O tamanho dos juros e da rolagem de dívidas no déficit

Por Franco

Comentário ao post “As pontes para a normalização da economia

Vamos ser direitos ao assunto e falar apenas de números: se você comparar a execução do orçamento de 2014 e 2015, há apenas um desvio de curva desproporcional.

O país gastou R$ 978 bi com o sistema de dívida em 2014 e a estimativa para 2015 é de R$ 1.150 tri. Essa diferença de mais de 170 bilhões é responsável por si só pelo defict, mesmo em um quadro de arrecadação minguado. Veja bem, não estou sendo radical de propor a correta auditoria da dívida, mas apenas imagine que o gasto tivesse se mantido, nós não teríamos defict orçamentário se tivessemos gastado “apenas” R$ 978 bi na dívida neste ano.
 
Isso é péssimo porque como todos sabem, não é que o governo pegou um dinheiro para fomentar algum projeto e agora está pagando, é apenas a alimentação de juros e rolagem de dívidas. Cada investidor joga de acordo com as regras. Se eu tivesse hoje R$ 5 milhões parado no bolso, você acha que eu ia ser otário de investir em algo, abrir um negócio para gerar renda e emprego?
 
Claro que não. Basta comprar tudo em títulos da dívida e esperar o governo lhe pagar. Em época de DRU, eu tenho certeza que vão fazer de tudo para poder desvincular o orçamento (cortar saúde, cortar educação) para poder me pagar. O pagamento dos títulos da dívida é a coisa mais sagrada nesse país. Nesse ponto o governo não ousa descumprir a LRF.

 
Então eu me torno esse “investidor” que vive como urubu. Se o governo aperta, eu tiro meu dinheiro como bem quiser e vou especular em alguma outra economia desregulamentada.
 
Temos a configuração mais clara do terrorismo especulativo, o parasitismo econômico que é uma disfunção do capitalismo. No Brasil, pune-se o consumo e incentiva-se a acumulação de capital em detrimento da geração de riquezas.
 
OK, temos então uma crise economica 100% psicológica, fundamentada na especulação financeira. Se 49% de todos os impostos que pagamos vão para a dívida, é óbvio que essa é a questão fundamental de nossa economia e do orçamento da união. Se não tivessemos a dívida, poderíamos ter o dobro de serviços públicos ou a metade de impostos. Parece surreal, mas são os números.
 
Temos um governo que diz ser de esquerda, mas é estremamente liberal na economia. Não vamos nos enganar, 90% do governo é a economia, o resto vem a reboque.
 
O governo jamais vai enfrentar essa lógica da dívida ou mexer no sistema financeiro. Se isso é verdade e se a crise é de terrorismo especulativo, qual a solução?
 
O primeiro diagnóstico sincero que Levy e cia deveriam fazer é que se você vai jogar pelas regras do mercado, é impossível ser liberal e social ao mesmo tempo. O orçamento nunca vai fechar enquanto o governo tiver vergonha de assumir a sua postura. Por isso o mercado tanto quer alguém da direita verdadeira, para governar de forma liberal “sem vergonha” de ser.
 
A crise de especulação financeira não se resolve com medidas técnicas. Está óbvio como 2 + 2 = 4 que o mercado não vai dar trégua enquanto Dilma não sair do governo. Mesmo que ela descobrisse a solução mágica para o problema hoje, ainda assim não seria necessário.
 
É tarde demais para lamentar que não mexemos nos grandes interesses, nem nos sitemas da podridão político-econômica do país, mas é o que é. Se jogamos esse jogo, um ato de grandeza seria admitir que perdemos e devemos levantar a bandeira branca. Essa teimosia de tentar cumprir mandato porque “assim disseram as urnas” deixa o país todo refém dessa guerra especulativa interminável.
 
Alguém precisa dizer em alto e bom tom que os empresários só vão investir e os urubus especulativos só vão se acalmar quando trocarem o governo. Não é CPMF, DRU ou qualquer outra medida de enxugar gelo que vai resolver.
 
Vivemos a política do cachorro correndo atrás do rabo. Falta alguém reconhecer que o problema da inflação no país é cultural. Ou você tenta resolver congelando preços (década de 80) ou você tenta resolver quebrando o país e acabando com o consumo (Plano Real).
 
Ambas soluções são medidas artificias e remendos para tentar solucionar a questão. Em qualquer outro país em recessão seria inexplicável você ter esse cenário econômico e inflação de 10-15%. Justificar a inflação dizendo que é reflexo de tarifaço não engana nem estagiário de economia.
 
No atual ciclo, você aumento juros para frear a inflação, com isso explode a dívida e corta o orçamento, cortando o orçamento você freia investimentos e crétidos, freia o consumo e tem queda na arrecadação. No final do ciclo você percebe que tem que cortar mais e aumentar os juros, e ainda reclama que seu plano não funcionou?
 
Nada faz lógica matemática em nossa economia. O economês de universidade diz que a demanda e a oferta regulam o preço. Pois bem, vejamos o setor automobilístico: os caras estão vendendo 30% menos que em 2014 e nenhuma montadora do cartel brasileiro mexeu sequer um milimetro em suas margens de lucro.
 
Pela lógica capitalista, o carro 1.0 de plástico vendido em 2014 por R$ 40 mil hoje deveria estar custando 30, ou até mesmo 20 caso eles fossem reduzir a margem de lucro para vender.
 
Mas não, elas escolher vender 1000 carros com margem de lucro em 50% do que 10000 carros com margem de lucro de 25%. Óbvio, se eu altero isso agora, o brasileiro que se acostumou a ver o carro como um objeto de luxo aprenderia que é um bem de consumo, e isso seria terrível para as montadoras. Elas perderiam o mercado que proporciona as maiores taxas de lucro do mundo, mesmo que a escala de vendas tenha que ser reduzida.
 
E aí vemos tantas medidas técnicas e assépticas que não fazem sentido diante da complexa realidade do nosso mercado e sistema financeiro. Muitas vezes nos perguntamos: será que são tão burros assim? Claro que não, as medidas não são 100% erradas.
 
