Temer deve se livrar da cassação, mas enfrentará crise em seguida, por Helena Chagas

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
 
Jornal GGN – É véspera do início de um julgamento que poderia derrubar mais um presidente. Mas a imprensa e o clima em Brasília não refletem isso. O porquê disso é simples: todos confiam que Michel Temer vai dar um jeito de se livrar da cassação no Tribunal Superior Eleitoral.
 
Mas a grande pergunta é: se livrar para que? O que espera Temer é uma natural crise de governabilidade e perda de aliados, que pode se dar de maneira mais rápida se ele não entregar as reformas que promete. Renan Calheiros (PMDB), antecipando-se a esse cenário e confiando que Temer será um fracasso na economia, já desembarca do governo. É o que diz Helena Chagas em artigo publicado nesta segunda (3).
 
Por Helena Chagas
 
O problema não é o TSE. É depois
 
Em Os Divergentes
 
Nem de longe a mídia desta segunda-feira reflete, na véspera, o clima de um julgamento em que o TSE estaria prestes a cassar a chapa presidencial vencedora em 2014, derrubar o presidente da República e etc. Não reflete porque simplesmente não vai rolar.
 
Ninguém sabe bem como, e nem por que, mas consolida-se no mundo político a avaliação de que Temer vai escapar. Seja por pedidos de vistas que vão adiando indefinidamente um desfecho, seja pela separação da chapa ou pela mudança próxima na composição do tribunal. O certo é que não há, no cenário, o obrigatório movimento de reorganização das forças políticas que precede esses momentos e estabelece um novo pacto para o futuro.
 
A pergunta que mais inquieta hoje Brasília é: escapar para quê? Ou seja, qual será o grau de governabilidade e a chance de “sucesso” do governo Temer daqui em diante. Não basta sobreviver. Tem que manter a base coesa e aprovar alguma reforma – quem sabe um pedacinho da Previdência? – para não se transformar em zumbi e chegar à eleição do ano que vem com chance de ver algum aliado ser competitivo.
 
Esse é o cálculo que os pragmáticos partidos e políticos que inventaram o impeachment fazem hoje: até quando e em que intensidade continuar apoiando um governo que ainda não conseguiu mostrar recuperação da economia e dificilmente sairá do abismo da impopularidade?
 
Renan Calheiros apressou-se e parece estar fazendo sua aposta. Pode ter sido o primeiro, mas não será o único.
Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

2 Comentários

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  1. Cada um fala algo

    Já, ainda hoje, o Walter maierovitch falou que, círculos de poder já vão dando cada evz mais certo que Gilmar Mendes vai cassar Temer e ser eelito indiretamente no lugar. Em suma, tudo pode acontecer, parece até um monte de balões de ensaio sendo soltos, ou, talvez, as negociações e acordões rolando e sendoa atulaizados minuto a minuto…

  2. Eles vão  nos comendo

    Eles vão  nos comendo devagarinho. Se não dá de um jeito arranjam outro e vão indo. De golpinho em golpinho, dentro rdo golpe que é de dentro do outro golpe  que se soma ao de onteontem e com mais o de hoje e o amnahã….

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