Minas Gerais valoriza riqueza cultural

Em tempos de crise, mecanismos para apoiar as diversas manifestações da arte estão agora presentes na Lei Estadual de Incentivo à Cultura, com um  leque mais amplo de renúncia fiscal para viabilizar projetos de  pessoas físicas e jurídicas
 
Juca Ferreira, ex-Ministro da Cultura e atual Secretário municipal de Cultura de BHSecretário municipal de Cultura de Belo Horizonte, Juca Ferreira, em evento sobre patrocínio, no Edifício-sede da Cemig; Crédito: Euler Jr./Cemig
 
Jornal GGN – A retração de recursos em áreas da cultura em várias regiões do país, em tempos de crise, faz com que estados como Minas Gerais se mobilizem na defesa dos movimentos culturais. “Enquanto a boçalidade circula pelo país, estamos empenhados em apoiar as nossas diversas manifestações culturais”, diz o secretário municipal de Cultura de Belo Horizonte, Juca Ferreira, ex-ministro da Cultura. Essa foi a forma, um tanto radical, que ele encontrou para resumir o quadro atual, que varre do mercado livrarias, editoras, grupos de arte, música e teatro. 
 
Nesse contexto, a produção cultural de Belo Horizonte, com os festivais de teatro, música e arte em geral, vitrine cultural do estado, passou a ser defendida com garra pelos representantes do setor, com o apoio do governo de Minas Gerais, por meio da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) e a parceria com a Prefeitura Municipal de Belo Horizonte. 

 
Esse esforço conjunto foi fundamental para neutralizar um quadro que poderia ser tido como desolador: “bilheterias em queda, assim como retração de patrocínios de empresas”, pontua o secretário. A nova Lei de Incentivo à Cultura contribui para salvar os mais expressivos eventos da cidade e do estado, como a 10ª edição do Festival Internacional de Quadrinhos (FIQ), em maio, e os eventos que estão por vir: Festival Internacional de Teatro Palco & Rua de Belo Horizonte (FIT-BH) e a Temporada do Festival de Arte Negra (FAN), no segundo semestre. 
 
Os patrocínios foram anunciados na terça-feira (3/7) pelo diretor de Relações Institucionais e Comunicação da Cemig, Thiago de Azevedo Camargo e variam para cada evento, com um valor médio de R$ 300 mil. “A Cemig tem o compromisso de patrocinar eventos tradicionais em Minas Gerais, inclusive de âmbito internacional”, explica o diretor, na presença dos secretários, que participaram do evento na sede da companhia, em Belo Horizonte. 
 
Para o secretário da Cultura de Minas Gerais, Angelo Oswaldo, o apoio da Cemig revigora a parceria entre as Secretarias de Cultura do Estado e de Belo Horizonte na realização de projetos de grande importância para a cultura em Minas Gerais. “Como diz o secretário Juca Ferreira, a capital é síntese do estado, e essa soma de esforços é fundamental para o pleno desenvolvimento da cultura mineira”, completa. 
 
Segundo Angelo Oswaldo, até mesmo Winston Churchill, quando inquerido sobre cortes de verbas para a cultura durante a II guerra mundial, respondeu: se vão cortar aí, então por que a guerra? Assim, os representantes dos segmentos culturais de Minas Gerais uniram forças para impedir que grupos com mais de 30 anos de trabalho encerrassem as atividades por falta de recursos. 
 
“Belo Horizonte é uma cidade que tem uma grande produção de festivais e é de grande importância que o poder público reconheça essa produção e atue como fomentador e realizador dessas iniciativas. O FIQ, o FIT e o FAN são festivais para que a capital seja reconhecida tanto como uma cidade polo de festivais, quanto contribui para o intercâmbio artístico e a visibilidade da produção mineira”, destaca Juca Ferreira. 
 
O FIQ é o maior evento latino-americano dedicado ao gênero dos quadrinhos. Realizado na Serraria Souza Pinto, um prédio antigo restaurado no centro da cidade, é um sucesso e transformou Belo Horizonte numa referência em quadrinhos. 
 
Já o Festival Internacional de Teatro Palco & Rua de Belo Horizonte (FIT-BH) chega a sua 14ª edição, e, pela primeira vez, conta com uma equipe curatorial selecionada por meio de edital público. O FIT-BH, com grupos de teatro nacionais e internacionais, será de 13 a 23 de setembro em diversos pontos da cidade. 
 
A proposta vencedora traz o conceito de “corpos-dialetos”, busca diálogos com trabalhos artísticos produzidos por sujeitos e grupos não neutros, marcados por seus lugares sociais, numa perspectiva descolonial das produções em artes cênicas. 
 
A Temporada  FAN 2018, também no segundo semestre deste ano, consiste no fomento de uma programação artístico/cultural regular, descentralizada e gratuita, com foco na arte e cultura negra. Proporciona atrações diversas, nas áreas de música, artes cênicas, literatura, manifestações da cultura e da religiosidade afro-brasileira, oficinas, encontros, cinema e exposições.
 
 
Redação

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