Funcionar funciona. Eu, especulador descrito no início do texto sou dono de milhares de títulos de dívida e estou ganhando cada vez mais sem fazer nada. É óbvio que eu vou advocar mais cortes, menos Estado. Não se mexe em time que está ganhando. Eu quero que o governo continue com essa política e aprofunde o arrocho. Tanto faz se o consumo vai mal, ou as pessoas perdem emprego e renda. Eu quero é meu título pago, meus lucros garantidos. E eu, especulador nato, sou prioridade número um neste país.
 
É muito simples: o governo precisa fazer uma escolha se quer enfrentar os grandes interesses ou jogar o jogo de acordo com as regras que estão postas. Se eu não posso ser ingênuo de achar que o governo vai fazer algum tipo de enfrentamento, pela mesma lógica eu não posso acreditar que é possível ser social e liberal ao mesmo tempo. Se escolhemos viver em uma economia desregulamentada, com privilégios e submissão ao rentismo, então é melhor passar o bastão para quem é liberal de berço e vai fazer a mesma coisa só que sem os efeitos de tanto terrorismo especulativo.
Redação

29 Comentários

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  1. O artigo pressupõe que,

    O artigo pressupõe que, colocando por exemplo, Aécio no lugar da Dilma, ele faria exatamente o que ela já está fazendo, mas sem o terrorismo político que hoje o PSDB faz e sem a crise especulativa do mercado sobre a economia.

    Pois bem, e quem disse que Aécio só faria exaramente o que a Dilma já está fazendo agora? Quem garante que não vai aumentar ainda mais os juros, que vai cortar ainda mais despesas “supérfluas” (programas sociais, bolsa fámilia, que até hoje é chamada de “bolsa esmola” no site do PSDB, mais médicos, que o PSDB sempre foi contra e por aí vai)?

    Então se a oposição perde a eleição e faz terrorismo, o certo é ceder e entregar o cargo? A “culpa” é de quem ganhou a eleição ou de quem fez o terrorismo?

    1. Concordo Jorge, o que querem

      Concordo Jorge, o que querem é que aceitemos que o país não é mais do povo brasileiro. COmo diz aquele ditado, aceite que doi menos. E aceitando, somos que nem o jumento, que diante daquela ladeira e de diversas chicotadas na poupança, resolve subir a ladeira mesmo que contra a sua vontade; para não sofrer mais das pancadas do seu “dono”.

    2. Se o Aécio tivesse ganhado.

      Os programas sociais já teriam ido pro espaço. Sem choro nem vela. Todos estariam de acordo. O problema é fazer o mesmo no governo do PT, a cada decisão uma choradeira danada.

    3. Concordo. Mas parece que o

      Concordo. Mas parece que o Franco não levou isto em consideração no comentário dele. Nem o fato de que há uma recessão mundial que se agravou a partir de 2010 afetando seriamente nossa economia dependente da exportação de comodities e por consequência o governo Dilma.

      O governo dela poderia ter feito correções de rota. Podia. Porque não fez? Pode ter apostado que a crise não duraria tanto ou não seria tão profunda e perdeu.

  2. Nada custa perguntar

    A propaganda tucana alardeia que eles estão dispostos a aceitar medidas do Governo se estas forem (na opinião deles) pelo bem do Brasil, do tipo manter benefícios laborais (logo eles, quem diria) e, ainda, de reduzir a taxa de juros.

    Será então que eles topariam aprovar, no Congresso, uma revisão completa da divida brasileira?

    Seria uma decisão conjunta de Executivo e legislativo.

  3. Onde esta assina abaixo?
    Pois bom! Parabens!
    Que mundo maravilhoso de texto. Viva!
    So acrescento que nao so eh no Brasil, quando Bush, Obama e banco central colocaram dinheiro no sistema bancario e nas montadoras para evitar quebra do sistema economico, tudo correu tranquilo ate que Obama uma vez e parte minima em colocar na infraestrutura para criar trabalho, construcao, reformas de escolas, na segunda vez gritaram o mercado, bancos e nas proximas foram baradas no congresso.
    O sistema eh exatamente o que descreveu.
    Ate o Collor tentou puxar para o sistema produtivo.

  4. Clap, Clap, clap
    Não leria nemhum comentário desse quilate na imprensa brasileira.

    Por isso, esse é o melhor blog.

    Em nenhum outro vc encontra essa atenção do moderador para com os seus comentaristas

  5. Também sendo direto

    Solução não cabe apenas ao governo. O legislativo tem que mudar a Lei de Responsabilidade Fiscal. Mudança só com ampla mobilização nacional, povo na rua, depois que este perceber que foi enganado tanto tempo. Garantido na lei não é o pagamento ao aposentado, a verba dos hospitais, das escolas, mas os juros da dívida aos banqueiros. E muito pior, pagamos juros sobre algo que é uma caixa preta, ninguém sabe. Se soubessem, não teriam tanto medo de uma auditoria.

  6. Realmente, Franco disse tudo!

    Realmente, Franco disse tudo! O que precisamos é de cada vez mais pessoas esclarecidas e com argumento mais engenhosos sobre o assunto! Porque o assunto será sempre o mesmo: o sequestro do estado pelo capital de alguns. Precisamos ter argumentos cada vez mais engenhosos para mostrar a todos que o capital comandando tudo só beneficiará aqueles que são donos do capital e nimguém mais, muito menos o planeta e seus animais; vide Mariana. Está na hora, através de argumentos bem claros e oportunos, de informarmos a população do absurdo que estamos passando graças a ganância de alguns, aliado ao capital. Devemos mostrar que realmente, o capital perverte o ser humano junto a ânsia de poder desenfreada que este traz ao seu dono; tornando o dinheiro dono do ser e não mais o ser dono do dinheiro.

