Rio reconhece o funk como movimento cultural e musical de caráter popular

da Agência Brasil
 
A Secretaria de Estado de Cultura (SEC) lança na noite deste domingo (15), nos Arcos da Lapa, no âmbito da Feira de Arte Urbana-FAU, a Chamada Pública para Projetos de Bailes e Criação Artística no Funk. O lançamento é, segundo a secretaria, um reconhecimento do funk como movimento cultural e musical de caráter popular.
 
O lançamento do edital acontece junto com o do livro Os 101 Funks Que Você Tem Que Ouvir Antes de Morrer, de Julio Ludemir, um dos projetos selecionados pelo primeiro edital de funk da área cultural do estado, em 2011. Os projetos poderão ser inscritos a partir de segunda-feira (16) até o final de janeiro. A Secretária de Cultura destinanou R$ 650 mil para a realização de 60 bailes selecionados no edital.
 
Segundo informações da Secretaria de Cultura, o edital traz como novidade em relação à edição anterior exatamente o apoio a bailes funk, “que constituem uma das principais formas de cultura e lazer para a juventude do estado do Rio de Janeiro”.
 
No entendimento da secretária de Cultura, Adriana Rattes, o Rio reconhece o funk como movimento cultural e musical de caráter popularo fomento, assim como o apoio do governo para que os bailes funk aconteçam”.
 
A secretaria dará apoio financeiro de até R$ 20 mil a projetos de produção de bailes funk e de até R$ 15 mil a projetos que se enquadrem nas demais categorias: produção musical, circulação artística, audiovisual, memória e comunicação. Podem participar da chamada pública pessoas físicas, grupos informais ou pessoas jurídicas de direito privado, com comprovada atuação no movimento funk há pelo menos dois anos.
 
O edital visa também a divulgar e dar visibilidade às iniciativas culturais promovidas pelos agentes do movimento funk (equipes de som, DJs, MCs, dançarinos, produtores, grupos e bondes) e valorizar a participação da juventude nas políticas públicas de cultura.
 
A iniciativa existe desde 2011, e na última edição foram selecionados 25 projetos entre 106 inscritos, sendo 22 na capital e na região metropolitana e três nas demais regiões do estado.
Redação

24 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. A gente tem que tomar cuidado

    A gente tem que tomar cuidado pra não confudir o que a gente não gosta com o que não seria cultural ou socialmente relevante. Acredito que o funk carioca seja uma interessante expressão dos morros, uma forma de expressar a sexualidade, com alguns dados interessantes (por exemplo, um papel mais protagonista feminino), infelizmente visto com muito preconceito e pedantismo pela classe média. Se, por um lado, a tal classe média “de bem” exalta a sexualidade de maneira contida, sempre dentro de limites autoritários (que eles convenientemente chamam de “arte”), o funk joga tudo isso para os ares, exagera mesmo, de maneira quase que iconoclasta. Diferentemente da vertente paulista, que virou narrativa sobre a ostentação, o funk carioca guarda relação com um certo modo de viver daquele local, um lugar violento e sexualmente muito ativo.

    Os funks são uma ótima válvula de escape para uma população desse meio, e assim como só o caminhoneiro vai entender o que é ouvir uma Roberta Miranda cantando sobre um fio de cabelo no paletó, somente o jovem carioca vai entender o que é a hiperssexualidade em ritmos quase tribais exaltando o seu tipo de vivência. A nós não cabe criticar, mas compreender e respeitar, até porque a tendência é ele se misturar a outros ritmos e ganhar musculatura musical e de repertório, como aconteceu com o rock a partir dos anos 50, que era também, a propósito, visto como coisa de marginal, de gente violenta e delinquente. 

    1. emancipação?

      “Acredito que o funk carioca seja uma interessante expressão dos morros, uma forma de expressar a sexualidade, com alguns dados interessantes (por exemplo, um papel mais protagonista feminino)”

      Discordo, procure por qualquer entrevista do Mr. Catra e verá o quanto de machismo e conservadorismo há no discurso do funk. Um possível protagonismo feminino não quer dizer nada: machismo não está ligado ao gênero, mas ao discurso. (Rachel Sheherazade é ótima prova disso). Funk só reverbera estruturas arcaicas referentes à sexualidade. Se é verdade que a classe média vê mesmo o funk com “preconceito e pedantismo”, as esquerdas, no geral, veem acriticamente, como o suprasumo da emancipação sexual, como se pra contrabalancear o simplismo do discurso conservador fosse necessário cair num outro simplismo de sinal contrário (não é seu caso, você foi cuidadoso e ponderado no argumento, mas certamente aparecerão exemplos em comentários aqui no post).

      Concordo que estamos um pouco distantes pra compreender o fenômeno em sua totalidade, mas nem somos Lévi-Strauss, nem os funkeiros uma tribo de índios, de modo que alguma aproximação, mesmo que deficitária, já temos. Quem já andou de ônibus sabe o que estou dizendo.

          1. “Discordo, procure por

            “Discordo, procure por qualquer entrevista do Mr. Catra e verá o quanto de machismo e conservadorismo há no discurso do funk”

             

             

            vamos lá. Mr Catra é misógeno e conservador, logo todo funkeiro o é…

             

            Ou entendi errado?

      1. “Discordo, procure por

        “Discordo, procure por qualquer entrevista do Mr. Catra e verá o quanto de machismo e conservadorismo há no discurso do funk”

         

         

        vamos lá. Mr Catra é misógeno e conservador, logo todo funkeiro o é…

         

        Ou entendi errado?

    2. Forma de escape para

      Forma de escape para populaçao desse meio?

      Ou forma de expressao ou de destaque para mulheres do morro ?

      Qual o seu problema?

      Ta dizendo que isso ( lixo puro , putaria exarcebada, apologia ao crime ) é algo inato de quem seja morador daquelas bandas ?

      Ha pessoas no morro ( e muitas ) de bom senso e jamais falariam uma abobrinha dessas ou curtem essa excrescencia musical

      Vc deve tar fumando erva mofada colega…

  2. Dias desses atras uma

    Dias desses atras uma conhecida minha estava revoltada,nos moradores de periferia extrema temos muitas oportunidades de conhecer o lado ” cultural ” do funk e dos seus entusiastas

    No caso um cidadao estava de carro com som na ultima altura cuja letra dizia algo assim:

    -Mina seu C#*¨% ta no nome de quem?

    -Como posso faze para vc passar para o meu?

    Ela optou por ignorar o animal que emparelhava o carro junto à ela esperando ver sua reaçao.

    De fato ha MUITO valor cultural no funk…rs

    Da minha parte ele ter sido reconhecido por alguma secretaria nao muda em nada o fato de ser LIXOPURO…

     

      1. O funk sem bunda…

        …sobrevive?

        Rio, pobre Rio. Pensar que a cultura popular… era assim… num passado não muito distante…

        [video:http://www.youtube.com/watch?v=harNCyhDz9k%5D

        [video:http://www.youtube.com/watch?v=AcPc2RtZgfs%5D

        [video:http://www.youtube.com/watch?v=688UOPUHtJ0%5D

        [video:http://www.youtube.com/watch?v=Epk5bcmLDns%5D

        [video:http://www.youtube.com/watch?v=c_lgiAfvBJE%5D

        [video:http://www.youtube.com/watch?v=5k_g4QUJX1M%5D

         

  3. Como morador de periferia ,

    Como morador de periferia , sendo sorteado em ver e ouvir esse tipo de subproduto musical e seus adeptoS afirmo sem medo algum de estar exagerando:

    Definir funk como LIXO ou SUBPRODUTO MUSICAL nao  é preconceito é POS CONCEITO

  4. Filho adolescente: prefiro onde os meus olhos o vejam

    Concordo com os comentários do Antônio Nonato, abaixo. Embora não goste nem um pouco desse tipo de expressão. O Funk aflora como um lazer de adolescentes da periferia das grandes cidades, particularmente no Rio. De nós depende que: isso seja paralelo e rebelde; ou integrado e consciente. Como qualquer pai atento aos seus filhos adolescentes, o poder público não pode ignorar e fechar os olhos, ou tratá-los como marginais, pelo contrário, deve aproximar-se e estimular estes movimentos, ficando por dentro. A favela já nasceu à revelia do plano diretor (ele existe?) nas grandes cidades. Os favelados já se sentem marginalizados. O poder público tenta chegar com policiamento (embora discutível) e com urbanização (existem projetos). Amparar e legitimar esta expressão musical contribui para integrar os morros ao contexto urbano e cívico nas grandes cidades.

  5. Há uma diferença

    Há uma diferença enorme entre um Bezerra da Silva, Originais do Samba, GOG, Facção Central e o chamado “Funk” tupiniquim e seu congêneres.

    Música da periferia tem outro significado ao meu ver.

     

     

     

  6. Putaria agora é cultura, e

    Putaria agora é cultura, e tem novo nome funk.  A verdade é que esse tipo de coisa envolve muitos $, isso sem contar com pedofia grassando e  políticos ávidos por explorar um meio onde menores podem inclusive votar, simples assim.  

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador