Sergio Reis: Por que a crise da água não impactou a eleição para o governo de SP?

Dispositivos da blindagem: Por que a crise da água não impactou a eleição para o governo de SP?

Apesar de conviver com a mais grave crise de abastecimento da história, Geraldo Alckmin conseguiu aquela que foi, provavelmente, a vitória eleitoral mais tranquila da história do PSDB em São Paulo. Com mais de 57% dos votos em todo o Estado, o atual governador conseguiu uma votação expressiva até mesmo na cidade de São Paulo, tendo aí alcançado quase 52% da preferência popular. A crise hídrica poderia ter sido, de um ponto de vista político, a maior oportunidade de criação de contexto para a alternância de poder em São Paulo após duas décadas de domínio irrestrito do tucanato. No entanto, em que pese sua abordagem pelos candidatos, o cidadão paulista (e o paulistano, em específico, por ser o mais afetado pelo problema) não conectou o problema ao seu responsável.

Para além de todas as considerações já feitas à existência de um renitente antipetismo no Estado e de graves falhas na macroestratégia de campanha conduzida pelo PT no Estado, o fato é que nenhuma candidatura conseguiu colar a imagem de Alckmin às torneiras reiteradamente vazias das casas dos milhares de cidadãos afetados pelo problema. Um primeiro fator explicativo para tanto está na relativa aridez do tema: apesar da falta d’água ser uma questão absolutamente concreta e atentar tão dramaticamente contra a cidadania das pessoas, a sua percepção como um problema de gestão (seja ele de responsabilidade do prefeito, do governador ou da presidenta) não é, na prática, um processo automático. É possível notar uma consistente mitologia popular que conecta, de forma linear, o desabastecimento à seca, uma lógica que é tautológica (potencialmente falaciosa, portanto).

Essa insensibilidade, no entanto, não é imponderável. Em que pese o reconhecido antipetismo do eleitor médio – que o levaria, mais facilmente, a notar o problema como de responsabilidade do governador caso este fosse petista –, não é possível afirmar que o ônus pelo problema jamais poderia ser associado a Alckmin (conforme aventado por alguns analistas). Teria sido necessário que os meios de comunicação tivessem realizado esse papel informativo e crítico. Obviamente, contudo, não o performaram. Pelo contrário, foram dispositivos essenciais para a blindagem do governador.

Desde quando começamos a tratar da crise, em Abril, notamos que o tema foi, sim, abordado pelos principais jornais. Vez ou outra, com algum grau de criticidade. Em geral, contudo, a ideia básica transmitida foi a exata associação entre os recordes de estiagem e a redução dos níveis dos reservatórios (correlação que é, conforme vários artigos já publicados aqui, apenas parcialmente verdadeira, e a qual jamais pode deixar de responsabilizar um gestor). Ou seja, nenhum passo foi dado para além do mais simplório senso comum do cidadão médio, que tende a não possui os instrumentos para promover um julgamento técnico da questão, por razões óbvias.

Aqui cabe a reflexão de que a blindagem funciona não apenas quando um problema público não é abordado, mas também – e principalmente – a partir da forma e do momento em que ele é abordado. Com relação a esse segundo aspecto, por sinal, notamos outras razões relevantes para explicar o descolamento entre Alckmin e a crise hídrica. Primeiramente, vale citar o “editorial Pôncio Pilatos” da Folha de São Paulo de Domingo, dia da eleição, cujo título era “Estelionato Eleitoral”. O termo, por nós utilizado desde pelo menos o mês de Maio, foi adotado pela primeira vez, explicitamente, pelo jornal. A linguagem, que denunciaria com conteúdo ético a extensão dos problemas em curso e o seu escamoteamento pelo Governo de São Paulo, talvez soaria para alguns como um sinal de “independência” do jornal perante seu candidato.

Ao ter sido feito apenas na manhã das eleições, contudo, nada mais foi do que um “lavar de mãos” do jornal, que foi o campeão da abordagem da crise do ponto de vista da estiagem. Por certo, ao dela tratar nesse tom apenas na manhã das eleições, cumpriu meramente um ritual protocolar, de aliviamento das consciências de seus próprios editorialistas diante de todo o tratamento condescendente dado à crise desde o começo do ano.  Apenas no momento em que ela aparece como “insuperável” é que realizam essa manifestação, a qual não possuiria, jamais, qualquer condão de conscientização ao ser realizada apenas no dia do pleito. Servirá no futuro, contudo, como argumento de defesa do jornal diante de seus eventuais críticos, como uma espécie de “eu disse”, ainda que absolutamente extemporâneo.

Pior, contudo, foi o tratamento dado pela Rede Globo. Isso porque, apesar de o tema merecer pelo menos umas duas edições do “Globo Repórter”, jamais passou de ter algumas dezenas de segundos nos jornais locais. O mais significativo, contudo, sempre foi a tônica de sua já escassa cobertura: falar sobre a seca como um fim em si mesmo, contar a respeito do sucesso do bônus e criticar o desperdício “da dona de casa”, por vezes com um tom indignado. Nada mais distante de um entendimento sistêmico da questão. A manifestação mais espetacular dessa lógica, contudo, ocorreu APÓS as eleições, na edição de Domingo à noite do Fantástico (com Alckmin já reeleito).

A matéria, intitulada “Paulistanos criam os ‘fiscais da água’ contra o desperdício” (disponível aqui: http://globotv.globo.com/rede-globo/fantastico/v/paulistanos-criam-os-fiscais-da-agua-contra-o-desperdicio/3676024/) é uma síntese excelente do que foi o tratamento dado pela mídia à crise. Em uma matéria de 6 minutos (que contou, inclusive, com diminutos trechos daqueles vídeos postados no Youtube pelo Dú Dias, os quais trouxe para o blog há cerca de 3 semanas), desempenham um show do ponto de vista de como uma questão pode ser abordada a partir de uma perspectiva meramente liberal: 1) exaltam três indivíduos “conscientes”, que decidiram lutar contra o desperdício; 2) associam a extensa crise a longos takes de funcionários lavando calçadas; 3) mostram cidadãos das regiões do entorno dos reservatórios clamando por ajuda divina; 4) exibem uma das únicas filmagens impactantes da gravidade do problema como simples “passeio de motoqueiros” (e nós sabemos que o autor do vídeo critica o governo em várias oportunidades); 5) convocam cidadãos para também se “engajarem” na causa.

A reportagem é fantástica (sem trocadilho) porque ela é um case sobre como cobrir um problema público a partir de uma perspectiva eminentemente individual: 1) o problema central da crise está no desperdício (não o que ocorre por parte da SABESP, antes de a água chegar nas casas, mas sim dos funcionários “esbanjadores” – crítica a qual, evidentemente, possui até mesmo um componente de classe); 2) os “fiscais da água” são cidadãos (e nada é falado sobre a responsabilidade da SABESP quanto a isso); 3) a resolução do problema, mais amplamente, é pautada a partir de um clamor metafísico; 4) a cobrança – moralista – dos jornalistas é feita aos próprios cidadãos, para que resolvam o problema; 5) o engajamento é definido como um feito singular (sendo que, há apenas duas semanas, 5 mil pessoas realizaram uma grande manifestação em frente à sede da SABESP); 6) o tratamento da água como “propriedade privada” (no caso da mulher que declara ter adquirido um caminhão-pipa) sequer é confrontado, pois colide com um fundamento da práxis liberal defendida, subsidiariamente, pelo próprio programa de TV; 7) a questão da multa pelo desperdício (que seria o ponto alto enquanto resposta liberal ao próprio problema levantado) é apresentada com extremo cuidado pela emissora em um trecho de menos de 10 segundos da reportagem, mais uma vez sem citar o governo (que não adotou a medida, sabemos, por impactar suas pretensões eleitorais).

Temos, então a consagração de uma curiosíssima modalidade de controle social: o accountability por sobre o próprio povo, um “outro” que é o “real” culpado pela crise. É absolutamente evidente que o desperdício – mesmo esse, singelo, de quem está lavando a rua de casa – é uma questão que precisa ser endereçada, é um elemento que precisa ser trabalhado do ponto de vista da mudança da cultura cívica sobre o uso da água. Tratá-la, no entanto, como o fundamento central do seu aprofundamento só poderia ocorrer a partir de uma perspectiva de análise que estivesse absolutamente propensa a não ser sistêmica – uma marca do pensamento reificado, alienado. É essa a postura da mídia, que se pode ser vislumbrada, como uma articulação azeitada, com aquele “especial” que a Folha fez sobre a crise hídrica mostrando-a como decorrente do “excesso de pessoas” (quando sabemos que o crescimento da população na região metropolitana de São Paulo, nos últimos 10 anos, foi vegetativo e aquém das previsões da própria SABESP). A blindagem, então, cerca o governo como uma ilha, e a partir dessa eficiente operação sobram apenas o próprio povo e São Pedro como decorrências.

Um outro elemento que justifica a impermeabilidade de Alckmin (perdão por outro trocadilho) é a omissão de autoridades legalmente responsáveis. Na ausência de um órgão capaz de fazer o controle interno da gestão do Estado (algo que o PSDB teve 20 anos para fazer e ainda não o fez) e na circunstância de o Tribunal de Contas do Estado funcionar como uma aposentadoria gloriosa para ex-servidores do próprio governo (incluindo-se aí Robson Marinho), caberia ao Ministério Público a terceira possibilidade de pressão institucional. A atuação do órgão – seja o estadual, seja o federal – foi extremamente tímida, contudo, ao longo de todo o processo. De forma absolutamente curiosa, o MP veio a se manifestar ontem, um dia após o término das eleições, no sentido de buscar vetar o uso integral da segunda cota do volume morto do Cantareira. Diria que o timing da intervenção é uma comprovação irrefutável da lamentável vocação desse órgão para contribuir à efetiva blindagem de Geraldo Alckmin.

Quando temos tantas frentes importantes de proteção a um governante e quando a sua oposição fracassa em adotar estratégias de articulação para conscientizar a população sobre aquele que é – juntamente com os ataques do PCC em 2006 – o maior marco da crise institucional do Estado em duas décadas, temos, enfim, o sucesso eleitoral retumbante de Alckmin. Diante da falência das instituições de controle e fiscalização, não há como não ficarmos céticos sobre o que ocorrerá quando a água começar a faltar 24 horas por dia nas casas dos cidadãos. Não duvido, infelizmente, que os crimes de improbidade administrativa e ambiental sejam deslocados da figura fundamental pela crise – Geraldo Alckmin – e imputados (se imputados) a servidores de segundo e terceiro escalão do governo. A conferir.

Vale dizer, enfim, que apesar de tudo, a crise hídrica ainda pode impactar nas eleições presidenciais, conforme matéria da própria Folha de hoje – um indício do quão próximos estamos do abismo, considerando-se que o pleito estadual acabou de ser finalizado. Aparentemente, Alckmin teme adotar medidas impopulares agora, ao longo do 2º turno presidencial, o que potencialmente levaria à derrocada de Aécio em São Paulo. Pelo visto, a SABESP terá de apertar os cintos até o final de Outubro e prosseguir na “luta” diária pela extração das poças de água remanescentes nos reservatórios. Uma hora, contudo, mesmo as melhores soluções improvisadas de engenharia não conseguirão dar conta da crise, a cada instante mais complexa.

Nesse momento (Terça-feira, 15:40), a captação de água pelas bombas está em apenas pouco mais de 13 m³/s (sendo que a média tem estado em mais de 18 m³/s). Com isso, a represa de passagem, Paiva Castro, está com menos de 50 cm de cota pela primeira vez na história (suas vazões de entrada, assim como as dos demais reservatórios, estão extremamente baixas, e não estão sendo compensadas pelo aumento da captação das outras represas, pelo contrário – um indício de que a SABESP está com muitas dificuldades para retirar o final da primeira cota tanto do Atibainha como do Jaguari, levando também ao colapso a represa mencionada e a Cachoeira). Se a Estação de Tratamento continuar mandando 20-21 m³/s como fez ao longo dos últimos meses, teremos a interrupção do fluxo de água em 3 dias. Isso mesmo, 3 dias. Se a ETA diminuir sua produção para equalizar os 13 m³/s, teremos, inevitavelmente, um racionamento. Não sabemos se há problemas nas bombas ou outros fatores, mas os números não mentem, mesmo que contornados por ora: o Governo de São Paulo está no fio da navalha para o colapso do abastecimento de água. As eleições estaduais foram vencidas, mas o custo desse êxito terá sido um dos mais elevados da República.

Ps: quem ainda não conhece, há um projeto de financiamento coletivo de um documentário, chamado Volume Vivo, que pretende abordar a crise hídrica em São Paulo: http://www.sibite.com.br/campaigns/volume-vivo . Hoje foram publicadas fotos bastante interessantes do Jaguari-Jacareí: https://www.facebook.com/media/set/?set=a.1477131702564624.1073741830.1441932942751167&type=1 . O autor do documentário fez o excelente “Entre Rios” (https://www.youtube.com/watch?v=DrITdOscioQ)

Ps2: registros interessantíssimos da crise hídrica também podem ser encontrados em http://aguasp.tumblr.com/, perfil tocado pelo Instituto Sociambiental (http://www.socioambiental.org/pt-br/noticias-socioambientais/sobrevoo-mostra-situacao-das-principais-represas-que-abastecem-a-grande-sao-paulo)

Ps3: há ainda a coleção de fotos das represas do Cantareira que está sendo consolidada pelo Instituto Ipê (projeto “De Olho no Cantareira”): http://ipe.org.br/semeandoagua/index.php/nggallery/page/3?page_id=288

Redação

43 Comentários

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  1. SE FALTAR ÁGUA A CULPA SERÁ

    SE FALTAR ÁGUA A CULPA SERÁ DE DILMA. O CIDADÃO MÉDIO NÃO SABE O QUE É DE COMPETÊNCIA MUNICIPAL, ESTADUAL E FEDERAL.

  2. Teflon tucano

    Quando o Lula se reelegeu em 2006 apesar do mensalão, os opositores disseram que ele era coberto de Teflon, porque nada pegava nele. Pois agora o Teflon é o Alckmin, que desliza pela crise hídrica, pelo escândalo dos trens, pela falência da USP, etc. Parece que nada é com ele, sempre a culpa é de algum outro personagem. Incrível !

  3. Votos demais para o Alckmin.

    Votos demais para o Alckmin. Votos demais para o Aécio. Muita esmola para um só partido, o PSDB. Eu, sendo meio cega, desconfio.

  4. Tucanistão

    Em Itu, onde o povo esta sem água muito tempo,inclusive, apanhou da polícia do PSDB, e quem ganhou a eleição lá foram os tucanos. Vivemos no Tucanistão! Tivemos 12 para discutir a democratização da mídia. Agora pagamos o preço. E caro!

    1. Preço esse, aliás, muito bem

      Preço esse, aliás, muito bem merecido e pago, pela não sei se posso dizer, covardia ou no mínimo desleixo com os fatos, na teoria furada de que “deixe o tempo correr que tudo se resolve”…

    2. Fraudar em Itu é tão fácil quanto abrir uma poupança no Itaú.

      Marco, não culpe o povo, responsabilize a F. R. A. U. D. E, Folha Reacionária Autoritária Universal Decrépita Escamoteadora.

    3. O serviço de aguas e esgotos

      O serviço de aguas e esgotos de Itu NÃO é da Sabesp e nunca foi. Era do Serviço Autonomo de Aguas e Esgoos de Itu e depois foi concessionado para uma empresa privada, Aguas de Itu S.A., do grupo Cilpe, que é da familia Bertin, dos friforificos, um dos Campeões Nacionais do BNDES, que se fundiram com a JBS Friboi.

      1. E…?

        Andy, já foi dito, redito, tredito e provado que a concessionária de águas de Itu compra água da sabesp. Ou seja, em última análise, a sabesp é responsável pelo colapso hídrico de Itu. Provavelmente, em breve, o será também pelo colapso hídrico do rio  Piracicaba, que também fornece água para o sistema Cantareira.

        1. A concessionaria teve tempo

          A concessionaria teve tempo para criar fontes proprias de agua mas para isso precisa investir, então é mais facil comprar da SABESP e ser apenas uma simples distribuidora de agua sem captação propria, como muitas cidades do Estado tem.

          1. Igualzinho à sabesp

            Teve dez anos para criar um plano de manejo e fontes alternativas à Cantareira, e optou por não fazer nada disso.

  5. Os paulistas se acham mais

    Os paulistas se acham mais inteligentes que os nordestinos porque não votam no PT nem a pau e só elegem governates tucanos. E este estado está uma merda de se viver, a corrupção é a pior do país, paulistas são roubados por um governo burguês e se acham mais espertos do que aqueles que ganham 100 reais do governo. Aqui nem um real a gente ganha HAHA, mto pelo contrário. 

  6. Dois pesos duas medias, como sempre

    Lembro da coitada da Marta Suplicy, sendo culpada pelas chuvas… depois de só três anos de mandato,  foi massacrada pela mídia toda vez que chovia, até conseguir não reelege-la… Engraçado, depois da Marta, nunca mais se ouviu falar de inundações em São Paulo… estava tudo “dominado”…

    O Geraldão e o PSDB estão no governo paulista há uns vinte anos, sabiam do problema há muito tempo e nada fizeram, contando com as chuvas providenciais (no caso da Marta, muito providenciais!).

    É muito atrevimento, mesmo… e muita ignorância, apesar do que pensa o príncipe dos trolls…

     

    1. São Paulo não inundou mais

      São Paulo não inundou mais por falta de chuvas e porque foram construidos 38 piscinões que retem o excesso de agua.

      1. Não é verdade. O que ocorreu

        Não é verdade. O que ocorreu na virada de 2009-2010 no Jardim Romano foi uma das ações de gestão mais repugnantes e criminosas que já vi: http://noticias.uol.com.br/cotidiano/2009/12/17/ult5772u6678.jhtm

        A população do bairro ficou 78 dias com água alagada acima de um metro de altura, graças à escolha do Governador Serra de preservar as marginais em detrimento da população. Várias pessoas morreram de leptospirose. Um absurdo sem tamanho.

  7. incrivel

    Nem o mais otimistas dos tucanos achou que eles iam sair assim livre da catastrofe, gloriosos, impunes mais uma vez, mas deu, alkimim foi eleito no primeiro turno. Como consegue? Mesmo com o apoio do pig, como consegue? Mistério. Talvez seu jeitão de bobo o torne impermeabilizado.

    Agora tentarão tudo para ficarem impermeabilizados até mais 20 dias. O pt vai deixar passar mais essa? Mesmo depois de passar pelo boato do apagão que não existiu por total competencia da Dilma, mas que acabou marcando como negativo, pois repetido mil vezes, no senso popular.

    Mas além disso tudo o alkimim fez algo que prestasse? Gostaria de saber. Eleito, e com uma votação sensacional!

    Nem o pig, com todo seu poder e banditismo, sabia ou imaginava que conseguiria tanto.

    E a revistinha do esgoto, agora sem agua, naquela lama cada vez mais dura, vai se enterrar para sempre? Esqueci: a agua acaba, o esgoto continua. 

    1. o esgoto continua por pouco

      o esgoto continua por pouco tempo, depois, sem água, cessam a urina e as fezes e sobram apenas as carcassas de animais e homens…

  8. Eu acho que o pior seria a

    Eu acho que o pior seria a eleição de qualquer outro que não fosse o Alckmin, sobretudo agora que o colapso é certo (fato para o qual jamais torci para que acontecesse). Mas… Já pensaram se o “abacaxi” caísse no colo de outro para ser descascado?

    Mas o que tem de sinistro mesmo – ao lado do sofrimento da população, sobretudo a mais pobre – é o arrivismo, a desfaçatez (festejada!) dessa turma da oposição. Mostra que são capazes de tudo e qualquer coisa pelo poder – e é isso que acusam nos outros.

    Nao passaram somente do limite da incompetência e da irresponsabilidade; mas até da civilidade! Pior ainda é que não dão nenhum sinal de autocrítica. Tenho a sensação de que são capazes de muito mais; muito mais; estão descontrolados…

    E se acham “moderninhos”!

    Chique, muito chique…

     

    1. Minha, ao contrario de grande

      Minha, ao contrario de grande parte dos demais Estados do Brasil, São Paulo prefere um Governo que não interfira e não atrapalhe, que empregue pouco e gaste pouco, então Alckmin preenche esse perfil, não precisa fazer muita obra mesmo porque São Paulo tem as melhores estradas do Brasil, de longe, padrão europeu, tem hospitais de bom padrão por todo o Estado, porisso os medicos cubanos aqui nem se percebe que existem, numa cidade pequena que eu frequento, de 70.000 habitantes, há dois excelentes hospitais publicos, que a familia já usou em emergencias e foram bem atendidos.

      Eu mesmo tive um problema que me causou um desmaio no restaurante Antiquarius, na Alameda Lorena, fui levado ao INCOR, hospital publico perto do restaurante, atendimento de excepcional qualidade, embora lotado de gente, totalmente gratuito, sai de lá as cinco da manhã, depois de passar por todos os exames.

      Longe de dizer que São Paulo não precisa de obras mas a distancia entre São Paulo e o resto do Brasil é enorme, aqui o Estado é bem menos requisitado que nos demais Estados e isso explica um governador que tem presença e não atrapalha, embora pudesse ser mais eficiente sem nenhuma duvida.

      Quanto à questão da agua, é grave mas até agora não falta agua nas casas e a questão da escassez dos reservatorios  não é no Estado de São Paulo todo, é em parte da cidade de São Paulo, porque há outra parte suprida pela represa de Guarapiranga  que não faz parte do sistema Cantareira e esta normal.

       

      No interior a Sabesp atende muitas cidades mas há grande numero de cidades médias e pequenas que tem serviço de aguas proprio e onde não há problemas de reservatorios baixos.

  9. Estelionato Eleitoral

    Se o colapso de água acontecer antes do 2º turno, os tucanos, que são mestres em estelionato eleitoral, já tem estratégias prontas para blindar Alckmin e beneficiar Aécio.

    De imediato, irão responsabilizar o Governo Federal, Dilma e o PT.

    Em seguida, dirão que só elegendo Aécio, o Governo Federal poderá ser mobilizado para ajudar São Paulo.

    Com a perspectiva de financiamento do GF, a fundo perdido, para que a SABESP realize os investimentos que não fez nos últimos anos, os tucanos bem informados irão encher as burras adqurindo ações baratas da empresa estadual de água.

    E o ingênuo povo paulista irá às urnas, como cabresto, votar em Aécio, feliz da vida, esperando a água voltar a jorrar das torneiras, sabe-se lá quando.

    É o perfeito golpe de mestre.

    Parabéns, Alckmin, Aécio, Serra, FHC, os líderes da quadrilha.

  10. Sudestino é foda. Em São

    Sudestino é foda. Em São Paulo, existem alguns “bairros nobres” próximos às duas maiores cloacas fétidas da América Latina: os rios Tietê e Pinheiros. É por isto que os paulistas remediados não se importam de cheirar a merda que acumula nas suas privadas por falta de água. Outro dia li uma reportagem sobre um cientista europeu que provou que cheirar peido preserva a saúde do cérebro das pessoas. A pesquisa certamente não foi feita no Tucanistão. Ha, ha, ha…

  11. Maijéseus!!!! Não deu AINDA

    Maijéseus!!!! Não deu AINDA pra perceber o porquê que não colou no alckimin? Vamos pra sp e explicar para os jornalistas do estado “mais politizado” do mundo por que motivo a falta de água não importou para os paulistas. Maijésus!

  12. Carissimo Sergio

    Peço-lhe pela decência considerar minha intromissão.

    Seus textos são analíticos, didáticos, esclarecedores, e sobretudo muito lúcidos. Pedagógicos!!!!

    Tem a medida exata da síntese e da prolixidade, tem a profundeza e o limite de um ser de médio intelecto ignorante sobre o assunto, entender.

    Tem seriedade, lúdico, deslizante colóquio,  não tem alarde e tem muito de verdade.

    Tem por horas e regular frequência de publicação, concretude.

    Mas me permita uma pequena observação, é quase uma virgula, porque menos não poderia ser. Como se poderia imaginar algo que se contemple semelhante em gênero, número ou grau, imaginar que um meio de interlucção com os cidadãos possa exercer o direito “de aliviamento das consciências de seus próprios editorialistas”.

     

    Não concebo a idéia de que haja consciência nesse caso..

    É jogar com a dor e sofrimento de milhões de pessoas. 

    Não pode haver consciência.

    Sem, portanto, nunca haverá nenhum aliviamento.

     

    1. Obrigado, meu caro. É, acho

      Obrigado, meu caro. É, acho que tens razão. Talvez o distanciamento da realidade tenha sido tamanho ao ponto de fazer com que, no limiar, sequer se importem em dar satisfação aos cidadãos no caso de o descalabro hídrico se confirmar.

  13. A água é um ótimo gancho para

    A água é um ótimo gancho para o debate. Alckmin está fazendo em São Paulo o ensaio para privatizar de vez água e energia elétrica, as ações da SABESP vão bem não é? Os governos estaduais do PSDB tomaram conta da questão de energia elétrica e negaram aos cidadãos o desconto proposto pelo governo federal. Lembro que a pouco tempo atrás vi uns documentários mostrando em países africanos a luta das pessoas em locais onde a água está sendo privatizada. Andam léguas com baldes para buscar água em locais permitidos e  ter o mínimo.

    Agora, se fosse um nordestino depois desses ataques paulistas, um nordestino lutador e  com viés empreendedor, faria um serviço delivery para alugar penicos e trazer a m….. da classe média, essa mesma maioria que votou no picolé de xuxu. Em embalagens com serragens, tudo economicamente sustentável. Tudo que é chic ou confortável é caro. Tipo ‘Pequenos negócios, grandes empresas’. Garanto que ela pagaria só para se livrar e poder respirar dentro de casa. Rico mesmo pode encomendar um caminhão pipa diário só para sua família. Acho que vai de um tudo nesse cenário, gente fazendo dieta para produzir menos detritos, ateu com orçamento curto virando fiel de grandes Igrejas, afinal, banheiro dos outros é melhor.  Aposto que vão criar o banheiro fasano, o banheiro self serv, de vários tipos para atender às necessidades do mercado e do novo ‘excretor’ (sinto muito, aí não dá para usar a palavra consumidor)’.

  14. O PIG fez direitinho a CABEÇA

    O PIG fez direitinho a CABEÇA (OCA) dos paulistas.

    Por exemplo na Globo, toda vez que ia falar da escassez de água em São Paulo, mostrava também a falta em outra região, normalmente o Nordeste.

    Ou seja, colocaram sempre a culpa em São Pedro.

  15. E o que é pior, o Alckmin

    E o que é pior, o Alckmin continua garantindo água nas torneiras (até a eleição de Aécio?).

    Também contando com a mídia para culpar a maior seca em mais de 3 mil anos (???) e o desperdício das pessoas, mesmo sem onde tirar água tratada, o governador pode ficar tranquilo que dificilmente seria responsabilizado pela crise hídrica.

    Só agora, com Alckmin reeleito, é que os ministérios públicos federal e estadual começaram a tratar do problema. Falar em estelionato eleitoral diante de tanto sofrimento e perdas econômicas diante de um bem essencial à vida na região mais populosa do país, nem pensar….

    1. Estelionato eleitoral.

      Por isso afirmo que é incompatível um tse com o pig. Estes fazem todo banditismo e deturpação das eleições que deveriam  livres e abertas, e aquele finge que não vê.

      O pig bandido e o tse são incompatíveis, ou um, ou outro. Um nega o outro e não poderiam coexistir.

    1. Paulistas, com honrosas exceções…

      são o contrário daqueles animais que pressentindo o tsunami , fugiram horas antes.

      Já os bandeirantes votando há 20 anos nos mesmos, correm em direção à seca.

      É a lama, é a lama…

  16. Valores

    A resposta é simples. São os valores paulistas. Tudo o que realmente importa para o paulista tucano é “casa, família e propriedade”. Propriedade principalmente. É o valor maior da direita.

    E o Alckmin pode deixar acabar a água, o emprego,  o oxigênio, mas preservando a propriedade os paulistas votam nele.

    Consideram erroneamente o PT como o partido “do MST”, ou do IPTU progressivo do Haddad. Isto aos olhos da direita paulistana é a heresia mor. aceitariam até mesmo acabar com o país para manter suas propriedades, Alguns até ridiculamente taxam o PT de comunista, sem lembrar que o comunismo já acabou com a queda do muro de Berlim, em 1989.

    Aqui não estou julgando, entre certo ou errado, apenas relatando o que vai na cabeça de um paulista conservador.

    Os paulistas petistas também valorizam a propriedade, mas não crêem que o PT possa realmente mexer na propriedade de ninguém sem motivo, e votam escondido no PT. Acham que esta paranóia anti petista é delírio, e acreditam na responsabilidade e seriedade do Governo petista.

  17. A insistência do blog em

    A insistência do blog em atacar o PSDB via Cantareira miou, não funcionou como o previsto.

    São Paulo tem 645 municípios, Geraldo Alckmin fez capote em 644 e Aécio Neves ganhou em 565.

    Querem maiis?

     

     

  18. Discordo da tese da matéria.

    Discordo da tese da matéria. Cansei de ouvir o Scaf comentar a incompetência do governo do estado nesse assunto.

    A questão é que, como já lí, paulista prefere morrer de sede do que um copo de água oferecido pelo PT.

    1. Xará, o problema é que os

      Xará, o problema é que os candidatos, na melhor das hipóteses, se manifestaram publicamente de forma crítica à gestão hídrica feita por Alckmin 1 minuto ao dia por 1 mês e meio. Enquanto isso, os mais diversos meios de comunicação dominantes tiveram o tempo e espaço que quiseram para tratar a questão como um mero problema de falta de chuvas, isentando o governador. Concorrência desleal, gerando uma blindagem bastante eficaz. No mais, concordo com a existência do antipetismo. Ele não explica, contudo, a relativamente fraca votação do Skaf, considerando-se a profundidade do problema e a estrutura partidária e de campanha do PMDB.

  19. Progrecistas e progressistas.

    “Paulista é bicho burro”, “cabeça oca dos paulistas”, “sudestino é foda”, “(paulista) não faz questão de cheirar a merda que fede em suas privadas”, “paulista se acha mais inteligente que nordestino”.

    A imbecilidade campeou no blog nesse post. Tive que subir à página principal pra conferir se não estava num blog de esgoto ou no feicebuque ou num forum do uol. 

