Teoria do Tiro de Misericórdia: Por que a Globo Matou Temer e Aécio?, por Vinícius Canhoto

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Teoria do Tiro de Misericórdia: Por que a Globo Matou Temer e Aécio?

por Vinícius Canhoto

Introdução ao Tema

A pergunta que todos se fazem e até o momento ainda não foi respondida pelos fatos: “Por que a Globo, através de seu jornal, deu o tiro de misericórdia em Temer e Aécio?”. Sem dúvida, trata-se de uma pergunta intrigante porque até o momento Temer e Aécio sempre estiveram do mesmo lado da trincheira que a família Marinho. Há peças que faltam para montar este quebra-cabeça. Tentar descobrir as peças que faltam será o exercício deste texto.

Problematização

Uma peça que pode ajudar na montagem para compreendemos o quadro geral está no editorial do dia 19/05/2017 de O Globo. Neste editorial, o jornal que trouxe o escândalo a público propõe a Temer a renúncia como saída para uma queda inevitável. O jornal já antecipou quais serão os mecanismos para derrubá-lo: impeachment ou STF. Não há saída para Temer, apesar de o editorial deixar claro que, este “jornal apoiou desde o primeiro instante o projeto reformista do presidente Michel Temer”.

Por que o jornal deixou de apoiar? A resposta e nossa problematização podem estar neste mesmo parágrafo do editorial: “As reformas são essenciais para conduzir o país para a estabilidade política, para a paz social e para o normal funcionamento de nossas instituições. Tal projeto fará o país chegar a 2018 maduro para fazer a escolha do futuro presidente do país num ambiente de normalidade política e econômica”.

Objetivos: geral e específicos

O objetivo geral das Organizações Globo são as reformas porque, segundo seu jornal, “o projeto é dos brasileiros”. Traduzindo: o objetivo geral da Globo são as reformas trabalhista e previdenciária porque estas subsidiarão o projeto da classe rentista, ou seja, o clássico princípio capitalista: produção social para apropriação privada. O jornal diz que tais reformas são o único caminho que “fará o Brasil encontrar o caminho do crescimento, fundamental para o bem-estar de todos os brasileiros”. A expressão “todos os brasileiros” pode ser facilmente traduzida por 1% da população ou 10 mil famílias que lucram com o capital financeiro.

O objetivo específico que não está mencionado no editorial, mas é facilmente percebido, além das reformas, as Organizações Globo querem manter um status quo com força política não apenas para implementar estas reformas, como condições políticas e um grupo político para mantê-las e perpetuá-las. É neste ponto que Temer e Aécio encontram o caminho que os levam ao pelotão de fuzilamento.

Justificativa

Temer e Aécio tiveram a pena capital decretada não por corrupção, não sejamos ingênuos a este ponto.

Temer, por mais que negociasse com o congresso, por mais que desse ou tirasse cargos, tinha muitas dificuldades para implementar as reformas. A resistência popular demonstrada na Greve Geral, a resistência social dos sindicatos e movimentos organizados, enfraqueciam a possibilidade das reformas. E como Temer não conseguia executar a tarefa que lhe foi dada, havia se tornado descartável.

Aécio não conseguiu ser eleito pela elite em 2014, não conseguiu ser o líder da oposição nos anos seguintes, sofria de um ostracismo cada vez maior, mas, por mais incompetente que fosse ainda mantinha a presidência do principal partido que representa o status quo e o establishment. No entanto, mantê-lo no jogo mais atrapalhava o andamento da partida do que ajudava. Tanto Temer, como Aécio, são torres que poderiam ser sacrificadas para que o jogo não fosse perdido, neste momento um novo jogo dentro do jogo em vigência passa a ser jogado e reorganizado com outras e novas peças.

Hipóteses

O fracasso reformista de Temer e sua crescente impopularidade, não só pela falta de legitimidade do golpe, como a cleptocracia empoderada no seu governo, aliado a economia que não deu sinal de melhora, o aumento do desemprego, os escândalos e a antipatia popular, cada vez mais criavam as condições ideais para o regresso de Lula ao poder. Neste aspecto, Temer estava cada vez mais estabelecendo as bases e solo seguro para o qual Lula passearia fácil para o Planalto.

Aécio, assim como Serra, está doente. O problema de ambos são clínicos, um precisa ser encaminhado a uma clínica geriátrica e outro a uma clínica desintoxicação. Precisava ser tirado de circulação. Um tiro certeiro, que atingiu o seu cérebro e irmã Andréia Neves, foi um tiro de misericórdia. Alckmin é um fraco, deixou-se engolir pelo fake do Dória. E aqui está outro problema para as Organizações Globo.

A Globo não pode e não quer correr o risco de apostar suas fichas no new-Collor. Lembremos que a Globo não queria Dória nem para prefeito de São Paulo. O engoliu a seco. Na política, Dória faz o tipo outsider midiático não global, ou seja, não faz parte do finado “padrão Globo de qualidade”. Em uma eleição presidencial Dória pode incorrer em dois riscos: 1) perder a eleição para o discurso de um Lula ou um Ciro que o taxasse de aventureiro político-midiático; 2) ganhar a eleição e se transformar em um imponderável e incontrolável, como um Trump. As duas hipóteses são demasiado perigosas para a Globo. Portanto, foi necessário cortar na própria carne. Sacrificar Temer e jogar uma pá de cal no PSDB.

Metodologia

As denúncias vinculadas no último dia 17/05 poderiam ser anunciadas da seguinte forma: “Tirem as crianças da sala”.

A PGR mostrou neste jogo onde se separam os adultos das crianças, os homens dos meninos. Enquanto a força-tarefa de Curitiba coleciona tickets de pedágio, prisões irregulares, tentativas de pegadinhas, delações forjadas e contraditórias, que nada mais fazem que acumular nulidades às investigações além de se tornarem alvo do descrédito e ironia popular, a PGR montou uma operação com gravações, fotos, mochilas com chip e dinheiro identificado. Provas materiais que são apresentadas ao público de forma inconteste. Com esta metodologia, a PGR deu uma aula de delação premiada e de produção de provas.

Esta eficiente metodologia, também vazada para Globo, decretou a morte política de Aécio, abatido de imediato e de Temer que já está morto e apenas aguarda o desligamento dos aparelhos.

Custos

A Globo aposta em uma estratégia semelhante ao pós-Collor. Naquele momento, Lula caminhava a passos largos para o Planalto. Itamar não era o presidente dos sonhos, porém promoveu o Plano Real e a gestação de FHC. A mesma estratégia é adotada agora. Para isso, o editorial de O Globo é claro e objetivo: “a Constituição cidadã de 1988 tem o roteiro para percorrê­lo. O Brasil deve se manter integralmente fiel a ela, sem inovações”. O que o jornal da família Marinho quer dizer com isso? Eleição indireta. Ou seja, a Globo quer, junto com o atual congresso nacional, costurar uma candidatura.

A Globo percebeu que Temer “não apressará o projeto de reformas de que o Brasil necessita desesperadamente. Será, isso sim, a razão para que ele seja mais uma vez postergado”. E diz que só “um governo com condições morais e éticas pode levá­lo adiante”. Um novo consenso de Paulista-Leblon se faz necessário. O custo Temer se tornou inviável.

Cronograma

O projeto global do qual estamos tratando aqui necessita, antes de mais nada, enterrar Temer o mais rápido possível, sem velório ou luto, para forjar um “novo Itamar” ou um “novo FHC” para criar uma bolha de otimismo midiático e derrotar Lula nas urnas. O que eliminaria a necessidade de um golpe dentro do golpe. Cármen Lúcia já declinou. Henrique Meireles pode ser o candidato da ordem para o pós-Temer. Para isso, o cronograma prevê eleições indiretas e acordos de castas, consenso entre as elites, o congresso e o poder judiciário. Agora as Organizações Globo precisam de tempo para reorganizar o jogo e utilizar novas peças, que até agora estão escondidas. Acelerar o jogo para uma eleição direta é um risco que o status quo e o establishment não querem bancar.

