A democracia tem sido corroída pelo Estado de Exceção, por Dilma Rousseff

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Só eleições diretas vão garantir a retomada do crescimento e da geração de empregos e o reencontro com a democracia no Brasil (Foto José Cruz/ABr)

Pato

Será?

Passaram-se apenas seis meses desde que o golpe parlamentar interrompeu o meu mandato, consagrado por 54,5 milhões de votos. Tramaram um golpe que contou com o apoio de oposicionistas, traidores e parte da mídia e lançou o País em um período de incertezas e retrocessos.

Violentaram a Constituição de 1988, por meio de um golpe parlamentar que fragilizou as instituições e precipitou o Brasil no abismo da crise institucional.

Tudo é possível quando um mandato presidencial é desrespeitado. O impeachment sem crime de responsabilidade escancara as portas para o avanço da crise política e institucional.

 

Daí os conflitos institucionais que se aprofundam e o choque entre Legislativo e Judiciário. As relações de harmonia e equilíbrio entre os Poderes, exigidas pela Constituição, estão comprometidas.

Em apenas 90 dias, muito do que alertei ao longo do processo de impeachment tornou-se real. As contradições se acentuaram e conturbaram o cenário político, econômico e social. As ações para estancar a “sangria” da Operação Lava Jato têm se mostrado ineficazes. Movimentos sociais, estudantes, professores e cidadãos sofrem com a repressão às suas manifestações.

Assistimos, estarrecidos, ocupações de escolas e universidades por jovens em defesa de seu futuro serem coibidas com violência, enquanto manifestantes que invadem o Congresso, pregando a volta da ditadura, são tratados com complacência. Os sinais de deterioração dos direitos sociais estão evidentes.

Reconheço, ainda assim, que nenhum de meus mais pessimistas prognósticos previa o escândalo gerado pelo episódio do apartamento de luxo em área histórica de Salvador. E que isso merecesse do ocupante da Presidência da República mais atenção do que os problemas reais do nosso povo, como o desemprego crescente ou a paralisação das obras de integração do São Francisco, para citar apenas dois exemplos.

A democracia tem sido corroída pelo Estado de Exceção. A interrupção ilegal do mandato de uma presidenta é o mais destruidor dos elementos desse processo, pois contamina as demais instituições.

Daí a distorção dos fatos por setores da mídia oligopolista, ou a decisão do Tribunal Federal da 4ª Região que autorizou medidas excepcionais, como a suspensão da lei e da Constituição em nome do caráter excepcional da Lava Jato.

Outro sinal é a perseguição implacável ao presidente Lula, submetido à “justiça do inimigo”, na qual a regra é destroçar a vítima.

Nesse cardápio, a PEC 55 destaca-se ao ensejar, simultaneamente, o avanço do Estado de Exceção e o retorno do neoliberalismo. Com um só golpe retira a população do Orçamento, reduzindo os gastos com saúde e educação.

Ao mesmo tempo, pelos próximos 20 anos, afasta de todos nós o direito de escolher por meio do voto direto para “quem, como e onde” serão utilizados os recursos do Orçamento. Flagrantemente inconstitucional, a PEC viabiliza o retorno do neoliberalismo, do Estado mínimo, feito por poucos e para poucos.

Diretas Já

  • Qual a outra saída? (Foto: Roberto Parizotti/CUT)

reforma da Previdência proposta pelo governo ilegítimo exige a idade mínima de 65 anos e 49 anos de tempo de serviço. Obriga jovens de 16 anos a largarem os estudos para trabalhar, a fim de ter o direito à aposentadoria integral.

O objetivo é claro. Dar continuidade ao processo de desmonte do Estado, iniciado por FHC e interrompido nos governos do PT. Busca-se desmantelar o sistema de proteção social, iniciado com Getúlio Vargas, atualizado na Constituição de 1988 e aprofundado no meu governo e no de Lula.

Irão se esforçar para desregulamentar a economia e reduzir impostos sobre os muito ricos e privatizar as empresas do Estado. Além de revirar o mercado de trabalho, “flexibilizando” os direitos dos trabalhadores e tornando a aposentadoria privilégio de poucos.

