Encontros de arte e cultura com a Cia. Antropofágica de Teatro

Ana Gabriela Sales
Repórter do GGN há 8 anos. Graduada em Jornalismo pela Universidade de Santo Amaro. Especializada em produção de conteúdo para as redes sociais.
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Foto: Clayton Lima

Jornal GGN – A Companhia Antropofágica de Teatro estreia sua programação 2018 com diversas atividades culturais, entre elas o projeto [D.E.T.O.X] – Devising Experimental da Toxicologia do Objeto X que, além de dar origem ao novo espetáculo da trupe, o “Opus XV”, abrirá as portas de um novo espaço cultural em São Paulo com o evento “Kabaré”. A Cia. também dá continuidade ao programa “Diálogos Antropofágicos” e se prepara para o Ciclo de Abertura da III Feira Antropofágica de Opinião, que antecede a Feira oficial.

O espetáculo “Opus XV”, que celebra os 15 anos da Antropofágica, traz para cena o diálogo entre territórios extremos da cidade, por meio de experimentos cênicos com dramaturgos convidados, registro e compartilhamento do processo criativo da Antropofágica e a criação de uma nova peça teatral no fim de 2018. O “Opus” ficará em cartaz de 02 de março a 22 de abril, no espaço Pyndorama, sede da Cia. em São Paulo.

Ainda, ampliando os diálogos da Antropofágica com os espaços públicos, o projeto se estenderá para a região de Perus, em São Paulo, com a criação do Teatro de Monhangokaracy, um novo espaço cultural que será aberto com o evento “Kabaré”. Na festa, o coletivo celebrará ao som de clássicos da música popular brasileira e composições próprias feitas pelo seu núcleo de pesquisa musical comandado por Lucas Vasconcelos. O evento, no dia 24 de fevereiro, pretende misturar música, poesia, sátira política e crítica social.

A Cia. também se prepara para o Ciclo de Abertura da III Feira Antropofágica de Opinião, que acontece nos dias 5,6 e 7 de março, na Oficina Cultural Oswald de Andrade, em São Paulo. O evento acontece dois meses antes da Feira oficial e contará com palestras de Jean Tible, Maria Sílvia Betti e debates com integrantes de 30 coletivos culturais, que irão discutir o tema:  “O que pensa você do Brasil de hoje?”. O encontro é inspirado na Primeira Feira Paulista de Opinião, espetáculo de 1968 do idealizador do Teatro do Oprimido, Augusto Boal.

Encontros do “Diálogos Antropofágicos” também estão marcados para março, com ínicio no dia 20. O debate sobre o fazer teatral  e a relação em sociedade será aberto com tema “Atualidade do Teatro Documentário”, que terá como convidada a atriz e pesquisadora Fernanda Azevedo, no Espaço Pyndorama, em São Paulo.

Confira os nomes confirmados para a III Feira Antropofágica de Opinião, em maio: Arlequins Grupo de Teatro (Guarulhos), Brava Cia, Cia. do Feijão, Cia. dos Inventivos, Cia. Estável, Cia. Estudo de Cena, Cia. Les Commediens Tropicales, Cia. Teatral Boccaccione (Ribeirão Preto), Cia. Teatral Os Satyros, Cia. Teatro Documentário, Cia. Teatro dos Ventos (Osasco), Coletivo de Galochas, Companhia Ocamorana, Dolores Boca Aberta, Engenho Teatral, Grupo Buraco D’Oráculo, Grupo Clariô de Teatro (Taboão da Serra), Grupo Pandora de Teatro, Grupo Redimunho de Investigação Teatral, Grupo Rosa dos Ventos (Presidente Prudente), Kiwi Cia de Teatro, Mamulengo da Folia (Guararema), Núcleozonautônoma (Santo André), Teatro da Neura (Suzano), Trupe Olho da Rua (Santos), Elaine Guimarães, Quem, Nós?, Coletivo Cinefusão, Coletivo Tela Suja Filmes, Coletivo Zagaia, Alípio Freire, Cássio Brasil, entre outros.

Agenda Antropofágica

24 de Fevereiro, às 20h

Kabaré de Abertura [D.E.T.O.X]

Onde: Espaço Pyndorama –  Endereço: Rua Turiassú, 481

Classificação Indicativa: 16 anos

De: 2 de março a 22 de abril

Horários: Sextas e sábados, às 21h / Domingos , às 19h.

Temporada do espetáculo especial de 15 anos da Antropofágica – OPUS XV

De: 5 a 7 março, às 18h00

Ciclo de Abertura da Feira Antropofágica de Opinião

Entrada Gratuita

Local: Oficina Cultural Oswald de Andrade – Rua Três Rios, 363 – Bom Retiro, São Paulo – SP, 01123-000

Primeiro Encontro – 5/03 : Palestra e debate sobre o Panorama dos 50 Anos da Feira Paulista de Opinião com Maria Sílvia Betti – Pós-Doutora pela New York University. É professora assistente doutora da Universidade de São Paulo.

Segundo Encontro – 6/03: Palestra e debate sobre o livro Marx Selvagem com Jean Tible – Professor doutor do DCP-USP, doutorado em Sociologia pela Unicamp (2012).

Terceiro Encontro – 7/03: Grupos e Artistas Convidados – Debate com os grupos e artistas convidados a participar da III Feira Antropofágica de Opinião, sobre os dois primeiros encontros e sobre os temas desta edição e o trabalho no campo das artes.

Diálogos Antropofágicos

Horários: sempre às 19h30, no Espaço Pyndorama –  Endereço: Rua Turiassú, 481

Dia 20 de março – A Atualidade do Teatro Documentário

Convidada: Fernanda Azevedo (Atriz, integrante da Kiwi Companhia de Teatro desde 2006. Pesquisadora e mestranda em teatro no Instituto de Artes da Unesp, sob orientação do Prof. Alexandre Mate)

Para discutir a atualidade do teatro documentário, analisaremos alguns dos seus fundamentos conceituais e suas consequências estéticas e sociais, além de examinar exemplos retirados da produção teatral contemporânea.

Dia 21 de março – Processos de Devising no Trabalho Criativo dos Satyros

Convidado: Rodolfo García Vázquez (Dramaturgo, diretor teatral e um dos fundadores de Os Satyros. Prêmio Shell de Melhor Diretor em 2005 por “A Vida na Praça Roosevelt”, de Dea Loher)

O encontro visa esclarecer as diferenças entre devising e o teatro colaborativo desenvolvido no Brasil. Em um segundo momento, o encontro visa apresentar possibilidades diferentes de devising no processo da montagem teatral, através da desconstrução de processos criativos de alguns espetáculos emblemáticos dos Satyros.

Dia 27 de março – Segurança Alimentar e Nutricional

Convidada: Soraia de Fátima Ramos – (Geógrafa; Mestre em Geografia; Doutoranda na Faculdade de Saúde Pública – USP, Pesquisadora Científica no Instituto de Economia Agrícola (IEA); foi Conselheira do Conselho Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável -CONSEA/SP).

A segurança alimentar e nutricional abrange o acesso a alimentos com qualidade biológica, sanitária e nutricional, de modo regular e permanente. Alia-se a práticas alimentares promotoras de saúde, com atenção às populações vulneráveis. A produção no campo deve estar amparada em sistemas agrícolas da agricultura familiar com atenção à preservação da biodiversidade e diversidades culturais locais.

Dia 28 de março  – Desenvolvimento e Planejamento Urbano e Cultural

Convidada: Terezinha Ferrari (Pesquisadora e Professora do Centro Universitário Fundação Santo André – Doutora em Ciência Política. Autora do livro, a Fabricalização da cidade e ideologia da circulação, além de outros textos)

A temática proposta tanto pode ser tratada de modo afirmativo como crítico. A segunda opção seduz porque para enfrentá-la é preciso destacar a presença do Estado no planejamento das cidades; no capitalismo neoliberal esse planejamento urbano contempla também um desenvolvimento e um planejamento cultural  – o que nem sempre foi assim. Como o Estado do capital planeja uma cidade para poucos, perguntamos qual é, afinal, o papel da cultura nesta cidade planejada para poucos?

 
Ana Gabriela Sales

Repórter do GGN há 8 anos. Graduada em Jornalismo pela Universidade de Santo Amaro. Especializada em produção de conteúdo para as redes sociais.

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