Do outro lado da trincheira, o rei vermelho não foi derrubado por um tríplex. 

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

29 Comentários

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  1. Meirelles não tem chances de

    Meirelles não tem chances de ser eleito pelo congresso.

    Talvez a aposta seja então, eleger Maia agora e cacifar Meirelles para 2018.

    Para mim, Meirelles é uma ilusão que nunca terá chances, seja direta ou indiretamente. É um candidato de plástico, só tem chances em eventos totalmente blindados aonde não tem que responder nenhuma pergunta e não mostrar a fraude que é.

    Creio mesmo que seja quem entrar no lugar de Temer, seja Maia, Jobim ou outro, a primeira atitude deva ser a de dar um belo chute no traseiro de Meirelles.

    Se não fizer isso, o novo Presidente já vai começar não-governando.

  2. o papo de corredor na

    o papo de corredor na repartição já é q seria mais barato o STF ou o PGR anular o impeachemnt devido ausencia de crime de responsabilidade, retornando dilma ao lugar pra q foi eleita, doq qq outra solução.

    Tudo vai sair caro: eleição iondireta cara demais para quem quer q seja bancar um nome escolhido pelos 300 ladroes ja´queimados: os meninos de cunha.

    Eleição direta não atrai os covardes e nem os canalhas, alem de lula ganhar – oq tb lhes parece caro demais.

    Sendo assim o Custo DILMA já é atrativo e os competentes do caso (STF e PGR) anularem o impeachment,  garante assim um lugar seguro para estes nomes, muitos funcionarios de carreira q não precisam se sujar por merréis, e já são enxovalhados e cada vez mais obscuros na história como carmem lúcia e janot.

     

    o futuro se abre cada vez mais límpido.

    sem crime, sem impeachemnt. a tese é facil, o custo é baixo.

    DILMA votta e o povo já saliva ao saber q canalhas costumazes estão se mijando de medo ao pensar nesta possibildade.

     

    Eles queriam jogar pessoas aos leoes. jogarão. mas muita gente vai ficar “sem entender nada”

    E muita gente vai fazer ‘analises’ rasas pq o papo é dureza. afinal,  o mundo é bruto. a realidade se impõe.

     

    bravos permancem ao lado dos justos. aos canalhas restam os covardes.

    1. Meu caro, a Dilma voltar

      Meu caro, a Dilma voltar seria a admissão tácita de toda essa cambada de que o golpe foi golpe inclusive para o povão, e trazer ela de volta seria jogar a direita nas cordas e por enquanto a direita esta no controle do jogo.

  3. Há um fio condutor que liga

    Há um fio condutor que liga JBS à Globo como grande anunciante (Seara + Fatima Bernardes)  e a Henrique Meirelles, presidente do conelho da JBS e organizador do Banco Original, patrocinador maximo das reformas que são a bandeira da Globo. Meirelles por sua vez é a voz do sistema bancario, outro grande anunciante da Globo.

  4. Esta análise é totalmente sem

    Esta análise é totalmente sem sentido. Nenhum politico hoje pode garantir a entrega das tais reformas, tal a resistência na sociedade. É preciso encontrar outras explicações para que as Organizações Globo tenham jogado Temer e o Aécio às feras. Nada garante que o substituto de Temer  possa trazer as condições necessárias para alcançar o objetivo maior da Globo e da burguesia paulistana que é a inviabilização do projeto político do PT  e de uma candidatura de LULA à Presidência da República, especialmente em um ambiente de baixo crescimento e alto desemprego.

  5. Com Meirelles, acaba o disfarce da bancocracia

    Não queremos outro Temer, seja ele Meirelles, Jobim ou quem quer que seja, empurrado goela abaixo da Nação pelo Congresso Nacional. Além do povo não exercer o poder diretamente, ainda escolher indiretamente quem exercerá o poder por si é demais.

    Diretas Já!

  6. Há várias teorias

    Uma delas diz que foi um recado ao Angorá que estava ameaçando abater a Globo, cassando a concessão e criando um nova emissora. Mas a teoria do post faz mais sentido.

    O que ressalta desses movimentos dos Irmãos Marinho contra Temer e Aécio é que o acordo Mercado+Globo+Congresso é do nível Pablo Escobar de fazer negócios. Chefões do tráfico abatendo aviãozinho que deu mole.

    E a porra do povo que se exploda.

  7. Meu candidato pra presidente

    Meu candidato pra presidente indireto eh o FHC, assim ele vai descobrir ao vivo e a cores o quanto eh querido e respeitado.

  8. Meu candidato pra presidente

    Meu candidato pra presidente indireto eh o FHC, assim ele vai descobrir ao vivo e a cores o quanto eh querido e respeitado.

  9. Meirelles ?

    Mas não é ele a cara, o autor e o executor de todas as medidas amargas, que estão sendo jogadas aos brasileiros pobres ? Esta turma está no perdida no mato, mas não tem nenhum cachorro para a salvar.

  10. collor

    pelo mesmo motivo que derrubaram collor: este não teria como entregar 25% das privatarias que ele prometeu.

    itamar entregou os 50% das privatarias prometidas por collor que ele endoçava.

    no caso do usurpador corrupto, ele não pode entregar a destruição do emprego formal nem da previdência pública.

    simple assim.

  11. A Globo não é kamikaze

    Pode ser tudo o que ja foi dito, até a possivel venda do Grupo Globo, mas tmabém pode ter sido apenas um não tem como salvar dois homens pegos em gravações e com robustas provas de seus envolvimentos em corrupções. O grupo Globo quer as reformas, tentou bancar Temer e Aécio, mas não são kamikazes para ir para o ralo junto com eles.

  12. A Globo e seus parceiros

    A Globo e seus parceiros daqui e de fora são poderosos, muito. Mas como eles vão fabricar uma euforia econômica, como foi feito no pós-Collor com o Real derrubando a hiperinflação? De fato esse feito sepultou a favotissíma candidatura Lula e elegeu FHC, o “pai do Real” (até parece).

    Tem o que fazer de agora até 2018 para recuperar emprego? Aumentar poder aquisitivo? O fim da hiperinflação em si lá com o Real deu tamanho alívio ao povão que o engomadinho FHC virou popularíssimo. E agora?

    Sem contar o seguinte, o centro não está totalmente com as reformas que a Globo quer enfiar goela abaixo do povo. Renan acabou de declarar que vai barrar a reforma trabalhista e encaminhou-se para participar do ato das centrais em Brasília.

  13. Vão eleger (ou determinar)

    Vão eleger (ou determinar) alguém pró-rentismo indiretamente, alguém do PSDB ou do PMDB.

    Creio que vão jogar vários balões de ensaios para que o escolhido não seja “queimado” prematuramente, visto que em tempo de redes sociais isso ocorre feito relâmpago.

    Me pergunto qual seria a estratégia a ser seguida pelos contrários a estas “reformas”.

    Será que elas tem que ser atrasadas o máximo possível até o ano que vem, de modo que serão abandonadas em ano eleitoral (serão um lastro eleitoral pesadíssimo)?

    – Atraso através da briga por eleições diretas e obstrução de votações de tais reformas

    – Oposição ferrenha ao presidente biônico, via obstrução parlamentar e greves. Me pergunto o que a FUP está esperando para fazer greve por tempo indeterminado.

     

  14. Fora Globo, é a Questão

    A eles cabe decidirem o que desejam, o que não nos interessa além de informação que fortaleça e proteja a nossa decisão, pois não são e nunca foram nossos interesses, os interesses deles, muito pelo contrário e bota contrário nisso.

    A nós cabe sairmos do marasmo elegante da escola “Rui Falcão” de cooptação diplomática da Casa Grande aos interesses da “Senzala” (vê se pode!), tipo entrevistas na bancada do JN, entrevistas nas páginas marrons da Veja, fritar ovo com a brega, comemorar aniversário da Folha e por ai vai até sofrer o golpe sem esboçar a reação exigida e necessária.

    Portanto sem essa de eleição indireta, sem essa de novos conchavos a moda “Rui Falcão”, isso atende aos interesses deles, que precisam estabilizar o ungido, à moda “Itamar Franco”, o que não conseguiram com Temer, pois o Brasil está cindido após o golpeachment, o que não aconteceu na queda de Collor. 

    Cuidemos de melhor organizar a resistência atual, com um ato, após o outro, insistentemente e inteligentemente agendados, através de comitê central de defesa da democracia, a ser criado fisicamente e com membros representantes da sociedade, com experiência nesse tipo de resistência, e que promovam rapidamente a criação virtual de comitês, a serem metodicamente multiplicados por todo o Brasil, formando a rede virtual de comando, unificada a partir do comitê central físico, que deve agendar os atos da campanha, o discurso, etc.

    Esse comando central é fundamental para que a estratégia seja efetiva e não alegórica, desperdiçando a energia do povo nas ruas por falta de planejamento, organização e continuidade, como tem ocorrido até agora, onde grandes manifestações se formam surpreendentemente “espontâneas” e depois esvaziam-se por falta de direção e comando à continuidade, chegando-se ao cumulo nas mesmas, do maior alvo inimigo, os Marinho e a Globo, nem sequer ser lembrado, ficando no imbecil mantra, Fora Temer, quando o foco deveria ser a família marinho e a Globo, o câncer que corrói as entranhas do Brasil, condenando-o ao atraso, de pai para filho, desde 1965 e a grande e essencial arma de sustentação da Casa Grande.    

     

  15. Como Globonews e CBN criaram o “coxinha”

    Hoje (5a feira 18/5, dia seguinte à divulgação do áudio do grampo em Temer) fiquei o dia todo pendurado na Bandnews, por conta dessa bomba. Fazia anos que não ouvia coisas do gênero, como CBN (que tava fora ar hoje).

    É impressionante como essas rádios de noticia são “para yuppies”:

    – Todas têm “colunista de vinhos”; “investimentos no mercado financeiro”; “alta gastronomia”; “empreendedorismo e startups”; “fitness” (sim: em inglês!); “comportamento (descolado)”; etc.

    Não é à toa que a classe média brasileira – ouvindo isso 24h por dia (no carro, na sala de espera do dentista, no táxi…) – passou a se achar “empreendedor”, “investidor”, “sofisticado”.

    “Muito diferente do povão”, né… fala sério!

    LEIA MAIS »

    1. Pois é Romulus, quando o

      Pois é Romulus, quando o mundo descobrir que caminhamos , Brasil incluso, para uma monarquia absolutista e feudal será tarde demais. Já cansei de dizer que isto que estamos vendo não é consistente com o capitalismo. Em outras palavras: o buraco negro do poder concentrador do capitalismo esconde a singularidade da monarquia burguesa absolutista e o extermínio do enorme excedente de seres humanos sem função.

  16. E se…

    Hipótese ainda não aventada por ninguem, mas que fica zunindo em meu ouvido feito aqueles capetinhas de desenho animado:

    E se Janot tiver alguma bomba contra a globo?

    Nestes tempos em que a turma da toga não admite ser contrariada, não me espantaria se a globo tivesse perdido o controle do MPF e passasse a ser controlada por ele.

    Reinaldo Azevedo já sentiu na pele o drama…

  17. Muito boa a análise; só complementando:

    Diretrizes para um futuro – tomara – próximo:

    1. Eleição de Lula ou de algum líder à sua altura (?)

    2. Reza braba por uma renovação decente do Congresso Nacional

    3. Desmantelamento da incipiente República dos Procuradores e Juízes

    4. Desmantelamento da Globo e seus satélites midiáticos

    5. Reforma política (para o povo)

    6. Valorização sem precedentes dos professores, educação de qualidade a todos

    7. Reforma tributária (simplificando e desonerando)

    8. Ensinar política, filosofia, cidadania, direito em todos os anos do ensino médio e fundamental

     

  18. Com todo o respeito aos

    Com todo o respeito aos milhões de “analistas”, que tentam entender a atitude da globo, ninguem ainda me convenceu sobre a verdadeira razão de tão brusca mudança.

    Um acontecimento vital ocorreu e essa informação não corre entre nos, simples mortais.

  19. Só convicção.

    Como já exposto nos comentários, existe fortes laços que unem Globo-JBS e, tudo indica, MPF.

    A delação da Odebrecht “triscou” na Globo via construção da arena do Corintians.

    Não seria surpresa a confirmação do envolvimento da Globo, através das investigações do FBI no caso FIFA. Isto se vier ao caso, né?

    Existe um cheiro de pacto pelo alto, detonando a “mãe” de todas as investigações com intuito de colocar a turma de Curitiba no seu devido lugar e que parem de bisbilhotar em investigações que não vem ao caso….

    Um rabicho que restou deste possível pacto é o acordo JBS-MPF, por muitos, agora considerado como de mãe para filho.

    Agora, é aguardar o “cadáver” boiar.

  20. Por que a Globo…

    Não é por nada não, mas duvido e desafio qualquer um que assiduamente lê e comenta neste espaço, já não soube desse teoria.

    Qualquer um desses, escreveria essa tese em três parágrafos.

    Vamos melhorar as imaginações?

    Se for do tipo dessa, pelo menos seja conciso.

    Assim a gente não perde tempo lendo.

  21. Globo matou o Aécio e o Temer a fim de não morrer junto com eles

    Se a Globo não dá o tiro de misericórdia no Aécio e no Temer, ela iria receber um tiro de misericórdia abraçada com eles.

  22. Clube dos 13

    Importante acrescentar à analise do texto, no qual tenho concordância com os aspectos gerais  e algumas divergências ppontuais, é que os assassinatos de Temer e Aécio representam uma guinada dentro do movimento golpista que derrubou Dilma. Essa nova fase é o que chamamos de “Golpe dentro do Golpe” e a ação deflagrada pela PGR é o seu marco inicial. Um marco que está em  desenvolvimento e com possibilidades de desfechos- um tanto- indefinidos.

    O núcleo das forças que colocaram Temer ilegalmente na chefia do governo poderia ser assim resumido: Globo+STF+Fiesp (+febraban). Na etapa 2, do golpe dentro do golpe, a condução está sendo articulada pelo Clube dos 13, que reúne novamente a Globo e o STF e aquele terceiro outro setor, porém agora com suas fissuras.

    Do ponto de vista econômico não podem ser ignoradas divergências no ritmo de aplicação das reformas. O setor produtivo que tem interesse imediato na reforma trabalhista estaria menos descontente com Temer, tendo em vista o ritmo a toque de caixa em que está sendo aplicada. Ontem Brasília ardia em chamas e o senado protegido pelas forças militares só “pensava naquilo!” – reforma trabalhista. Temer vê nisso sua sobrevida, agradando o setor produtivo da Paulicéia e suas vozes (estadão e folha).

    Porém o setor financeiro, os bancos e parte do setor de serviços (principalmente aqueles dos carnês, que são bancos travestidos em lojas de geladeira e fogão…) estão desesperados pela Reforma da Previdência. Para estes setores, Temer foi declarado incapaz. Henrique Meirelles, com todo o seu cinismo, disse “hoje não temos os 308 votos necessários para aprovar a Reforma da Previdência. Mas os deputados já me confidenciaram que no momento certo irão apoiar”.

    O que seria este “momento certo” (!?), confidenciado entre Meirelles e os deputados? E quais as conexões disso com os fins de Aécio e Temer e com a nova fase do “golpe dentro do golpe”?

    De imediato podemos fazer a conexão com aquele editorial do O Globo: “As reformas são essenciais para conduzir o país para a estabilidade política, para a paz social e para o normal funcionamento de nossas instituições. Tal projeto fará o país chegar a 2018 maduro para fazer a escolha do futuro presidente do país num ambiente de normalidade política e econômica”.

    As vozes do Globo e de Meirelles se alinham a dos empresários financeiros, pois estes não querem ver se arrastar para 2018 medidas eleitoralmente amargas em que os políticos não poderão bancar em ano eleitoral. Temer não conseguiu os 308 votos necessários. O golpe dentro do golpe visa criar desde já aquele “momento certo” confidenciado de Meirelles e “chegar a 2018 maduro para fazer a escolha do futuro presidente”. Temer foi rifado por isso.

