A classe média e neopentecostais se deram o abraço dos afogados, por Alexandre Tambelli

A classe média tradicional e as classes populares neopentecostais se deram o abraço dos afogados

por Alexandre Tambelli

A classe média e médio-alta tradicional votou na extrema-direita em boa quantidade. Votou em uma candidatura que flerta com a homogeneização dos costumes, das posturas e da Fé.

A cada esquina dos bairros de classe média e médio-alta paulistana há um espaço de bem-estar esotérico. Muitos da classe média e médio-alta frequentam centros espíritas.

Bem sabemos da visão individualista e decidida pelo cada um por si dessas duas classes sociais. Da vontade de não ser importunado pelo Estado e de viver uma Vida apartada do comprometimento social com as regras, até com as leis mais básicas. De oferecer uma nota fiscal e de viajar para o exterior e comprar/gastar dentro da cota permitida. De a mulher decidir se quer ou não usar a minissaia mais curta. De ser ou não usuário de drogas. De ser ou não cheio de tatuagens e/ou piercings. De decidir se aborta ou não aborta. E se juntam ao extremismo religioso do Malafaia, do Magno Malta e do Edir Macedo. Do fundamentalismo neopentecostal do LGBT tabu e inadmissível, do homossexualismo como doença. Da Educação Sexual como tabu. Da exposição em um Museu censurada por um homem nu. Da questão de gênero abolida do Sistema Educacional. Da escola com partido: o neopentecostal radical.

Quando se diz que é uma doença social o antipetismo estamos no caminho certo. Nenhuma Luta de Classes prescindiria de liberdade total, de individualismo pleno, a mola propulsora da classe média e médio-alta tradicional, se não fosse doença social.

Disseram não votar no PT porque ele “roubou demais”, “quebrou o Brasil” e que queria implantar esse tal de “comunismo”. E levaram para casa um pacotão de liberdades perdidas. Do medo de professar a Fé espírita e seu esoterismo. Do medo de ser importunado por uma tatuagem, um piercing, uma minissaia, pela maconha que fuma, por não ter um filho indesejado, por andar duas pessoas do mesmo sexo de mãos dadas nas ruas e até se beijando, adotando um filho e, assim, por diante.

Eu vejo que em 2018 o antipetismo foi mais doentio do que a racionalidade anterior, do voto da Luta de Classes. Esta doença associou opostos.

O cristão fundamentalista e o sujeito da liberdade total, que se juntaram à extrema-direita e deram a ela a oportunidade do primeiro se contemplar no conservadorismo dos costumes (fundamentalismo religioso) e o segundo no cada um por si da meritocracia. Ambos perdedores: o primeiro pela pauperização absoluta com a perda de vários direitos sociais com o modelo ultra neoliberal do Governo eleito, o segundo pela liberdade restringida.

Nesta Eleição fundamentalismo religioso das classes populares e a liberdade total das classes média e médio-alta tradicionais se deram o abraço dos afogados se juntando no voto à extrema-direita econômica, moralista e neopentecostal.

E tudo para acabar com o PT. E nessa loucura toda, seis memes comandaram a festa das Fake News.

Do lado do fundamentalismo religioso: kit gay, família tradicional e aborto;

Do lado da liberdade total: o PT “roubou demais”, o PT “quebrou o Brasil”, derrotamos o “comunismo”.

Realmente os opostos se atraem quando a doença social do brasileiro é despertada e todos perdemos juntos.

O PT, que já não é mais Poder faz 30 meses, foi saudado na vitória da extrema-direita: – Fora PT é o que gritaram na janela dos prédios perto de casa em bairro de classe médio-alta. E, pasmem, não se comemora a vitória do candidato que votaram, valia qualquer um que pudesse tirar do Poder o PT, que nem no Poder estava.

Na doença brasileira Temer é PT. – Eu não votei nele! Dizem.

No fracasso da extrema-direita no Poder veremos o mais inusitado fato: vão culpar o PT por terem de ter dado a vitória à extrema-direita, para derrotar o PT que já não é Poder faz 30 meses.

Inacreditável Brasil, um Brasil ilógico e adoentado.

Redação

25 Comentários

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  1. O importante
     

    O importante não é derrubar um governo.

    Importante é achar em quem colocar a culpa.

    O povo, ora, o povo.

    O povo é um mero detalhe.

    Os donos do poder elegem um culpado e o povo executa o linchamento.

    O povo segue o que o poder determina.

    Por isso é um coletivo sem mente, que precisa de tutela para se fazer representar e reivindicar direitos.

     

    1. “não precisa de tutela”  ..o

      “não precisa de tutela”  ..o povo aqui pede, quer tutela  ..isso a ponto de eleger um carrasco agorinha pensando que papel de presidente é cuidar de valor moral ..de temas como fé, ou do que o cidadão deve fazer com o seu fiofó

       

      1. Tutela

        O povo acha que precisa de tutela.

        Foi convencido da necessidade de tutela na medida em que todo dia permite que a sua capacidade seja diminuida em troca de facilidades aparentes de sobrevivência.

        Esse assunto exige uma longa análise histórico-sociológica e só vai terminar na anarquia em seu sentido amplo, que seria o não governo, a autonomia dos grupos sociais e o relacionamento horizontal entre as pessoas.

        Abraços.

  2. Análise perfeita

    Concordo plenamento com o autor, inclusive acho que em breve já ouviremos, por parte tanto dos neopentecostais pobres como da classe média/alta, que foram traídos, mas a culpa será do PT !!

  3. Virtudes…
    O extremismo é sempre doença, das crônicas, as ideologias são somente pretextos… Cabe a nação brasileira desenvolver-se humanamente.

  4. Burrice

    No futuro, vão estudar o caso brasileiro, para saber como um país autosuficiente em petróleo, que conseguiu o Pré-Sal, terminou doando tudo, abrindo mão de impostos, importando gasolina cara dos EUA, afastando uma presidente honesta para pôr o que puseram e mais adiante como abriram mão da liberdade, para defender a liberdade dos mercados. Caso digno de estudo, sobretudo para biólogos e neurocientistas. Enquanto isso, ficamos conhecidos como o povo mais burro do mundo. Triste! Mas como negar isso?

    1. Nos porões da inteligência

      Nos porões da inteligência ianque o caso já foi estudado muitas vezes… e aplicado inúmeras vezes.

      Não é a primeira vez.

  5. Meu caro a esquerda ou
    Meu caro a esquerda ou oposição é que nao entendeu nada.

    Essas pautas contra identitarias e de costumes é meramente cortina de fumaça para as jogadas que virao por tras.

    Ele nao vai e nem tem como mexer nisso. Mas usou para ganhar eleicao e vai usar para governar.

    É ima tatica de guerrilha e dispersão das forcas contrarias.

    E a grande indistria de fake zap continua a todo vapor. Ganharam assim vso governar assim. Que ninguém se engane quanto a isso. Aposto que em 2022 a pauta sera continuar para o kit gay nao voltar.

    1. Paulo Guedes e os verdadeiros interesses

      Paulo Guedes anunciando que “temos reservas demais”, “patrimônio demais” é o foco real do que vai acontecer, comprometendo o futuro de gerações. O que aconteceu com a Grécia, há mais de 10 anos em profunda crise, vai ser fichinha.

      Mas essas informações só vão ocupar notinhas de rodapés nos jornalões, citações passageiras no Jornal Nacional, como foi a explosão da dívida externa, pelos juros mais altos do planeta, durante o governo FHC, que nos legou um passivo que consume todos os anos, há várias décadas, um terço do orçamento da União para o pagamento de juros estéreis, que nada produzem, verdadeiro pagamento de tributo colonial aos imperadores coloniais fazedores de reis no Brasil, e que agora tem o capitão como “governador colonial do Brasil”.

    2. DSilva!

      Eu tenho pensado comigo que essas pautas moralistas vão atazanar a nossa realidade como forma de manter apoio ao Presidente eleito, via classes populares neopentecostais e os católicos mais conservadores e a extrema-direita numa primeira etapa do Governo.

      Imprevisível a durabilidade enquanto governo de extrema-direita. 

      Observei as postagens hoje de tweets reclamando dos planos do Presidente eleito e as pessoas eram articuladas, dentro de uma formação de classe média e que acreditaram no candidato como uma opção para combater a corrupção, tirar o PT, consertar o País, etc. esses motes clássicos, fabricados à exaustão na cruzada pela retirada do partido do Governo Federal e impedir a sua volta. Aqui vai se perder opinião pública rapidamente. 

      Colocar como ministros gente envolvida em corrupção, fundir Ministério da Agricultura com Meio Ambiente, a Reforma da Previdência nos moldes pretendidos atinge a opinião pública média.

      Exatamente o que vai tentar o Governo, penso eu, é embolar o meio-de-campo com essas pautas moralistas, conservadoras, anti-comunistas, escola sem partido, não ao aborto, ao uso de drogas, não ao LGBT, não a Educação Sexual, não a discussão de Gênero nas escolas etc. Ter apoio na população se tentará por este caminho e na base da força, do discurso da segurança para manter unido extrema-direita e neopentecostais e católicos conservadores. 

      Sabemos que pelo econômico e social o Governo vai perder apoio popular. 

      É a tática eleitoral só que agora no Governo. E como você bem alertou o diversionismo esconde o que realmente importa: as privatizações e o desmonte do Estado.

      A classe média foi usada para vencerem a Eleição. 

      Abraço,

      Alexandre!

       

  6. Excelente, Alexandre!

    As incongruências…  No sábado, véspera das eleições, encontrei no Super Mercado um casal vizinho. Ele, médico, perguntou-me em quem votaria. Respondi que votaria no PROFESSOR HADDAD. Ele disse que votaria no Bolsonaro e Eduardo Paes e que por trás do juiz Wilson, estava o Pastor Silas Malafaia. Ao me despedir disse o vizinho: Você vai perder! Ao que respondi: Se perder estarei com minha consciência tranquila! Quanta inocência ou analfabetismo político? Como nao saber da aproximação do juiz com os “meninos” do Bolsonaro? E como não saber que, pelo resultado do primeiro turno, Malafaia era um dos mentores dos prováveis:  presidente e governadores do Rio, São Paulo e Minas Gerais!  Lamento pelos que se deixaram manipular!  Eu não tenho culpa!  EU VOTEI NO PROFESSOR! 

    PS: Está rolando no twitter a hashtag: #EuAvisei .     Está excelente! Os cartuns, impagáveis.  Não tenho twitter, mas de vez em quando vejo os daqueles que admiro.  Para apreciar basta buscar no google:  #Euavisei   Depois que abrir clicar em: hashtag on twitter.  

     

    1. Marly!

      Valeu!

      Eu vi uma classe média e médio-alta que não teve a capacidade de relativizar as duas possibilidades no 2 turno. Era bem mais lógico votar no PT sileciosamente e no mesmo instante ser a oposição de sempre, ser contra a ascensão dos pobres, ser contra a competição real que a ascensão social produz.

      Venceria o PT sem atrapalhar, como nunca atrapalhou a busca de liberdades individuais e sua religiosidade das classes média e médio-alta. Não deixariam de manter a Luta de Classes em pé. 

      Nesse processo doentio foram dar protagonismo para a extrema-direita nos costumes, na Fé, na Economia e soltaram as feras ultraconservadoras nas ruas com a liberdade adquirida na vitória da extrema-direita. 

      Agora segura a vontade de protagonismo e de que sejam aprovadas, ou melhor, aplicadas essas pautas-retrocessos civilizatórios. Teremos que conviver com elas até se normalizarem as coisas. 

      Ninguém faria uma reza, antes de tomar posse, em um Estado Laico. É um marketing, penso eu, para atingir o público que pode dar apoio ao Governante. Só que o apoio religioso às claras requer algo mais do que apoio, quer pautas suas em nossa sociedade, certo?

      Abraço,

      Alexandre.

  7. O dilema da esquerda classe-média

    É o Brasil da Malandragem intelectual. A mesma malandragem de Olavos e Macunaímas.

    Chegamos ao ápice do projeto social da classe média paulistana. Uma classe média que compôs sua identidade cultural no arquétipo do anti-heroi, ou o heroi de si mesmo (são a mesma coisa). O mainstream intelectual tratou de estender esta mesma auto-imagem ao restante do povo até o limite da “esperteza” de opor-se a uma parcela desta sociedade que acredita na inclusão e na coletividade como meios para a superação dos males históricos.

    As novas análises historiográficas não deixam dúvida quanto a leniência dos mais aclamados inelectuais brasileiros quanto ao papel da escravidão na composição da real mentalidade brasileira. Jamais esta mácula social foi encarada como pilar de fundação do país e responsável pelas mazelas sociais e ideológicas que arrastamos até a vitória do coiso. O que se forjou como esquerda no país, tão pouco elucidou tal negligência historiográfica. Só agora, em que esta dependerá do apoio amplo dos que foram parcamente beneficiados por um regime democrático timidamente aprofundado é que se voltam os olhos para os setores mais vitimados pelos resquícios escravagistas em nossa sociedade. Mesmo assim, as ressalvas devem ser feitas. Até o momento, ninguém se atreveu a trazer à tona a discussão sobre segurança pública, este o principal instrumento de estrangulamento das lutas populares, e mascarador da face oculta da política nacional. Uma face quase simétrica, diga-se, porém não tão bela quanto se pode esperar de um rosto perfeito. Como esperar que o PT, em sua verve conciliatória aparentemente infinita, venha a peitar os setores mais moderados (sic) do PSDB tais como Geraldo Alckmin e seus asseclas e dizer com todas as letras que o sistema de segurança em São Paulo está rasgadamente comprometido com o paralelismo institucional e disposto a mantê-lo durante o período ditatorial que se descortina? PM’s de todo o país apoiaram abertamente o bolsonarismo, sob o pretexto de se combater a criminalidade. O temor das esquerdas, contudo se configura como uma meia verdade irreparável: temem o extermínio de negros e pobres e a perseguição contínua deste setor da sociedade, juntamente com desafetos políticos do coisismo institucional. É inegável que este lado seja por demais preocupante. Mas, ao avaliar a situação, esquecem-se de dizer que quem manda no crime são as autoridades de segurança e de justiça, alimentando a indústria do achaque e da corrupção generalizada. O crime organizado só fará aumentar, inda mais se considerarmos o enfrentamento direto que tem ocorrido entre as milícias policias no Rio na disputa pelo controle direto das atividades paralelas, sem a presença de atravessadores, como o Comando Vermelho. A Bala que matou Marielle veio de São Paulo, não podemos esquercer disto. O que nos dá a dimensão do grau de conurbação entre milícias cariocas e paulistanas.

    Se pensarmos sob esta perspectiva, podemos dizer que as instituições já estão perdidas. Tucanos não irão se manifestar sobre isto. O telhado deles é de açúcar, não de vidro. Telhado de vidro tem uma esquerda que teme colocar o dedo na ferida e insiste em manter a luta pela via institucional, sem com isto desmoralizar as forças que se dizem defensoras da lei, da ordem, da família, da segurança pública etc. Seja por pudor intelectual, seja por cálculo pragmático, esta mesma classe média que acalenta a liberdade individual e ilimitada tem arrepios ao imaginar uma sociedade que defenda tais valores, mesmo que estes sejam o esteio de um pacto social capaz de garantir os Estado democrático de direito. Por não se apropriarem destes temas, agora, estes foram usurpados pelos seus principais pervertedores. 

    Enquanto isto a(s) classe(s) médias continuam a ser o fiel da balança política, graças a sua truculência, sua ignorância e sua tendência ao escravagismo descarado. Ao invés de se danarem com as escolhas erradas, serão mais uma vez amaciados pela esquerda – que sempre se identificou com ela, paradoxalmente – enquanto a periferia será escravizada mais do que nunca, sob a alcunha de marginais, bandidos, ignorantes. Para um petista, mais vale um tucano na mão que duas graúnas voando.

  8. 2018: o ano que não vai acabar…

    Nassif: nesse texto exuto do Trombelli há se ser feito apontamentos. Dos “vangélicos” miudos, por exemplo. A ordem do Templo de Salomão (dada por Joabe, filho de Zeruia) foram cumpridas à risca. Faça um levantamento da oposição ao Principe dasArabias, no nordeste, e verá que 60% vieram deles.

    Mas a questão é mais ampla.

    Veja que o daBala ataca as putas. Mas as dita tiazinhas votaram nele maciçamente.

    E os pobres do Sul, Sudeste e CentroOeste? Mesmo oCoiso dizendo que são vagabundos e que devem ir trabalhar, no segundo turno só gritavam “ForaLula”.

    E os “coloreds”? O milico afirmou que visitou uma comunidade e só viu deles pesando mais de sete arrobas. Como o gado que os verdeolivas mandam castrar ou para o abate. Adivinha em quem votaram. Conversei com quase uma centena deles e não deu outro — ForaSpoBarbudo.

    Até aquela comunidade que andavam (em Varsória) com uma EstrelaAmarela costurada no peito depositaram votos e dindim no Home deRealengo. Tudo bem que foi a mando do Princípe deParis, que comanda a massa. Mas não negaram fogo.

    Agora, a estratégia do daBala, já desenhada pelos da PraiaVermelha e pelos socavões da Inteligência doJaburu, vai ser criar uma rede de FakeNews e, regiamente pagos, alimentar o Templo deSalomão, o JardimBotânico e bagrinhos com notícias bobas e boateiras, para distrair a galera. Vai dar mundial aos Porcões, para acirrar os ânimos com seus adversários. E dai prá frente. Com o Verdugo deCuritiba regendo na (in)Justiça e a CIA no coro.

    Portanto, essa dos “vangélicos” avivados (como o Gogoboy de PatoBranco), pode parecer incongruência, mas é café pequeno no cenário desse inesquecível pleito de 2018.

  9. Agora consigo entender…

    …quais as razões das questões pró-homossexuais serem “políticas de Estado” e não de Governo, como disse Hilary Clinton, além dos outros itens como aborto e uso de drogas. O espaço ocupado na mídia por esses assuntos é bem alto, mais que políticas sociais ou questões de interesses que visam levar a população em geral a um patamar mínimo de dignidade, ou simplesmente “três refeições por dia”.

    Foi só um Presidente brasileiro mirar nessas políticas sociais que deu no que deu.

  10. Direitos perdidos
    Os direitos fundamentais perdidos foram o do trabalho, pelo desemprego. O direito de consumir, pela queda da renda. O direito de andar de cabeça erguida, pelo endividamento. O restante a gente tira de letra.

  11. Ressalte-se o Nordeste

    Não se pode esquecer que Haddad venceu em todos os estados do nordeste, onde a população é “desinformada”, ou seja, não consomem a dose diária de manipulação da imprensa, ou a ignoram.

  12. Isentar o PT de qualquer responsabilidade

    ALEXANDRE: suas ponderações sobre a tácita aliança entre neopentecostais e classes média/alta acredito que são muito consistentes e difíceis de serem negadas.

    Porém, o objetivo de seu texto não se resume a isto. Apresenta duas assertivas, que eu entendo relacionadas. A segunda, eu chamaria de “maliciosa” pela finalidade implícita: isentar o PT de toda e qualquer responsabilidade.

     (1) “Quando se diz que é uma doença social o antipetismo estamos no caminho certo”

    (2) “…vão culpar o PT por ter dado a vitória à extrema-direita…”

    Por que o PT não teve a humildade de reconhecer a força do antipetismo, apontado como o maior índice de rejeição em todas as pesquisas de todos os institutos ? A política correta não teria que reconhecer esse fato evidente ?

    Por que Lula insistiu naquela alucinada estratégia cujo fracasso foi apontado como o mais provável (legitimação do fascista pelo voto) e agora mostrou-se um fato social indiscutível ?

    Você concorda com a decisão política dos dirigentes do PT que afirmaram ao Nassif que o objetivo prioritário era manter a hegemonia do partido e seu protagonismo futuro ? 

    Você desconhece o fato de que o PT cevou a candidatura Bolsonaro porque ela seria a mais fácil de ser derrotada ? Marina, Alckmin e Ciro bateram no Bolsonaro; o PT não ?

    Autocrítica é uma palavra maldita para o PT. Ou não ? 

    1. Faltaram votos ao Ciro

      Se ele conseguisse chegar ao 2º turno, a petralhada em peso o apoiaria. 

      Porém ele estagnou na sua votação histórica, e magoou pq o PT não quis ceder a ele, de mão beijada, os votos já no 1º turno. O q, aliás, não faria o menor sentido, considerando q é uma incógnita se Ciro realmente seria capaz de derrotar as fake-news.

      As pesquisas q o mostraram à frente do Bozo não espelharam nenhum tipo de ataque evangélico ou cibernético contra o pedetista, o q fatalmente ocorreria num 2º turno Ciro X Bozo.

      P.S.: esse papinho de traição não cola, simplesmente a aliança oferecida pelo PT ao PSB foi mais atraente. Novamente, faltou ao PDT maior peso p/ forjar suas alianças. Talvez tenha faltado alguém como Brizola.

    2. Marcos, mas qual seria a

      Marcos, mas qual seria a alternativa?Apoiar o Ciro Gomes, um suejito nada confiável?

      Respeito sua opinião, e tenho minhas reservas ao PT, mas a estratégia de defender a candidatura de Lula me parece correta, pois não é apenas uma causa do PT, mas do Brasil, da Democracia. Ciro Gomes é mesquinho ao tentar desqualificar essa estratégia como “campanha do PT”. A ascensão do fascismo é clara e consistente nos últimos anos, começando com a atuação do Judiciário com vistas a intervir na política e suprimir direitos e garantias constitucionais.

      Não vejo nada que pudesse alterar a conduta do sistema de justiça brasileiro, que, desde o início, atuou no sentido de eliminar o Lula e o PT da vida política nacional. Bolsonaro é apenas um oportunista, mas não acredito que um presidente Alckmin não faria nada de diferente, talvez fosse até pior, Bolsonaro ao menos é um fascista aberto, Alckmin seria o fascista enrustido, posando de democrata, falando manso, mas, em termos práticos, seria tão truculento quanto Bolsonaro.

      Em relação à estratégia do PT, basta ver as reações no plano internacional, onde é bastante claro que há uma perseguição política contra o Lula, mesmo entre conservadores. Em 2019 a ONU vai julgar a reclamação do ex-presidente, provavelmente condenando o Brasil ainda mais a condição de pária internacional, ditadura repulsiva.

    3. Quem ganhou a batalha foi o
      Quem ganhou a batalha foi o Steve bannon, com sua alta tecnologia em comunicação de massa via internet. Não foi o bomsso que ganhou nem foi o PT que perdeu. Quem ganhou a batalha mais uma vez foi a guerra híbrida. Ninguém deu importância ao poder de fogo dos recursos cibernéticos e todos perderam, incluso o Brasil, a democracia, quem ganhou foram os irmãos do norte.

    4. Marcos!

      O PT teve todo o direito de ter seu candidato.

      Quem radicalizou na produção do antipetismo foram as campanhas de centro do Ciro e as de direita do Álvaro Dias e Alckmin. Foi um massacre diário, o que elevou o antipetismo ao estágio de doença, a ponto de gente esquecer que o PT deixou o Governo faz 30 meses. E a radicalização da extrema-direita via ZAP e demais redes sociais.

      Havia antes desse massacre diário eleitoral uma noção, por parte dos brasileiros, de que eles haviam sido enganados, mas essa camapnha eleitoral das Fake News diárias e aos montes contra a candidatura petista gerou um transe social, penso eu. Desligaram um botão. Hoje, a mesma classe média que foi induzida ao transe já está acordando para a realidade, tardiamente, e dizendo: – não foi pra isso que votei… Não houve respiro para um mínimo tempo de raciocínio. Muitas pessoas foram levadas para um mundo virtual, se fecharam em uma tela pequena, em memes, tweets, manchetes e votaram com ódio e sem um momento de razão em 2018, o smartphone comandou a Eleição.

      A vitória da extrema-direita não se deu porque o PT não deixou de ter candidatura. Foi pelo massacre diário, mesmo após a impugnação da candidatura Lula. E os algoritmos direcionados para atingir públicos distintos com fake news diferentes.

      Agora, sendo outro partido no lugar do PT para derrotar a extrema-direita a candidatura tenderia a ter menos votos ainda, e, creio eu, que seria idêntico o resultado final, pois, iriam utilizar a mesma tática de guerra das Fake News e associar o candidato à esquerda, ao comunismo e ao Lula, PT, Dilma, do jeito que desse e aos tabus sociais das camadas cristãs conservadoras.

      E esse candidato não teria a base social para alavancar a sua candidatura, não teria meios de comunicação ao seu lado nem o Grande Capital, como não tem o PT, Grande Capital, cujo único intento eleitoral tem sido implementar e manter o ultra neoliberalismo no Brasil.

      O candidato do Sistema era Alckmin, ele foi muito mal assessorado na campanha e com 6 minutos na TV tentou desconstruir o PT e a extrema-direita numa falseação gigante da realidade, dois ao mesmo tempo quis desconstruir e nada para si próprio. No desejo de um candidato não-corrupto o PSDB estava sem figurino, também. E o Judiciário favorável à candidatura de extrema-direita, até prendeu alguns de seus líderes para beneficiar a extrema-direita.

      Restava ao Alckmin com 6 minutos de TV fazer campanha, dizer que como Governante iria fazer A, B, C e D e tinha tempo, nem isto tentou, talvez, porque seriam promessas não realizáveis por ser candidatura ultra neoliberal na economia e nem ter para valer um Programa de Governo.

      Sobrou a extrema-direita para o Sistema, e ele deu um apoio sem muitos arroubos, mas deu, porque o ultra neoliberalismo, também, era bandeira do candidato da extrema-direita e vai manter esse apoio, por hora,  porque a Reforma da Previdência, as privatizações e outras coisas que o grande capital almeja precisam ser votadas. E que seja na força, na criminalização dos movimentos sociais, no impedimento de manifestações nas ruas, etc.

      Abraço,

      Alexandre!

       

       

       

       

  13. Doentio

     Bolsonaro podia ate bater na mae dele ao vivo que os doentios votariam nele, podia dizer que vai voltar a CPMF que os doentios votariam nele, Podia ate dizer que no primeiro dia de mandato vai fuzilar 30000 que votariam nele ,vivemos dias fora da razao, voltamos a era medieval.

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