Sinais trocados, por André Singer

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
[email protected]

da Folha

André Singer

Sinais trocados

Todo mundo sabe que Dilma Rousseff ganhou a eleição. Mas talvez não tenha ficado claro o suficiente qual foi a persona vencedora e o quanto pode prejudicá-la emitir sinais duvidosos a respeito do significado da vitória. A primeira semana depois do pleito foi cheia deles.

Para recordar. A propaganda da candidata realçou, desde o início, a face heroica da jovem Dilma. Engajada em opção armada, aguentou a tortura de maneira exemplar no fim dos anos 1960. Fez-se símbolo do que houve de mais corajoso na resistência de esquerda à longa noite ditatorial.

Em seguida, Dilma começou a ganhar a eleição quando escolheu combater Marina Silva pela esquerda. Diante do anúncio, feito pela então candidata do PSB em ascensão fulminante, de que daria independência ao Banco Central, o programa eleitoral da hoje ganhadora apresentou uma equação mortífera. BC independente equivaleria a entregar a instituição aos banqueiros e estes tirariam a comida do prato dos pobres.

Vale repetir. Marina caiu sob golpes de esquerda, os quais são até difíceis de apresentar e de explicar numa época de hegemonia neoliberal. Foi opção ousada; deu certo. A porta-voz da Rede Sustentabilidade ficou para trás e o coração valente prosseguiu.

A vitória final começou a ser construída quando, no segundo turno, Dilma e Lula escolheram mostrar o caráter de classe da candidatura Aécio. Não foi deslize Lula ter chamado o tucano de “filhinho de papai”. Outra vez, escolha arriscada –envolvia um tipo de radicalização ao qual o Brasil é pouco afeito. De novo funcionou: a antiga guerrilheira chegou à frente, raspando a trave.

Encerrada a contenda, no entanto, começaram a proliferar informações contraditórias a respeito das escolhas cruciais a serem feitas pela ex-jovem heroína. A primeira veio à tona menos de 24 horas após contados os votos. Dilma estaria em busca de um nome do mercado para ministro da Fazenda. Mas se era para entregar a política econômica aos banqueiros como justificar os ataques a Marina e Aécio?

No dia seguinte coube ao próprio BC protagonizar mais uma emissão atravessada de sinais. Para surpresa do próprio mercado, a diretoria decidiu aumentar os juros. Mas não era isso que se queria evitar? Dilma havia dito que o PSDB plantava “dificuldades para colher juros”. E agora?

Por fim, surge a informação de que o governo prepara um pacote com redução de gastos públicos para a semana que vem. Na campanha, Dilma disse que os tucanos só sabiam cortar, e que ela faria diferente. A presidente parece não ter percebido que os dizeres contam e que o preço de afirmar uma coisa e fazer outra é muito maior do que parece.

ANDRÉ SINGER escreve aos sábados nesta coluna.

 

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

85 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. O Banco Central não tem sua

    O Banco Central não tem sua independência operacional (não está em lei, como Marina queria), para determinar a taxa de juros?

    Foi um aumento de 0,25. Pequeno, portanto. Eu não concordo com o aumento, mas dizer que por causa disso a Dilma está fazendo o mesmo que um eventual governo Aécio, com Armínio “45%” Fraga comandando a economia, não é um certo (grande) exagero?

    Quanto a redução de gastos, todo mundo sabia que viria. São duas as principais questões: qual o tamanho do corte e onde ele será feito. Certamente isso também difere bastante o governo Dilma de um hipotético governo Aécio.

  2. Digamos que o mais importante

    Digamos que o mais importante agora é estarmos livres da venda do nosso patriônio, de não termos um presidente com ideias favoráveis aos ricos e prejudiciais aos pobres, enquanto os programas sociais não sofrerão interrupções, e que medidas impopulares não precisam ser tomadas, a não ser as pontuais, como as citadas. Por fim, faz parte da política a contradição. 

    1. para os crentes

      deus te ouça.depois de FHC,marina,romario,paulo guiraldelli junior ter virado a casaca tenho ficado mais pessimista ainda. erundina ainda esta confusa,suplicy é manso demais,dirceu e genuino nocauteados,jose eduardo cardoso que era um grande deputado mas como ministro que decepçao.resta ainda a esperença que nao se perca no caminho lula,dilma,requiao,ciro e cid gomes,tarso genro,nassif,paulo h amorim,paulo moreira leite,franklin martins,singer e muitos outros.mas é certo que se a batalha  nao esta ao nosso favor (ao nosso brasil como um todo).

  3. Cedo para o Singer palpitar

    Mal começou a primeira semana depois das eleições e o Singer esquece que o novo mandato, a rigor, começa no 01 de janeiro de 2015.

    Dilma deve seguir o ritmo que ela achar e, um bom começo será dar poucos ouvidos a estes  palpiteiros do PIG. 

    1. fatos

      como dizem contra fatos nao há argumentos(estao querendo provar o contrario)fato: os jornais e o mercado estao indicando o ministro da fazenda. fato o brasil e o mundo nao esta crescendo e aumento no brasil e queda  da taxa de juros no mundo.nao é cedo para nada o tempo nao é estatico e segue seu curso.

  4. O novo mandato é agora!

    O novo mandato começou quando ela foi declarada eleita. Dilma é sucessão da Dilma e o ‘novo’ já deveria estar sendo, no mínimo, anunciado!

    Parece que tinhamos outro ‘blefe’ arriscado!

    Quando Lula vai assumir a coordenação politica?

  5. Claro e cristalino
    Não há

    Claro e cristalino

    Não há como se buscar a “pacificação”

    Neoliberalismo é antagônico ao desenvolvimentismo

    Terceira via não deu certo com Blair e nem no discurso de Marina Silva e seus assessores econômicos que viram seus princípios desmoronarem sempre que abriam a boca

    Não há como se buscar a “pacificação”

    O discurso de Aloysio Nunes logo após a vitória de Dilma e a ação de recontagem de votos provam isso.

  6. André Singer faz confusão

    André Singer faz confusão entre um Banco Central Independente e com independência operacional,no segundo,em caso de forte antagonismo com a política de governo,a presidenta pode trocar o presidente do Banco Central,o que não ocorreria na primeira opção.

    Também citar o aumento da taxa de juros logo após as eleições,da forma como fez,dá a entender que trata-se de um golpismo eleitoral,como se TODAS as reuniões do COPOM não estivessem agendadas desde o início do ano e,aumentar a taxa de juros,embora não desejável,foi uma forma correta de desestabilizar um pouco o clima golpista que se tenta impor ao país após 12 anos de derrotas consecutivas da mídia porca deste país.

    Quanto ao nome “de mercado”,bem,neste caso,a especulação é da mídia,a presidenta não definiu ainda quem será e,se for do mercado não significará que estará alinhado ao mercado porque a política econômica é uma política de governo e foi esta política de governo,da presidenta Dilma que ganhou as eleições e nào o contrário.

    De qualquer forma,André Singer sabe muito bem que o governo se julga pelo resultado do conjunto das ações e não por atos individualizados,estes,fazem parte da campanha eleitoral.

  7. Os desafios na área

    Os desafios na área econômica, como o próprio Nassif vem comentando, são complexos. Dilma terá que escolher um ministro da fazenda com muita capacidade, pois ela não tem capacidade intelectual de entender essa complexidade. Ela é voluntariosa e honesta, mas, intelectualmente falando, deve estar um pouco acima só do Figueiredo. 

    1. Audácia espantosa da troll

      Realmente, quem tem capacidade intelectual de entender essa complexicade é a Jo Lima. Francamente. Seria falta de senso de ridículo se isso viesse de um comentarista real. Mas é só um(a) troll querendo jogar lama na imagem da Dilma. 

    1. Vai  perder  apoio de boa

      Vai  perder  apoio de boa parte da militância, menos dos comentaristas daqui, que apoiam acriticamente tudo o que o governo faz.

      Aliás, como  está o processo que Dilma disse que iria mover contra a revista Veja?  Não se fala mais nisso. Por quê?

        1. Tire o Brizola dessa

          Tire o Brizola dessa história. Ele nunca deu mole para o PIG nem para o mercado financeiro.

           

          E quanto à  militância, esta contribuiu enormemente (junto com os blogs “sujos”) para a Vitória de Dilma. Sem eles a mentira teria prevalecido e Aécio teria ganho. 

    2. ”  mas escreve de vez em

      ”  mas escreve de vez em quando, a convite.”

      Errado. Sua coluna é fixa e escreve em pgn nobre do jornal( 2,  vertical)

        E faz tempo…muito tempo…

       

    3. Acho q o problema nem está em perder o apoio da militância, Ning

      Porque a militância nao vai deixar de tentar evitar a volta da Direita. O problema está em deixar a militância sem argumentos… Taí, todo mundo critica o império dos marqueteiros, mas gostaria que a Dilma ouvisse o Joao Santana agora. Questoes simbólicas sao importantes!  Acho que é disso que o Singer fala quando fala de sinais trocados. Mas tb acho que ele está se antecipando (o que talvez seja necessário, para evitar o que está antecipando…). 

      1. “Questões simbólicas são

        “Questões simbólicas são importantes” sim, mas (que jeito?) para os 2 lados, só que vindo uma mesg. p/ mercado, falta a de cá, que esperemos venha depois dos mais que merecidos dias de folga. 

  8. Sem ilusões

    Já é tempo de parar se iludir: Dilma mentiu a campanha inteira e seu governo será tão ou mais neoliberal do seria o de Aecio, na medida em que ambos são representantes do mesmo “projeto”, novo silogismo para designar o quanto os bancos vão mandar.

  9. Chamem o Pizzolato para dirigir novamente a DIMAC do BB

    Penso que a Dilma, para ter alguma chance nesse segundo mandato, deveria reeditar o mensalão e autorizar que os membros do partido dela paguem milhões de reais aos líderes da base aliada, como fizeram antes. Dessa vez, será ainda mais necessário. A má vontade com esse governo é muito grande e no próximo parlamento, será maior ainda.

    Um mensalão II pode ser a úica saída. Como todos sabem, não é corrupção. Chamem o Pizzolato novamente para liberar o dinheiro da Cielo (antiga Visanet) e encontrem outro Marcos Valério.

    A justiça italiana, que não tem moral nem força para combater a máfia que domina aquele país, disse que o STF é um “tribunal de exceção” ou algo parecido com isso. A justiça de um país dominado pela máfia, como todo mundo sabe, por meio de uma corte local que deve julgar uma extradição a cada morte de um bispo hehe,  que é piada no cenário internacional enquanto país não sério, teve a capacidade de dizer que o Supremo Tribunal Federal brasileiro era algo parecido com um tribunal de exceção ou que não respeitou os direitos mínimos de defesa do Pizzolato.

    Como muita gente da esquerda pelega governista concorda com isso, sugiro ao Singer e aos seus leitores que comecem a pensar em trazer o “honesto” e “injustiçado” Pizzolato para o Brasil para que ele ocupe um cargo importante na diretoria do Banco do Brasil ou da Caixa Econômica Federal, quem sabe, e, dessa forma, os pagamentos milionários aos líderes da base aliada sejam mais uma vez realizados.

    Dessa forma, o governo Dilma no segundo mandato poderá ter alguma chance. Tudo dentro da mais completa legalidade e moralidade, como todos vocês sabem. Afinal, o mensalão é uma bobagem. Qual o problema de membros do partido ou ministros de Estado tramarem um esquema de pagamento de verbas milionárias aos líderes da base aliada? Nenhum, é claro. Tudo dentro da lei, da Constituição Federal

    A justiça italiana, por meio de juízes do mais alto gabarito que compõem uma corte genuinamente técnica como a de Bolonha, capital mundial do direito, acostumados a discutirem lides como a do vendedor de presunto da esquina versus o mafioso de plantão que queria extorqui-lo, cujos juízes são eminentes constitucionalistas e superam e muito os juízes do STF, já disse isso. O STF é um antro de golpistas e que não sabe nada de direitos humanos e de probidade administrativa.Quem sabe mesmo é a corte de Bolonha, detentora de conhecimento universal em seu provincianismo sem limites.

    Se Dilma fizer isso, terá tranquilidade no parlamento e poderá fazer um bom governo. Sou favorável ao mensalão II, reeditando a exitosa “política” que garantiu a hegemonia no parlamento durante o Governo Lula.

     

    1. Não precisa trazer Pizzolato,

      Não precisa trazer Pizzolato, basta chamar qualquer imbecil demo-tucano daqui de dentro do Brasil mesmo, porque em matéria de rapinagem são catedráticos. E podem também nomear o Argolo como ministro da justiça, porque este tem mais certezas do que o finado (moralmente) joaquim barbosa. Só não sei se o Argolo também costuma bater em sua mulher.

      1. Acho mais

        Que ele aguarda é a vaga do Supremo do Barbosa para ele. Afinal, na concepção do bicudo, que depois da derrota vergonhosa (pela falta de ética tucana, mentiras e golpes baixos nesta eleição como a mentirosa capa da veja, manipulação de pesquisas fajutas e propagação de assassinatos fajutos) deve achar que vaga tucana deve ser oferecida para outro tucano.

      2. É verdade, não precisa ser o Pizzolato

        Dilma poderia arrumar um novo Pizzolato a qualquer momento ao estalar dos dedos. Sou favorável a um mensalão II, com inovações. Por exemplo, o novo esquema de distribuição de milhões de reais não poderia ficar limitado ao legislativo. Teria que chegar até o STF e ao STJ também, dominando o judiciário.

        O “PIG” (sic) ficaria isolado. Seria uma estratégia perfeita. Só temo um pouco por alguns setores da blogosfera, que perderiam em importância e o “troco” que é distribuído periodicamente, ao que tudo indica.

        Sobre a minha indicação ao cargo de ministro da justiça, agradeço a deferência, mas creio que não seria possível a indicação, muito menos a aceitação de minha parte. Além de não costumar bater em mulher, o que nunca foi problema para o governo dominado pelos mensaleiros, vide a indicação feita por Lula de Joaquim Barbosa para o STF, pessoa que vc deu a entender que “costuma” bater em mulher, o principal motivo para o meu preterimento é que os mensaleiros só gostam de trabalhar com os membros da patota, sedentos pelo poder que são. Como eu não sou da patota, não costumo bater em mulher e tenho algumas dúvidas se vale a pena deixar a advocacia para alçar vôos num governo mensaleiro, preferiria não aceitar.

        Por esses critérios, creio que vossa senhoria teria melhores credenciais do que eu para assumir o cargo de ministro da justiça. Minha dúvida é também a tua: só não sei se você costuma bater na tua mulher. O resto parece estar dentro dos conformes.

        1. Argolo, pare de trollar o blog
          Encontre algo melhor pra fazer do que nos insultar.
          Vc já demonstrou ser capaz.
          Procure uma turma que o aceite, quem sabe no Globo News.
          Ou fique aqui comportadinho no seu canto.
          Ou vou começar a seguir um conselheiro do seu mestre Olavo de Carvalho, que recomenda mandar esquerdistas tomarem no órgão excretor traseiro.
          Deixe a soberba, arrogância e prepotência em casa, ok?

          1. O espaço é livre para a manifestação de opinião

            Estou exercendo a liberdade de expressão e indicando que Dilma deveria editar o mensalão II, sucesso de público e crítica entre a esquerda governista que idolatra Pizzolato e outros mensaleiros.

            Qual o problema com essa opinião? Você discorda do mensalão, aquela coisa exemplar em termos de legalidade e correção ética-moral?

        2. Faltou às aulas de gramática, Argolo?

          Argolo, se resolver aceitar a indicação, antes da assunção a tão elevado cargo, faz-se urgente que atualize o tirocínio em gramática, homem!

          Observe que “derrapada” gramatical foi cometida por tão versado “jurista”:

          “Por esses critérios, creio que vossa senhoria teria melhores credenciais do que eu para assumir o cargo de ministro da justiça. Minha dúvida é também a tua: só não sei se você costuma bater na tua mulher. O resto parece estar dentro dos conformes.”

          Constitui-se grave erro gramatical utilizar-se tratamento pessoal diverso daquele que se fez uso, inicialmente, quando se está dirigindo a palavra ao mesmo interlocutor.

          Dessa forma não seria admissível, após, utilizar vossa senhoria, que segundo, Pasquale Cipro Neto, equivale ao pronome de tratamento, você, portanto, em terceira pessoa, em seguida utilizar-se tua, que é inerente à segunda pessoa, e fechar o exercício gramatical com um terrível: não sei se você costuma bater na tua mulher.

          Vamos ver se melhora, homem!

          Nunca é tarde para buscar um aprimoramento!

          1. Nada, o texto está corretíssimo

            Comecei outro período. Eu escolho as palavras. Ele entendeu a mensagem.

            Minha dúvida continua: não sei dizer se ele costuma bater na sua mulher. Sobre o resto eu não tenho dúvidas de que ele preenche os requisitos. Defende mensaleiro, gosta de mensalão, é da patota dos que defendem mensaleiros etc. Como você também.

            O perfil é perfeito para um governo que pode editar o mensalão II como política central junto ao legislativo e ao judiciário. Com o mensalão II, o projeto de poder do PT ficará perfeito. Dilma deve implantar logo no primeiro dia do seu segundo mandato o mensalão II, agradando a patota.

            Vocês e outros da patota aplaudirão de pé, de forma esfuziante, como saltitantes cheerleaders que são de sujeitos como Pizzolato, a “honestidade” em pessoa.

          2. Ó céus, vc me obriga a defender o **** do Argolo!

            Cacilda! Critique as posiçoes dele, NAO O USO DA LÍNGUA. Isso para começar é irrelevante; depois, é elitista e preconceituoso; finalmente é manifestaçao de ignorância de quem critica! A língua real está muito afastada da codificaçao normativa contida nas gramáticas, e é exatamente no uso de pronomes e das pessoas gramaticais que isso mais se manifesta. 

          3. Dispenso veementemente a tua defesa, fake

            Vá procurar a tua turma e não me defenda nunca. Desprezo vc e tudo o que vc representa. Passar bem.

          4. Tô me lixando para vc; mas nao p/ a manifestaçao de preconceitos

            A questao nao é a de te defender, mas a de me opor à manifestaçao de preconceito linguístico, que é um preconceito tao grave quanto qualquer outro. Vc por mim pode ir para o quinto dos infernos. Passe bem. 

          5. Vou nada para o “quinto dos infernos”

            Prefiro ficar por aqui e defender a implantação do mensalão II. Vou mandar um email para a presidência da república, argumentando em prol do mensalão II e a necessidade de expandir a distribuição de milhões de reais, além do legislativo, também para o STF, evitando problema com a justiça e aproveitando o fato do PT, até 2016, indicar 10 dos 11 ministros (provaelmente, mais um pastor bronzeado pelo Sol do deserto, os quais somarão cinco, com os quatro que lá já estão). Em reforço aos meus argumentos para convencer Dilma sobre a validade do mensalão II, citarei os nomes dos comentaristas deste blog que apoiam loucamente o mensalão. Você será logo a primeira da lista.

    2. O senhor está exagerando!

      O PT não é composto de santos, assim como qualquer partido, mas essa ladainha de ‘tudo corrupto, ladrão’ já passou de qualquer limite, mesmo porque anti petistas ferrenhos, qualificados e com opiniões respeitadas (e fundamentadas) em todos os lados já se manifestaram:

      “Dirceu foi condenado sem provas, diz Ives Gandra” (folha)

      http://goo.gl/MDafyt

      “O STF aceitou julgar o mensalão sem ter competência constitucional, diz Dalmo Dallari – 11/12/13”

      [video:http://www.youtube.com/watch?v=Pwl4HaFJrDg#t=82%5D

      Pesquise mais e atualize-se.

        1. COMENTÁRIO MATA-BURRO OU TRANCA-QUADRÚPEDE

          COMENTÁRIO MATA-BURRO OU TRANCA-QUADRÚPEDE

          O presente comentário impede a edição do comentário acima, de autoria do confesso Quadrúpede do Blog. O comentário citado é reproduzido na imagem abaixo para suprir sua eventual exclusão.

          1. Comentário de maluco hehehehe

            Os culpados continuaram culpados, tanto que estão cumprindo pena, retardado.

            Continuaram, o verbo está conjugado de forma correta, pretérito mais-que-perfeito.

            Veja a conjugação, analfa: http://www.conjuga-me.net/verbo-continuar

            Quando o cara é burro é freud hehehe

            Nada mudou. O inquérito 2474 não inocenta ninguém. Peça para os mensaleiros entrarem com uma revisão criminal no STF dizendo que o inquérito 2474 é a “prova escondida” que comprova que eles são inocentes para vc ver o que vai acontecer rsrs. Vão levar fumo rsrs.

                                               

             

          2. PARA QUEM DUVIDAVA, O QUADRÚPEDE DO BLOG RELINCHA MAIS UMA VEZ

            PARA QUEM DUVIDAVA, O QUADRÚPEDE DO BLOG RELINCHA MAIS UMA VEZ

          3. PARA QUEM DUVIDAVA, O FAKE MALUCO ATACA NOVAMENTE

            HAHAHAHAHAHAHAHA

            O inquérito 2474 foi liberado, aberto aos interessados, e todos os mensaleiros continuaram condenados pelos crimes cometidos no mensalão. Continuaram cumprindo pena e continuaram tão culpados como antes.

            Qual a diferença? A diferença é que estão mais desmoralizados do que antes hahahaha

             

          4. “Questo è il quadrupede del blog. Cosa fare?”, diria Sivelli

            “Questo è il quadrupede del blog. Cosa fare?”, diria Alessandro Sivelli

          5. Gente, parem de dar atençao ao Argolo. Deixem ele relinchar

            Vcs estao alimentando a doidura do cara. Às vezes é preciso responder, mas dar esse palco todo para ele nao é preciso. 

          6. Vai prô Face, onde terá

            Vai prô Face, onde terá muitos fãs, se é isto o que procura com seus comentários. Ainda em campanha??????

             

  10. Para o BACEN, João Sicsú

    Totalmente corretas as preocupações de André Singer

    De fato existe uma grande oportunidade para romper definitivamente com o mercado financeiro, principalmente considerando o desenvolvimento da atual campanha eleitoral, primeiro no combate a tese da independência do BACEN e ao apoio do Itaú, e depois no combate a volta do neoliberalismo econômico, do FMI, da recessão e do desemprego representado pela figura de Armínio Fraga.

    Precisamos aguardar a definição do Governo do segundo mandato da Presidenta Dilma Rousseff, mas as sinalizações são deveras preocupantes.

    De fato em nada difere um banqueiro do Bradesco de um banqueiro do Itaú, apenas o nome, nada mais do que isso,

    Também não me recordo de um processo de elevação dos juros da Selic que tenha sido realizado de uma única vez, ou em apenas uma reunião, em geral é um processo que leva pelo menos quatro reuniões não menos do que isso.

    Mas como estamos na definição dos nomes para o segundo mandato, talvez tenha sido uma atitude para impor um processo de aumentos de juros da Selic, caso o atual presidente do BACEN seja trocado no próximo mandato.

    De minha parte não tenho um nome para o Ministério da Fazenda, dificilmente será encontrado alguém melhor do que o Ministro Guido Mantega, melhor seria em caso de mudança buscar uma indicação do próprio Ministro Guido Mantega.

    Já para o BACEN prefiro o João Sicsú,  que já demonstrou inúmeras vezes a necessidade de ajustar a taxa de câmbio,  reduzir consideravelmente o custo da rolagem da dívida pública, o custo de carregamento das Reservas Cambiais. e a eliminação do diferencial de juros.

     

    1. Roberto, o melhor seria para

      Roberto, o melhor seria para a fazenda, o Nelson Barbosa, ex-secretário executivo do Ministério da fazenda e o João Sicsú para o Bacen.