    A aposta na turbulência com a queda de Temer e a rápida recomposição através de um governo indireto constituído idealmente por alguém do judiciário (“momento certo”) diferencia os pontos de vistas entre o Clube e a Paulicéia. Para o clube Temer cairia rapidamente, uma renuncia em breve, e as vozes das ruas, como em toda a história do Brasil, seriam abafadas com os acordões de cima (nem que para isso seja necessário chamar o PT à mesa, como já vem sinalizando FHC e Sarney).

    Os fatos, porém, são mais duros. Temer resiste a renunciar e a abertura do impeachment não estava exatamente nos planos. A resistência das ruas ontem em Brasília também foi um duro golpe na avaliação dos golpistas do clube. O que não descarta que tentem afinar cada vez mais daqui pra frente suas táticas com a Paulicéia.

    Para a Paulicéia, agarrada ao velho “modus operandi” de fazer política ou, mais exatamente, de financiar a política, tudo se resolveria à base do suborno. Chegariam aos 308 votos necessários na compra de votos como sempre fizeram. Essa “praticidade”, claro, pouco se importa com o desgaste político do governo e do congresso e não levam em conta os desgastes da Lava Jato. Para eles tudo sempre será resolvido no âmbito de malas recheadas de dinheiro.

    A Paulicéia ignorou que todo o processo da Lava Jato vem formatando uma nova elite política que está sendo gestada por fora das esferas oficiais da política, no meio judiciário, e que deve tomar de assalto os espaços políticos todos os momentos em que as lambanças dos tradicionais atrapalharem os planos. Se não nos era inteligível as causas do assassinato politico de Aécio eis aí a razão.  

    Matar Aécio é o símbolo que o velho está morrendo e o “novo” nascendo. Quem vai querer salvar Aécio? Mas matá-lo agora é uma “luz” para seus mais de 40 milhões de eleitores que a resposta para a corrupção é sacrificando os próprios políticos. Alguns que irão para o abate tem que ser de peso. E, nada melhor, que um peso morto como Aécio. No próprio PSDB ele estava rifado para 2018.  

    Só uma elite política polida pela neutralidade da justiça, não corruptível, que não carrega malas e, mais importante, neste momento isenta dos julgamentos das urnas poderá levar a tão sonhada “estabilidade”, ou seja, aprovar as reformas sob o manto do combate à corrupção.

    Por isso diz o Globo: “Há os que pensam que o fim deste governo provocará, mais uma vez, o atraso da tão esperada estabilidade, do tão almejado crescimento econômico, da tão sonhada paz social. Mas é justamente o contrário. A realidade não é aquilo que sonhamos, mas aquilo que vivemos … Fazer isso, além de contribuir para a perpetuação de práticas que têm sido a desgraça do nosso país, não apressará o projeto de reformas de que o Brasil necessita desesperadamente … Será, isso sim, a razão para que ele seja mais uma vez postergado.”

    Por de trás destas explicitas palavras em defesa das reformas está: vamos matar Temer e Aécio, em nome das reformas!

    A recomposição de um governo indireto e provisório, a implementação de uma espécie de parlamentarismo “à judiciário” (por isso a necessidade de assumir uma figura vinda do judiciário), no sentido de que o executivo e legislativo se subordinem às diretrizes do judiciário ou, mais exatamente, se subordinem aos mantos da “insuspeitável e ética” justiça como prova da necessária “moralização” da casa dos corruptos.

    Só assim poder deixar reinando soberanamente no plano econômico Henrique Meirelles. Eis aí o significado da sua promessa do “momento certo” em troca dos 308 votos; A sangria, não da corrupção, mas de seus efeitos negativos seriam estancados sob a égide do reino da justiça e as medidas econômicas impopulares recaem ao ministro técnico (e não politico). Os políticos em troca ganham a “tão sonhada paz” para as eleições de 2018.

     

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