    1. Querem justificar o

      Querem justificar o justificável com o injustificável. Ou seja, querem dizer que o aumento da taxa de juros de uma dívida que o país fez com investidores estrangeiros, irá diminuir quando o país aumentar a taxa de juros que irá pagar pela recompra desta mesma dívida? E consequentemente terá a inflação diminuida das suas dívidas públicas. Ou seja, querem dizer que quando uma pessoa vende um equipamento a outra por 10 reais e depois recompra este mesmo equipamento da outra pessoa por 30 reais terá lucro e não terá a inflação das suas dívidas? Consequente da recompra de um equipamento pelo triplo do valor vendido? A pessoa vende o equipamente e depois recompra por 3 vezes seu valor e ainda terá lucro com isso? E não terá nenhuma inflação de suas dívidas? É isso que querem nos fazer acreditar? Querem provar que 1 + 1 = 3. Mas por enquanto estão conseguindo! Afinal, o Banco Central as vesperas de ser privatizado, assim como o americano foi, estará a fazer do estado brasileiro uma poupança bem gorda para os ricaços e supotos donos do planeta e das vidas nele estabaleicidas.

  7. Ufa! Ainda bem!

    A cada linha que eu lia eu temia encontrar as palavrinhas sinistras: “auditoria cidadã da dívida pública”. Ainda bem, o artigo (excelente) começou sério e terminou sério. Temia encontrar o nome da Santa. Santa Maria Lúcia “de” Fatorelli. 

    1. Caro debatedor Fernando,
      por

      Caro debatedor Fernando,

      por que você temia encontrar as tais “palavrinhas sinistas: auditoria cidadã da dívida?”

      Ficarei muito obrigado por uma resposta que esclareça os motivos.

      Saudações 

    2. Mas porque teme a auditoria?

      Mas porque teme a auditoria? Tem títulos da dívida pública? O que se deve verificar não é simplesmente os títulos da dívida pública! Mas analisar quando os títulos e a própria dívida pública não é fraudulenta para agradar investidores. Pois uma coisa é um pais estar em divida devido investimentos democraticos, outra é o país estar em dívidas pois meia dúzia de cabeças pensantes resolveu aumentar a taxa de juros e emitir títulos da dívida pública para sequestrar o estado. Porque desejam privatizar o Banco Central? Para esonder emissões de títulos para bancos intenacionais se apropriarem dos impostos brasileiros que deveriam ir para o país na forma de investimentos em seu povo? Não é possível realizar isto tudo se sempre houverem aqueles poucos mais barulhentos que esperneiam por qualquer coisa que ameaçe mecher no seu bolso e recuperar milhões da escravidão! O estado tem que honrar as dívidas que fez legamente, mas as dívidas que fizeram ilegalmente para beneficiar gatos pingados não devem ser permitido pois destroi a democracia e a população deste planeta.

  8. Formação Bruta do Capital, de terceiros…

    “o governo precisa fazer uma escolha se quer enfrentar os grandes interesses ou jogar o jogo de acordo com as regras que estão postas. Se eu não posso ser ingênuo de achar que o governo vai fazer algum tipo de enfrentamento, pela mesma lógica eu não posso acreditar que é possível ser social e liberal ao mesmo tempo.”

     

    Caro Debatedor Franco,

    Franco atirador? rsrs

     

    Gostei de seu texto e espero que tenha sido realmente Franco nos uso das  palavras.

    Separei a última parte do seu texto  ( logo acima) apenas para dizer aos demais que v. não disse que a Dilma tem que sair. Mas, disse que precisa resolver o dilema, “fazer uma escolha”, como ficou muito claro.( pelo menos foi o que entendi.)

    De quaquer forma, estou tendente a concordar com o seu posicionamento.

    Só agregaria a seguinte reflexão no seu belo texto:

    Particularmente, não penso que seja impossível ser liberal e social ao mesmo tempo, vez que é muito mais razoável crer que  nenhum dos dois pode ocorrer, assim, isoladamente.  Noutras palavras, não dá pra ser apenas social ou apenas liberal. Suspeito que nem seria possível ser os dois ao mesmo tempo, considerando-os assim, isoladamente.

    Em suma, nada parece ser tão preciso ou delimitado assim: Ou é isso, ou é aquilo ou os dois devidamente delimitados. 

    Prefiro pensar que somos o  resultado de uma mistura de tudo e de todos. Uns, com a ajuda de “deus”, do mercado e do Estado ( lembrando que mercado e estado são irmãos germanos)

    Um pouco de social com pitadas de liberal ou vice versa ou talvez uma outra mistura além destas duas. Mas no “DNA” lá estão os mesmos “genes”…

    Atualmente, estou acreditando no seguinte:

    O Brasil e demais Estados Modernos “democráticos”, isto é, os Estados Democráticos de Direito, lá no fundo, no profundo, não passam de  Estados Oligárquicos de Direito. 

    E, se isso for verdade meu caro, mormente no  atual contexto,  não nos enganemos:

    Devemos ser aquele estado liberal travestido de social para o “bem da nação” ( de otários utópicos e bobocas!)

    Ora, vamos deixar de prosopopeias:  devemos trabalhar para pagar os  juros e contribuir para a “formação bruta do Capital, de terceiros…

    Humildes assim, teremos um lugar garantido no “reino dos céus”.

     

    Saudações 

     

     

  9.  Mais um lobby desnecessário,

     Mais um lobby desnecessário, pois, em primeiro lugar: há uma falha no conceitual, pois, o liberal é, exatamente, um conceito que visa organizar o Estado de bem estar visando o equilíbrio entre o mercado produtivo,financeiro e Estado!

    A teoria keynesiana é adotável, pois, enxerga a condição para o Estado, isto é: Receitas e Despesas!  

    Um Estado forte e regulador das praticas capitalistas, clássicas!

    O lobista é exatamente um neoliberalista, movimento emplacado na década de 90 que visa, somente, o mercado financeiro, isto é: o rentismo!

    Seu “mantra” é o estado mínimo!

    O tempo mostrou-se que o neoliberalismo foi um vírus para o capitalismo, isto é: corroeu o seu ideal de liberdade e concorrência!

    Nunca houve uma concentração de riqueza, já mais visto!

    “No atual ciclo, você aumento juros para frear a inflação, com isso explode a dívida e corta o orçamento, cortando o orçamento você freia investimentos e crétidos, freia o consumo e tem queda na arrecadação. No final do ciclo você percebe que tem que cortar mais e aumentar os juros, e ainda reclama que seu plano não funcionou?”

     É, justamente, nesse parágrafo que demonstra que o plano real foi um engodo para o País! As variáveis são falhas, pois, o mal do neoliberal, tal como o Levy, não enxergam a necessidade de receita para Estado equilibrar as variáveis!

    Os juros altos não frear a inflação, de maneira alguma! Isso foi um psicológico criado pelo BC na era FHC junto com a grande mídia! Eles elevaram os juros próximos de 50% e, posteriormente, abaixaram para dizer que essa variável se alinha para controle de inflação! (Na época de Sarney, a globo dava como positivo a inflação de 80% ao mês, pois, o rentista se beneficiava)

    Era óbvio que a inflação iria baixar, mas, por causa de outras variáveis, no entanto, os rentistas conseguiram imprimir nas mentes dos economistas que ao subir os juros à inflação cai e, vice-versa! Foi uma jogada psicológica para defender a chave principal de lucro para o rentista! Fora criado o sistema da dívida pública, isto é: esquematização para subtração dos recursos públicos, ou seja: assalto ao erário público!

    Seus tontos, como, o Estado vai gerar superávit se o maior gerador de despesa é juro e, a sua variável oposta é frear o aumento da Economia, isto é: a geração de impostos, portanto: a receita do Estado! Os Juros corroem toda administração de um País, pois, você limita o governo e leva o País ao caos!

    O próprio sistema irá criar o Default!

    O Brasil não tem mais problema de Oferta e Demanda! As empresas trabalham com ociosidades, ou seja: há mais produtos para os demandantes!

    O sistema só visou o lucro do mercado financeiro!(colônia de banqueiro)

    O Povo sim, tem que lutar para uma mudança do “status quo”, para isso, terá que reformular a Grande Mídia! O quarto poder tem que ser público, desta maneira resgatar o Jornalismo, tão necessário para o País!

    A inflação no Brasil é de Custo!

    1º Semestre, sobe! 2º Semestre, estabiliza!

    Os juros servem mais para cobrir o déficit na balança corrente, pois, a economia é quase 70% estrangeira, pois, as privatizações (doações) reforçaram mais ainda o quadro!

    [video:https://www.youtube.com/watch?v=wmL_-N0_sbk%5D

    [video:https://www.youtube.com/watch?v=yUpVQu9WHyQ%5D

     

     

     

  10. Tá bom! Mas…

    Se o governo do Lula tivesse continuado com a taxa selic a 7,8% no início da crise de 2008 e a mantivesse até hoje ou ainda menor com sinalização de queda???

    Nunca saberemos???

    Obs: Os EUA fazem dinheiro, o Brasil faz juros…

  11. Um pequeno erro, mas crucial no artigo

    Você cita, logo no começo do texto que a dívida consome 49% dos nossos impostos e que, sem a dívida, sobrariam metade do orçamento ou teríamos o dobro dos serviços… bom, há um problema nesse raciocínio. Veja abaixo, acho que está bem claro e didático.

    Sabe aquele papo de que 45% dos seus impostos são usados para pagar a dívida? Então, é mentira.

    Provavelmente você já se deparou alguma vez com o argumento de que “não há dinheiro para saúde ou educação no país, pois metade dos nossos impostos são usados para pagar a dívida”, não é mesmo? Como já mencionamos aqui, apesar da relativa transparência nos dados sobre o orçamento público, a maior parte destes mitos e ideias distorcidas ainda persiste. A causa é relativamente simples. Sem um conhecimento básico sobre o economiquês, a linguagem dos economistas, a maioria destes dados possui pouca ou nenhuma utilidade.

    Pense rápido e responda: quantas vezes você já leu ou ouviu na mídia explicação sobre questões básicas, como a diferença entre déficit ou superávit, primário ou nominal, dívida líquida ou bruta, ou mesmo, o que diabos é esta SELIC anunciada a cada 45 dias? Por que a taxa básica de juros sequer chega perto daquela que você paga no banco? Economia é uma ciência relativamente simples, porém bastante poderosa e útil para o seu dia a dia. Ter um conhecimento básico sobre custos de captação e taxas de empréstimos, juros reais e nominais, lhe permite, entre outras coisas, entender de que forma o seu salário é diminuído para garantir o lucro daquela empreiteira que realiza obras em toda América Latina (abordamos isto aqui). Diante de conhecimentos como este, é natural que a economia tenha um cunho político e que inúmeras pessoas a utilizem para provar seus pontos de interesse. Ironicamente surgida com os Estados Unidos, a ideia de dívida odiosa ou dívida ilegítima, foi utilizada pela primeira vez durante a independência de Cuba, que contou com o apoio americano. No intuito de enfraquecer as metrópoles europeias, os americanos apoiaram a ideia de que a dívida dos cubanos não deveria existir, pois foi contraída sob coerção, já que o país era uma colônia espanhola. De lá para cá este conceito andou da esquerda para a direita sem o menor pudor. Os soviéticos utilizaram dele para evitar ter de pagar as dívidas contraídas junto à França para construir a Transiberiana (dívidas feitas pelo imperador derrubado pela revolução), e os americanos novamente apoiaram a ideia durante a invasão do Iraque. Afinal, por que os iraquianos deveriam pagar as dívidas criadas por Saddam Hussein para comprar armas e construir palácios? No Brasil, onde caixa 2 é dinheiro não contabilizado e fraude fiscal é pedalada (aliás, alguma vez você já ouviu algum jornal dedicar um segundo sequer para lhe explicar o que há de errado nas pedaladas?), o conceito foi abrandado. Chamado por aqui de “auditoria”, a ideia de garantir um calote pacífico em boa parte da dívida (alegadamente ilegítima ou imoral), ganhou inúmeros adeptos. Com a natural falta de recursos que decorre da oferta de serviços públicos por preços nulos ou próximos de zero (que fazem com que a demanda cresça a níveis irracionais reivindicando mais recursos), os defensores do governo logo encontraram um culpado: os banqueiros e rentistas. É relativamente cômodo, afinal, definir um inimigo que lhe impede de atingir seus objetivos. Mas o que há de verdade nisso tudo? Abaixo respondemos algumas destas – e de outras – perguntas. COMO, AFINAL, SURGIU A DÍVIDA BRASILEIRA?Provavelmente você ainda se lembra daquela aula de história em que o seu professor contou sobre como pagamos 2 milhões de libras a Portugal pela nossa independência. De fato, a história da dívida brasileira é tão longa quanto a própria independência. Naquela época, compramos embarcações e livros que haviam sido trazidos de Portugal na época da fuga da família real. Foi nossa carta de alforria. De lá para cá, enfrentamos 9 calotes na dívida externa e um bom número de trocas de moedas decorrentes da inflação. Durante a maior parte deste período, o financiamento da dívida pública se deu por 2 formas: através da dívida externa e da emissão de moeda. Os resultados são conhecidos – uma desvalorização da moeda que levou à hiperinflação e um endividamento externo que fez a dívida saltar de US$ 3 para US$ 100 bilhões no espaço de 21 anos da ditadura militar. Foi apenas com a implementação do Plano Real e do controle da inflação que a dívida começou a mudar de perfil. Na impossibilidade de emitir moeda, o governo federal passou a financiar-se por meio da emissão de dívida, além de buscar controlar a dívida externa. Com o fim da inflação, inúmeros bancos e governos estaduais quebraram. No intuito de sanear estados e bancos (públicos e privados), o governo assumiu as dívidas estaduais e emprestou recursos aos bancos. Após 2001, porém, a dívida externa deixou de ser um problema do governo. Com a enxurrada de dólares emitidos pelo governo americano, inúmeros países elevaram suas reservas e puderam saldar suas dívidas. Para comprar os dólares que pagariam a dívida, o governo brasileiro então fez uma medida “arriscada”: emitiu dívida interna, pagando juros na faixa dos 23% a.a. e comprou as dívidas no exterior que cobravam juros de 4,5%. Se livrou do risco cambial, mas teve de pagar caro com os juros. QUAL O VALOR DA DÍVIDA ATUAL?De acordo com o último relatório do Banco Central, de julho de 2015, a dívida interna está em R$ 3,684 trilhões, sendo R$ 3,56 trilhões de dívida interna. Esta é a dívida bruta, sobre a qual incidem juros e amortizações. Para chegar à líquida, o governo desconta coisas como reservas internacionais e os títulos emprestados ao BNDES. QUAL O CUSTO DE MANTER ESTA DÍVIDA?O custo de manter a dívida varia de acordo com o indexador dos títulos. Boa parte deles está indexado pela inflação (IPCA), sendo o maior volume de títulos corrigidos pela taxa SELIC, uma média ponderada das taxas operadas com títulos públicos no próprio SELIC (um sistema de transações de títulos públicos). Atualmente a SELIC está em 14,25% ao ano. Em termos financeiros, este custo é estimado em R$ 1,15 trilhão para 2015.  ESTE VALOR É TODO DE JUROS?Não. O custo da dívida envolve duas questões: os juros e as amortizações. Amortizações são as parcelas da dívida. Imagine que você deva R$ 10 mil, e terá de pagar em 5 anos com juros de 10% ao ano. Isto significa que você terá de desembolsar anualmente R$ 3 mil – R$ 2 mil em parcelas e R$ 1 mil em juros. Como o prazo médio da dívida brasileira é baixo, significa que o governo deve desembolsar anualmente um valor bastante alto para resgatar esta dívida. Em 2014 os juros somaram aproximadamente R$ 311 bilhões. Este ano podem passar de R$ 400 bilhões, graças ao aumento da dívida no último ano e ao aumento dos juros para conter a inflação. QUANTO DESTE VALOR SAI DOS IMPOSTOS?O valor varia de ano para ano. A economia para pagar juros da dívida é chamada de superávit primário. Em 2013 o valor ficou em R$ 75 bilhões, ou cerca de 6% dos impostos. Em 2014, pela primeira vez desde que iniciou a política de superávit primário, o valor foi negativo, em R$ 32,5 bilhões. Isto significa que não apenas o país não destinou impostos para pagar a dívida, como ainda teve de cobrir este valor com nova dívida. MAS ENTÃO, O QUE SÃO OS TAIS 45% DO ORÇAMENTO?Os 45% do orçamento equivalem à soma dos juros e das amortizações. Mas, se o dinheiro não sai dos impostos, de onde ele sai? O orçamento federal possui 2 fontes principais de recursos: impostos e emissão de dívida. Como não consegue economizar impostos para pagar sequer os juros, o país emite novas dívidas para recomprar as antigas. O processo de pagar dívida antiga com novas dívidas recebe o nome de “anatocismo”. Este processo é o que dá origem aos chamados juros sobre juros. Na prática, significa que você foi incapaz de pagar os juros e para isso fez uma nova dívida que gerará juros. A alegação é de que quando isto é feito pelo governo é ilegal. Mas a questão é um pouco mais ampla. Se qualquer indivíduo fizer uma dívida e não puder pagar, nela incidem juros sobre juros. Imagine por um instante que isto não ocorresse. O que aconteceria? Exatamente um calote, pois o governo não tem condições de pagar esta dívida. Em um segundo momento, haveriam juros estratosféricos, pois o risco do tomador de empréstimo declarar que não pode pagá-lo levaria a um temor generalizado de calote. Uma questão relevante, porém, é o fato de que, sabendo ser incapaz de pagar sequer os juros da sua dívida atual, o governo segue fazendo dívidas novas para bancar gastos. São bilhões despejados no BNDES nos últimos anos, por exemplo. Por que as amortizações são tão altas? Porque a maioria dos títulos têm um prazo curto. A incerteza em relação ao futuro impede as pessoas de emprestarem ao governo com prazos de 10 anos ou mais. Por conta disso toda divida tem de ser refinanciada dentro de 3-5 anos. Quando no seu ajuste fiscal, Lula elevou o superávit primário a um recorde histórico – e um dos grandes efeitos foi o aumento do prazo médio da dívida, o que colabora para pagar menos juros já que há menor oferta de dívida e uma demanda relativamente igual. Imagine que você use um cartão de crédito para pagar o outro. A relação é praticamente a mesma. ENTÃO, SUPONDO QUE TODA ESTA DÍVIDA FOSSE CONSIDERADA ILEGÍTIMA, SOBRARIA QUANTO PARA INVESTIRMOS EM SAÚDE E EDUCAÇÃO?Sobraria apenas os valores pagos em juros: o superávit primário. Todo o valor das amortizações, que é pago com dívida nova, não mais entraria no caixa. SE A DÍVIDA FOSSE ZERADA, O GOVERNO PODERIA FAZER NOVAS DÍVIDAS?Haveria duas situações: 1) o governo não conseguiria mais emitir dívidas, pois ninguém emprestaria a quem acabou de dar um calote, 2) os juros seriam imensamente altos, pois o risco de um novo calote seria cobrado. Em ambos os casos a consequência deste calote seria o governo ser obrigado apenas a gastar os impostos (uma austeridade extrema, maior do que a de qualquer país europeu hoje) – ou então, o país emitiria moeda para se financiar, gerando uma nova onda de inflação. QUEM DETÉM A DÍVIDA?Os detentores da dívida interna (aquela feita em moeda nacional), são basicamente 4 grupos: fundos de investimento, bancos (incluindo aí os bancos estatais BNDES, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, que são donos de mais da metade dos ativos bancários do país), fundos de pensão (onde os 3 maiores que concentram mais da metade dos ativos em fundos de pensão são também controlados pelo estado: a Previ, Funcef e Petros) e os investidores estrangeiros. ALÉM DE REFINANCIAR DÍVIDAS ANTIGAS, O GOVERNO EMITE DÍVIDA POR ALGUM OUTRO MOTIVO?Todas as vezes em que o Tesouro aporta recursos no BNDES, ele o faz por meio de dívida. Apenas isto soma R$ 450 bilhões, além de mais de R$ 100 bilhões em juros que foram incorporados ao principal. Apenas no BNDES, podemos estimar, como mencionamos aqui, estão alocados entre 15 e 20% da dívida brasileira. Um outro valor expressivo está no Banco Central, que utiliza a dívida pública para controlar o nível de moeda circulando na economia. Ao vender títulos, o Banco Central reduz a quantidade de moeda – ao comprar, aumenta, desta forma controlando a oferta de crédito também. Ao todo, são mais de R$ 1,035 trilhão de títulos em poder do banco. O governo age como devedor e credor ao mesmo tempo. A DÍVIDA EXTERNA FOI PAGA?1363289435 Constantemente há um debate questionando se a dívida externa foi de fato paga. Antes de tudo, porém, é preciso diferenciar. Existe uma dívida externa pertencente ao governo e outra ao setor privado. Somando ambas, os valores superam US$ 345 bilhões – disso tudo, apenas 10% é dívida do governo. Então, por que as empresas fazem dívida externa e o governo não? Tomemos por base uma empresa como a JBS, que tem boa parte de seu faturamento em dólares. Para a JBS captar recursos no Brasil, ela paga uma taxa média de juros de 13%. Captando dinheiro no exterior, os juros ficam entre 4 e 5%. Com o governo ocorria exatamente a mesma coisa. Sob pretexto de garantir maior estabilidade, o governo emitiu dívida interna e comprou dólares para pagar a externa – e isso topando pagar juros 3 ou 4 vezes maiores. O peso decorrente disso foi apenas político. A dívida com o FMI, por exemplo, correspondia a menos de 2% de nossa dívida total quando foi quitada. Na cabeça da população, entretanto, pagar a dívida com o FMI ficou sendo como “pagar a dívida externa”. A DÍVIDA É UM PROBLEMA? SE QUASE NADA DOS IMPOSTOS É USADO PRA DÍVIDA, PORQUE DEVERÍAMOS NOS PREOCUPAR?Refinanciar a dívida impõe alguns sacrifícios ao país. Como o governo demanda muitos recursos, acaba limitando outros setores mais produtivos. Como necessita de muito dinheiro, ele acaba aceitando pagar juros maiores, elevando o nível de juros em toda a economia. Por conta disso, as quedas de juros na economia brasileira sempre vieram acompanhadas de política de controle fiscal rígida. Além disso, há um componente moral. Permitir que um governo se financie por dívida significa permitir que o governo não tenha de prestar contas sobre o real tamanho de seu gasto. Ele pode emitir dívidas sem o menor problema – enquanto para elevar impostos, há necessidade de um debate com o Congresso e, em ultima instância, possibilidade de pressão da sociedade. ENTÃO, NÃO EXISTE DÍVIDA ILEGÍTIMA OU IMORAL?Como já mencionamos algumas vezes, o governo tem se utilizado da dívida para bancar questões eticamente duvidosas – como financiar grandes empresas ou compor seu caixa enquanto concede bilhões em subsídios. Apesar disso, há de se reconhecer que as escolhas foram legítimas e tomadas por um governo democraticamente eleito. Até que se prove o contrário, a escolha de financiar estas empresas ocorreu por um modelo econômico pretendido pelo governo. Apesar de questionável moralmente, é legítimo. ENTÃO SEMPRE TEREMOS DÍVIDA?Mat01_page05 Não necessariamente. O governo pode reduzir a dívida. Isto significa liberar parte da poupança do país para financiar setores produtivos. Para fazer isso, o governo deve buscar reduzir a parcela de juros que não é paga (aumentando o superávit primário), e então buscar um superávit nominal, que é basicamente receita menos despesa incluindo os juros da dívida (que são descontados para se chegar ao primário). Inúmeros países possuem uma relação bastante baixa de dívida pública. Você confere a lista deles aqui. Não resta dúvida de que a relação dos bancos com o governo – e vice-versa – é promíscua, como citamos aqui. Bancos e governo possuem uma relação de longa data – que se resolve, porém, não com maior poder aos governos que concedem benefícios aos bancos, mas pelo exato oposto, descentralizando o poder. Defender medidas simplistas é de fato relativamente fácil. Sugerir abolir isto ou aquilo e proclamar que algo “está resolvido” é ignorar as nuances da política e do mundo real. Um sistema financeiro desenvolvido é fator fundamental em uma economia saudável. Por isso, é preciso olhar para causas e não efeitos. A política que age por impulso e sem pensar nem consequência está fadada ao fracasso. Um modelo de calote geraria por si um colapso tão grande quanto garantir que um oligopólio tome conta do sistema financeiro. Garantir, portanto, a criação e manutenção de uma responsabilidade fiscal que interrompa um ciclo que hipoteca o futuro dos que nascem hoje é um passo importante que apenas será conquistado quando a economia deixar de ser um instrumento de poder e ganhar o seu devido lugar, como uma forma complementar de ver o mundo – pela ótica das pessoas.

    1. Lorota!

      O autor usa o argumento de que os 45% são juros e amortizações, mas não prova. A CPI da Dívida na Câmara viu que não há amortização alguma. Se existisse, argumentariam aqui com números.   

  12. Governo extremamente liberal

    Governo extremamente liberal na economia. Em que país o autor do texto vive? Pelo teor do texto, vejo que esse defende o calote da dívida. Simples, não? Endividar o país e depois pregar o calote nos rentistas e nos “detentores do capital”. O aumento do serviço da dívida com juros nos últimos anos é consequencia da política econômica desastrada de anos recentes. A única forma de diminuir os juros pagos é com uma gestão fiscal responsável e crível, lançando as bases sólidas para a diminuição dos juros. De fato é um absurdo o que se paga de juros com a dívida pública, porém soluções simplistas não prosperam. Calotes são extremamente prejudiciais, vide a década de 80. Se quiserem melhorar o nível da discussão sobre  a dívida pública brasieira leiam o livro dívida pública do Tesouro Nacional (http://www3.tesouro.fazenda.gov.br/divida_publica/livro_divida.asp).     

  13. “A crise de especulação

    “A crise de especulação financeira não se resolve com medidas técnicas. Está óbvio como 2 + 2 = 4 que o mercado não vai dar trégua enquanto Dilma não sair do governo.”

    Aqui, aquela velha ladainha  de acreditar que tudo é culpa da Dilma e que sela renunciar todos os nossos problemas estarão resolvidos.  Não é e nem seria assim se por acvaso ela renunciasse.

    “Temos a configuração mais clara do terrorismo especulativo, o parasitismo econômico que é uma disfunção do capitalismo. No Brasil, pune-se o consumo e incentiva-se a acumulação de capital em detrimento da geração de riquezas.”

    Concordo, mas esta realidade não é culpa da Dilma e não vai mudar se ela renunciar.

    “O governo jamais vai enfrentar essa lógica da dívida ou mexer no sistema financeiro. Se isso é verdade e se a crise é de terrorismo especulativo, qual a solução?”

    Não sei se lembram da campanha de 2014, mas as propostas dos concorrentes da Dilma era ainda maior previlégio para o setor financeiro e os rentistas. Lembram do Arminio(Aécio) e da Marina(Pérsio Arida e do Eduardo Gianetti).

    A solução seria enfrentar os rentistas e correr os riscos. Ela começou a fazer isto em 2012 mas fraquejou no meio do caminho. Foi a senha para a derrota econômica.

    “Funcionar funciona. Eu, especulador descrito no início do texto sou dono de milhares de títulos de dívida e estou ganhando cada vez mais sem fazer nada. É óbvio que eu vou advocar mais cortes, menos Estado. Não se mexe em time que está ganhando. Eu quero que o governo continue com essa política e aprofunde o arrocho. Tanto faz se o consumo vai mal, ou as pessoas perdem emprego e renda. Eu quero é meu título pago, meus lucros garantidos. E eu, especulador nato, sou prioridade número um neste país.”

    Exato. É por iste motivo que o governo Dilma foi derrotado pelos rentistas. Os probelmas começaram justamente quando ela baixou os juros dos bancos, a selic, a energia, etc mexeu no filão dos rentistas.

    Isto não vai mudar enquanto não for esclarecido a população e esta mesma população não ajudar a enfrentar o problema. Todo e qualquer governo que tentar enfrentar os rentistas sem apoio da população e, pelo menos, parte do empresariado vai se arrebentar.

    Os rentistas não geram riqueza para o país, somente para eles. E não há rentistas o suficiente para a produção se manter e a econiomia funcionar.. Uma solução poderia ser dar com uma mão(juros) e tirar com a outra(impostos sobre ganhosf inanceiros).

    A Dilma é ruim como política. Não sabe nada e não se cercou de gente que saiba. O resultado está aí.

    Entretanto, penso que a queda do preço das comodities incluindo o petróleo, esta maldita lava jato(principal responsável pela crise econômica), a midia porca e oportunista que conspira contra o país em favor dos rentistas, a oposição golpista que não aceitou ser derrotada, a queda do crescimento da China, o eduardo cunha protegido pela globo, o Já Not(um dos principais culpados da crise política) e o agravamento da recessão mundial reduzem a responsabilidade da Dilma sobre o imbróglio. 

    Mas, o Levy , o Tombini e o Zè agravam a responsabilidade dela, pois se estão lá é por causa dela.

     

     

  14. Vi os comentários antes de

    Vi os comentários antes de ler o texto e achei que seria uma ótima leitura.

    Lixo.

    Continuam sem entender nada por aqui.

  15. Ops!

    Trecho do post do Franco:

    “Se jogamos esse jogo, um ato de grandeza seria admitir que perdemos e devemos levantar a bandeira branca. Essa teimosia de tentar cumprir mandato porque ‘assim disseram as urnas’ deixa o país todo refém dessa guerra especulativa interminável.

    Alguém precisa dizer em alto e bom tom que os empresários só vão investir e os urubus especulativos só vão se acalmar quando trocarem o governo.”. Eu entendi bem? Ele está propondo irmos às favas com a decisão da urnas e trocarmos o governo para acalmar o frenesi especulativo? A democracia levou uma bofetada daquelas do Franco! 

  16. “Impichar”, para que ?

       O “governo” ( se é que existe algum ) Rousseff , está fazendo tudo que o mercado quer, em janeiro, podem aguardar, a SELIC vai para cima, não espantem se chegar a 15,0 % , é até bom que ela permaneça, com suas preocupações sociais, mas com atuação liberal, pois se ela sair, ou sairem com ela, o desgaste na sociedade será muito expressivo, o que deixaria o “mercado” desparametrizado – até as famosas “reservas” cambiais, correriam risco.

  17. Esquema igual a trambique?

    Pelo que entendi dos vídeos de Maria Lúcia Fattorelli, esse “Esquema” equivaleria a estruturas mafiosas que se valem dos exercitos e agências do EUA para obrigar os países a contrairem essas dívidas. Jonh Perkins também vai por aí.

  18. Um, apenas um, só um, não mais do que um

    Quero ler um (de uma unidade) artigo de alguém do calibre de um Delfim, Belluzzo, Nassif, J. Carlos de Assis sobre a – pausa para gargalhadas – “auditoria cidadã da dívida pública”. Há pouquíssimas chances de que haja a esta altura do campeonato algum título remanescente do governo FHC. Todos os títulos no mercado são de emissão do governo Lula e Dilma. E são espúrios? Passíveis de dizer assim “… esse eu pago, aquele eu não pago”. Sem noção. O dia que o Brasil anunciar uma – pausa para novas gargalhadas – “auditoria cidadã da dívida pública”, o país vai parar na sarjeta do mercado financeiro internacional. Apenas cinco minutos depois do primeiro calote, o país é declarado oficialmente em default. Adeus crédito externo, adeus tudo. 

    Seguinte, toda semana (era às terças-feiras) o Tesouro Nacional lança títulos no mercado, que são vendidos pelo BACEN, para os dealers. Encerrado o leilão principal de títulos, começa o leilão secundário, para os bancos “pequenos”, que os grandes repassam com uma “pequena” margem”. É dívida, tem que pagar, rindo ou chorando. A Santa Fatorelli tem a capacidade ( ou a irresponsabilidade) de dizer que quando o TN emite títulos para pagar juros da dívida, são juros sobre juros, portanto ilegais. Não dá. 

    Santa Fatorelli tem vida fácil em publicações como Carta Maior, Caros Amigos, Boletins Sindicais, e por aí. Requisitadíssima para palestras em que ela fala o que o público quer ouvir. “Ah mas no Equador…” Pois é, é por isso que o Equador é o Equador e o Brasil é o Brasil. 

    Assisti a um leilão de títulos públicos dentro da poderosa Gerof-Gerência de Operações Financeiras, do BB, em julho/2000, no Rio, no mínimo 10 operadores da Mesa, 2 telefones cada um nos ouvidos. Terminado o frenético leilão, o operador comentou com desdém: “Hoje foi fraco, compramos apenas 5 bilhões”. Julho de 2000.

    O Brasil deve. Ponto. Quer diminuir o serviço da dívida? Diminua a Selic. 

    Santa Fatorelli tem um público-alvo: PSOL, PSTU, PCO. 

     

    1. Equador

        Endereço do Banco Central do Equador : 33 Liberty Street , Nova York – NY

        Qual a ” moeda ” da “hacienda” de Rafael Correa : Dolar.

         Ou, o que Alexei Tsipras achou da ” Santa ” , afinal ela comentou, até resolveu a divida grega – no “papo”, na “academia”, nos convescotes de esclerosados esquerdistas, é facil  – nos anos ’80, textos de Pedro Malan/Zé Serra/FHC , eram publicados em jornais alternativos, tipo MOvimento e Opinião, com “soluções para a divida externa brasileira” – quando foram governo, a gente sabe o que fizeram.

          Os US$ 370 Bi de reservas, qualquer um, até do atual governo, até o Mantega, Carlos Lessa, Celso Furtado se estivesse vivo, sabem que tal proposta “brizoleira” ( que queria, mas nunca a propos seriamente ), virariam “PÓ”, caso esta piada fosse sequer apresentada de forma séria.

    2. Não entendi

      Porque tanta mágoa com a Maria Lúcia Fatorelli?

      Ela junto com vários outros somente pede o que está estabelecido na Constituição de 88:

      TÍTULO X
      ATO DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS TRANSITÓRIAS

      Art. 26. No prazo de um ano a contar da promulgação da Constituição, o Congresso Nacional promoverá, através de Comissão mista, exame analítico e pericial dos atos e fatos geradores do endividamento externo brasileiro.

      Esperou-se até hoje e nada. A conclusão é que se o estado não faz o que está previsto na Lei os cidadãos precisam assumir este encargo. É óbvio que muitos títulos originais já foram rolados, qual é a novidade? A questão é ver se por trás de cada título houve realmente uma entrega. Existe uma fundada suspeita que muitos títulos simplesmente não tem lastro em nenhuma operação. O Banco Central é uma caixa-preta e não facilita a análise. Por outro lado o mercado financeiro é suficientemente poderoso para conseguir impedir uma auditoria pública.

      Nas poucas vezes em que se chegou próximo disso, como na CPI da dívida, os juros subitamente cairam. Estranho não? Ou nem tanto…

       

       

      Este post é uma mistureba braba. Investimento é uma coisa. Lei e justiça são outras coisas. Cada um no seu quadrado.Começou com um diagnóstico preciso do impacto do serviço da dívida no orçamento e terminou criticando a Fatorelli.

      Samba do crioulo doido (por juros).

  19. Piketty escreveu….

    À propósito: para minha surpresa uma das coisas que Piketty escreve (e sugere) é que seria possível reduzir a dívida com inflação. Ele analisa esta alternativa n’O Capital no século XXI e afirma que foi assim que a Alemanha reduziu a sua dívida pública.

    Para mim foi surpresa porque no Brasil simplesmente isso não funcionaria. E não se argumente que o nosso histórico de inflação criou “anti-corpos” nos mercados financeiros. Na Alemanha a inflação foi muito maior. Na verdade o que nós temos um mercado (Aécios, Armínios etc…) que dá as cartas e sai de mão no jogo. É mera questão de poder, não de lógica econômica.

    Piketty aborda isso de maneira acadêmica, como uma possibilidade, mas joga todas as fichas no imposto sobre o capital, segundo ele, a melhor maneira de reduzir a dívida que asfixia tantos orçamentos nacionais (e não é só o Brasil como acham os coxinhas).

    Eu concordo inteiramente com ele, que afirma  que os Estados Nacionais em vez de cobrar dos ricos é seu devedor.

    A solução do Piketty é muito boa e melhor até uma “auditoria cidadã” (cancelamento de parte da dívida) pois preserva o atual “status quo”. Muita gente de boa fé poderia se sentir prejudicada por uma “auditoria na dívida” mas isso não é razão para não procedê-la.

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