Tais propostas voltam à ordem do dia, depois de derrotadas nas últimas quatro eleições presidenciais. Por isso, o impeachment. O programa neoliberal do PSDB, rejeitado no voto pela população, necessita que se suspenda a democracia para ser executado.

O neoliberalismo pelo governo Temer, cujo receituário é brandido pelos meios de comunicação e líderes da oposição tucana como solução para o País, resultará em mais desigualdade. Tal modelo não tem como conviver com a plenitude do Estado Democrático de Direito. 

Em A Doutrina do Choque, Naomi Klein mostra que os teóricos e políticos adeptos do neoliberalismo advogam o uso das crises para impor medidas impopulares justamente quando os cidadãos estão impactados por outros eventos.

Geddel e Calero

  • Geddel e Calero: foice no escuro (Foto: Marcelo Camargo/ABr)

Em nosso caso, a crise econômica e o impeachment foram a oportunidade para a retomada do receituário neoliberal. Múltiplos agentes políticos e empresariais se associaram para revitalizar um modelo que dá sinais de esgotamento e profundas contradições em países da Europa e nos Estados Unidos. 

Chama atenção a sofreguidão dos militantes empresariais encarnados no “pato amarelo”. Defendem que o único caminho diante do conflito distributivo, acirrado pela crise, é o corte dos gastos sociais, jogando o ônus da crise econômica exclusivamente nas costas dos trabalhadores e da classe média.

Afastam a possibilidade de aumento de impostos num país que tributa, sobretudo, ganhos de salário. Tal debate está interditado. Aí não importa se a consequência é a queda ainda maior da demanda e mais crise ao se derrubar o investimento público e o consumo, num quadro de anomia do investimento privado.

Defendo que ajustes precisavam ser feitos. Ajustes equilibrados, para melhorar a qualidade dos gastos e reduzir as despesas. O limite da redução das despesas foi, porém, atingido.

Há necessidade urgente de reformas, não para retirar direitos, mas, como a tributária, para ampliar a arrecadação e alterar o caráter regressivo do nosso sistema de impostos. Não podemos continuar a ser dos poucos países do mundo, em companhia da Estônia, a não tributar dividendos ou taxar ganhos de capital. 

Ainda há quem queira acreditar no milagre do corte de gastos. Disseminou-se a ideia de que o golpe, travestido de impeachment, rapidamente reverteria a crise e, a partir daí, bastaria cortar gastos. Ora, a crise fiscal nunca se deveu a uma ampliação dos gastos. O Brasil enfrenta um problema fiscal que tem a ver com a desaceleração econômica, responsável pela queda vertiginosa das receitas.

Câmara

  • Eles mereceram afagos do aparato de segurança (Foto: Lucio Bernardo Jr./Câmara dos Deputados)

É necessário reconhecer que desonerações efetuadas ao longo do meu governo, tanto aquelas sobre a folha de pagamentos quanto as que incidiram sobre setores produtivos, reduziram as receitas. Os resultados foram apropriados pelas empresas na forma de aumento da margem de lucro.

Tais desonerações também não produziram, na maioria dos setores, aumento da capacidade produtiva e, consequentemente, da arrecadação futura, impondo ônus excessivo à gestão fiscal do Estado. Por isso é necessária a revisão de tais desonerações.

Mesmo assim, o País vai precisar de medidas que se contraponham à crise. Durante meu governo foram criminalizadas todas as medidas fiscais contracíclicas. A PEC 55, pró-cíclica, vai eliminar agora todo e qualquer espaço para a política fiscal, além de enrijecer a política monetária.

Lá atrás, as manobras dos golpistas foram bem-sucedidas. Vetaram, ao longo do meu governo, todas as iniciativas para se reverter a crise, instituindo a política do “quanto pior melhor” e as “pautas-bomba”. Pior. Mobilizaram parte da população contra seus próprios interesses, cerceando a ampliação de oportunidades e de direitos.

Em várias ocasiões, declarei que o golpe contra meu mandato era um golpe contra a democracia, contra o povo brasileiro e contra a nossa Nação. Apesar dos meus críticos, promovemos um inédito processo de redução da desigualdade nos últimos 13 anos.

Foram as políticas de transferência de renda, de valorização do salário mínimo, de ampliação do acesso a serviços públicos e do incremento do investimento público que transformaram o Brasil e nos tiraram do mapa da fome.

Inédito, esse processo não garantiu uma efetiva transformação estrutural de nossa histórica concentração de riqueza. E foi insuficiente, pois acabamos impedidos de avançar na redistribuição da riqueza, na tributação dos mais ricos com impostos progressivos, tema interditado no País.

A PEC 55 vai impedir que o povo se beneficie do crescimento pelos próximos 20 anos com base no argumento da austeridade. Ao estabelecer que os gastos públicos terão crescimento real zero, a PEC terá efeito contracionista, puxando o crescimento do PIB para baixo.

O mais trágico é que resultará na redução per capita dos gastos sociais federais. Como trata apenas de gastos primários, a proposta não contém uma só medida voltada às despesas financeiras, como os juros da dívida pública.

Arbitrando de forma autoritária o conflito distributivo em torno da alocação do Orçamento, a PEC é contra a maioria da população. Retira dos cidadãos o direito de, a cada eleição, escolher o programa de governo expresso no Orçamento e, com isso, os caminhos para o desenvolvimento. É hoje um dos pilares do Estado de Exceção implantado no Brasil. 

Estônia

  • Estônia, o outro paraíso rentista (Foto: DPA/Fotoarena)

Renascido como fênix depois de quase 13 anos, o neoliberalismo do consórcio Temer-PSDB é coerente com o fato de nossas grandes empresas produtivas terem se tornado financistas. Que acreditem e defendam o ideário neoliberal não surpreende.

Mas que se somem na defesa de uma proposta que diminui o crescimento econômico e promove a retração do mercado consumidor só se entende diante da elevada rentabilidade obtida com o giro financeiro. Sem dúvida, um dos maiores desafios ao desenvolvimento no Brasil tem sido a contaminação dos setores produtivos pelo giro da dívida pública. 

A importância que o resultado financeiro assumiu para o desempenho de nossas grandes empresas, inclusive secundarizando eventuais limitações de competitividade, explica o desinteresse com que o setor produtivo tratou a queda dos juros em 2012 e 2013. Serve também para entender o engajamento desses segmentos a favor do golpe, atraídos, entre outras questões, pela perspectiva de reformas e medidas fiscais.

A interrupção da normalidade democrática e o caminhar rumo ao Estado de Exceção são as bases jurídicas para a retomada do neoliberalismo. Não são as bases para “ordem, progresso e retomada do crescimento”, como prometeram antes do golpe. É o contrário. Ainda que setores da mídia mostrem com parcimônia os dados sobre a situação, o aprofundamento da crise está explícito.

A realidade sempre se impõe. Está cada vez mais evidente que os golpistas acreditaram no que propagandeavam e subestimaram os fatores que levaram à crise econômica: o fim do superciclo das commodities, a desaceleração da China, o fraco crescimento dos países desenvolvidos, o fim da política de expansão monetária dos Estados Unidos e a queda de arrecadação.

Minimizaram, sobretudo, as graves e nefastas consequências econômicas da crise política por eles criada. Tais fatores não se alteraram com a conclusão do impeachment. A “sangria“ continua e passa a ataque mortal. A crise agravou-se com a ilegitimidade, os escândalos de corrupção e as falsas profecias.

Agravou-se tão rápida e profundamente que a instabilidade gerada no atual governo e entre as instituições permite antever a possibilidade do golpe dentro do golpe: a eleição indireta para presidente, que não produzirá estabilidade ou segurança institucional.

Afasta a esperança e se revela mais um ataque à democracia, incapaz de conduzir à recuperação econômica.

Bolsa Família

  • O esforço da inclusão social não pode ser jogado pela janela (Foto: Ubirajara Machado)

A intolerância e o ressentimento diante da falta de sintonia entre as expectativas do povo e as entregas do governo minam a legitimidade da democracia. Para a população, primeiro vem a perda de poder, pelo desrespeito aos resultados legítimos da eleição.

Depois, a cassação de direitos, por meio de reformas que promovem retrocessos e exclusão. Quando as teses econômicas dominantes impedem a priorização de investimentos sociais, os governos deixam de responder às necessidades dos eleitores.

A política torna-se irrelevante para a vida dos cidadãos. Daí o risco da anti-política virulenta, em que argumentos são substituídos por slogans e sensacionalismo. Por isso, se o golpe destruiu o presente do Brasil, cabe a nós lutarmos pelo futuro.

A saída não é a marcha da insensatez golpista, mas a participação popular. Está na convocação imediata de novas eleições para presidente, como propus anteriormente. Junte-se às diretas, é hora da reforma política, proposta por mim em 2013.

Não há como sair da crise sem redefinir o sistema político, carcomido por práticas fisiológicas e corruptas, combalido pela fragmentação de partidos e pela lógica do imediatismo que não leva em conta os interesses do País.

Esse é o caminho para conter o retrocesso e garantir que a vontade do povo prevaleça quando se define o nosso destino. Reitero: o momento é grave, mas ainda há tempo de salvar a nossa jovem democracia e promover a retomada da economia. A palavra é legitimidade. Um banho de legitimidade para lavar a alma do Brasil.

Para isso, Diretas, Já

 

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

26 Comentários

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  1. Nem a Dilma quer
    Nem a Dilma quer voltar,kkk!!
    O certo é ela voltar,todos reconhecerem os
    erros e dizerem “toma q o BO é seu”quem
    mandou querer ser Presidenta !!
    Obs:Dilma por favor monte um “governo paralelo”com nomes da direita,centro e
    Esquerda,isso terá efeito devastador no
    cambaleante governo golpista, ninguém
    confia no cara,será uma bomba de Hiroshima!

  2. A solução é a sua volta

    Dilma, é a anulação do golpe e incendiando o STF se preciso for; ou isso ou a barbárie pois mesmo uma nova eleição é garantia quase certa da continuação dos golpistas no poder.

  3. Além do fato de rodar a pgn

    Além do fato de rodar a pgn por meia hora, nada escreveria em favor de Dilma.

    Assim sendo um abração pra vc.

    Eu acredito piamente na sua inocência é do tamanho da sua incompetência.

    Sem dobrar a minha observação.

  4. A democracia tem sido corroída pelo Estado de Exceção

    no início do noite de 12/01 estive no Rio de Janeiro numa reunião do Movimento pela Anulação do Impeachment. após o ato-debate de SP, as expectativas, não apenas minhas como de outros participantes, eram enormes.

    foi decepcionante constatar como muitos dos presentes, principalmente aqueles com vínculos estreitos com o PT, ainda estão em estado de negação da realidade.

    ao serem contestados, com a argumentação de que uma volta de Dilma não pode apenas repetir os mesmos erros que ela cometera: o Plano Levy, seu inepto Ministro da Justiça, propor e sancionar a Lei Anti Terrorismo, as indicações para o STF, etc.. uma das senhoras inacreditavelmente falou: “Não quero nem saber se a Dilma depois de voltar vai botar mais 20 Ministros de Direita no STF!” e puxou um coro de “Volta, Dilma”, que não empolgou mais do que uns  40% do auditório.

    por outro lado, mesmo com todos os erros que se possa atribuir a Dilma, ele é a President@ legítima do Brasil. não há restauração da Democracia sem a volta dela.

    para Dilma voltar, o impeachment tem que ser anulado, por ser inconstitucional. da anulação do impeachment decorre a revogação de todos os atos do governo usurpador. e a responsabilização de todos os golpistas.

    este é o tamanho do impasse em que o Brasil e todos nós estamos, inclusive a própria Dilma Roussef.

    .

  5. A democracia tem sido

    A democracia tem sido corroida pelo Estado de Exceçãol, como Dilma é modesta. Ela esqueçe da contribuição do GOVERNO DELA NA DESTRUIÇÃO DA DEMOCRACIA, quando ela nada fez para abortar a conspiração, que é crime, que levou ao golpe de estado que esta destruindo o Brasil. HIPÓCRITA E COVARDE, agora escreve artigos e fala como se não pudesse ter feito nada como presidente da República pra destruir os conspiradores agora se alimentam do sangue brasileiro.

    ARDA NO INFERNO.

    1. “fala como se não pudesse ter

      “fala como se não pudesse ter feito nada como presidente da República “…Não é “como se não pudesse”, bem se vê que vc não entende nada de 3 poderes independentes, ou se entende, é PURA MÁ FÉ. 

      Prá ser “MACHO”, não é preciso vestir calças, basta ter a CORAGEM dessa MULHER. 

      Aproveite o “arda no inferno”, e deleite-se nele.

      1. Os pretos negros, legalmente

        Os pretos negros, legalmente estavam escravizados. Ajudá-los a fugir das fazendas era CRIME também. Realmente vc não tem a menor noção do que é o PODER. Aprenda com Erdogan e Assad que mandaram CONSPIRADORES PRA CADEIA E PRO CEMITÉRIO na defesa de seus paises e seus povos.

  6. Sem paciência com A Dilma!

    Tenho saco pra ouvi-la mais não…

    A hora da Dilma se expressar já passou. Fiquei aguardando durante meses seus pronunciamentos em cadeia nacional no horário nobre da TV, onde ela iria detonar o PIG…esclarecer a população, etc.

    Já era..o que ela pensa não me interessa mais. Sei que foi vítima, mas também responsável por essa quadrilha que vilipendiou  a democracia e está destruindo tudo, este bando de ladrões e entreguistas com a voracidade de uma praga de gafanhotos.

    Taí o Aragão mostrando que poderíamos ter nos livrado do Cardozo facilmente…

    Taí o Janot querendo o terceiro mandato quando ela poderia ter mandado ele pra casa no primeiro…

    Taí o figurativo que ela poderia ter afrontado e desnudado…

    Taí a Veja sem o processo prometido na campanha…

    etc!

     

  7. Esperava mais!

    Embora tudo seja verdade, inclusive a honestidade da nossa presidenta, o texto apresenta alguém com sendo “de fora” dando opiniões e, pior ainda, sem nenhuma vontade de reparação de injustiça, num cândido chamado a novas eleições, como se estivesse tudo certo e que é só mudar daqui para frente.

    Esta entrevista é fraca demais para o meu gosto.

    “A solução passa por eleições diretas para presidente, substituindo o governo ilegítimo” diz Dilma. Mas, se o governo é ilegítimo, então a solução passa com a sua destituição (pé na bunda mesmo) e revogação dos atos cometidos.

    “A interrupção ilegal do mandato de uma presidenta é o mais destruidor dos elementos desse processo, pois contamina as demais instituições”. Então, mais uma vez fica claro que depois da interrupção ilegal está tudo contaminado.

    Dilma devia ser breve e concisa, do tipo:

    “Não quero ser Presidenta novamente, acho o Lula o melhor para o Brasil neste grave momento, mas, quero o meu mandato de volta para reparar a injustiça, para eu mesma varrer os corruptos usurpadores, tirar os ratos do palácio, desfazer as atrocidades que foram cometidas e, pessoalmente, comandar estas novas eleições”.

    Essa é a atitude que se espera. Lula poderia emprestar um dos seus advogados para aconselhar Dilma.

  8. Monte sim um governo ¨paralelo¨, Dilma

    E, por favor, seja mais incisiva, o momento terrível pelo qual passamos assim o exige.

    Precisamos de você, do Lula, do Aragão, e muitos outros trabalhando juntos.

    Tem que bater mais forte, o inimigo, não o traíra pusilânime do mi$hell, veio feroz e garras para esfacelar o Brasil!

    Ele, o inimigo, inimigo porque se trata de uma guerra o que estamos vivendo, desce voando do Norte a nos bicar.

    Trouxeram na bagagem até mesmo a falecida febre amarela.

    Força, fé, e muito trabalho de todos nós e para todos nós brasileiros que amamos ese País!

  9. Não sei quem escreveu o texto
    Não sei quem escreveu o texto por Dilma, mas é impressionante a capacidade da esquerda de não reconhecer seus próprios erros! Diretas já benefícia só a direita!

  10. Dilma precisa definitivamente

    Dilma precisa definitivamente sair do seu mundo e vir á realidade,só isso explica tanta  INÉRCIA há tanto

    tempo,ora a confiança internacional e nacional só voltará com ela voltando(fazer o quê!)só para relembrar

    a história,Getúlio Vargas tb ñ queria o “BO” de ser presidente da república,estava vacilante e precisou o grande

    Oswaldo Aranha “dar um empurrãozinho”p ele ser candidato,Dilma precisa requerer sim seu mandato,é dela!!

    Obs:Ñ é possível um país de mais de 200 milhões ñ ter ninguém p dar um “empurrãozinho na democracia!”

    Obs2:A GRANDE OPORTUNIDADE ESTÁ AÍ P OS GRANDES BRASILEIROS,BOA SORTE A TODOS NÓS !!!

  11. Volta não
    Que falta de grandeza! Que falta de humildade! Que falta de espírito público! Quem não reconhece os seus próprios erros certamente irá repeti-los.

  12. tarde demais

    Se tivesse abandonado o controle remoto há 3 anos atrás e partido pra cima dos criadores do golpe, o país não estaria nessa situação.

    Ferramentas a presidente tinha. E não quiz usá-las.

    1. tarde….

      Oh! Pátria da covardia e da mediocridade poliica. Agora é que eleições diretas livres, facultativas, insubstituíveis traçarão um rumo para o país? Mas já não era  a solução quando redigida a nova Constituição, a tal Cidadã. Se a Carta-Mãe era a Cidadã, quem maior que o cidadão para impô-la? Obrigatório somente seu direito de votar em todas as questões nacionais. Eleições diretas deveria ter sido aplicado no golpe contra o Governo Collor. Como este, golpe contra a democracia. Terra da Inocência,” do cachorro atrás do rabo”. Cuspiu pra cima naquele episódio, correu atrás da esperança vã e tropeçou nas próprias pernas novamente. E advinhem? Lembra que cuspiu pra cima? Menos de 2 décadas passadas, caiu na cabeça de quem? Consegue ver alguma semelhança entre 2016 e 1964? Não?!!! Então realmente continuamos no Brasil.    

  13. Dilmão

    Dilma no superlativo, uma das mais poderosas pessoas de sua época, a quem me dirijo sem a certeza de estar mesmo em contato com pessoa tão extraordinária.

    Dilma, aquela que modificou a história do Brasil e a quem muitas pessoas esperaram a vida inteira para ver no poder, a você eu quero dizer e perguntar:

    1- No último desfile de 7 de setembro, quando você, vestida de branco, desfilava em carro aberto liderando o exército brasileiro e todos os poderes da república você não olhou para o palanque para ver o ressentimento e a inveja do seu vice?

    Nunca vi expressão maior de inveja e aviltamento. Talvez até vocês tenham entabulado alguma discussão anterior, mas a angústia pela falta de poder de seu vice era tão evidente quanto um tumor.

    A pergunta:

    Você não percebeu? Ou caso ele tenha lhe sido imposto como vice, por que você não tomou precauções a respeito?

    2- Nas manifestações de 2013 quem fosse brasileiro, especialmente o paulista, podia sentir o tremor das ruas dentro de casa qualquer que fosse o endereço. E, claro, esse tremor chegou a Brasília.

    A pergunta:

    Por que você não convocou o exército e você mesma não deu o golpe.

    Na situação que o país estava, com o poder que você possuia e com a qualidade de seu congresso aqui de longe, parecia a decisão mais acertada.

    É certo que você enfrentaria pressões internacionais insuportáveis, pressões internas idem, mas se você tivesse um bom diálogo com as forças armadas talvez você não tivesse sido traida como foi o Jango, e se livraria dessa instituição podre que é o congresso, convocando imediatamente uma constituinte ou até mesmo elaborando uma constituição para garantir a governabilidade, não se esquecendo de aprender com a história de como se lida com o poder para não ser vítima dele.

    3- Quando a água bateu na bunda do Lula ele , finalmente veio nadar em sua direção. E aí era tarde demais.

    A pergunta:

    Por que você e o Lula não governaram juntos no seu segundo mandato?

    Creio se assim tivesse sido, o seu partido, em vez da sombra que é, seria hoje a garantia da continuidade de suas obras.

    No tempo da “”redentora”, quando se instituiu uma oposição de fachada criando-se o MDB, quando um partido não dava certo, extinguia-se ou mudava de nome a sigla e pronto.

    Hoje, quando por força de manipulação midiática o PT encontra-se inviabilizado, pergunto: Por quê ficaram com dó de extinguir a sigla e montar uma nova com os mesmos membros?

    Poderia perguntar mais coisas sobre a LSN, moro(minúsculo mesmo), espionagem, grampo e coisas que foram acontecendo sem qualquer controle mas, dado a sua coragem e bravura cabe a mais incisiva das perguntas:

    Por que você, em vez de enfrentar a terrível tortura que foi o processo de impeachement, não renunciou?

    Abraços , profundos agradecimentos e respeito.

     

  14. Discordo em parte.
    A

    Discordo em parte.

    A democracia não está sendo corroída.

    Ela foi destruída no exato momento em que, com ajuda do STF, o bandido que presidia a Câmara dos Deputados iniciou o impedimento mediante fraude.

    Tudo o mais é consequencia. 

  15. Memória seletiva

    “Tramaram um golpe que contou com o apoio de oposicionistas, traidores e parte da mídia e lançou o País em um período de incertezas e retrocessos.”

    A ex-presidente esquece de grande parte da população que foi as ruas pedir o impeachment.

    1. … “grande parte”…

      … os bonners kid, as bonners girls e os “esclarecidos” classe mérdia CBF, e patos da FIESP, na esteira do MBL e estimulados(as) e inspirados(as) por arautos da moralidade e zelo com a coisa pública como Aécio, Agripino Maia, Eduardo Cunha, Malafaia, Sérgio Moro… na boca de Bonner quaiquers 100.000 na Paulista viravam 2 ou 3 milhões querendo a cabeça de Dilma numa bandeja, e até hoje pessoas como você acreditam nisso.

  16. Carta aberta à Sra. Dilma Rousseff

    Seus direitos como Presidente foram cassados pelo Congresso, sendo que no Senado o processo foi conduzido pelo Ministro-Presidente do STF, Sr. Lewandovsky. Defendo como sempre defendi os direitos constitucionais e a preservação de seu mandato à frente do governo brasileiro. Felicito-a por defender sua gestão e inclusive destacar que as desonerações tributárias deveriam ter contribuído para o estímulo à produtividade nacional, apesar do empresariado não ter mantido o compromisso.

    Por entender que o presidencialismo de coalizão exigiu de seu governo, assim como do ex-presidente Lula, que fosse feita uma  aliança com o PMDB, o segundo partido mais representativo à época, para garantir a governabilidade e uma base sustentável de apoio no Congresso, posso compreender as vicissitudes políticas internas que seu governo enfrentou.

    Fui uma das três pessoas que estavam presentes em 2008 na Granja do Torto quando o ex-presidente Lula nos comunicou sua escolha como candidata à Presidência da República. Lembro-me que era um sábado e mesmo diante dessa notícia você se manteve especialmente ocupada em apresentar planilhas sobre o Programa de Aceleração de Crescimento ao Presidente Lula.

    À época como gestora do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, requisitada ao Palácio do Planalto como assessora especial da Presidência da República, havia sido deslocada para o subsolo do Palácio sem uma mesa e um computador por ter defendido o sistema de seguridade social e sua base de financiamento que continua a constar explicitamente do Art. 195 da Constituição no Fórum Nacional da Previdência Social como representante da Casa Civil em final de 2007.  Mesmo assim me silenciei para não interromper seu encontro com o Presidente Lula em momento tão importante.

    Não deveria ter me silenciado porque estava sendo objeto de intolerância por parte de seus principais assessores que vieram a se tornar Ministros em seus dois mandatos. Ao voltar da última reunião do Fórum em que conseguimos alinhavar politicamente um acordo entre todas as Centrais Sindicais, as Confederações Patronais, maioria do governo, OIT, IBGE, DIEESE, IPEA, MInistério Público, ANFIP e outros, em que me foi dado um papel de destaque, entreguei um relatório à minha chefia direta. Diante do meu relatório ouvi de minha chefia que eu tinha quatro dias para desocupar a minha mesa o que significava o afastamento de minhas funções. Lembro-me que à época houve algumas tentativas de analisar, a meu pedido, se o sistema de seguridade social que reúne as três políticas integradas previdência social, saúde e assistência social era viável. Após muitas conversas soube que não consideravam viável sua implantação que se iniciou no período pós-constituinte e sofreu reveses próprios da linha de pensamento adotada por cada governo eleito. A presença do ajuste fiscal como medida protetora das contas públicas sempre foi um obstáculo. Como conseguimos derrotar esse viés no Fórum Nacional de Previdência Social em um governo dos trabalhadores acreditei que, mesmo tendo sido afastada, a representatividade e a força das centrais sindicais e dos movimentos sociais conseguiria evitar a política de ajuste fiscal e o retrocesso da implantanção do Estado do Bem Estar Social no Brasil. Não foi o que ocorreu. Somente nos dias de hoje através de uma pesquisa na internet encontrei uma notícia de 2006 no site do SERPRO que comunicava a fusão das contribuições sociais previdenciárias aos tributos decidida através de uma Medida Provisória de autoria dos Srs. Romero Jucá, Jorge Rachid e Nelson Machado. Esta MP foi aprovada em 2005 e operacionalizada ao longo do tempo e no período de 2008/2009 viabilizou a montagem da matriz econômica para enfrentar a crise econômica internacional. Ocorre que a aprovação dessa MP pelo Congresso foi inconstitucional. A única alternativa que temos é de que seu efeito seja revertido, sendo recuperadas as contribuições sociais pertinentes ao sistema de seguridade social para viabilizar não somente a previdência social, sem necessidade de reforma, e os  programas de transferência de renda como o Bolsa Família, os benefícios de prestação continuada e os benefícios dos trabalhadores rurais.

    Defendo um diálogo nacional entre todas as lideranças políticas do país para que nosso povo não seja novamente objeto de medidas inconstitucionais que por vias transversas em nome de uma política macroeconômica de estímulo à produção e ao emprego não lhes retire direitos sociais que são obrigações constitucionais expressamente normatizadas atraves de legislação infra-constitucional.

     

     

    1. À gestora do MPOG

      No fim das contas, os interesses do capital não se importam com os direitos advindos do trabalho.

      Vivemos num mundo capitalista, onde um país é só uma empresa que deve dar lucro e que seus

      proprietários podem realiza-los a qualquer tempo mesmo que tenham que fechar a empresa

      e despedir seus empregados.

      Desmantela-se o estado, vendem-se os seus ativos e investe-se no mercado financeiro, onde os

      banqueiros brincam de enriquecer. Eles, os donos do dinheiro, do povo e do poder.

      O povo, ora o povo!

      O povo é um mero detalhe, como disse  uma vez Zélia Cardoso de Mello.

      Períodos  de governo com  viés socialista são permitidos pelo capital apenas para manter a esperança do povo

      no sistema político. A mim parecem a  cenoura pendurada na frente do burro.

       

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