    E muitos desses desses autores das pérolas acima, são os primeirões a virem aqui posar de humanistas/progressistas indignados quando o post refere-se a um caso de preconceito ou discriminação contra minorias.

    Nem sempre correspondemos à gloriosa imagem que fazemos de nós mesmos.

     

    1. Infelizmente, os comentaristas têm razão

      Artaud, tenho 44 anos e vivi no estado de São Paulo minha vida inteira. Sou filho de paulistas do interior, que por sua vez também foram filhos de outros paulistas do interior. E não tenho como discordar do tom geral dos comentários, mesmo que alguns deles pequem por baixar o nível.

      O fato é que os paulistas, com toda a informação, o desenvolvimento e a riqueza que têm ao seu alcance – afinal de contas, este é o estado mais rico e populoso da federação, não é? – coadunam com o absurdo que foram as gestões estaduais do PSDB em vários aspectos – transportes, educação, segurança e, “agora” política hídrica. Nos três primeiros, ainda (vá lá) se dá jeito, desde que haja inteligência e vontade política. Já no caso da crise hídrica, inteligência e vontade política sozinhas não serão suficientes: dependeremos da natureza (e talvez de uma bela dose de engenharia florestal) para que as águas voltem ao estado. E isso é algo que provavelmente levará pelo menos uma geração.

      Ora, as informações estavam disponíveis o tempo inteiro. Não me venha dizer que os 60% foram “manipulados”. Na realidade, é muito mais cômodo pensar que “tudo vai dar certo” e tomar activia com johnny walker ao pensar no assunto. Já a imprensa “mais desenvolvida do país” preferiu manter sua mesada (veja o blog Na Maria News) e com isso, o futuro de um estado inteiro – o mais rico e importante do Brasil! – está na berlinda. E com ele, o resto do Brasil.

      E os moradores daqui, que em tese deveriam ser os “mais inteligentes” e os “mais informados” fazem esse papelão? São uns bichos muito burros mesmo, e não tenho o menor pudor de dizer isso como paulista que sou. Veja só, meu irmão é engenheiro florestal, sabe (até por razões técnicas) que o governo estadual tem que ser responsabilizado e se nega a debater o assunto comigo, dizendo que “governo é tudo igual”! É muita burrice ou não é?!

      Meu único consolo é que essa crise, se bem explorada politicamente, pode ser o inicio do fim do tucanistão paulista e ajudar a botar uma pá de cal nas pretensões do PSDB ao governo federal. Por outro lado, sinceramente, preferia que não precisássemos chegar a tanto, e que o governador – independentemente do partido – tivesse feito um governo de verdade e não tivesse jogado esse ônus para as gerações que ainda vão nascer.

  20. Hoje pela manhã me supreendi

    Hoje pela manhã me supreendi ao assistir no Bom Dia Brasil  uma matéria crítica(amena, mas crítica) à SABESP, e por extensão ao governo de São Paulo sobre esse assunto. Só depois de me dei conta que a eleição já passara. 

    Realmente, a imprensa brasileira entrou numa espiral de descrédito face ao partidarismo mais do que explícito: acintoso. Quem paga o pato é a população. 

  21. Náo se surpreendam se o

    Náo se surpreendam se o aócio, em seu programa eleitoral, montado pela globo, vier com o papo de que nenhum dinheiro foi disponibilizado pelo governo federal para resolver o problema da água em sp. Haja incompetência tucana, eles não fazem nada, como disse o Motta Araújo(entendi que concordas com isso, só estou aproveitando o gancho do “nao fazem nada”, que, para mim,  é a verdade em governos altamente corruptos e incompetentes), a não ser usufruir dos cofres públicos para si e sua máfia). O governo de sp é tão limpo quanto a água que ele está ofertando para seus eleitores. Tudo em sp é uma tranqueira, faz décadas. As notícias que se lê sobre sp, ou são mentiras elogiando o.incompetente governo psdbista, ou entrevista com o estúpido mór, fhc, ou dos artistazinhas da globo. Sp está se tonando, faz tempo, o atraso brasileiro. Nas únicas coisas que sp avançou, foi com os programas do governo federal. No mais, virou estado para marqueteiro e coxinhas marqueteados. Pergunto: o que foi feito de muito bom, essencial, pelo governo paulista na última década, para toda a população paulista? Não vale eventos, encontros, palestras e escambau. Quero a lista das coisas concretas que foram realizadas por tucanos em beneficio da população em geral.

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