Saul Leblon: Na Grécia, Levy não leva

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Sugestão de Webster Franklin

da Carta Maior

Editorial

Na Grécia, Levy não leva

A Grécia fez tudo. E mais um pouco daquilo que os jornais brasileiros asseguram ser o caminho da redenção para a economia do país.

Por Saul Leblon

Arquivo

A suposição sobre a qual tudo se apoia é conhecida.

A saber:  o governo toma as medidas econômicas  que os mercados e seus ventríloquos preconizam –algumas necessárias, como o reajuste dos combustíveis;  outras discutíveis — o encarecimento do crédito, por exemplo,  em um quadro de desaquecimento da economia;  e não poucas indesejáveis –entre estas, sobressaem a alta dos juros,  mudanças em salvaguardas trabalhistas e o desmonte da função indutora do BNDES e demais bancos públicos no desenvolvimento do país.

Missão cumprida, o que deve ocorrer ao longo deste ano, avisam os otimistas,  os detentores do capital encerrariam a greve de investimentos em curso no Brasil. 
Novos projetos e planos de expansão engavetados nos últimos dois anos voltariam à agenda dos negócios recolocando a economia na  rota de um novo eldorado de expansão puxado pelo desejável investimento privado.

Mais que isso: a inflação retrocederia, as exportações alçariam voo de cruzeiro, o déficit em contas correntes (de preocupantes 4% em 2014) despencaria; o Brasil, enfim, voltaria a ser um pujante  canteiros de obras, a jorrar empregos e salários por todos os poros.
A leveza com que essas ideias frequentam os prólogos e epílogos dos colunismo de mercado  é notável.

 Nesse mundo idílico, a confiança dos investidores  e a ‘reversão das expectativas pessimistas dos mercados’ só dependeria de o país adotar o  ‘bom senso’ na gestão fiscal e a  ‘racionalidade dos mercados’ na macroeconomia, predicados que, como se sabe não comparecem entre as qualidades atribuídas ao PT, aos ‘economistas da Unicamp’ e a ‘Dilma interventora’.

Por sorte, então, lançou-se mão do que há de melhor na praça.

Joaquim Levy,  la crème de la crème da cepa de zeladores de confiança do dinheiro grosso, assumiu o leme do barco.

Sem cerimônia, ele acena com um cavalo de pau. Garante que assim desviará a sociedade da rota de colisão com o rochedo dos desequilíbrios macroeconômicos para reconduzi-la ao porto seguro dos fundamentos sadios e austeros.

Tudo o mais permanece constante na vida dos nacionais?

Como não se pensou nisso antes: trocar a mediação de fato de Lula –entre o governo e sociedade–   pela austeridade de Levy?

Quanto tempo e dor de cabeça teriam nos poupado a troca da política conturbada e contraditória para a  formação de maiorias, pela matemática clara e afiada como um punhal da austeridade?

Eureka!?

Os gregos que o digam.

E o que eles disseram neste domingo nas urnas, de forma algo sonora e incontestável, é que a receita de arrocho vendida aqui como o atalho óbvio ao paraíso  na prática consiste em  um mergulho ao inferno com passagem de ida.

A de volta há que ser comprada das mãos do diabo.

Ou tomada à força. Como eles acabam de fazer neste domingo, sob a fuzilaria de ameaças e chantagens de um apocalipse financeiro.

Inútil.

Os  votos majoritários dados à esquerda, o Syriza, numa eleição histórica, alteram a correlação de forças na Europa e colocam a agenda neoliberal na defensiva ante o encorajamento de possíveis novas rupturas. Na Espanha em maio, por exemplo, com o Podemos.

Com 149 cadeiras obtidas no Congresso, um resultado superior aos cálculos mais otimistas, a esquerda grega passa a depender de apenas mais duas adesões para ter a maioria legislativa, necessária para as reformas e renegociações ansiadas pela população.

A crise terminal vivida pela Grécia –um país literalmente insolvente e preso a uma camisa de força cambial (o euro)–  nem de longe se equipara aos solavancos vividos pelo Brasil na atual transição de ciclo de crescimento.

Mas a tragédia protagonizada nos últimos seis anos funciona como uma espécie de endoscopia das consequências sociais e institucionais de se entregar aos mercados o comando e o destino de uma nação.

 Nesse aspecto o basta de domingo pode e deve ser lido com um olho na Europa e o outro no Brasil.

 A percolação da tragédia na pirâmide social grega escancarou os custos humanos e econômicos de se preservar a lógica da ganância financeira  como discutível  moeda de troca  para  ‘resgatar a confiança dos mercados e dos investidores’.

A promessa, que durante seis anos escalpelou cada fio de cabelo do povo grego, ao mesmo  tempo em que se exigia que ele se reerguesse puxando o que restou com as próprias mãos, não foi entregue a tempo de se evitar a rejeição eleitoral do domingo.

O que se deu, ao contrário, foi uma odisseia às profundezas do arrocho mais dramático já enfrentado por um povo desde o início do século XX –superior à Grande Depressão norte-americana de 1929.

 O ponto a reter é que a vida da população não apenas não melhorou, como se alardeava em defesa dos ‘sacrifícios’.

Ela foi capturada por um liquidificador desgovernado que interditou qualquer traço de segurança social, desidratou qualquer gota de certeza em relação ao amanhã e interditou a esperança no futuro.

Nos últimos seis anos, o PIB da Grécia  retrocedeu 25%; o desemprego saltou de 8,3% –no início do programa de austeridade– para 27%  (é de 50% entre a juventude); a dívida mantem-se em assustadores 170%  do PIB (€ 322 bilhões).

 Renegociar um  desconto de 50% é o chão firme defendido pelo vencedor das eleições deste domingo para, a partir daí, deslocar a Grécia do atoleiro para um retorno gradual à viabilidade econômica e social.

Trata-se, é preciso dizer, de uma ruptura.

Há seis anos  a prioridade de Atenas é adequar o país aos ‘programas de ajuste’ traduzidos em sucessivos cortes orçamentários.

No interior do metabolismo social deu-se o previsível.

Mas há detalhes que ainda desconcertam: o orçamento da educação, por exemplo, sofreu um corte de 60% nessa razia.

 Em miúdos: a rede pública de ensino dispõe atualmente de quatro de cada dez euros que recebia em 2010.

Não há como preservar o essencial quando 60% do alicerce desaba.

Inclua-se no essencial a merenda.

Das periferias mais pobres surgiram nos últimos anos  relatos de desfalecimentos em sala de aula.

Fraqueza.

Não só a infância foi convocada a pagar em libras de carne aos banqueiros da Alemanha e assemelhados.

Aposentados foram ‘convidados’ a viver com pensões entre 20% a 30% menores.

O salário mínimo foi cortado em 20%.

Todo o país foi estripado nessa proporção: entre 20% a 25% das vísceras.

Macrodados não conseguem traduzir o que se passa na agonia da vida de uma família quando o facão do arrocho corta a carne com esse talho e essa regularidade.

  A camada de gelo mais fina trinca a olhos vistos. Mas é o lago todo que se revolve por baixo em correntes devastadoras.

Governada de forma irresponsável, diga-se, por sucessivos gabinetes antes da crise mundial, a Grécia foi a primeira economia da Zona Euro a ser excluída dos mercados financeiros quando a bolha do crédito fácil estourou.

A partir daí passou a depender dos programas de ‘ajuda’  para respirar.

A lambança precedente sugeria certa legitimidade a um ciclo de maior controle e sacrifícios.

Assim se fez.

Assim se desfez a ilusão na ‘racionalidade’ dos mercados para substituir a ‘sujeira’ da política.

A negociação com a sociedade foi substituída pelos ‘pronunciamentos’ e metas da troika, que durante seis anos fizeram gato e sapato da sociedade e da economia, com implicações iguais ou piores que as distorções que prometiam corrigir .

Vencida a paciência dos gregos, o que se tem depois de tudo é uma economia colapsada, um país desacreditado e uma população disposta  a correr todos os riscos para se livrar do lacto purga interminável e devastador.

Essa talvez seja a maior lição das eleições deste domingo: trata-se do grito de alerta emitido por um povo que passou pelo inferno dos ajustes ‘racionais’.

E  justamente por isso decidiu devolver à negociação política a construção do passo seguinte de sua história.

O protagonista que recebe esse mandato não é um partido qualquer.

E nisso também  há algo a se extrair como lição à esquerda brasileira nos dias que correm.

O Syriza não é um partido, mas uma frente de organizações.

Surgiu em 2004 depois de um intenso processo de diálogo iniciado em 2001 entre múltiplas correntes progressistas, incluindo-se de socialistas  a eurocomunistas, passando por ecologistas, maoístas e trotskistas.

Hoje  é composto por doze organizações.

Sua solidez política e consistência programático levou-o a se tornar  um polo de convergência de centenas de personalidades independentes, entre elas lideranças que se afastaram do PASOK (Partido Socialista) e do partido comunista grego.

 A posição firme e ao mesmo tempo serena da coligação na luta contra o arrocho alargou  sua base de apoio nas ruas e entre a juventude, com adesões maciças entre os Indignados da Praça Syntagma.

A seguir, alguns números que mostram por que,  na Grécia, um Levy não leva mais o povo na conversa:

PIB – a recuperação prometida cedeu lugar a uma contração de 25% da economia entre 2009 e 2013. O desgoverno que era um pesadelo virou um inferno, sob o açoite do arrocho.

Emprego—  mais de um quarto da população ativa do país ficou sem emprego. Antes do ciclo de arrocho a taxa era da ordem de 8%. Entre os jovens, até 35 anos, saltou para 50%, sem perspectiva de se reverter com a manutenção das políticas de ajuste.

Investimento –  a prometida redenção pela retomada do investimento privado revelou-se uma fraude. Admite-se que os níveis pré-crise estavam inflados por conta de gastos públicos irreais  e endividamento privado. Mas o que sobreveio foi o desmoronamento completo desse motor. Asfixiado pela contração da demanda, da renda e do orçamento do Estado, o investimento caiu de 26% do PIB, em 2007, para cerca da metade agora, 13% –o valor mais baixo de toda a zona do euro.

População e vagas — como se vivesse uma guerra, a Grécia viu sua população diminuir nos últimos anos, assim como o seu estoque de empregos. Desde 2009, 150 mil pessoas deixaram o país (1,3% da população) e 850 mil vagas de trabalho foram destruídas (18% do total).

Inflação –A inflação que era de 4% em 2007 caiu para menos 2% nos últimos dois anos. Nada a  comemorar: a deflação reflete o arrocho salarial implacável, cujo objetivo é baratear o ‘custo Grécia’ para dar à economia algum poder de competição nas exportações à Europa. Com o colapso econômico de toda a zona do euro, marcada por recessão e deflação, o sacrifício grego, ademais, mostrou-se inútil.

Dívida —  A Grécia protagonizou a maior reestruturação de dívida pública da história, em 2012. Mas o seu peso continua asfixiante em relação a um PIB que se contraiu 25%. A dívida continua a esgoelar a sociedade, situando-se acima de 170% do PIB. É impagável. E é justamente essa certeza que fez a população votar no Syriza que defende um corte de 50% no saldo. Antonio Samaras, o líder do derrotado Nova Democracia, ao contrário, considerava esse enforcador ‘sustentavel’.

 Déficit público – Há aqui uma síntese das razões que levaram o eleitor grego a dizer ‘basta’ nas urnas deste domingo:  apesar da queda de 25% do PIB nos últimos seis anos, a política de arrocho do Estado grego ainda conseguiu reduzir em mais 10% o gasto fiscal. Não só: simultaneamente, elevou  a receita de 40% para 45%  do PIB, desde 2009. Arrocho por todos os lados e tributação por todos os poros: foi assim que se conseguiu derrubar o déficit público, da ordem de 15% em 2009, para algo como 3% no ano passado.

O colunismo brasileiro abestalhado de tanta ortodoxia aplaudiria de pé.
Mas exatamente por isso terá dificuldades para explicar aos seus leitores por que os gregos rejeitaram, com tanta ênfase e risco, um êxito tão graúdo que aqui se vende como a redenção da lavoura.

 

 

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

17 Comentários

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  1. A economia, a geografia, a

    A economia, a geografia, a historia, a politica da Grecia não tem a mais remota semelhança com o Brasil, portanto querer fazer analise comparativa é uma completa inutilidade. Para começo, a Grecia não tem moeda propria, tomou mega recursos emprestados em Euros  sendo devedor o Estado. O Brasil está saindo de 12 anos de populismo economico, a Grecia há seis anos  funciona com uma politica economica ortodoxa da qual a eleição atual é uma reação.

    Segundo, o atual partido foi eleito para renegociar os acordos com a troika mas não vai repudia-los e nem tem como faze-lo, a Grecia depende de credito externo para sobreviver, não confundir a retorica eleitoral com a realidade de governança, o roteiro de Levy e o exato oposto do roteiro do atual premier grego, um está entrando para fazer politica economica ortodoxa, o outro está entrando para fazer o contrario.

     

    1. “O Brasil está saindo de 12

      “O Brasil está saindo de 12 anos de populismo economico”  

      Como você classificaria os 8 anos de FHC? 8 anos de milagre econômico? 

    2. André, sua afirmação

      “o atual partido foi eleito para renegociar os acordos com a troika mas não vai repudia-los e nem tem como faze-lo, ” é muito discutível.

      Há em vários países do Sul da Europa, e não só na Grécia, uma corrente de economistas que defendem um confronto com o governo Merkel, baseado no ponto de vista, muito realista a meu ver, que países com alto endividamento não podem resolver seu problema com politicas deflacionistas, tais como as aplicadas na Grécia, Portugal, Espanha etc…

      Pregam estes economistas, conheço um na França que é boicotado pela mídia, que a Alemanha tem que re-inflacionar sua economia para assim aumentar sua demanda agregada, puxando as demais economias, e permitindo a readequação dos custos internos destes em relação á Alemanha.

      Obvio que o governo Merkel não aceitará, portanto caberá a ele o ônus que expulsar os recalcitrantes fora do Euro, e até se necessário fora da U.E.

      Não acho impossível o Syrisa ter a coragem de enfrentar a Alemanha.

        1. Mais uma vez sou traido pelo bêbê-Alzheimer…

          nome próprio não é mais comigo.

          Vi uma entrevista na internet feita pelo site “Les Echos” há alguns meses, era muito bom. Mas nitidamente as ideias não foram do gosto do dono do jornal e o cara, mesmo banqueiro de investimento (uma casa pequena tipo Pátria aqui) sumiu totalmente.

          Vou pesquisar nos meus arquivos. Era um dos conselheiros da UMP (Partido do Sarko!)…

    3. Patetico

      Não adianta sugar até a última gota do sangue dos gregos. E dos outros como Portugal, Espanha e em menor caso Italia.

      Na década de 1980, Brady, secretário do tesouro estadunidense, teve esse insight:. Só que no caso europeu só veio a parte do ajuste, nada de desconto na dívida. Então é comprensível que após SEIS anos e nenhum resultado a não ser uma devastação econômica que vai jogar a Grécia de volta à década de 1960 o resultado seja um só: revolta!

      Desta forma a Europa Rica, a UE, tenta, por causa da Alemanha,  tirar o máximo possível de uma dívida não tão significativa quanto se apregoa, a dívida grega. Mas corre o risco de destampar a panela de pressão, suavemente Portugal já sinaliza um não à Troika, as eleições na Espanha estão se aproximando, e podem as coisas pegar fogo na Itália.

      Previsão para devedores duvidosos existe. Quem empresta tem tanta responsabilidade quanto quem toma emprestado. E a Alemanha em vez de ficar brincando de cutucar o Urso Russo com vara curta, melhor faria em tomar conta de seu quintal. Ou vão conhecer como fez Luis XVI o significado doloroso da palavra revolução como nos conta o trecho abaixo:

      A data foi a noite do 14 de julho de 1789, em Paris, quando Luís XVI recebeu do duque de La Rochefoucauld-Liancourt a notícia da queda da Bastilha, da libertação de uns poucos prisioneiros e da defecção das tropas reais frente a um ataque popular. O famoso diálogo que se travou entre o rei e seu mensageiro é muito lacônico e revelador. O rei, segundo consta, exclamou: É uma revolta; e Liancourt corrigiu-o: Não, senhor, é uma revolução.

      (Hannah Arendt. Da Revolução. São Paulo: Ática; Brasília: Editora da Universidade de Brasília, 1988. pp. 38-39)

    4. Engraçado, AA, a maneira com

      Engraçado, AA, a maneira com voce fala. 12 anos de “populismo econômico”, claramente uma expressão depreciativa, produziram 6% de desemprego, inflação dentro da meta, PIB em crescimento, mesmo que baixo, dívida/pib baixo e etc. E uma “ortodoxia econômica”, uma expressão neutra, produziram 27% de desemprego, 25% de retração do PIB, dívida/pig altíssimo e etc.

      Repito, engraçado a sua maneira de ver as coisas. Não sei, mas algo não bate, pelo menos para minha maneira de ver as coisas

      1. Juliano,
        O que o senhor André

        Juliano,

        O que o senhor André faz é simplesmente repetir papagaiadamente a cantilhena tucana de “não vamos perder tempo comparando governos”, “não podemos ficar olhando pelo retrovisor”.

        Pura balela. Qualquer criancinha tem noção de que para saber se uma coisa é boa ou não é preciso compará-la com outras coisas semelhantes ou da mesma natureza. Alguém arbitrou do nada que Pelé foi o melhor jogador de futebol de todos os tempos ou se chegou a essa conclusão comparando-o com outros jogadores?

        Além disso, qualquer bom professor de história já disse pelo menos a uma vez a seus alunos uma frase do tipo “é preciso estudar (ou olhar) para o passado para entender o presente e projetar o futuro”. Que papo é esse de ignorar o passado, ainda mais o passado de um país? Baixou o THC, “esqueçam o que escrevi”?

        Ah, claro, é lógico que ele tem que fugir da comparação entre Lula e THC, porque senão a vergonha vai ser absurda. É só pesquisar um pouquinho pra ver o quanto Lula ganhou de lavada. Os números estão aí registrados na história, pra quem quiser ver e não se contenta em achar que sabe tudo de Brasil porque vê a capa do Globo e da Folha todo dia ou desfila pelas ruas com uma Veja (argh!) embaixo do sovaco.

        Por acaso, no momento estou olhando pra trás, lendo “O Brasil Privatizado”, do Biondi. Lendo com um misto de raiva e nojo. Ah, se THC e sua trupe não tivessem a proteção da mídia e da justiça (?) que sempre tiveram até hoje… Precisaríamos de uma Praça Syntagma pra chamar de nossa, pra dar a esses canalhas o final merecido.

      2. Populismo economico é premiar

        Populismo economico é premiar quem não trabalha e deixar de incentivar quem produz riquezas.  Na minha visão é fundamental INCENTIVAR o empreendedor, quem se arrisca, mesmo que possa fracassar lá na frente. O pequeno é médio empresario é a chvae para o crescimento, hoje ele é acossado por forças anti-empresariais por todo lado, é fantastico que ainda existem corajosos arriscando em ter empresas no Brasil, é bem verdade que cada vez menos. Há 60 usinas de açucar e alcool quebradas, um setor em que o Brasil sempre foi lider mundial.

        Se vc ouvir a VOZ DO BRASIL, eu escuto todos os dias, TODOS OS DIAS no Congresso aparecem projetos de lei para

        AUMENTAR BENEFICIOS a empregados e funcionarios publicos, vou repetir, TODOS OS DIAS.

        Ontem, do Dep.Arnaldo Faria de Sá, aposentadoria por invalidez deverá ser INTEGRAL e não proporcional, se o sujeito trabalhar 15 dias e ficar invalido porque trabalhou muito, APOSENTA-SE COM SALARIO INTEGRAL.

        Hoje, um projeto fantástico, NÃO SE PODE DESPEDIR EMPREGADO POR ALCOOLISMO, a empresa tem que trata-lo, mante-lo empregado e depois que ele ficar bom, ele volta a trabalhar, NÃO PODE DESPEDIR O BEBADO, deve acaricia-lo.

        Todas as medidas são para agradar bebados, vagabundos, encostados e desistimular empresarios com aumentos de impostos, juros altos, dificuldades de credito, imensa burocracia.

        Hoje fui comprar um remedio controlado em uma Droga Raia, unaugurada há dois meses, não vendem, porque depende de uma autorização da ABVISA, que depende de um fiscal ir lá e não tem previsão. Porque não basta um DECLARAÇÃO da Ria, uma grande rede, dizendo que vai vender remedios controlados? Porque precisa um fiscal ir lá? O que custa isso para o Pais? Tudo é assim, a usina Belo Monte atrasou tres anos por causa de fiscais, indios, MP, todas forças para TRAVAR o Pais, isso é populismo.

  2. os resultados da política

    os resultados da política neonliberal na grécia são patéticos mesmo.

    um alerta para os que pretendem adotar os mesmos remédios,

    digo venenos, em putros países.

     

  3. Morei em Portugal durante o ápice do ajuste da Troika

    (2011-2014). Vi meu imposto de renda saltar de 27% para 42%, perda de decimo terceiro e adicional de férias, aumento de todos os impostos e redução do salario mensal através de cortes diretos. A idéia da troika era que Portugal deveria acabar com a demanda interna para corrigir o deficit da balança comercial e se tornar uma potencia exportadora através do barateamento da mão de obra!!!! O que aconteceu foi uma devassa extremamente rápida no pais do tipo arrastão. A troika fazia visitas constantes mantendo a população refém e humilhada. O primeiro ministro dizia sempre que a população de Portugal viveu acima de suas possibilidades e agora tinha que se sacrificar. Claro, nunca foi dita uma palavra sobre os bancos, os reais causadores da crise. Para sacrificar bastante a população e assim alcançar a benção do deus mercado, além de todos os cortes fizeram medidas ridículas do tipo acabar com os feriados nacionais. Na Grécia chegaram a propor acabar com o sábado como dia de folga. Muitas das medidas que eles exigem são inconstitucionais, mas os tribunais acabam cedendo por medo. Em Portugal eles chegaram ao absurdo de considerar o corte do décimo terceiro inconstitucional, mas permitiram que ele fosse feito mesmo assim por um ano, depois ele foi substituído por corte de salario. Enfim, eu vi de perto o sacrifico de um país do jeito que a Alemanha gosta. Isso foi em Portugal, na Grécia foi muito pior, até o índice de suicídio explodiu. Espero que o Alex Tsipras  tenha a garra que parece ter para mudar o rumo dessa situação. 

  4. Para não se esquecer

    Para não se esquecer

    Em 1941 o governo do primeiro-ministro grego Tsolakoglou permitiu a entrada das tropas nazistas em seu país sem nenhuma reação.

    Mais de setenta anos se passaram e uma nova ocupação, desta vez econômica, foi feita pela Alemanha de Ângela Merkel sobre a Grécia – também sem reação por parte dos governantes gregos, que se assistiram ser recolonizados em nome de interesses muitos – que não os do povo grego.

    Segundo consta, depois de conferir se a carta que escrevera estava em seu bolso, o aposentado grego Dimitris Xristulas teria gritado, antes do ato final: “Não quero deixar nenhuma dívida para os meus filhos!”.

    Convém relembrar para que não nos esqueçamos, depois deste grito, no dia 04 de abril de 2012, Dimitris Xristulas, de 77 anos, em plena praça Syntagma, defronte ao parlamento grego, sacou uma arma e deu um tiro na própria cabeça.
    A carta dizia o seguinte:

    O governo de Tsolaglogov acabou com a possibilidade de eu poder sobreviver com uma pensão digna, que paguei sozinho durante 35 anos sem nenhuma ajuda do Estado. E, como minha idade avançada não me permite reagir de forma dinâmica (embora se um conterrâneo pegasse uma Kalashnikov, eu estaria bem atrás dele), não vejo outra solução que não a de pôr fim à minha vida de maneira digna, para que eu não me veja obrigado a revirar o lixo para assegurar o meu sustento. Eu acredito que os jovens sem futuro um dia vão pegar em armas e pendurar os traidores deste país na Praça Syntagma, assim como os italianos fizeram com Mussolini em 1945.

    Mais é desnecessário dizer.

  5. Impressionante como os

    Impressionante como os banqueiros de wall street continuam impunes com o grande golpe dos títulos podres que contaminaram a economia de muitos países europeus. Nenhum questionamento ou auditoria sobre suas dívidas públicas.

  6. clap, clap

    Perfeito o texto de Leblon. Pra mim, que não entendo nada de economia, foi muito esclarecedor, o que raramente ocorre com artigos que tratam do assunto. Fikadika pros que quiserem ser entendidos até pelos ignorantes que nem eu.

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