Ronald Levinsohn era muito falado, notadamente nos anos 80

Enviado por Antonio Francisco
 

Há registros a respeito de Ronald Levinsohn na Wikipedia, que publica dados de sua biografia. 

E, em 2012, o jornal O Vale fez matéria sobre ele, com esta foto:

O empresário Ronald Levinsohn com sua família, no Rio; segundo Levinsohn, toda ela tem imenso carinho por São José. No colo dele, o xodó da turma, a pequena Beauty  O empresário Ronald Levinsohn, dono do Colinas Shopping

De O Vale

 
Publicado em 16 de dezembro de 2012
 

Empreendedor, polêmico, bom contador de histórias. A junção dessas três características transformou o empresário Ronald Levinsohn, dono do Colinas Shopping, em um dos personagens das eleições municipais de São José. Cidade que ele enxerga hoje como estacionada no tempo.

Com diversos investimentos no município, Levinsohn foi o maior doador individual da campanha do prefeito eleito, Carlinhos Almeida (PT). Ao todo, ele repassou R$ 450 mil à campanha, segundo a prestação de contas de Carlinhos e do PT à Justiça Eleitoral.

Polêmico, causou frisson na cidade ao defender o candidato do PT e criticar a gestão do prefeito Eduardo Cury (PSDB) em uma série de anúncios –chamados por ele de infomerciais e inspirados na tradição da imprensa norte-americana– estampada em O VALE.


Por isso, Levinsohn é objeto de uma ação na Justiça Eleitoral, movida pelo comando de campanha do PSDB — que o acusava de usar poderio econômico em prol de Carlinhos.

Em entrevista exclusiva à Societá, o empresário garante que pensa no bem de São José ao dizer que a Lei de Zoneamento precisa ser revista e afirma, categoricamente, ter um amor imenso pela cidade. Confira os principais trechos:

Para quem não o conhece, como contaria sua história de vida e empreendedorismo?
Isso é assunto para biógrafo. Tenho amor a fazer coisas. Sonhar, planejar e fazer. Foi o que fiz a minha vida toda. Às vezes deu certo e a maioria não tanto. Houveram fracassos horríveis. Aos 20 anos perdi US$ 1 milhão e comecei tudo de novo. 
Meu avô Jack Levinsohn, executivo da Swift, veio de Londres para construir um imenso frigorífico na cidade portuária de Rio Grande. 
Minha avó, Juana Berthier, sobrinha neta de um marechal de Napoleão, veio com seus filhos. Meu pai tinha 14 anos. Foi amor à primeira vista pelo Brasil. Minha mãe, Mello Guimarães, é de uma família de um dos fundadores do grupo Voluntários da Pátria, amigo do general Osório. Tive uma infância espetacular e aos 17 anos fui despachado para Nova York para aprender a ganhar dinheiro. Aprendi na New York University. Morei quase metade de minha vida lá.

Sua relação com São José vai além dos negócios?
É uma relação de paixão à primeira vista, tal qual aconteceu com minha mulher Maria Henriqueta com que estou casado há 54 anos. Quem me trouxe para conhecer a cidade, em 1975, foi meu falecido amigo Rodman Rockefeller e nos tornamos sócios no empreendimento Cidade Vista Verde, que só foi construída 10% porque a Petrobras se adonou do pedaço e construiu a refinaria. Coisas do progresso.
Na época, Rodman foi chamado para tocar os negócios do pai, Nelson Rockefeller, que fez carreira política, e eu comprei a chácara onde hoje estão localizados o condomínio Jardim Colinas, o Colinas Shopping e um belo terreno onde está sendo concluído o Jardim do Golfe, um loteamento destinado à mais alta classe.

Como enxerga o crescimento da cidade? 
São José foi uma cidade espetacular até 25 anos atrás. Começou a estacionar, não sei porquê. Hoje é um lugar difícil. Tudo é dificultado às pessoas, aos empresários e à população. Desde a moça do cartório até os empregados da prefeitura há uma corrente que lembra a nomenclatura soviética que conheci em 1965. Tudo não pode.

A partir de 2013, começa a expansão no Colinas. O senhor teve dificuldades em aprovar o projeto de expansão do Colinas?
Qualquer um tem enormes dificuldades em ter seus direitos reconhecidos na prefeitura. É uma arrogância imperial. Não ligam para lei nem para os menores requisitos de boa vontade e boa educação. 
Qual o valor real de seus investimentos em São José? 
Não sei o valor exato dos investimentos que fazemos com recursos próprios, vindos do caixa de minhas empresas aqui e no exterior. Só no Colinas Shopping são R$ 254 milhões. No Jardim do Golfe, penso que investimos algo em torno de R$ 40 milhões.

Além do Colinas, o senhor tem outros negócios na cidade?
Sim, temos e pretendemos ter mais. Vamos aguardar a declaração de inconstitucionalidade da Lei de Zoneamento, que é a lei mais imbecil do gênero já produzida no país, para erguer torres residenciais no terreno que fica aos fundos do Colinas. 

Como o senhor avalia o término do governo do PSDB?
Lamentável que os políticos não tenham seguido o exemplo de Severo Gomes, este sim, um grande político. 
A Angela Guadagnin (PT) foi o que foi, Emanuel [Fernandes (PSDB)] e [Eduardo] Cury, gente honesta, mas vivem em cima do muro e têm medo de tomar decisões. Ficaram arrogantes e perderam o bom senso. Lembro do [Sérgio] Sobral, que foi o melhor prefeito que conheci e do Ednardo José de Paula Santos, igualmente para frente. O Joaquim Bevilacqua foi muito bom. Os caciques do PSDB nos consideram bandidos.

Pela primeira vez, um empresário do seu porte criticou o governo do PSDB. Qual o motivo do impasse entre o Colinas e o governo Eduardo Cury?
Não é impasse. Percebi que a cidade estava na mesmice indo para o buraco. GM fechando fábricas e seguindo outras que já haviam escapado de um sindicato de atrasados mentais e uma prefeitura que espancava moradores de favelas para desalojá-los. O pessoal da cidade é muito neutro e os empresários aparentam não se unir para reclamar.

Na sua opinião, qual o maior erro do PSDB na campanha? 
Escolher um candidato fraquíssimo, sem experiência, passando para trás Claude [Moura], Felício [Ramuth] e outros tucanos. Achei, como todo mundo, um desaforo do Emanuel, ficha suja, impingir seu enteado sem tomar votos dos filiados para uma escolha democrática. Pensou que era o Lula que elegeu um poste marxista adorador do biógrafo do Lenin.

Qual sua expectativa política e empresarial com o próximo governo do PT?
O PT tem na pessoa do Carlinhos Almeida a oportunidade de levar modernidade. Ele tem ligação estreita com o governo federal e é queridinho da Dilma (Rousseff) e do partido, respeitado pela classe política e empresarial. Penso que vai ter que contratar uma empresa especialista em gestão pública tal qual fizeram o prefeito Eduardo Paes, do Rio de Janeiro, os governadores Eduardo Campos, Aécio Neves e Sergio Cabral.
Comparem os trabalhos com o do governador [Geraldo] Alckmin que ficou no muro e deixou de pedir ajuda ao governo federal para combater a violência. Um espanto. A violência está aí, todo o mundo vê e ninguém aponta que poderia não ter chegado se tivesse um pulso firme. 
Bandido tem medo de gente corajosa e não está nem aí para quem mora no muro. Os tucanos fazem macumba contra Carlinhos que é um homem do bem, limpo, bem casado e tem uma imensa oportunidade de fazer sua plataforma para um dia governar São Paulo. O Geraldo Alckmin, do jeito que é, murista, não chegou lá? Carlinhos vai precisar saber fazer e ter pulso firme. Ele precisará da ajuda de todos nós. Que Deus o ajude e abençoe São José. 

***

O jornalista J. Carlos de Assis publicou este livro sobre a corrupção que grassava naqueles tempos. A foto dessa capa está na página “Museu da Corrupção“:

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Redação

11 Comentários

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  1. Atualmente  o decano dos

    Atualmente  o decano dos escroques  dedica-se  a atvidades imobiliárias compartilhadas com executivos  milicianos do Rio das Pedras,próspera  comunidade favelística  situada na zona oeste  do Rio de Janeiro,debruçada sobra  a Barra da Tijuca.

  2. “Ronald Levinsohn era muito

    “Ronald Levinsohn era muito falado, notadamente nos anos 80”

    Quem não se lembra da caderneta de poupança Delfim. Recentemente vendeu o Centro Universitário da Cidade(UniverCidade) para o  grupo Galileu. Logo depois a instiuição de ensino faliu.

    Espero que São José não vá a falência. Se correr esse risco, a solução será pedir ajuda ao ” poste marxista adorador do biógrafo do Lenin”. Agora do jeito que está o caixa governamental vai ser difícil ajudar, então, é bom o prefeito manter uma distância prudente do senhor Livinsohn.

  3. RLevinhson

    Nassif,

    Eis um grande pilantra, Ronald Levinhson.

    Deu um golpe fantástico com a Delfin Imobilária, em cima do extinto BNH. Conseguiu um laudo de avaliação  que apontava hipervalorização de um imóvel em região próxima àquela confusão urbanística chamada Venda das Pedras.

    Vive há muitos anos numa mansão realmente espetacular, de tirar o fôlego, no alto da Gávea,  

    Nada aconteceu a RLevinhson, impunidade que foi uma característica daquela época de diversos estouros, haja vista o caso dos grupo Lume, BUC, etc… , e como o Alfredo LUMedeiros do Lume, o homem da missa negra, também tem ações contra o governo, que visam o ressarcimento de prejuízos, ou seja, não é de hoje que isto aqui é um país das arábias e sempre muito injusto.  

    Tem gente, bastante gente que é capaz de juar que a bandalheira no país começou em 2003, não sabe de nada.

    1. Caro alfredo
      Eu era criança

      Caro alfredo

      Eu era criança na década de 80, mas me lembro da Imobiliária Delfin (se não me engano o prédio era azul marinho e branco).

      Dizem em São José que as construtoras fazem uma pressão descomunal para que a lei de zoneamento seja alterada, para que sejam levantados novos espigões. São josé vive uma alta na valorização de imóveis.

      Aliás, a cidade já conta com um bairro (Jd. Aquarius) que é conhecido entre a população como “paliteiro” dado a quantidade de prédios residenciais ali levantados.

      Para mim, é temerário ver que este senhor, pelo visto alguém que nutre um ódio ao PT, “lamber” o prefeito petista da cidade. Carlinhos que abra os olhos.

  4. De qual estado é esta São José?

    RS, SP, SC? Todos estes estados e tantos outros têm municípios com este nome. Deduzo que seja no estado SP, por causa do Shopping, se bem que São José em SC também deve ter Shopping. A única certeza que tenho, neste caso, é que São José, RS, não é porque lá não tem shopping center. A história começa falando de Rio Grande, que é vizinha de São José, fala de outras figuras do RS e depois é uma confusão geográfica só (para mim, pelo menos, foi).

    1. São José dos Campos.
      O jornal
      São José dos Campos.

      O jornal em questão é de lá. Tem patrocínio do Instituto Milenium.

      Diga se de passagem, a seção de comentários dele é um horror, verdadeira sucursal do UOL.

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