Um retrato da economia brasileira nos últimos 20 anos

Do Brasil Debate

É fácil dizer que o Brasil mudou muito em duas décadas. Qualquer brasileiro com idade suficiente é capaz de afirmar que a dívida externa e a inflação deixaram de ser os grandes fantasmas de antes, o desemprego reduziu, contingentes saíram da pobreza rumo à classe média e o acesso ao crédito e ao consumo foi ampliado. Um pouco mais difícil é mostrar essa trajetória em números, de fontes oficiais e privadas, reunidos em uma mesma publicação.

Pois é esta a proposta de “Vinte Anos de Economia Brasileira – 1995/2014”, uma publicação do Centro de Altos Estudos Brasil Século XXI lançada em julho de 2014 e reeditada em março.

São mais de 140 gráficos e tabelas com dados sobre o setor externo, atividade econômica, crédito e financiamento, inflação e preços, contas públicas, emprego e distribuição de renda e ainda um apêndice com indicadores selecionados com médias quadrienais que expressam tendências dominantes em cada período e os reflexos das políticas macroeconômicas adotadas.

Pontos e curvas nos mostram, por exemplo, que os investimentos diretos no país saltaram de US$ 4,4 bilhões em 1995 para US$ 62,5 bilhões em 2014 (primeiro gráfico), que a dívida externa bruta em relação ao PIB foi de 20,7% em 95, teve um pico de 41,8% em 2002 para chegar em 2014 com 15,9%; e as nossas reservas internacionais líquidas passaram de US$ 51,8 bilhões em 95 para US$ 374,1 bilhões em 2014.

Vinte anos - invetimentos diretos

 

 

Há informações sobre a evolução das exportações – só de produtos básicos, esta foi de US$ 11 bilhões em 95 para US$ 109,6 bilhões em 2014 -, o PIB do Brasil em comparação com o de outras grandes economias no período pós-crise e o ritmo de atividade de vários setores. Em um gráfico sobre a produção de petróleo da Petrobras, vemos que esta saltou de 713 mil barris/dia em 95 para 2,345 milhões barris/dia em 2014.

No quesito inflação, o país registrou, pelo INPC, a variação anual de 22% em 95 e de 6,2% em 2014 (ver gráfico abaixo). O PIB real per capita, outro indicador importante, se elevou de R$ 18.170,00 para R$ 24.710,00 em termos reais.

Vinte anos - inflacao1

Sobre o poder de compra do salário mínimo, um gráfico nos mostra que em 95 a cesta básica custava 91,5% do mínimo em São Paulo, enquanto em 2014, na mesma cidade, o custo era de 44,9%. Só para citar um último dado de emprego e distribuição de renda, a proporção de pobres e pobres extremos no Brasil que em 95 era de 33,2%, em 2014 passou a 12,8%.

De acordo com os autores, a intenção do trabalho é “disponibilizar dados que possam contribuir à análise objetiva das restrições e desafios atualmente enfrentados pela economia brasileira e ajudar na construção de alternativas para seu equacionamento e preservação dos avanços alcançados, tanto na esfera econômica quanto na social”.

Acesse a íntegra da publicação AQUI.

Sobre o Centro de Altos Estudos

O Centro de Altos Estudos Brasil Século XXI é uma associação civil sem fins lucrativos, concebida com o propósito de se tornar um centro de excelência voltado para o estudo e discussão das questões fundamentais, desafios e opções de desenvolvimento do Brasil e para a formação e qualificação complementar de quadros de alto nível envolvidos na formulação, direção e gestão estratégica das políticas públicas.

A matriz conceitual em torno a qual se estruturam os objetivos e as atividades do Centro tem como elemento constitutivo a visão do desenvolvimento como um processo que combina, simultaneamente, o crescimento econômico e a transformação das bases técnicas do sistema produtivo com a redistribuição da renda e redução das desigualdades sociais e regionais, a sustentabilidade ambiental, o aperfeiçoamento da democracia e a afirmação dos interesses estratégicos nacionais e da soberania do Estado brasileiro.

As atividades preparatórias do Centro, iniciadas em 2012, e o processo de sua institucionalização foram apoiados pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e, a partir de 2013, também pelo Ministério da Educação (MEC), em ambos os casos por intermédio do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE).

 

Redação

9 Comentários

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  1. Desgoverno FHC

        Ao vermos os dados da era dourada do FHC vemos que a gestão econômica foi desastrosa. As taxas de juros astronômicas, medía de mais de 25 % ao ano, e a inflação média superior a 9 % ao ano, com forte tendência de alta,  fechou 20002 com quase 12 %, Apesar  dos desastres econômicos não houve pedido de desculpas, ou reconhecimento dos erros. O país  saiu desta era dourada  praticamente falido e com a população muito empobrecida.

  2. Debate Brasil

    Os números, por si só mostram que estão tentando sim um golpe!

    As melhoras um pouco aqui menores ali, mas negar que o quadro como um todo revela uma evolução em nosso país chega a ser criminosa.Chega de terceiro turno, tá na hora de aceitarem as urnas e ajudar o Brasil a melhorar ainda mais estes gráficos.Porque o PIG não mostra esta realidade para os que foram pras ruas no ultimo 16/08 pedindo a volta dos militares?      

  3. Puxa então o país esta uma

    Puxa então o país esta uma maravilha só o povo que não vê isso.

    Surfar na onda de desenvolvimeto externo não é mérito de nenhum governo.

    Qualquer um sabe desenvolver um país por um tempo, o grande problema é desenvolver por um longo periodo de tempo.

     Qual é a receita, emissão de moeda para baixar os juros, aumento do gasto estatal por aumento da divida publica, devalorização da moeda para exportar mais , na verdade é a consequência da emissão de moeda nova.

    A curto prazo funciona , com o tempo vem a conta para pagar, e neste estágio que estamos.

    GUSTAVO FRANCO – CENÁRIO MACROECONÔMICO

    [video:https://www.youtube.com/watch?v=xCJHJEpfS4%5D

    1. Troll detectado. Busque

      Troll detectado. Busque argumentos válidos e consistentes e apresente dados e informações que sustentem sua opinião. Aqui os tucanos pretensiosos, porém mal formados e mal informados, não se criam.

    2. Cadê seu grafico picareta de carrinho de supermercado,

      caro Tucano fora do poder e das mamatas?

      Sobre o poder de compra do salário mínimo, um gráfico nos mostra que em 95 a cesta básica custava 91,5% do mínimo em São Paulo, enquanto em 2014, na mesma cidade, o custo era de 44,9%. Só para citar um último dado de emprego e distribuição de renda, a proporção de pobres e pobres extremos no Brasil que em 95 era de 33,2%, em 2014 passou a 12,8%.

      1. Tu esta mensurando coisas

        Tu esta mensurando coisas diferentes, a foto do carrinho mostra a desvalorização da moeda.

        Não vai atrás de dados do governo eles mudam de acordo com a necessidade do rei. “Pobre” é um conceito que foi mudando com o tempo, assim como classe média.

        Sobre salário, não esqueça que salários representam a produtividade marginal do trabalho, esta “lei” nunca foi revogada.

         Sobre cesta básica, a agricultura também tem ganhos de produtividade, tu soma ganhos de produtividade da mão de obra e do setor primário você chega a nossa realidade atual.

        O problema do ativismo é este não ler corretamente a realidade, vê o mundo sempre pela lente ideológica.

  4. O mais problemático

    é que o Governo Dilma não se defende. A primeira coisa que ela deveria fazer é cortar boa parte das verbas publicitárias do PIG, principalmente na rede de esgoto de televisão. Estou cansado de defender um governo que não se defende. Ouço muitos absurdos no meu trabalho, nas ruas e nos butecos onde ando e se deve à Matrix chamada PIG. Eu não quero dizer aqui o governo Dilma é uma maravilha. Muito pelo contrário, pois tenho minhas criticas. Basta comparar o Brasil de hoje com o Brasil da época do FHC.  

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