Temer vai ter que engolir qualquer minirreforma da Previdência, por Helena Chagas

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Foto: Agência Senado
 
Jornal GGN – Sem popularidade e com uma ação de cassação tramitando no Tribunal Superior Eleitoral, Michel Temer não está mais em condições de impor uma reforma da Previdência no estilo “top down”, sem nenhuma modificação feita pelo Congresso. Ao contrário disso: perdeu poder no Legsilativo e vai ter de engolir uma minirreforma da Previdência apenas para poder dizer que aprovou alguma coisa. Ainda que sem deixar o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, feliz. É o que conta Helena Chagas, nesta sexta (7).
 
Por Helena Chagas
 
Em Os Divergentes
 
Os mísseis de Donald Trump na Síria salvaram Michel Temer das manchetes de hoje, mas o governo vai ter que rebolar nas próximas semanas para se livrar da armadilha que criou para si mesmo. Afinal, o Planalto construiu uma narrativa que cola de tal forma a aprovação da reforma da Previdência à própria sobrevivência que vai acabar tendo que aceitar qualquer coisa que venha do Congresso e chamá-la de reforma.
 
O excesso de autoconfiança é sempre um mau conselheiro, e levou o Planalto e a equipe econômica a mandarem ao Congresso uma reforma draconiana, acompanhada pelo discurso de que não poderia sofrer maiores mudanças. Todo mundo se lembra de Henrique Meirelles dizendo que, se era para fazer uma reforma menor, melhor não fazer nada.
 
Errado: a esta altura do campeonato, qualquer reforma é melhor do que nada, e o governo vai ter que engolir a minireforminha que o Congresso resolver aprovar. Os cinco pontos nos quais o Planalto resolveu ceder são totalmente razoáveis, até porque corrigem injustiças do projeto inicial com a camada mais fragilizada da população. Mas é preciso entender que, aos ohos do Congresso, essas mudanças são apenas o início. O governo piscou, e mostrou que, com sua baixa popularidade, perdeu aquela situação em que controlava totalmente o Legislativo. A dura realidade das pesquisas se impõe.
 
Deputados e senadores com encontro marcado com as urnas no ano que vem é que vão dar as cartas da Previdência agora, e por aí já se deduz que ela será completamente  desossada. Para Michel Temer, porém, é preciso ter algo para chamar de reforma para sobreviver até lá.
 
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Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

1 Comentário

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  1. Só temum problema… e a PEC

    Só temum problema… e a PEC dos gastos ??? Sem a reforma da previdência draconiana, ela não se sustenta.

    Esse país está morto, graças ao zé povinho de merda que permitiu Temer fazer tudo isso.

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