“A Serra do Rola-Moça”, por Mário de Andrade

do blog de Gilberto Cruvinel

A Serra do Rola-Moça

Não tinha esse nome não…
Eles eram do outro lado,
Vieram na vila casar.
E atravessaram a serra,
O noivo com a noiva dele
Cada qual no seu cavalo.

 

Antes que chegasse a noite
Se lembraram de voltar.
Disseram adeus pra todos
E se puserem de novo
Pelos atalhos da serra
Cada qual no seu cavalo.

Os dois estavam felizes,
Na altura tudo era paz.
Pelos caminhos estreitos
Ele na frente, ela atrás.
E riam. Como eles riam!
Riam até sem razão.

 

A Serra do Rola-Moça
Não tinha esse nome não.

 

As tribos rubras da tarde
Rapidamente fugiam
E apressadas se escondiam
Lá embaixo nos socavões,
Temendo a noite que vinha.

 

Porém os dois continuavam
Cada qual no seu cavalo,
E riam. Como eles riam!
E os risos também casavam
Com as risadas dos cascalhos,
Que pulando levianinhos
Da vereda se soltavam,
Buscando o despenhadeiro.

 

Ali, Fortuna inviolável!
O casco pisara em falso.
Dão noiva e cavalo um salto
Precipitados no abismo.
Nem o baque se escutou.
Faz um silêncio de morte,
Na altura tudo era paz …
Chicoteado o seu cavalo,
No vão do despenhadeiro
O noivo se despenhou.

 

E a Serra do Rola-Moça
Rola-Moça se chamou.

 

Martinho da Vila

 

Redação

10 Comentários

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    1. Obrigado Maria Luiza

      Obrigado Maria Luiza,

       

      Eu tentei anexar o link do video com Martinho da Vila cantando o poema do Mário, mas aconteceu alguma instabilidade no sistema do blog ou foi o meu notebook que impediu inserir o link. E o problema persiste até agora. O ícone para inserção de vídeos nos comentários não está funcionando.

  1. Uai?

     

    Na rua da minha infância tinha um rio;

    Também um grande sol,

    Que nascia sobre as águas douradas.

     

    Na rua da minha infância tinha um rio;

    Também tinha milhares de estrelas de pratas

    Que navegavam sobre as águas marrons.

     

    Na rua da minha infância tinha um rio, um sol,

    Uma lua e um mundo de estrelas que ficaram

    Como sonhos nascendo em minha vida!

     

    O poema é de Carlos Diamantino

     

    Tô sabendo, agora, que o sisudo Cruvinel curte a Serra do Rela-Moça

    O Parque Estadual da Serra do Rola-Moça 

    é uma das mais importantes áreas verdes do Estado. Situado na região metropolitana de Belo Horizonte, é o terceiro maior parque em área urbana do país e abriga alguns dos mananciais que abastecem a capital.

    O nome do Parque foi contado em “causo” e imortalizado por Mário de Andrade em um poema que relata a história de um casal que, logo após a cerimônia de casamento, cruzou a Serra de volta para casa. No caminho, o cavalo da moça escorregou no cascalho e caiu no fundo do grotão. O marido, desesperado, esporou seu cavalo ribanceira abaixo e “a Serra do Rola-Moça, Rola-Moça se chamou”.

    A unidade de conservação está localizada nos municípios de Belo Horizonte, Nova Lima, Ibirité e Brumadinho e foi criada em 27 de setembro de 1994, coma publicação do Decreto 36.071.

    Patrimônio Natural

    Os 3.941,09 hectares do Parque Estadual da Serra do Rola-Moça são habitat natural de espécies da fauna ameaçadas de extinção como a onça parda, a jaguatirica, lobo-guará, o gato-do-mato, o macuco e o veado campeiro.

    O Parque está situado numa zona de transição de Cerrado para Mata Atlântica, rico em campos ferruginosos e de altitude.  A vegetação diversificada proporciona ao Parque um colorido especial e um relevo peculiar, sendo encontradas espécies como orquídeas, bromélias, candeias, jacarandá, cedro, jequitibá, arnica e a canela-de-ema, que se tornou o símbolo do Parque. Recentemente descrito pela geologia, o Campo Ferruginoso é muito raro, sendo encontrado apenas em Minas Gerais, no quadrilátero ferrífero, e em Carajás, no Estado do Pará.

    O Parque abriga seis importantes mananciais de água – Taboões, Rola-Moça, Bálsamo, Barreiro, Mutuca e Catarina – declarados pelo Governo Estadual como Áreas de Proteção Especial. Eles garantem a qualidade dos recursos hídricos que abastecem parte da população da região metropolitana de Belo Horizonte. Para assegurar a proteção destes mananciais, esta área não está aberta à visitação pública.

    Infra-estrutura

    Na entrada de Nova Lima, o Parque possui um Centro de Visitantes com auditório, para 90 pessoas, salas para reuniões e para Polícia de Meio Ambiente. Na entrada pelo Barreiro, em Belo Horizonte, há outro Centro de Visitantes com auditório para 60 pessoas, salas da administração, além de residências para funcionários e casa do Grupamento de Polícia de Meio Ambiente.

    Visitação:

    O Parque não possui área de camping e a visitação deve ser feita no período diurno.

    Horário de funcionamento: 8:00 às 17:00h (Diariamente) Para realizar as atividades monitoradas (trilhas, mananciais, cachoeiras e viveiros) é necessário agendamento prévio.

    Telefone para contato: (31) 3581.3523

    Como chegar:

    Saindo de Belo Horizonte, pegar a BR- 040 no sentido Rio de Janeiro. Entrar à direita no Posto Chefão,  segunda rua à direita (Montreal), no bairro Jardim Canadá. Prosseguir até a portaria principal do parque. A distância do Posto Chefão ao parque é de cerca de 3 km, em estrada de terra.

    Distância de Belo Horizonte ao Parque: 25 km – do bairro Savassi

    Anexos:
    Mapa de localização no Estado (.pdf – 449Kb)

    Mapa de rodovias de acesso (.pdf – 862Kb)

    http://www.ief.mg.gov.br/component/content/198?task=view

    Imagens do R7

     

    Jovem mancebo – ‘ENROLA AS MOÇAS’ – você conhece a zangada MANGAVA DO PERD?

     

    [video:http://youtu.be/uoDCdpkioIM width:600 height:450]

  2. como andei

     

    Olho no retrovisor do tempo

    Hoje, aos 60 anos,

    E vejo uma imensa ponte

    Sobre um rio corrente.

    Não sei exatamente o final dessa travessia

    Sempre a olhar as águas que passam…

    Volto a olhar o retrovisor do tempo

    Sobre essa imensa ponte do destino

    Sigo adiante e

    Não tenho pressa!

    Como andei…

    Como andei…

    Como andei…

     

    Carlos Diamantino

  3. Inhotim

    E ali perto tem outra maravilha: o Inhotim, um museu que se espalha na mata e entre os jardins do Burle Marx, nas terras da fazenda dos Paz. Além de um estrelado restaurante, o Tamboril. Mas o bandejão também é ótimo. Absolutamente imperdível.

    http://www.inhotim.org.br

  4. interpretação de texto para concurso público federal na faixa…

    microconto para twitter e orquestra de 140 toques

    da vida que nos toca

     

    76.

     

    Dilma vence Serra dos Tucanos avista marzão das nuvens eternas e vestígios de lula do pré-sal nas alturas… A temer as pedras do rola-moça.

     

    jc.pompeu, ago 2014

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