  11. Iludidos

    Chega a dar pena a desilusão de voces com a Santa Dilma, já na primeira semana pós-eleição,

    Impressioanante, levando em consideração a cega defesa de tudo que ela dizia ou fazia.

    Antes disso, é claro, pena maior de nosso País!

  12. Não sei por que discutir política de forma ortodoxa

    Com uma saída heterodoxa genial como um mensalão II, logo ali à disposição, o que Dilma está esperando? É só soltar os milhões de reais no legislativo e no judiciário e tudo se resolve.

    O resto deixem com a tropa de choque presente em alguns setores da blogosfera, o que será feito a menor custo do que antes. O “PIG” ficará isolado e o segundo mandato de Dilma será um sucesso, bem melhor do que o fiasco que foi o primeiro.

    Tudo isso com a vantagem do mensalão II ser completamente legal e constitucional, um exemplo de política que respeita a moralidade administrativa e as instituições democráticas. Com o mensalão II, ninguém segura Dilma no segundo mandato.

    😀

    1. Por que?

      Argolo, não entendo o motivo de você querer rebaixar o nível do debate, batendo na mesma tecla. Você é mais inteligente do que isso, já comprovou com sua argumentação sólida (com a qual pode-se ou não concordar) nas questões jurídicas, em particular no julgamento do mensalão.

      É uma pena…

      1. Como assim rebaixar o nível do debate?

        O mensalão não foi nada demais, tanto que ontem aqui estavam comemorando de forma esfuziante a decisão da justiça italiana sobre o pedido de extradição de Pizzolato.

        Ora, se é assim, qual o problema de sugerir que o segundo mandato de Dilma trabalhe com um mensalão II?

        Contraditório, não? Se não houve nada demais no mensalão original, não haverá também no mensalão II, isso me parece lógico. Basta repetir o procedimento, basicamente arrumar dinheiro junto a estatais (a Petrobras servirá para isso também) e distribuir no legislativo e, quem sabe, no judiciário. Pronto, todos os problemas políticos do segundo mandato de Dilma estarão resolvidos.

        Os defensores do primeiro mensalão se sentirão contemplados.

      2. Derrota

        Eu entendo o Argolo.

        Ele, coitado, sofre com a derrota.

        Derrota em política dói mais do que dor-de-cotovelo.

        E leva um tempão p’ra passar.

        Ele não se conforma. Fica procurando o TSE para discutir a relação.

        A ex acaba dando um ultimato  á Justiça para dar-lhe um cartão vermelho em definitivo.

        Mas, ele insiste, perde a cabeça, chama até o Ricardão, ou melhor dizendo o Pizzolato, para servir de testemunha sobre as suas renovadas boas intenções.

        Fica nostálgico e, aí, apela para os bons tempos do mensalão, quando ele podía mentir à vontade usando a boca excretora do Joaquinzão.

  13. Parece-me que Singer chama a

    Parece-me que Singer chama a atenção para algo fundamental: a disputa simbólica em torno das melhores alternativas para o país do ponto de vista da supressão das desigualdades sociais e do fortalecimeno de um Estado falido como provedor de serviços públicos de alta qualidade; e que precisa reerguer-se. Entendo também que o alerta feito por André Singer deveria ser escutado com a devida atenção pelos comandantes do PT na medida em que este partido, isto ouvi esta semana da boca do deputado Arlindo Chinaglia, que o PT abriu mão da disputa ideológica. Inteiramente certo. Abriu mão da disputa simbólica. No último Congresso do partido a questão da Cultura foi tratada como nota de pé de página. Ao acenar com a disputa ideológica no momento eleitoral e trocar de sinais no dia seguinte às eleições, a presidente petista embaralha o jogo. Pra que falar em Banco Central Independente se o ministro da Fazenda pode ser o presidente do Bradesco?

    Enfim, como sair desta armadilha de gerir o capitalismo brasileiro – dominado pelo financismo, como de resto em todo lugar – e criar um país justo, com a supressão das desigualdades sociais? É mais do que sabido que este não é o projeto e não é o interesse do mercado. Portanto a luta de classes que parecia obnubilada pela capacidade negociadora de Lula está aqui a bater nas nossas portas e a trazer revelações. A palavra tem poder.

     

  14. A falta que uma agenda faz…

    Estamos viciados, dependentes, de uma forma de fazer politica traiçoeira, confiando em nomes e partidos. Deveríamos superar isso e começar a fazer politica com foco em agendas.

    O que interessa para a sociedade não é qual candidato ou partido “ganhe” as eleições, interessa-nos saber qual agenda será posta em prática, quais objetivos serão perseguidos, quais as prioridades do novo governo.

    Nessa eleição tivemos basicamente um fla-flu entre nomes e partidos, temperado com um minimo de ideologia, o suficente apenas para destilar o ódio e o preconceito indispensáveis para mobilizar o eleitorado numa direção ou noutra.

    O resultado aí está. Ganha um candidato mas quem leva é a agenda do outro.

    Se não nos educarmos para perseguir metas concretas, encarar o pais como um imenso empreendimento coletivo carente de planejamento estratégico e lideranças com mandato fortemente comprometido a implantar esse planejamento, não sairemos do atoleiro em que nos metemos.

    Uma agenda mínima, 3 ou 5 pontos que todo brasileiro saiba de cor, para pelo menos termos noção da direção em que caminhamos. Seria pedir demais?

  15. O Futuro

    André, você realmente acredita que a Dilma passou a defender os banqueiros açambarcadores?

    Se sim, você me decepicionou.

    Agora, que ela colocou a pulga atrás da orelha deles dando este drible na imprensa e no povo desinformado ela pôs.

    Vamos ter de dialogar com os donos do poder, mas as condições não serão impostas por eles.

    Eu adoro uma mesa de negociação onde interesses antagônicos cedem e ganham.

    O Brasil já fez a jogada certa, à banca sobrou o choro dos perdedores nesta.

      1. Você já viu algum banco no mundo reclamar de quebra de caixa?

        São dissimulados como polvos. Mas que choram, choram e reagem de forma pérfida e sorrateira, mas nessa ficaram para trás.

        Chora nenê.

        Na verdade não fui só eu que estranhou a participação desinibida, abusada e prepotente de banqueiros e seus prepostos nesta campanha, com certeza a derrota não estava nos planos. A bala de prata que os derrubou, derrubou para valer.

  16. O André Singer tem razão, até

    O André Singer tem razão, até por questões práticas. P. ex., alguém duvida que novos e mais fortes mensalões petrolões nos esperam na próxima esquina?  Quem irá defender o governo nessa refrega mais do que provável? Os mercados? O PMDB? A mídia???

    Essa historia de usar a militância como uma “ferramenta estatégica” que pode ser guardada no armário depois de ser usada e só acionada de novo nas próximas eleições é uma ilusão tecnocrática que pode custar muito caro para Dilma e o PT. Quando reabrirem o armário, não irão achar o que procuram…. 

  17. política é diálogo
    acho

    política é diálogo

    acho prematura qualquer avaliação depois de cinco dias da eleição.

    o segundo mandato começa em janeiro,

    embora pareça óbvia a continuidade.

     

  18. Que saco

    So podia ser mesmo na Folha de São Paulo … acreditar que Dilma é igual  a Aecio. Tô cansada dessa malandragem tacanha desse jornal. Agora é jogar Dilma contra seu eleitorado mais a esquerda. Como se tudo que estav em jogo se reduzisse a isso. Que saco meu deus …

  19. “Encerrada a contenda, no

    “Encerrada a contenda, no entanto, começaram a proliferar informações contraditórias a respeito das escolhas cruciais a serem feitas pela ex-jovem heroína.”

    Encerrada a contenda? O PSDB e seu também alidado BC continuam o trabalho sujo do mercado financeiro (beneficiar os rentístas).

    Os economistas premeditam artificialmente discussões de probabilidade, através de toda mídia. A lavagem cerebral não pára; o país não consegue mais repousar em paz!

    Eles influenciam a definição, por exemplo, do aumento da inflação e juros que carecem de designação (como uma lavagem cerebral da integralidade); e assim precisará haver um aumento programado de preços em geral; a relação composta do dinheiro é juros, e o custo financeiro para o governo.

    BC: entre juros e aumento de preços quem vencerá o primeiro deles?

    Precisamos renomear considerações que se fazem um tanto soltas: o nome verdadeiro de Déficit Público é Divida de Alienação intelectual, senão criminosa dos economistas. 

    Nesta questão não há fatos. Só há alienação conectiva da integridade dos componentes da economia (aumento de preços e de juros) devido a impossibilidade de equiparar seus próprios significados-estimulos. Não fazem sentido algum.

    O quê estamos querendo reconstruir? A divida dos titulos públicos ou o país…

     

  20. Doença infantil

    O André Singer está sofrendo da doença infantil do comunismo: o esquerdismo.

    Quando Dilma, na campanha eleitoral, se referiu a não elevar os juros, ela estava dando uma resposta a proposta de Armínio Fraga de realizar uma ” brusca e altíssima elevação da taxa juros” (choque de juros) para provocar um ajuste recessivo, trazendo a taxa de desemprego para 15%, visando alcançar uma taxa de inflação de 3% a.a.

    Nada a ver com uma elevação gradual da taxa de juros de 0,25 pontos percentuais, que busca sinalizar ao “mercado” que o BC continua a perseguir a manutenção da taxa de inflação abaixo do limite superior (6,5%) da meta (4,5%).

    Quanto à definição do nome do novo Ministro da Fazenda, tudo, até agora, não passa de especulação. 

  21. Singer se prende ao desimportante

    Perto do mensalão II, taxas de juros, se o novo ministro da fazenda será uma pessoa do mercado e outras bobagens do mesmo grau são um nada.

    Dilma deve implantar o mensalão II no segundo mandato e todos os defensores dos mensaleiros se sentirão contemplados.

    Aí sim, o segundo mandato de Dilma será um sucesso, inclusive no que diz respeito ao trato da coisa pública, ao respeito às leis e à moralidade administrativa.

    Sou favorável ao mensalão II, sem dúvida. Será inclusive uma forma de celebrar a função essencial dos mensaleiros originais no primeiro mandato do Governo Lula. A ratificação da legitimidade e da lisura da conduta dos mensaleiros originais.

    1. Tentando pôr o próprio texto, nao sei se sairá inteiro

      Nao concordo com tudo, mas é uma boa reflexao, e bem em cima do nosso tópico: 

      Pena que o autor impediu o copiar e colar. Nao deseja que suas idéias sejam retransmitidas, pena (e falta de visao…).  

        

       4

        1. Entao vou pôr o texto aqui, facilitando a leitura

          (Nao repeti o título, porque nao dá para copiar, abre de novo o tópico)

          Governo Dilma deverá dar ‘conta de dívidas políticas’. Mais uma eleição sob as atuais condições de exaustão do modelo de governança poderá ser fatal para o PT

           
          por Ricardo Cavalcanti-Schiel, especial para RBA publicado 28/10/2014 17:21 
           

          reproducao
          plebiscito

          Oito milhões de assinaturas da consulta popular por um plebiscito de reforma política: grito nos ouvidos do governo

           

           

           

          Há dois anos, os analistas políticos no Brasil estavam em consenso de que a direita não apenas não tinha mais qualquer condição de pautar a agenda política, como havia perdido qualquer discurso que pudesse soar como legítimo e verossímil. Os anos de governo do PT teriam conseguido estabelecer uma hegemonia discursiva com a qual o campo das proposições políticas estava, mal ou bem, demarcado, e que os adversários à direita só poderiam jogar dentro dele. E para perder.

           

          Era assim, até que irromperam as jornadas de junho de 2013 e, com elas, a insinuação bastante contundente de que a tal hegemonia discursiva havia, na verdade, varrido muita coisa para debaixo do tapete; coisas que a mansa e aletargada burocratização da política sob a (às vezes, bastante presunçosa) corte petista não tinha como explicar, senão recorrendo ao velho funcionalismo psicologicista (liberal e utilitarista) da pirâmide das necessidades de Maslow: “É a nova classe média querendo mais coisas”. O mito do bem-estar social reduzido ao critério do consumo (de modo idêntico ao que o neoliberalismo havia feito em bem mais larga escala e profundidade na Europa) parecia agora engolir o próprio rabo da serpente hegemônica.

           

          Dois anos depois daquele consenso anunciado, o campo progressista correu o risco iminente de ser derrotado na eleição presidencial, amargou um notável fiasco nas eleições majoritárias dos estados e foi posto efetivamente contra a parede nas eleições legislativas. No entanto, o processo eleitoral de 2014 não representou necessariamente a ressurreição de uma agenda política da direita.

           

          A campanha presidencial, do lado da direita, não foi, na verdade, uma campanha propositiva. Ela moveu-se apenas pelo fôlego de uma histeria condenatória contra um adversário que precisava ser demonizado até os limites do núcleo neuronal reptiliano da Guerra Fria – senão antes: ao da Guerra Civil Espanhola. Pelo contrário, a direita, tanto com a candidatura de Aécio Neves quanto com a de Marina Silva (talvez até mais com a segunda), escondeu (e até mesmo sonegou) o quanto pôde as “reais intenções” regulatórias e até as travestiu com a promessa de manutenção dos programas sociais dos governos petistas.

           

          O farto uso, até o último momento, de expedientes bombásticos pela grande mídia, pautados pelo timing do primeiro impacto – e não pela tática de efeito profundo da “desconstrução”, essa, sim, utilizada pelo PT – foi apenas mais um sintoma de que não apenas a direita não tinha nada a propor com ambição à legitimidade como também que parecia mover-se, antes de mais nada, por um instinto agonístico. A direita pretendeu ganhar a eleição presidencial (talvez pensando em repetir a receita de 1989) com jogo de cena, o que incluiu o recurso retórico da “nova política”, nem tanto com um programa de ideias.

           

          A hegemonia da discursividade política ainda está com o campo progressista. Isso significa que, mesmo que Aécio Neves ganhasse, iria governar em um campo simbólico previamente demarcado pelo adversário e todo o sucesso do trabalho político seria medido pela capacidade de desconstruí-lo, e não apenas de acossá-lo, como buscou fazer em campanha.

           

          A diferença agora, no entanto, é que essa hegemonia progressista se tornou uma hegemonia sob escrutínio, sobretudo frente à aparente fragilidade demonstrada diante de todo o “jogo de cena” das forças conservadoras, especialmente eficaz nas eleições legislativas. A pergunta é, portanto: por que o ideário do petismo-no-poder mostrou-se subitamente frágil? A resposta para isso parece estar exatamente naquilo que foi varrido para debaixo do tapete.

           

          Em um artigo recente, tentei explorar alguns movimentos um pouco mais profundos dos embates pela legitimação dos discursos políticos e as contingências institucionais e, em face desses movimentos, vejo-me obrigado a concordar com os comentaristas que consideram que o modelo de governança dos 12 anos do PT no governo federal esgotou-se.

           

          O encastelamento palaciano da burocracia partidária, o abandono do diálogo com os movimentos sociais em favor das soluções tecnocráticas, a timidez em ampliar os espaços institucionais de participação, o acomodamento ao jogo de corte da governabilidade esvaziaram o sentido daquilo que outrora já foi chamado de militância. A ação política petista passou a desprezar sistematicamente a participação e tornou-se dependente do marketing em terreno hostil. Não se combate em terreno hostil, senão sob condições desesperadoras. O resultado é, irremediavelmente, a fragilidade, senão a derrota.

           

          Até bem recentemente, Dilma Rousseff não parecia ter-se dado conta do que havia sido varrido para debaixo do tapete nesses 12 anos. Talvez só tenha começado a percebê-lo quando lhe foram apresentadas as quase 8 milhões de assinaturas da consulta popular por um plebiscito de reforma política, uma iniciativa que ela reconheceu impraticável pelos meios palacianos. E talvez só tenha se dado conta com mais intensidade diante da necessidade premente, quase desesperadora, da campanha petista em agregar quadros militantes dos movimentos sociais.

           

          Os canais com alguns setores, no entanto, permanecem singelamente obstruídos, como o caso daqueles que chegam até ambientalistas e indigenistas. Neste último caso, apenas três dias antes da eleição do segundo turno o site oficial de campanha dignou-se a emitir uma declaração, tardia e quase inócua, da posição da candidata contra o famigerado Projeto de Emenda à Constituição (PEC) 215 patrocinado pela bancada ruralista, que retira do Executivo e transfere ao Congresso a competência pela demarcação das terras indígenas. A declaração, dirigida aos “primeiros brasileiros”, parecia enquadrá-los sob o rótulo de um certo exotismo nacionalista, em lugar de sufragar-lhes os direitos coletivos que também cabem a outras comunidades brasileiras sistematicamente atucanadas por interesses fundiários predatórios.

           

          Em linhas gerais, o desenvolvimentismo raso e tecnocrático parece conspirar por uma espécie de poda da cidadania em favor de índices infraestruturais sobredeterminantes, ditados por uma razão econômica obscura e autonomizada. O que ele faz é abortar o grande debate possível e necessário sobre a sociedade que queremos: aquela regida pela lógica do ganho e da predação, ou aquela regida pela solidariedade e pela sustentabilidade.

           

          Os quatro anos que se seguem de governo Dilma não terão alternativa senão dar conta dessas dívidas políticas, porque mais uma eleição sob as atuais condições de exaustão desse modelo de governança poderá ser fatal para o Partido dos Trabalhadores. Nesse sentido, os próximos quatro anos de governo federal poderão significar, ou o epílogo da história política do PT – e a transformação em algo como o PS francês ou o PSOE espanhol – ou então o renascimento do campo progressista, com um novo fôlego, capaz de fazer frente e até mesmo fincar trincheiras no território hostil hoje dominado por uma indústria midiática, cuja legitimidade parece agora, também ela, dar os primeiros sinais decisivos de exaustão. 

           

          1. Ok, agora sou eu que gostaria de saber, Anarquista: com que pontos exatamente você não concorda e por que?

          2. Tentando responder por alto

            Nao vou fazer uma análise detalhada, tá? Tá cerca de 40 graus no Rio, rs, tô sem energia. 

            Gostei da REFLEXAO. Mas ao mesmo tempo estou sem muita paciência para tanta gente querendo ensinar a Dilma a governar. Mal saímos da eleiçao, a mulher precisa de descanso depois dessa brabeira toda (ela tem a minha idade; sei o que isso significa…), e tá todo mundo querendo empurrar a sua própria agenda para cima dela, começando pelo PIG, mas passando pelo Nassif, por uma dúzia de cientistas sociais cada um mais prepotente que o outro com suas análises, e pela esquerda.

            Tb torço por uma agenda, claro (sobretudo peitar a mídia; se só isso fosse feito, já estaria feliz), mas acho que antes de começar a criticar é preciso esperar para ver o caminho que ela vai tomar. Do jeito que alguns tópicos aqui falam — respaldados ainda por cima por dezenas de comentaristas nao cadastrados novos, que nunca apareceram por aqui antes … — parece que o governo dela foi um fracasso total, que estamos à beira do abismo, etc.

            Nao creio nisso. Nao entendo de Economia, é bem possível que medidas diferentes precisem ser tomadas, mas nao acho que estejamos à beira do abismo. Os recursos do pré-sal começam a entrar, tb os resultados dos investimentos feitos em infra-estrutura. As condiçoes sociais da populaçao até agora foram defendidas, nao temos desemprego. Os serviços sociais têm melhorado, pelo menos em saúde. 

            Ganhamos a eleiçao, nao a perdemos. Com dificuldade sim, mas contra uma mídia indecente e todo o capital desse país. Pela primeira vez até o PSOL entendeu a necessidade de defender esse governo, o que foi uma coisa ótima, a meu ver. Estou torcendo para que eles se mantenham nessa atitude, de apoio crítico. Nao precisam e nem devem apoiar tudo. É interessante para a própria Dilma e o próprio PT ter gente à esquerda deles dizendo coisas que eles nao podem dizer por causa das alianças e do peso de ter que governar. O PSOL está livre desses compromissos, é bem fácil assim, nao?  

            Enfim, nao entrei no conteúdo do próprio artigo, mas deu para me fazer entender, nao? 

          3. Anarquista mais mais mais que

            Anarquista mais mais mais que lúcida,  seus comentários sempre enriquecem. Oxalá a Presidenta tivesse tempo e interesse em lê-los.

          4. Preliminares

            Alguns pontos prévios ao debate talvez sejam interessantes:

            1. A Dilma pode ser uma pessoa, mas a representação política não é. Não vão ser as atávicas compulsões ibéricas que agora vão nos OBRIGAR a confundir instutucionalidade com pessoalidade.

            2. Como espero ter ficado claro na argumentação do meu texto, o debate que foi varrido para debaixo do tapete durante a ascenção do lulismo é uma urgência de anteontem e não uma pauta para ser discutida depois-de-amanhã. Se o PT empurar isso com a barriga um pouquinho mais poderá ter assinado sua sentença de morte. O tempo realmente ruge como um leão feroz.

          5. Bom, tentando responder

            1) Nao creio ter confundido a representaçao política com uma pessoa. A única coisa “pessoal” a que me referi foi a idade da Dilma. Bom, a representaçao política pode nao ser uma pessoa, mas se incarna numa pessoa, que TEM LIMITAÇOES como todo mundo. Nao acho que seja pedir demais que se dê a ela um breve tempo de descanso depois de toda a brabeira dessa eleiçao.

            2) Nao creio que 5 dias a mais façam tanta diferença assim. E o PT nao se resume a Dilma, e pode começar a levar a discussao que acha que deve.  

  22. Para bom entender, 0,25%

    Para bom entender, 0,25% basta.

    O BC mandou um recado claro a ambos os lados da contenda eleitoral, supostamente ideológica : continuamos independentes para decidir o que quisermos.

    Os recados de vem do Planalto, com baloões de ensaio contendo nomes de “ministeriáveis” são mais claros ainda, também dirigidos a ambos os lados.

    Para aqueles que acham que decidiram a eleição a favor do PT pelo viés da ideologia, ao movimentos populares e setores da esquerda organizada, o recado é claríssimo :

    “Muito obrigado por tudo, mas nós vamos em busca de eleições mais folgadas para o nosso projeto de poder, e para isso precisamos recuperar a “zona cinzenta” que nos deu tres vitórias bem mais folgadas anteriormente. À vocês, que não tem muito para onde fugir, fica a dica, se quiserem nos contestar, levem o povo para as ruas.”  

    1. Alguém ja disse:

      “Quando se controla a oferta monetaria de um pais, pouco importa quem faz as leis”.

      Pura verdade, como estamos vendo. Mas poderia ter dito também:

      “Quando se controla a comunicação de um pais, pouco importa quem faz as leis”

      Seria igualmente verdadeiro. Um pais que terceiriza a semântica para a mídia e abre mão de verbalizar seus próprios objetivos não tem muita chance de emplacar um projeto de nação.

    1. No dia que vc amarrar a minha chuteira

      Aí a gente conversa. Até lá, gordinho, vc continua a emular o “papagaio de pirata” dos meus comentários.

      PS: O cara é gordo! Gordo rsrs! E ainda se diz técnico de TI. Loser rsrs

  23. Mensalão II é a única saída contra o impeachment

    Abre o olho Dilma! Distribua dinheiro no congresso e no STF enquanto é tempo. Não é crime. É caixa 2 de campanha. A senhora sabe que caixa 2 não é crime, como dizia durante a campanha. Aproveite.

    1. Chega, Argolo.
      Perdeu a

      Chega, Argolo.

      Perdeu a graça, perdeu a relevância, está só chato agora.

      Entendo sua revolta contra quem acha que não houve crime no mensalão, mas o assunto aqui são as críticas do Singer, que vão muito além dessa sua patacoada. Se você faz absoluta questão de trollar o affair Pizzolato, pelo menos atenha-se aos posts diretamente relacionados.

      A discussão aqui é séria, é importante, e você está atrapalhando.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador