma pessoa de idade avançada. Tambem se aposentou aos 40 anos? Como diz Kajuru, vai te catar imbecil.  

  18. Finalmente, uma boa análise.

    Finalmente, uma boa análise. Os petistas, como republicanos, cuidam de restabelecer, de reconstruir, o Estado Democrático de Direito, que os tucanos devastaram .E a reconstrução ocorre num contexto muito mais perverso, muito mais dícil para o PT tendo como Oposição, além do mais, a Mídia Neoliberal., Golpista. Mas, a seu lado Dilma conta com participação popular, que poderá utilizando-se da Participação Direta ajudá-la na aprovação das leis necessárias para as conquistas que pretende realizar, 

     

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