A economia e o anti-petismo no centro das eleições de 1998 e 2014

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
[email protected]

Jornal GGN – Artigo escrito por Luna Sassara, da equipe do Manchetômetro, testa a tese de que o viés da grande mídia não tem coloração partidária, mas é dependente em grande medida do estado geral da economia. Trata-se de um estudo comparado da cobertura feita pelo jornal Estado de S. Paulo em 1998, ano em que Fernando Henrique Cardoso, do PSDB, concorria à reeleição, e em 2014, com Dilma Rousseff como candidata do PT. Seria a situação econômica a explicação por trás do viés da cobertura nesses dois pleitos? Qual era o desempenho da economia brasileira naquela época e como o Estadão tratou o candidato FHC? Essas e outras perguntas são respondidas com a leitura do artigo, que o GGN reproduz abaixo.

 

É a economia, estúpido, ou não? A cobertura do Estão nos pleitos de 1998 e 2014

Por Luna de Oliveira Sassara, no Manchetômetro

No dia 10 de setembro, o Manchetômetro apresentou análises que comparavam a cobertura da mídia durante o período oficial de campanha da eleição de 1998, quando o então presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) pleiteava a reeleição, e durante a campanha deste ano, em que a presidenta Dilma Rousseff (PT) persegue o mesmo objetivo. A intenção do estudo comparativo é testar a tese do contrapoder, muito comumente aventada em debates sobre o papel da mídia. Segundo tal tese, a mídia cumpriria a função de se opor ao poder constituído, no caso, o candidato e partido que ocupa a presidência e pleiteia a reeleição, mantendo-o sob constante escrutínio. A comparação do Manchetômetro refuta a tese, contudo. Agregando os dados dos jornais Folha, Estadão e O Globo, FHC teve uma proporção de notícias negativas para neutras menor do que 1 para 5, mais especificamente, de 19%. Dilma alcança até agora a marca de 80%, ou seja, de 4 negativas para cada 5 neutras. Assim, a grande imprensa é quatro vezes mais “contrapoder” no caso da candidatura do PT do que foi para a do PSDB em 1998. FHC também recebeu um número alto de matérias positivas, o que é algo raro nas coberturas de todas as eleições. Se comparadas às matérias neutras, as positivas recebidas por FHC chegam a 35%: 2 para 5. Na cobertura de 2014, Dilma teve somente 4 notícias positivas durante o período de campanha até o primeiro turno; pífios 2% de seu total de neutras. Ou seja, a grande mídia não só não foi contrapoder na eleição de 1998, mas foi francamente situacionista.

Mas é sempre possível argumentar, e algumas pessoas de fato o fazem, que essa diferença gritante nas coberturas se deve não a um viés da grande mídia, mas ao contexto econômico de cada eleição. Ora, não precisamos apelar para o chavão “It’s the economy, stupid!”, cunhado pelo assessor de Bill Clinton, James Carville, para reforçar o argumento de que a economia é assunto de máxima relevância eleitoral. Pois bem, nesse artigo testamos a hipótese econômica: o tratamento favorável dado a FHC em 1998 se deveu ao contexto econômico favorável, enquanto que, inversamente, o tratamento muito desfavorável recebido por Dilma no ano corrente é produto de ambiente econômico comparativamente pior. Digo comparativamente, pois não há sentido pensarmos em termos absolutos, já que o objetivo é poder avaliar os motivos por trás do comportamento da grande mídia.

Vamos nos restringir aqui ao enquadramento do tema economia no jornal O Estado de S. Paulo. Em 1998, foram publicadas 50 chamadas de capa positivas, 76 negativas e 17 neutras sobre o tema durante o período eleitoral. Este ano foram 9 notícias positivas, 127 negativas e 23 neutras. Como se vê, os números de notícias negativas nas capas do Estadão sugerem que o desempenho econômico do Brasil naquela época fora consideravelmente melhor daquele alcançado este ano. A melhor maneira de comprovar a verossimilhança desta interpretação é estabelecer uma comparação entre os dois períodos baseada em alguns dos fatores mais relevantes do noticiário econômico, e que frequentam a fala dos economistas e jornalistas econômicos de plantão: inflação, desemprego, crescimento, taxa de juros e salário mínimo.

Comecemos pela inflação. Os índices inflacionários de 1998 foram os mais baixos de uma série de quedas constantes que teve início com a implantação do Plano Real: o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou o ano em 1,65 [1] e o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), em 2,49. Na época, o governo federal ainda não adotava metas para inflação de modo que não se pode identificar se os números estavam dentro das expectativas para o ano, mas ainda assim, a inflação foi baixíssima. Ela foi tema de apenas uma chamada de capa durante a campanha de 1998, a manchete do dia 19/07: “Bird aconselha Brasil a manter inflação baixa”. Em 1999, o Banco Central passou a estabelecer metas para a inflação anual.

A meta de 2014, estabelecida já em 2012 [2], é de 4,5% com margem de dois pontos para mais ou para menos. Esse ano, a inflação tem sido o tema de maior destaque na cobertura econômica, estando presente em 9 textos de capa entre manchetes e chamadas, sendo sempre enquadrada como problema gravíssimo sobre o qual o governo federal parece não ter controle. O acumulado do IPCA até o mês de agosto está em 4,02 e o INPC em 4,11. Conforme informou o Estadão no dia 29/09, o Banco Central previu que a inflação de 2014 deve ficar em 6,3%, próxima, portanto, do teto da meta. No entanto, a manchete da edição do dia 12/09, “Ata do BC vê inflação perto da meta só em 2016” – assim como o texto que a acompanha – não cita que a meta citada se trata, na verdade, do centro da meta. Também em outras edições, como o editorial “Inflação real e fantasia oficial” do dia 21/09, para citar apenas um exemplo, tratam a inflação como problema sobre o que o governo federal não consegue solucionar.

Um segundo tema importante no noticiário econômico é o desemprego, sobretudo durante esta campanha. O “avanço do desemprego”, segundo análise dos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) na capa do dia 19/09, é classificado como um “sinal alarmante”, reflexo da “grave crise da indústria”. A Pnad divulgada na véspera indicara um aumento no índice de desemprego de 6,1 para 6,5%, o segundo menor desde 2002. Na campanha de 1998, o tema desemprego aparece somente em duas chamadas de capa. Uma delas o aponta como tema das eleições estaduais, a outra noticia o menor índice em seis meses. A Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) indica que, curiosamente, em 1998 a taxa de desemprego nas áreas metropolitanas correspondia a 18,6% da PEA, enquanto em 2014, a taxa verificada no mês de junho foi de 10,8% [3]. Ou seja, o desemprego naquela época era quase o dobro do que é agora, mas, segundo a ótica editorial do Estadão, agora ele é problema e naquela época não era.

A questão do crescimento econômico é também muito relevante no noticiário. No ano de 1998, a variação do Produto Interno Bruto, ou seja, o crescimento da economia foi de 0,00%, um cenário de estagnação [4]. A palavra estagnação, no entanto, não foi usada nas capas do Estadão para definir o estado da economia. Já a palavra crescimento aparece 4 vezes: chamada aponta que o Ipea diminuiu a previsão de crescimento da economia; outra chamada identifica que o déficit impede o crescimento; a terceira relaciona estabilidade e crescimento; e a última identifica que o crescimento e o emprego constituem a “próxima etapa” da economia brasileira. Em 2014, a última previsão de crescimento do PIB de 2014, divulgada pelo governo no dia 22/09, foi de 0,9%. A palavra estagnação já apareceu três vezes nas capas do Estadão ligada a outras palavras como recessão, inadimplência e inflação. Outros adjetivos são também utilizados para definir a economia do país: travada, freada, mau humorada, para citar alguns. Já a palavra crescimento aparece uma vez: “O que dificulta o crescimento” (10/08/2014). O jornal parece adotar dois pesos e duas medidas aqui também, pois só vê estagnação agora enquanto não a via em 1998, quando o PIB literalmente não crescia.

Agora, tratemos da taxa de juros. Em 1998, duas taxas de juros eram estabelecidas pelo Comitê de Política Monetária: a Taxa Básica do Banco Central (TBC), espécie de piso da taxa, e a Taxa de Assistência do Banco Central (TBAN), equivalente ao teto. Durante o período eleitoral de 1998 ocorreram três reuniões do Copom [5], a primeira no dia 29/07, diminuiu a TBC e a TBAN de 21,00% para 19,75% e de 28,00% para 25,75%, respectivamente. No dia seguinte, não houve nenhuma notícia na capa sobre a alteração: a manchete do dia 30 foi um elogio ao leilão de privatização da Telebrás que ocorrera na véspera. O editorial intitulado “A grande vitória do governo” tratou da mesma questão. A segunda reunião ocorreu no dia 02/09. A TBC caiu para 19,00% e a TBAN aumentou para 25,49%. No dia seguinte, chamada de capa anuncia: “Juro cai pela 7ª vez no ano”. O texto abaixo da chamada esclarece, porém, que apesar do piso ter sido reduzido, o teto sofreu elevação. A elevação em questão não foi pouco significativa – 4 pontos – mas foi totalmente ignorada na chamada.

No dia 10/09, em sessão extraordinária, o Copom manteve o piso da taxa em 19,00%, mas aumentou o teto para 49,75%. O aumento emergencial da taxa após o “mais dramático dia para o Brasil desde o início da crise mundial”, marcado por queda de 15,83% na Bolsa de São Paulo foi o tema da manchete do dia 11: “Fuga de divisas cresce e juros vão a 49,7%”. Segundo o texto sob a manchete, para conter a fuga de divisas, a única alternativa ao aumento de juros seria a desvalorização do real, mas o governo teria optado pela estabilidade da moeda. A mesma notícia informa que o presidente Fernando Henrique havia dito que, por ele, os juros não aumentariam. Lê-se também que as principais bolsas do mundo também caíram. O editorial intitulado “O papel do Congresso na crise” chama os congressistas a assumir responsabilidade sobre a situação: “Há uma crise mundial, o Brasil é parte do mundo e o Congresso brasileiro é parte de quê?”

A TBAN foi extinta em 04/03/99, e a TBC substituída pelo Sistema Especial de Liquidação e de Custódia, a taxa Selic. Durante o período eleitoral de 2014 houve duas reuniões do Copom. A primeira delas foi no dia 16/07, e a taxa foi mantida em 11,00%. No dia seguinte, análise apresentada na capa do Estadão indica que “elevar juros, no momento, é ação com potencial para conduzir a uma recessão”. A segunda reunião foi no dia 03/09 e a taxa foi, novamente, mantida. No dia 4, chamada de capa apenas informa sobre a decisão do Comitê.

O tema salário mínimo não esteve presente em nenhuma chamada de capa, nem no período eleitoral de 1998 nem de 2014. Mas, por se tratar de variante crucial para a compreensão da situação econômica do país, analisemos brevemente o tema. Em agosto 1998, o valor do salário mínimo nominal era R$130,00 quando o salário mínimo necessário para manter uma família de 4 pessoas (dois adultos e duas crianças), de acordo com o cálculo do DIEESE, era R$852,12. Ou seja, para atingir a renda necessária, o trabalhador precisaria ganhar aproximadamente 6,5 salários. Em agosto de 2014, o valor nominal é R$724,00 e o necessário R$ 2.861,55, ou seja, o salário mínimo necessário corresponde a 3,9 vezes o salário nominal.

Finalmente, se faz necessário um comentário especial sobre a cobertura do que foi, provavelmente, o dia mais importante para a economia brasileira no ano de 1998. No dia 23 de setembro, em um pronunciamento no Palácio do Itamaraty, o então presidente Fernando Henrique anunciou medidas econômicas drásticas que poderiam incluir aumento de impostos, diminuição de gastos, baixo crescimento econômico e um novo acordo com o FMI. No dia seguinte, a manchete: “FHC convoca nação para ajuste fiscal”. Nesta situação de crise extrema, com juros já altíssimos e a iminência de um novo empréstimo com o FMI, a capa do jornal o Estado de São Paulo expõe o apelo do presidente à nação e aos estados, municípios, bem como aos Poderes Legislativo e Judiciário para a solução da crise. Também o editorial do dia elogia a atitude do presidente que “assumiu o comando político do programa de combate à crise”, ainda que com atraso devido ao seu envolvimento na campanha eleitoral.

A análise apresentada até aqui demonstra que, com exceção da inflação, outros aspectos da economia de 1998 eram bem menos favoráveis que os de 2014. Como explicar, então, a cobertura tão negativa da economia brasileira na campanha atual? Uma coisa é certa, ela está de acordo com o viés anti-PT e anti-Dilma que a análise do MANCHETÔMETRO detecta na cobertura do Estado de S. Paulo, dos outros dois jornais impressos e do Jornal Nacional. A escolha discricionária de matérias (agendamento) e a interpretação tendenciosa de fatos (enquadramento) caracterizam a cobertura da economia no Estadão, espelhando o viés que identificamos na cobertura política.

[1] Disponível em: http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/precos/inpc_ipca/ipca-inpc_201408caderno.pdf – Acesso em 28/09/2014.

[2] Resolução nº 4.095, de 28 de junho de 2012. Disponível em: http://www.bcb.gov.br/pre/normativos/res/2012/pdf/res_4095_v1_O.pdf – Acesso em 28/09/2014.

[3] Disponível em: http://www.dieese.org.br/analiseped/2014/201406pedmet.pdf – Acesso em 28/09/2014.

[4] Disponível em: http://www.mme.gov.br/sgm/galerias/arquivos/plano_duo_decenal/estudos_economia_setor_mineral/P01_RT02_Perspectivas_de_evoluxo_macroeconxmica_setorial_da_economia_mundial_a_longo_prazo_-_Cxpia.pdf – Acesso em 28/09/2014.

[5] Disponível em: http://www.bcb.gov.br/Pec/Copom/Port/taxaSelic.asp – Acesso em 29/10/2014.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

28 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. essa comparação é importante

    essa comparação é importante porque mostra como

    era em 98 -uma tendencia nitidamente pró-tucana –

    e a de 2014, anti-petista,

    mas tb o que poderá ser se aécio se eleger.

    quer dizer, em 98, o país quebrando

    e a grande mídia aliviando pro fhc.

    agora , contra o pt, tudo é crise.

    qq coisa pra lá de marrakesh…

    uma doideira,…

     

     

     

  2. Compare o periodo 8 anos pré

    Compare o periodo 8 anos pré FHC, evidente que o periodo FHC foi melhor que o periodo Sarney-Collor.

    Hoje o país tem um desempenho menor que o resto do mundo e dos BRICs.

    Nem PSDB, nem PT merecem crédito pelo crecimento do país, o principal agente transformador e de desempenho economico do nosso país é nosso povo. 

    Ele teima em superar qualquer desafio que lhe é imposto pelo estado brasileiro. Tu pode confiscar toda a poupança, pode aumentar a carga tributária, a violência pode ser endemica, a burocracia pode engessar as relações economicas.

    O estado brasileiro se dá muito valor.  

     

    1. Se isso que você pensa fosse

      Se isso que você pensa fosse verdadeiro, mídia no Brasil não vendia NEM BOTÃO!

      Nem votava em que produz falta d’água ou que disse não ter medo de tomar medidas impopulares na frente de grandes empresários…

    2. Você é muito engraçado….
      Vc

      Você é muito engraçado….

      Vc calado deve ser um poeta….

      Pra que presidente né??????

      Como dizia Hebe…. Gracinha!

  3. Fraga X Mantega

    A política do Fraga no BC foi tão danosa que nem o Serra quando candidato em 2002 quis defendê-la. Recebeu o mandato com inflação de 1,6% e entregou com 12,5%.

  4. Crecimento econômico com distribuição de renda

    O PIB no Brasil cresceu de R$ 1,5 trilhões em 2002(FHC) para mais de R$ 5 trilhões em 2014(Lula/Dilma)

    A massa salarial aumentou de R$ 635,7 bilhões 2002(FHC) para R$ 1,44 trilhões em 2013(Lula/Dilma), e deve ficar acima dos R$ R$ 1,6 trilhões em 2014, em função dos aumentos reais do salário e do aumento do emprego formal.

    Desde de 2003 ocorre um aumento espetacular do aumento do consumo da famílias, principalmente em função da redução do desemprego, e consequente aumento das pessoas com emprego com carteira assinada(férias remuneradas, FGTS, licença médica remunerada, licença maternidade remunerada, aposentadoria, 13o. salário, PIS e acesso ao crédito).

    Além da redução do desemprego, o aumento real dos salários, o aumento real do salário mínimo e a ampliação do crédito,  também contribuíram para o aumento consumo da famílias no Brasil, mas sem dúvida o principal responsável é o aumento do emprego com carteira assinada, pois além de aumentar a renda das famílias, passaram  a ter acesso acesso a linhas de crédito mais barato o que ampliou exponencialmente o consumo das famílias.

    Basta visitar os aeroportos, tanto na ala de voos nacionais como de voos internacionais, andar pela principais avenidas, ou pelo principais centros comerciais, é nítido o aumento do consumo em relação aos tempos dos governos de FHC.

    Em função da queda do dólar no Brasil, parte significativa do aumento do consumo das famílias foi atendida por produtos importados, o que limitou o crescimento do PIB.

    Com uma correção gradual da taxa de câmbio, a substituição de parte das importações vai possibilitar um  aumento no ritmo de crescimento do PIB, das horas trabalhadas, do emprego com carteira assinada e da renda das famílias.

    Empréstimos do BNDES geram emprego e renda, temos a Friboi e BRF que são os maiores produtores mundiais de carne bovina e de frango do mundo, a Embraer uma empresá de renome internacional.

    Além disso, cerca de 30%,mais de R$ 60 bilhões anuais dos empréstimos do BNDES se destinam a micro, pequenas e médias empresas (MPMEs).

    O BNDES é o principal financiador dos projetos de biocombustíveis, inclusive o etanol de segunda geração que já está  em fase implantação de plantas piloto, e todos contam com o apoio do BNDES.

    O Brasil é líder mundial na produção de biocombustíveis, o governo de Presidente Lula  implantou o Biodiesel no Brasil em 2004,com a adição de 2% Biodiesel ao diesel de petróleo, hoje a adição de biodiesel está em 6% e passará para 7% em novembro.
    Os biocombustíveis são fundamentais para o que seja possível gerar um excedente de petróleo e derivados e equilibrar as contas externas, onde o aumento da produção nos campos localizados na camada do pré-sal e a conclusão das novas refinarias que estão em construção desempenham também um papel fundamental.

    A indústria de equipamentos para a geração de energia eólica esta sendo implantada no Brasil, que está se tornando um dos maiores mercados de equipamentos para geração de energia eólica,  com apoio do BNDES gerando impostos, emprego, renda e é claro, energia elétrica..

    Também com apoio do BNDES, a indústria naval para atender as demandas do pré-sal já esta instalada no Brasil e em fase ampliação, gerando imposto, emprego e renda.

    Várias  novas fábricas de automóveis estão se instalando no Brasil, inclusive no nordeste, quase todas com apoio do BNDES.

    O Governo da Presidenta Dilma Rousseff, já realizou importantes desonerações fiscais, como na folha de pagamento, na redução da cide(diesel e gasolina), e na redução dos tributos federais sobre a energia elétrica, o que vai melhorar significativamente a capacidade de competição das empresas instaladas no Brasil.

    Falta apenas a redução dos juros da selic para a média dos juros internacionais e uma correção 20% na taxa de câmbio, o que deve ser conseguido no segundo mandato da Presidenta Dilma.

    No mais,  o Brasil tem excelência na produção de bioenergia, com o etanol combustível e o biodiesel, tem a mais avançada tecnologia para produção de petróleo em áreas marítimas, uma avançada indústria de automóveis e aviões, petroquímica, e vai melhorar a capacidade tecnológica, com o Pró-uni, o Pronatec, Programa Ciência sem Fronteiras

    O Brasil ainda tem muito a percorrer no campo tecnológico, mas para isso precisa completar o processo de distribuição de renda, quando isso ocorrer, não haverá mais necessidade das politicas sociais, todos poderão pagar mais impostos, e o estado poderá investir mais em tecnologia e em modernos processos produção de bens serviços.

    No momento o Brasil ainda precisa de programas sociais como o Bolsa Família, Pronaf, Pró-Uni, Pronatec e Minha Casa Minha Vida, mas com o aumento real e gradual do Salário Mínimo, em uma década ou duas a maioria destes programas sociais não serão mais necessários, e talvez ai poderemos flertar com o neoliberalismo econômico.

  5. Mercado formal gerou 5,6 milhões de empregos desde 2011

    Dados apontam para a abertura de 101.425 novas vagas em agosto. No ano já são 751.456 novos postos de trabalho com carteira assinada
    Ministério do Trabalho e Emprego—-Brasília, 11/09/2014 -Assessoria de Imprensa/MTE

    A geração de empregos no Brasil teve em agosto o melhor desempenho dos últimos três meses. Os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que mede o nível do emprego formal celetista a partir dos desligamentos e admissões nas empresas, foram divulgados nesta quinta-feira (11) pelo ministro do Trabalho e Emprego, Manoel Dias e apontam para a abertura de 101.425 novas vagas.  Foram 1.748.818 admissões contra 1.647.393 demissões. No ano o País soma 751.456 novos empregos e se firma como um dos poucos países do mundo a continuar ofertando trabalho, mesmo em meio a uma das piores crises internacionais da história.

    “O desempenho foi positivo em muitos setores, com destaque para indústria de alimentos, onde foram agregadas 13 mil novas vagas. A indústria química e a indústria da madeira também cresceram, junto com a de papelão e celulose, o que é considerada pelos analistas um indicativo de melhoria na economia, pela produção de embalagens. Como havíamos previsto, o ritmo das demissões na indústria de transformação continua caindo. O saldo deste mês foi de apenas um terço do saldo do mês anterior, pois houve alta na atividade industrial em muitos setores, contrariando muitas previsões que têm sido feitas por ai”, comentou o ministro. Segundo o cadastro, no mês,  a indústria perdeu 4 mil vagas. O setor que mais gerou empregos foi novamente o de serviços, com 71,2 mil novas vagas. Esse desempenho está associado, segundo o ministro, à importância crescente dos serviços no dia-a-dia dos brasileiros.

    O comércio também se destacou este mês, gerando 40 mil novas vagas. Esse desempenho está associado ao nível de consumo e a preparação do setor para as vendas de final de ano. “Devemos ter também a contratação de temporários nos próximos meses, o que deve manter a geração de postos aquecida”, citou Manoel Dias, lembrando que a Confederação Nacional do Comércio estimou, esta semana, a contratação de mais de 137 mil temporários para o final de ano.

    Mercado aquecido – A retomada dos lançamentos de novos empreendimentos imobiliários, segundo o ministro, também está aquecendo o emprego na construção civil. Esse mês o aumento nas vagas foi de 2,39 mil, com destaque para as áreas de preparação dos empreendimentos, o que indica que o setor deve continuar demandando mão de obra nos próximos meses, para o início das construções. O setor também está reagindo às medidas de estímulo ao crédito, que visam manter esse mercado aquecido.

    Sazonalidade – O final do ciclo do café, em Minas Gerais e no interior de São Paulo, deixou o saldo de empregos na agricultura negativo em 9 mil postos, mas com tendência de recuperação para os próximos meses. O setor começa a se preparar para as safras de verão, como as de soja e milho e sente os reflexos da procura internacional pela carne brasileira, que vai demandar mais insumos para a alimentação das criações. “A indústria de alimentos foi a que mais contratou este mês”, lembrou o ministro.

    Norte e Nordeste – O Caged de agosto também confirma a melhoria no nível de emprego nas regiões mais carentes do País. Em relação ao estoque de empregos, as regiões Norte e Nordeste foram as que mais abriram novas vagas no mês. Entre os destaques está o Ceará, com 9,5 mil novas vagas, Pernambuco com 8,5 mil novas vagas e Alagoas com 4,2 mil novas vagas. No Pará, o mês registrou 5 mil novas vagas.

    CAGED – O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados – CAGED foi criado pelo Governo Federal, através da Lei nº 4.923/65, que instituiu o registro permanente de admissões e dispensa de empregados, sob o regime da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT. O Cadastro serve como base para a elaboração de estudos, pesquisas, projetos e programas ligados ao mercado de trabalho, ao mesmo tempo em que subsidia a tomada de decisões para ações governamentais. É utilizado, ainda, pelo Programa de Seguro-Desemprego, para conferir os dados referentes aos vínculos trabalhistas, além de outros programas sociais.
    Assessoria de Imprensa

    url:

    http://portal.mte.gov.br/data/files/FF808081475961470148652D54413460/CAG

     

  6. Rapaz desempregado de 19 anos escreve para FHC em 16.05.1999

    A pedido da Folha, 9 dos 50 mil candidatos a uma vaga em frente de trabalho contam o que estão vivendo
    Cartas revelam aflição de desempregados

    ARMANDO ANTENORE 
    da Reportagem Local 

    Os nove personagens que se espalham por esta página representam, em teoria, o Brasil que deu certo.
    Moram na Grande São Paulo, a região mais próspera do país, e concluíram o segundo grau. A maioria dispõe de telefone em casa e frequentou pelo menos um ano de faculdade.
    Há uma semana, porém, todos engrossavam a fila de 50 mil desempregados que disputavam as 10 mil vagas de uma frente de trabalho aberta pela prefeitura paulistana. Candidatavam-se a varrer as ruas por seis meses em troca de um salário mínimo (R$ 136).
    Acabaram sem conseguir nada porque os recrutadores deram preferência àqueles que só têm o primeiro grau ou menos.
    Na última quarta-feira, a Folha reuniu os nove e lhes fez uma proposta: que escrevessem cartas falando do desemprego. Poderiam endereçá-las para quem quisessem, famosos ou não.
    Dos nove, somente um se dirigiu ao presidente FHC. Mas quatro recorreram a artistas de televisão ou grupos de pagode. Um procurou o programa “Fantástico”, e outro, “o Silvio Santos empresário”.

     

    A seguir a carta do único (dos 9) que achou que FHC seria a sua salvação. 

    Para FHC

    “Pare de se preocupar com os bancos que quebram. Se preocupe com os problemas sociais aqui no Brasil. Às vezes, acho que o senhor está vivendo em outro país. Talvez nos Estados Unidos, lá com o Bill Clinton. O senhor se relaciona com tantas pessoas lá fora que dá a impressão que o senhor não olha para as pessoas daqui, para os problemas delas: a violência, o desemprego.
    Abro aqui também um pequeno espaço para que eu anuncie aqui. Estou no terceiro ano de processamento de dados. Estou há um mês de atraso na faculdade.
    Continuando a mensagem ao presidente: deixe os banqueiros um pouco de lado. Não abandone o povo que te elegeu duas vezes.
    O desemprego está nos barrando. Por exemplo: não consigo arrumar emprego pela falta de experiência na área de informática, e é isso que está me barrando.
    Para mim, o mais duro do desemprego é não ter dinheiro e não saber se vou poder continuar pagando a faculdade e não poder realizar certos sonhos de consumo, sonhos que não são só meus, mas de outros rapazes e moças que conheço: comprar um celular, comprar roupas sociais que eu gosto tanto, um relógio não muito luxuoso, nem muito pobre, na média mesmo. 

    Thiago Lima Moura, 19 – Está desempregado desde de 1998. Paulistano, mora com os pais e estuda na Faculdade Ítalo-Brasileira, que lhe custa R$ 389 por mês 

  7. Má fé e tendência a golpes…

    Isso explica esse fenômeno da crítica a economia, mesmo estando melhor.

    Se AE5 ganhar, será como o golpe de 1964.  Ao invés da ditadura com tanques, será a ditadura da mídia.

     

  8. O negócio está difícil. Ou o

    O negócio está difícil. Ou o PT reage contra essa mídia, ou será difícil reeleger Dilma. O jornal da BAND de hoje foi terrível. Quando liguei a TV, juro que pensei que se tratava do guia eleitoral do PSDB. Vergonhoso. Por que o PT não pede direito de resposta ao TSE ? Deve estar  tomando como exemplo, eleições passadas em que venceu mesmo apanhando da imprensa. Precisa enterder que agora é diferente, o partido está mais desgastado e a diferença de votos entre os candidatos é bem menor. Se para muitos, a verdadeira oposição ao governo é a mídia, então é ela que precisa ser combatida e denunciada.

  9. E a inflação em 98 só foi

    E a inflação em 98 só foi baixa por causa do real valorizado artificialmente, para o fhc vencer a eleição. Quando desvalorizou o real, logo após vencer a eleição, a inflação de 99 foi de 9%.

  10. O grande problema

    O grande problema é que ninguém quer bem informar as pessoas. 

    A grande mídia é tendenciosa ? Sim. O jornal GGN é tendencioso ? Sim.

    Ou senão, vejamos. São comparados dois valores de salários mínimos comparados com o DIEESE em momentos estanques, 1998 e 2014, como se nada tivesse acontecido antes ou entre esses  dois momentos, que induzem o leitor a imaginar uma situação durante todo o governo FHC e outra, melhor, durante todo os governos do PT.

    E a boa informação qual seria ? Ora, no mínimo deveríamos comprarar o quanto houve de ganho durante o governos FHC e durante os governos petistas. Quem topa ?

    Dez/1994  –  SM Dieese=728,90  – SM 70,00  – 10,41x

    Dez/2002 – SM DIEESE= 1378,19 = SM 200,00 – 6,89x

    Set/2014 – SM DIEESE=  2862,73 = SM 724,00 – 3,95x

     

    Esse números colocados, além de dar a perfeita noção de que o SM vem recuperando valor desde o plano real, de sobra, deixa claro em qual período ele recuperou mais valor, que foi no período FHC, embora tenham sido apenas quatro anos contra 12 de PT.

    Evidente que, como bons petistas, alguns comentaristas irão desqualificar o DIEESE. E outros, mais radicais, talvez desqualifiquem a matemática.

     

     

    1. O seu argumento é até interessante mas…

      sua conclusão é ridiculamente tendenciosa.
      Primeiro: boa parte da recuperação do SM no período FHC foi em cima de grandes perdas ocorridas na “preparação” do plano, e portanto não incluídas na série histórica começada em Dez/1994.
      http://g1.globo.com/economia/noticia/2011/02/veja-evolucao-do-salario-minimo-desde-sua-criacao-ha-70-anos.html

      Segundo: por que você não inclui mais pontos de medição?

      Dez/1994:  SM Dieese=728,90  / SM=70,00  – 10,41x
      Dez/1998: SMN DIEESE=857,66 / SM=130,00 / q=6,60x
      Dez/2002: SM DIEESE=1378,19 / SM=200,00 – 6,89x
      Dez/2006: SMN DIEESE=1.564,52 / SM=350,00 / q=4,47x
      Dez/2010: SMN DIEESE=2.227,53 / SM=510,00 / q=4,36x
      Set/2014: SM DIEESE=2862,73 = SM 724,00 – 3,95x

      Ora vejam, de 98 a 2002 não houve ganho algum… por que será?

      Antes de tentar ironizar e desqualificar os outros, ao menos teste melhor suas teorias, OK? (OK, não é o forte dos PMSDBistas, o importante é enganar os bobos – e se enganar)

      PS. Você quis dizer que foram 8 anos de governo FHC, certo?
      PS2. PMSDB é o grupo que saiu do PMDB para roubar por contra própria e como mote usou inicialmente a defesa do bem-estar social e depois a “terceira via” (AKA neoliberalismo).

      1. Ora vejam, de 98 a 2002 não

        Ora vejam, de 98 a 2002 não houve ganho algum… por que será?

        Deve ser pelo mesmo motivo que também não houve ganho considerável entre 2006-2010.

         

         

  11. Polemico

    Realmente, até ofende a Reputação da Pátria, imagino o que os analistas dos outros países a imagem que esse jogo sujo de manipulação da Mídia, Divulgação de partes de Audio  com interesse politico/Eleitoral e a pressão de informação sobre o povo que está cada dia mais feroz. Quando ligo a TV pela manha, só ouço críticas, coisas ruins é como se eu morasse no pior pais no Mundo, bate um desespero. Eu acho que aproveitei bem as oportunidades que tive e graças a isso, hoje posso falar que cresci profissionalmente, socialmente e intelectualmente.

    Espero que os outros milhões de Brasileiros não se influenciem pelo que chega em suas casas, infelizmente para alguns é por falta de opção, se podesse escolher o tipo de coisa que vejo sobre op Governo e as eleições, seria que todos estão pensando pelo bem comum, sem a manipulação das informações.

  12. Polemico

    Realmente, até ofende a Reputação da Pátria, imagino o que os analistas dos outros países a imagem que esse jogo sujo de manipulação da Mídia, Divulgação de partes de Audio  com interesse politico/Eleitoral e a pressão de informação sobre o povo que está cada dia mais feroz. Quando ligo a TV pela manha, só ouço críticas, coisas ruins é como se eu morasse no pior pais no Mundo, bate um desespero. Eu acho que aproveitei bem as oportunidades que tive e graças a isso, hoje posso falar que cresci profissionalmente, socialmente e intelectualmente.

    Espero que os outros milhões de Brasileiros não se influenciem pelo que chega em suas casas, infelizmente para alguns é por falta de opção, se podesse escolher o tipo de coisa que vejo sobre op Governo e as eleições, seria que todos estão pensando pelo bem comum, sem a manipulação das informações.
     

  13. O PT Sabe[ia] Com quem Está[va] Lidando

    Bom dia.
    Se eu vir mais uns dez destes textos, os quais, malgrado escorreitamente analisam os períodos, o fazem sem sair do diacrônico, continuo assim a pensar que o cerne é outro. O PT, enquanto único partido brasileiro com quadro, bandeiras, marco ideológico, e outros quês, sabia que o verdadeiro adversário era um partido sem estatuto, sem registro, sem militância formal, nem física, mas com uma capilaridade inexpugnável; falo da imprensa, a mesma da D. Judith. Se sabia, então, tudo que está acontecendo faz parte do previsível. Não há muito o que discutir. O partidão é o PIG. Era o PIG a ser domado. Percebe-se que não. O benefício da inocência não nos redime. A ninguém. Não choremos os mortos, pois a batalha mal começou.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador