A esquerda precisa de moderação, por Rodrigo de Almeida

A esquerda precisa de moderação

por Rodrigo de Almeida

“Vale a pena ser moderado?”, foi a pergunta que fez, com a pertinência habitual, o sociólogo Celso Rocha de Barros em seu artigo na Folha de S.Paulo, publicado nesta segunda-feira, 23/3. No artigo, Barros lembra, com razão, que a maioria dos textos apresentados na preparação do próximo Congresso do PT propõe um partido mais radical e mais intervencionista – alguns chamariam de mais bolivarianista. “Há quem faça a autocrítica dos casos de corrupção”, escreveu, “mas pouca gente parece disposta à moderação em questões programáticas”. A fuga da moderação obviamente não se resume à esquerda – não há muita gente, ou mesmo ninguém, disposta a conversar do outro lado.

Eis um grande risco para a esquerda brasileira e, em particular, para o PT: atacada pela violência institucional sofrida por Dilma Rousseff em 2016, tisnada pela sucessão de citações na Lava Jato, alvejada pela crença generalizada de que o experimento desenvolvimentista dos anos Dilma fracassou, é bem possível que a maioria da esquerda prefira recorrer a imagens dos tempos heroicos, da fase pré-chegada ao poder, e a convicções ilusórias em torno da necessidade de uma “guinada à esquerda”. Guinada, aliás, era uma das mudanças mais pedidas por gente do PT, de movimentos sociais e de sindicatos nos últimos 13 meses de governo Dilma – para muitos, seria a única resposta adequada para enfrentar o golpe que se avizinhava.

Como estratégia de guerrilha política, tudo bem. Talvez faça sentido para reaquecer a autoestima da militância, recobrar os brios perdidos, reaquecer os ânimos para enfrentar a batalha eleitoral e a ocupação dos espaços perdidos e devidos. Mas custo a crer em sua eficácia como estratégia partidária e eleitoral visando à retomada do poder por meio das urnas. Parece difícil não imaginar que a maioria dos eleitores pensa como Celso Rocha de Barros: não adianta proteger demais o flanco esquerdo e perder o centro.

Se agir assim, o PT vai ignorar não só a história das democracias ocidentais – nas quais dificilmente uma coalizão de partidos chega ao poder se não abraçar o centro dos eleitores – como a própria história. Afinal, a moderação foi uma das razões que levaram Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República, em 2002. E foi a moderação que o ajudou a enfrentar uma crise como a do mensalão e deixar o Palácio do Planalto com a mais alta aprovação popular da história (moderação conjugada com a sorte e a eficácia de suas escolhas, claro, pois como ensinou Maquiavel, fortuna e virtú, ou sorte e virtude, andam lado a lado).

Será um erro duplo para um PT que está de olho simultaneamente na recuperação da própria imagem e nas eleições de 2018: moderação na autocrítica dos casos de corrupção e radicalização em questões programáticas. Sobretudo ao lembrar o quão desleixada foi a esquerda ao desprezar a ascensão, na sociedade, de um pensamento liberal-conservador. Por soberba diante dos próprios feitos e/ou pela sua dificuldade crônica em aceitar que o diferente e o crítico possam ser simplesmente um diferente e um crítico, e não um golpista, a esquerda deixou emergir na sociedade, sem o devido confronto de ideias, esse viés liberal-conservador. E do crítico nasceu o estridente, e do estridente nasceu o assustador.

Luis Nassif tinha razão ao mencionar, em artigo recente sobre a frente das esquerdas (de 4/3), o “fracasso do petismo e sua estratégia de conciliação”. E mais ainda na “dificuldade imensa em identificar os pontos centrais de uma estratégia política”. Concordo com ele sobre a dificuldade em consolidar um projeto de país que expurgue da social-democracia as “concessões absurdas feitas ao mercado” mas que, ao mesmo tempo, não embarque na visão de um socialismo utópico. Faz sentido também sua ideia de que constituem um dos desafios presentes o fracasso das políticas de conciliação e a dificuldade em definir as novas bandeiras– bandeiras que ampliem o campo de alianças e não limitem as esquerdas a uma militância de guetos.

Mas acrescento: é preciso neste momento definir com clareza o que chamamos de fracasso das estratégias de conciliação do petismo e/ou do lulismo. Convém distinguir, por exemplo, o que foi a conciliação proposta, iniciada e executada pelo ex-presidente Lula e suas diferenças em relação à revisão de rota promovida pela ex-presidenta Dilma – esta por convicção mas, sobretudo, por força das circunstâncias.

Na aparência e com moderação, Lula manteve a ordem liberalizante estabelecida nos mandatos de Fernando Collor de Mello e Fernando Henrique Cardoso. Evitou confronto com o capital e adotou uma política econômica conservadora. Propôs uma reforma conservadora da Previdência Social dos servidores públicos. Oito anos depois, ao fim do segundo mandato, sabemos, o Brasil se dava conta de que seu governo se assentava em três pilares fundamentais: crescimento econômico, distribuição de renda e incorporação social. Sem Antonio Palocci e com Guido Mantega e Dilma Rousseff, mas sem confrontar o capital e sem guinadas à esquerda. Com estratégia e política conciliatória, todos ganharam em seu governo. Uns mais, outros menos, como todo capitalismo. Mas todos ganharam.

Dilma pegou um país muito melhor do que Lula recebera, mas viveu e padeceu em condições internacionais radicalmente diferentes. Também lhe faltou sorte, como sublinhou FHC em declaração recente que virou motivo de piada nas redes sociais (de novo Maquiavel: no poder, dificilmente há fortuna sem virtude). Seu governo enfrentou, inclusive, uma fase do capitalismo internacional marcada por uma política mundial de austeridade – algo bem distinto do que Lula enfrentara. Também recebeu uma tendência brutal à desindustrialização da economia. Ela então respondeu a tudo isso com uma política de crescimento ancorada na industrialização.

Vale aqui o conhecido diagnóstico de André Singer sobre a crise do lulismo: Dilma adotou medidas que atendiam diretamente o que pedia o setor industrial – o mesmo setor que a abandonaria em 2015 e 2016. Redução forçada e sistemática dos juros, desvalorização do real, controle de capital especulativo, prioridade para o produto nacional nas compras do Estado e taxação de produtos importados estavam entre essas medidas. E, conforme Dilma as implementava, o empresariado industrial ia ficando mais e mais contra ela.

Como ela própria reconheceu, forçou a mão na continuidade de certas políticas, como a da desoneração. Continuou a tratar como crise o que a tendência iniciada em 2008 se revelou como perene. O seu experimento equivocadamente interpretou como cíclico o que se mostrou uma mudança estrutural ou perene – caso da queda dos preços das commodities. A manutenção de políticas anti-crise até o fim do primeiro mandato de Dilma, como isenções fiscais e os estímulos de crédito, previa uma recuperação que não chegaria. Deveriam ter sido desmontadas progressivamente após seu sucesso no período 2008-2010, mas em alguns casos foram até aprofundadas.

Tais equívocos não são exatamente um experimento desenvolvimentista, mas em muitos casos erros pura e simplesmente. A saúde fiscal deteriorada, por um lado, e as escolhas feitas para medicá-la, por outro, ajudaram a compor o cenário de horror que adornou a profunda crise de 2015-16 – sem esquecer a natureza da crise política, dos efeitos da Lava Jato sobre as incertezas e a insegurança dos agentes econômicos, e da debilidade com que Dilma II tratou Congresso e empresariado… A conciliação fora para o brejo.

O experimento desenvolvimentista à moda Dilma foi menos uma ruptura, como querem alguns, e muito mais uma tentativa de preservar o compromisso lulista num contexto muito mais hostil, como defendem outros. Para tanto, tencionou o pacto lulista, para o bem e para o mal.

Qualquer que seja a interpretação sobre a raiz de tais problemas (nunca é demais lembrar que ser crítico de obra pronta é fácil), o fato é que o país assistiu a um gravíssimo fracasso econômico que contribuiu para levar a esquerda às cordas. E tal fracasso também teve seus fatores endógenos – para usar uma expressão de que os economistas gostam. Em outras palavras, a culpa também foi da esquerda que estava no poder.

Não dá, portanto, para a esquerda tentar reerguer-se para 2018 pensando em radicalizar sua estratégia “à esquerda” ou continuar a interpretar os problemas que enfrentou tão-somente pelo viés externo: Lava Jato, Sergio Moro, a crise internacional, o Congresso, o Judiciário, a banda violenta da direita, tudo tem sido cadastrada na pasta das explicações com muita ênfase. Mas timidamente se coloca a própria culpa, os próprios erros, os próprios equívocos. Na economia e na corrupção, dois dos temas principais que marcarão o debate eleitoral em 2018.

Esse reconhecimento pode ser um bom começo para pensar a orientação a partir daqui – de preferência, contendo a ação dos radicais livres.

Rodrigo de Almeida é jornalista e cientista político. Foi secretário de Imprensa da Presidência da República nos últimos meses do governo da presidenta Dilma Rousseff (2015-2016). Ocupou diversos cargos na imprensa, entre os quais editor-executivo do Jornal do Brasil, editor da revista Insight-Inteligência e diretor de Jornalismo do iG.

 

Redação

43 Comentários

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  1. A esquerda não precisa de radicalização, mas de superficialidade

    “As armas da crítica não podem, de fato, substituir a crítica das armas; a força material tem de ser deposta por força material, mas a teoria também se converte em força material uma vez que se apossa dos homens. A teoria é capaz de prender os homens desde que demonstre sua verdade face ao homem, desde que se torne radical. Ser radical é atacar o problema em suas raízes. Para o homem, porém, a raiz é o próprio homem”. Karl Marx

    Foram tipos de pessoas superficiais como Rodrigo Almeida que fizeram do PT um partido igual ou até pior do que os partidos de direita.

    Por medo da concorrência, temos que abandonar a radicalidade?

    Quer merda!

  2. Não sei o que é mais notável

    Não sei o que é mais notável nesse texto, se a covardia ou a burrice.

    A esquerda não existe para ganhar eleições a qualquer preço, moço. Existe para implementar um programa, e um programa de esquerda, não o programa do “centro do eleitorado”. Portanto a tarefa não é adequar a esquerda ao neoreacionarismo do eleitorado brasileiro, mas deslocar o eleitorado para a esquerda.

    1. perfeito!

      o autor, subestimando o leitor, teve o desplante de afirmar que houve “redução forçada de juros” em 2015.

      com joaquim levi ….

      impressionante como não se aproveita nada.

      dilma caiu porque cercou-se de raposas e ineptos, somada a sua fantástica incapacidade política, peculiar aos tecnocratas.

      1. “Dilma caiu porque cercou-se

        “Dilma caiu porque cercou-se de raposas e ineptos, somada a sua fantástica incapacidade política, peculiar aos tecnocratas.’

        Inclusive o referido autor…

        Resta saber a qual categoria destas ele se enquadra ?? É raposa ou inepto ??

        Se eleger com o tipo e programa que o autor propõe é a consolidação do golpe.

        Um governo Temer é o mínimo que a plutocracia aceita. 

        1. De qual autor estás a falar, Camarada Marcelo 33?

          Marcelo33, tu estás a falar do autor do texto, Rodrigo Almeida, ou do autor do comentário intitulado “perfeito”, o Sr. Mauro Silva 2?

          1. Ficou confuso mesmo… mas eu

            Ficou confuso mesmo… mas eu concordo com o autor do comentário perfeito e eu me refiro ao autor do texto.

            Eu relendo o comentário realmente o que eu escrevi parece querer se referir ao Mauro Silva 2, mas na verdade é ao Rogério Almeida

    2. Concordo inteiramente, Luiz

      Concordo inteiramente, Luiz Henrique. O medinho “a la Dilma” da radicalização é inutil, irrelevante diante da realidade catastrófica que vivemos. Me faz lembrar a frase de Galileu quando condenado por afirmar que é a terra que se move em torno do sol: …eppure si muove. O número daqueles que não tem nada ou quase nada a perder é muitíssmo maior que aqueles que têm alguma coisa ou muito a perder. Estes últimos têm o poder garantido por instituições falidas, funcionando apenas para garantir a estabilidade de ladrões e entreguistas. Estas instituições, governo, judiciário e seus apêndices, imprensa, estão de costas ao país e são inimigas declaradas, explícitas do povo. Por que o povo, o trabalhador, quando se conscientizar disso, terá leniência com estas ionstituições? Porque o povo terá paciência com um governo e instituições feitas de homens, brancos, velhos e ricos que não têm nada a ver, em nenhum destes aspectos, com  o Brasil de fato? 

  3. Não sei o que é mais notável

    Não sei o que é mais notável nesse texto, se a covardia ou a burrice.

    A esquerda não existe para ganhar eleições a qualquer preço, moço. Existe para implementar um programa, e um programa de esquerda, não o programa do “centro do eleitorado”. Portanto a tarefa não é adequar a esquerda ao neoreacionarismo do eleitorado brasileiro, mas deslocar o eleitorado para a esquerda.

  4. LULA fez o 1o mandato do PAZ

    LULA fez o 1o mandato do PAZ e AMOR, sem ele nada aconteceria ..provou que era possível, saiu com 85 % de aprovação

    Podia ter feito MUITO mais do que fez, no segundo mandato talvez, arregou

    DILMA, assim com THC, pegaram crises externas, verdade (e LULA TAMBÉM, em 2008-10 !!!)

     ..DILMA foi vítima dum ciclo violento (das commodidites) ..porém ambos, DILMA e THC, foram INCOMPETENTES ao exagerarem na ancora cambial por exemplo (fora de outras peculiaridades temerárias que ambos cometeram)

    Agora tá difícil, o CORPORATIVISMO dos Ssindicatos, Fiesp e Febraban, JUDICIÁRIO, grande MÍDIA e MILITARES criminalizaram a política..

    ..nem o agro escapou (forao AMPLO setor das empreiteiras e do petróleo que já foram pro cacete)..

    ..tudo virou propina, roubo  ..o toma lá da cá – democrático e parcimonioso, agregador e atenuante das demandas mais urgentes, dos acordos, o que justificava a razão de ser da boa política – tudo virou CRIME pela boca de pessoas pequenas que acham que o que pode valer numa democracia é só o que eles pensam e querem pro momento. 

    1. discordo

      acho que ele meio que arregou no 1º mas no final deste e todo 2º se aproximou mais do desenvolvimentismo.

      mas foi moderado em certos pontos quando não precisava, como, por exemplo, não obrigar a globo a buscar no mercado os remédios que recita aos outros, franqueando a ela as burras do bndes.

      outra cagada foi não ter ido prá cima do gilmar mendes como um trator no episódio do grampo sem audio. era para ter tirado o cara do supremo ali.

      e mais: indicar cesar peluzo …. puta que pariu!

      pior que isso, só palocci na fazenda ou 6 anos de ‘rolandolero’ na justiça.

  5. É só uma questão de vontade política?

    É plenamente compreensível o discurso da radialização à esquerda. Radical no sentido de ir à causa das coisas e não como uma vontade política. Vontade política é vontade de poder, nada mais. Os tempos atuais são radicais no Brasil e no mundo. Lula costumava dizer que sua postura como presidente era de “poder moderador”. Ele foi pragmático quando via que uma ou duas teses não vingariam numa disputa no congresso. Evitava o prior. Isso mudou. Hoje em dia não há moderação no executivo, judiciário  e legislativo. Por que razão a esquerda seria? Marcelo Freixo, por exemplo, tem o discurso mais articulado e moderado que qualquer candidatura já conhecida (Lula, Ciro, Marina, Aécio, Alckmin…), mas qual a possibilidade dele ser competitivo numa eleição que promete começar e não terminar em 2018, podendo tornar-se a mais polarizada da história recente do Brasil? Moderação não é como canja de galinha, não a encontramos em qualquer lugar. A sua escassez é brutal. A realidade política, social e econômica é o mais radical dos temas. Os moderados estarão condenados à forca. Uma vez eleitos, serão engolidos pela máquina.

  6. Com este artigo RA garantiu a empregabilidade do PIG/PPV

    Prezados,

    Há cerca de um mês concluí a leitura do livro “À sombra do poder: bastidores da crise que derrubou Dilma Rousseff”, cujo autor é Rodrigo de Almeida. Assim que li um artigo do mestre Jânio de Freitas sobre o livro, fiquei interessado, o adquiri e li. Trata-se de um livro-reportagem feito de forma cuidadosa, atendo-se à narrativa dos fatos; o jornalista em nenhum momento apela para o colunismo opinativo. Como todo livro-reportagem e como qualquer trabalho jornalístico honesto, não se vê no livro uma neutralidade forçada (aliás, não existe neutralidade em jornalismo) ou uso da técnica “uma no cravo, outra na ferradura”; as críticas ao governo e à Presidenta Dilma Rousseff e a Joaquim Levy, de quem Rodrigo de Almeida foi assessor de imprensa, são bem fundamentadas e baseadas no olhar de um repórter.

    Se no livro que citei Rodrigo de Almeida merece muito mais elogios do que críticas, neste artigo o oposto se aplica. Embora todos saibamos que o radicalismo jamais permitiria o PT chegar ao GF – com Lula e depois com Dilma – ou se chegasse o presidente eleito e o partido jamais conseguiriam governar, correndo o risco de ser deposto já no primeiro ano de mandato, pedir moderação à Esquerda neste momento parece uma concordância explícita com a perseguição, a repressão, a opressão de que essa Esquerda tem sido vítima há pelo menos 10 anos, com as sucessivas tentativas de golpe de Estado, persecução penal e prisão, para tirar de cena os líderes petistas, tentativas de proscrição do PT, inabilitação política de Lula, etc. A excessiva moderação e o republicanismo ingênuo e suicida adotados pelos governos petistas desmobilizaram as bases e a militância. Tivesse o PT mantido ativa a militância e governado mais de acordo com o programa originalmente defendido pelo partido, certamente o golpe de Estado que derrubou a Presidenta Dilma Rousseff não teria ocorrido de forma tão descarada e quase sem resistência. Foi preciso quase um ano e a degola dos direitos trabalhistas, previdenciários e programas sociais do governo, além do desmonte de todos os setores econômicos em que o Brasil era competitivo mundialmente, gerando 25 milhões de pessoas desempregadas,  para que as classes trabalhadoras e populares caíssem na real e saíssem às ruas em grande número, pedindo a derrubada do governo golpista (formado pelas quadrilhas políticas da direita golpista, oligárquica, plutocrática, escravocrata, privatista e  entreguista e pelas quadrilhas judicárias e midiáticas).

    O que se percebe é que, ao escrever este artigo, Rodrigo de Almeida está, de forma velada, se oferecendo para prestar serviços a algum veículo do PIG/PPV, numa clara tentativa de manter sua empregabilidade e dizer para os donos dos veículos doo PIG/PPV: “Olhem, estou aqui. A Dilma já foi derrubada e não sou mais assesor de imprensa dela ou do ministro da Fazenda. E tem mais: como assessor de imprensa, pude conhecer algusn bastidores do poder”. 

    Uma coisa é certa: se Rodrigo de Almeida costear o almbrado e passar para o outro lado, é provável que diante das críticas se tornará ressentido e rancoroso. Na política vemos vários exemplos disso, como é o caso de Aloysio Nunes Ferreira, Luciana Genro e outros do PSOL, Zé Maria e seu PSTU. E no joprnalismo/política os deprimentes exemplos de Fernando Gabeira, Roberto Freire, Eugênio Bucci, Clóvis Rossi, Carlos Heitor Cony, etc., mostram o estado de ecadência e degradação ético-moral que podem atingir aqueles que renegam o passado ou as origens ou mostram a verdadeira face daqueles que usaram entidades e instituições identificadas com a Esquerda, mas que no fundo sempre tiveram apenas uma sede de poder e ambição apenas deles.

  7. A era das ilusões acabou. A

    A era das ilusões acabou. A esquerda tem que apelar para a Realpolitik e usar Maquiavel. Dentre os pontos destaco:

    1. Ênfase no nacionalismo;

    2. Atrair as forças armadas (profeta armado vence, profeta desarmado perde), mesmo sendo um ninho de conservadores;

    3. Declarar a Globo “inimiga numero 1 do Brasil”;

    4. Fazer propaganda política incessante junto sua base eleitoral;

    5. Afagar o capital com um único objetivo: submetê-lo. Não destruí-lo, porque precisamos dele;

    6. Proibir sites vinculados a ONG sabidamente neoconservadoras e neoliberais dos EUA;

    7. Perseguir os pensadores de “mercado”, com o objetivo de destruí-los;

    8. Caçar os trolls da direita.

    9. Usar palavras de afago e afeto para esconder as verdadeiras intenções

    A direita faz isso o tempo todo. Mas agroa é luta de vida e morte. Ou admitimos que estamos em guerra ou nunca venceremos.

      1. Outra criança ingênua da

        Outra criança ingênua da esquerda soft, que prega paz, amor diálogo e é revolucionário de manual.

        Vai dialogar com essa gente, vai. Lula tentou e olha no que deu.

        Faça um favor: fique quieto.

        Gente como você nunca aprende nada.

  8. Hoje às 16h, na Paulista – sem conciliação

    Esta crise política tem um aspecto altamente positivo: revelou o que é a luta de classes e destruiu as ilusões de quem as tinha.

    Alguém tem dúvida que o Paulinho da Força é um pelego pós-moderno e que ainda apoia o criminoso Eduardo Cunha ?

    Está claro que a plutocracia continua com o poder, tem mentalidade escravagista e é entreguista. Aos democratas compete reunir forças políticas para derrotar definitivamente a plutocracia. Não pode haver conciliação.

     

     

  9. Os dois grandes erros do PT

    1) Não ocupar o Estado, praticando o republicanismo suicida. Lula nomeou 8 ministros pro STF, Dilma nomeou 5. Por conta de um republicanismo suicida nomearam pessoas sem afinamento com o estado social e as ideias da esquerda, só porque uma hora precisava nomear um negro, outra hora precisava nomear uma mulher, outra hora tinha que atender governadores (caso do Fux, cria do Sérgio Cabral), ou então nomear o jurista da moda (caso do Barroso e do Teori). Nomearam os seus maiores algozes pra PGR, em nome de um respeito ao MPF que este nunca teve com o PT. Deixaram que cargos chave da Administração federal ficassem na mão de direitistas, em nome do republicanismo suicida. Deu no que deu…

    2) Lula se afastou da arena política. Em 2014, quando estourou a Lava-Jato, Lula e Dilma não avaliaram corretamente o potencial daquilo, ingenuidade inaceitável em pessoas com a experiência dos dois e que já tinham visto os protestos dirigidos de 2013. Naquele momento Lula deveria ter disputado um mandato de deputado federal. Teria um caminhão de votos, elegeria mais uns dois com ele, e no parlamento não só estaria a salvo da sanha morista como teria dado outro rumo à história. Com Lula no parlamento o impeachment jamais existiria, Cunha nem seria presidente da Câmara. E agora Lula fica correndo atrás do prejuízo e contra o tempo…

  10. Ajuntamento de parágrafos.

    O texto “A esquerda precisa de moderação”, deve ser moderado, não expoem logicamente nada, é um conjunto de frases e parágrafos sem articulação e sentido, banal e superficial!

    1. Pensou na possibilidade de

      Pensou na possibilidade de você não ter entendido o texto? Para mim ele se encaixa na eterna discussão da esquerda: Revolução ou Reforma? Discussão que eu acho tola porque a sociedade não pode fazer essa escolha assim tão facilmente. Revoluções não acontecem assim tão facilmente e Reformas muitas vezes são importantíssimas, tanto para o despertar de uma consciência quanto para preparar futuros caminhos para a Revolução. Achar que fazer reformas, optar pela via eleitoral, é um travamento da Revolução é um pensamento nocivo, pernicioso e recorrente de uma parte da esquerda. Mas a discussão é longa… 

      1. Provável

        Avaliei segundo a lógica (aristólelica-hegeliana, claro), voce segundo a Política. 

        Talvez, a posição de Eduardo seja não precisar e manter a confução sobre reforma e revolução.

        1. Humm, pode ser. Acabei de ler

          Humm, pode ser. Acabei de ler um texto no excelente blog mberublue.blogspot.com.br que contém a seguinte citação: “Romper a gradação”, anotava Lênin à margem de A Grande Lógica de Hegel. E sublinhava: “A gradação nada explica sem os saltos. Os saltos! Os saltos! Os saltos.”**              Só fico com medo de os saltos imponderados levarem a rã a cair na panela de óleo fervente.

           

    2. Pois é, o texto fala que

      Pois é, o texto fala que Dilma fez o possível para ajudar o setor industrial e mesmo assim perdia apoio.

      Qual a lógica disso? O autor não faz nenhuma conclusão.

  11. A esquerda precisa de moderação

    Qualquer partido que pretenda ganhar eleições precisa falar para a maioria do eleitorado.

    Não adianta apresentar candidatos palatáveis ou programas,vamos dizer, politicamente corretos se não atendem aos reclamos da maior parte dos votantes.

    Claro está que uma campanha eleitoral tem apresentação e convencimento, inclusive como aprendizado. Isso é o centro da democracia.

    O PT é um  partido identificado com o povo e tem grandes lideranças que podem e devem ser levados aos votantes com programas que atendam a maioria de seus eleitores e seduzam os indecisos/desiludidos.

    Lula e Dilma se elegeram sem radicalismos mas no governo não conseguiram os avanços necessários. Na história, que não é linear,  foram passos à frente para um país grande, independente e para os brasileiros.

    Antes de opções quanto ao desenrolar do processos eleitoral, na realidade sem muitas mudanças aos pleitos anteriores face ao básico da política que é obter o voto da maioria, o que o PT deveria fazer é um exame dos períodos Lula/Dilma e fixar claramente os erros cometidos. Isso é aprendizado.  Alguns deles são claros mas mascarados pelo bombardeio impiedoso da mídia: abriu mão do comando de instituições do executivo – BC, MPF, PF, agências reguladores e outras.

    Quem não comanda é comandado.  Republicanismo não é liberalidade, é exigir o cumprimento estrito do marco legal sem vieses, nem admitir que recursos públicos em descaminhos e apoios a adversários. Criticar o governo é função das mídias mas ataques gratuitos não. Quem exige honestidade e responsabilidade pública deve, igualmente, ter esses atributos.

  12. A esquerda, geni de todos,

    A esquerda, geni de todos, agora é culpada de radicalização, mesmo diante do maior ataque aos direitos dos trabalhadores já ocorrido na História desse país. Rodrigo de Almeida pode ser qualquer coisa na vida, menos alguém que possa dar conselhos aos militantes de esquerda, em especial nesse momento. Além disso, alguém que serviu a Joaquim Levi, vir dar pitacos na ação política militante da esquerda!!!! 

    Afinal, Michel Temer (e o que ele representa) não é radical na terceirização, na reforma da previdência, no desmonte da petrobrás, na pec de congelamento de orçamento, etc, etc, etc ….

  13. É a esquerda do capital que precisa de moderação

    “Por toda a parte, ao lado dos candidatos democráticos burgueses, sejam propostos candidatos operários, na medida do possível de entre os membros da Liga e para cuja eleição se devem accionar todos os meios possíveis. Mesmo onde não existe esperança de sucesso, devem os operários apresentar os seus próprios candidatos, para manterem a sua democracia, para manterem a sua autonomia, contarem as suas forças, trazerem a público a sua posição revolucionária e os pontos de vista do partido. Não devem, neste processo, deixar-se subornar pelas frases dos democratas, como por exemplo que assim se divide o partido democrático e se dá à reacção a possibilidade da vitória. Com todas essas frases, o que se visa é que o proletariado seja mistificado. Os progressos que o partido proletário tem de fazer, surgindo assim como força independente, são infinitamente mais importantes do que o prejuízo que poderia trazer a presença de alguns reaccionários na Representação. SURJA A DEMOCRACIA, desde o princípio, DECIDIDA E TERRORISTAS CONTRA A REAÇÃO, e a influência desta nas eleições será antecipadamente aniquilada.” Karl Marx e Friedrich Engels

    Não concordo que os Petistas devem fazer autocrítica quanto à corrupção, pois a corrupção é inerente às sociedades divididas em classes. Os Petistas devem é denunciar esse sistema em estado de decomposição, o qual prende apenas pretos, pobres, putas e petistas, independentemente de serem culpados ou inocentes.

    A fim de ganhar a eleição presidencial, não acho que a esquerda deva se endireitar ou se centralizar. Ela deve é radicalizar. E o Lula começou fazendo isso, ao se contrapor, num vídeo que corre o Brasil, à terceirização. No referido vídeo, que minha Esposa, a qual, diga-se de passagem, nem gosta de política, me mostrou, o Lula reconhece que lutou para dar migalhas aos trabalhadores. Ao reconhecer isso, o Lula quer dizer que o PT deve lutar não mais pelas migalhas do banquete burguês, mas para virar a mesa. Deve ser por isso que os Conservadores estejam exigindo moderação

  14. Artigos que escondem viés ideológico

    Sabe o que eu sinto falta?

    Alguém que diga “de onde eu falo”.

    Sim, porque todos os artigos têm uma posição. Falam de algum lugar. Implicita ou explicitamente. O mais ético é que seja o mais claro possível. 

    Os “isentões” como o Celso vivem fazendo “autocrítica” externa ao PT, sem se declarar como petista, e sem dizer de onde fala. Fala de onde? Da Folha? De uma dita “esquerda” moderada? Que país é esse? Como seus habitantes se alimentam? Querem chegar a onde? O que pensam sobre distribuição de renda, por exemplo? Isentismo?

  15. Vejo nessa pressão da base do

    Vejo nessa pressão da base do partido por uma guinada, não necessariamente uma radicalização à esquerda, abandonando o centro.

    Há mais forte que isso um sentimento de sacudir o PT para sair da acomodação burocrática em que se afundou, depois desses anos todo no governo.

    O que o levou a distanciar-se dos movimentos sociais, que é o que mais aflige a militância. Além de uma extrema irritação com a falta de combatividade da cúpula.

    Nesse sentido, ao contrário do que diz o artigo, a motivação é de auto-crítica, e não de crítica externa. Até mesmo esta tem ligação com aquela no sentido da militância estar extremamente insatisfeita com como as lideranças (deixaram de) defender o projeto do partido.

    Claro que alguns ligam isso a uma radicalização programática. Mas uma coisa não leva a outra, necessariamente. Esse debate será feito. Mas a avaliação que o partido afastou-se de suas bases e acomodou-se (acovordaou-se, digo eu) é unânime

  16. O nome do valente autor do

    O nome do valente autor do texto é….Rodrigo COELHO de Almeida.

    Pois é seu COELHO por isso o Brasil tem sido eterna vítima de golpes.Seja PATRIOTA bicho! Mande um gringo ir arrancar uma batata da horta de juanito meu amiguinho de 8 anos em Camaguey e será apedrejado.

     

    1. A esquerda morna não tem saída ou futuro

      A situação das esquerdas é difícil. As esquerdas fracassam no mundo todo atualmente, porque são justamente moderadas e apenas reformantes, sem combater o grande capital. Então proimetem muito e entregam pouco. Porém, se se radicalizam, então o povo covarde e sim ganancioso e ambicioso, não os elege. As vezes penso que a humanidade não merece salvação, pois no fundo, oq ue cada pessoa quer não é o “bem comum de todos”, mas sim seus bens e interesse particualres em primeiro lugar.

      No caso brasieliro, é ainda mais difícil. Apesar de todos os erros, O PT fez um ótimo governo, ajudou os pobres, ajudou os classe média, e ajudou e muito o ricaços capitalistas. E, mesmo assim, bastou a crise aprofundar depois de 2013 e todos esqueceram em um minuto tudoq eu haviam recebido e se voltaram contra o PT. Ingratos que somos. Enquanto a economia vinha bem, o PT ficou. Quando a coisa apertou, não deu dois minutos, veio o golpe com apoio de todos os lados!

      Então se Lula e a Esquerda radicalizarem na próxima eleição, quiserem propor um bolivaranismo, o povo covarde, egoísta, e que, no fundo, quer mesmo é cada um ficar rico e fuck the rest, este povão brasileiro não vai votar nele. Pra se eleger, terá que, de novo, ser lulinha paz e amor, fazer acordo com os PPs e PRBs da vida, e claro, pagar o preço que estes corruptos cobram pra tudo.

      De verdade, o Esquerdismoa tual, moderado, limitado, com voos de alinha, objetivos mediocres, e amigaço do poder e do dinheiro, este perdeu o sentido. ou se traz um novo tipo de Socialismo pra se contrapor ao capitalismo, o nada mudará.

  17. Posição à tomar

    è muito bomque se faça essa discussão. Para que o poder? Um partido pede votos os eleitores o apoiam e o elegem, mas depois de tomar posse o programa do candidato adversário é executado. Ao longo dos tempos em que foi governo o PT foi perdendo os companheiros antigos e fazendo novos. Trocou Heloisa Helena por Renan Calheiros. É mole. Na hora do “pega prá capar” foi buscar ajuda na militância. Qual? o PT endireitou-se. Escolheu o modebra, escolheu o Traíra. Daibeisso? Vem nova eleição. Caso seja eleito outra vez o PT vai novamente governar para os Tucanos? Isso penso que a maioria não desejará, portanto o partido deve buscar guinar à esquerda. Endurecer sem perder a ternura.

  18. Ora, ora, não foi este o

    Ora, ora, não foi este o Rodrigo de Almeida quem escreveu, no livro “À Sombra do Poder”, que graves consequências na Economia do país, durante o governo Dilma, entre outras causas, algumas teriam sido causadas por “coincidências infelizes” – demonstrando ser alguém que acredita em coincidências – quando, por exemplo, ele e Levy “esqueceram” de dar uma nota importantíssima para imprensa antes do fechamento da bolsa, porque, pasmem, Levy havia recebido muitos telefonemas de pessoas importantes naquela tarde no escritório do Ministério na Paulista, e a tal importantíssima nota havia ficado esquecida em cima da mesa?

    Nunca entendi como Dilma permitiu que Levy tivesse levado para o governo seu assessor de imprensa particular. 

  19. Perfeito

    A direito radicalizou na destruição dos direitos sociais e está perdendo o centro. Agora é o tempo da “esquerda” ou ex-querda como diria Arkx, montar propostas para o centro. E depois que assumir o PODER, costeia o alambrado com muito Maquiavél como lembrou um comentarista acima. O centro é tudo. Artigo preciso.

     

    Att,

     

    Tio_Zé

  20. Pelo fim da unidimensionalidade na política brasileira

    O destino do Brasil não é a alternância no poder entre PT, PSDB e PMDB e chegou a hora de abrirmos espaços para novas forças.

    Relendo recentemente a obra de Hebert Marcuse, deparei-me com conceito de unidimensionalidade, criado por ele para criticar a estrutura da sociedade americana dos anos 1960 e que nos serve para interpretar a situação política atual do Brasil.

    Segundo este pensador, o capitalismo desenvolvera de tal modo as estruturas sociais que criou em todos nós a percepção de que atingimos nosso melhor, o ápice de nossas conquistas e desenvolvimento social, cabendo agora, apenas, ampliar e manter as conquistas já alcançadas. Nestes termos, a mudança social seria desnecessária: não haveria espaço para a proposição de rupturas. O que “interessaria à sociedade” seria a manutenção do status quo, reduzindo-se a luta social, portanto, a uma única dimensão: somos livres para escolher qualquer das alternativas políticas propostas, mas todas levam ao mesmo lugar, ainda que por caminhos diferentes.

    Este me parece ser o caso da política brasileira, especialmente no campo da economia, no que toca aos partidos que nos governaram nas últimas décadas. Desde os anos 1980 temos adotado políticas que, ao invés de privilegiar e desenvolver nossos interesses, drenam nossos recursos para a especulação financeira internacional. Antes com a inflação e agora com os juros – os maiores do Mundo! – o Brasil tornou-se nas últimas décadas um paraíso para “investidores” que trazem ao país seu dinheiro na expectativa de vê-lo se multiplicar às custas do trabalho de todos nós. Verdade que este é um tema recorrente na história brasileira, mas no passado ao menos haviam correntes diferentes de pensamento e atuação política. Hoje, não temos mais.

    A ascensão neoliberal dos anos 1990 criou na política nacional um efeito de unanimidade quando se trata de política econômica: juros, câmbio, recessão, crescimento pífio para conter a inflação. Desde a eleição de Collor, passando por FHC, Lula, Dilma e Temer, o esforço dos que “chegaram lá” é para manter a todo custo a mesma política econômica que nos condenou ao momento que estamos vivendo agora, ainda que por caminhos diferentes e com uma ou outra diferença que é mais de estética do que de essência. Nestes termos, tanto faz a força que nos governa hoje e a que nos governará amanhã: PT, PMDB e PSDB apresentam-se como formas diferentes de manutenção de uma política que acabou com o Brasil.

    É preciso, portanto, que o campo progressista apresente um projeto que o difira de fato – e não só na propaganda eleitoral – dos demais. Mais do que radicalizar ou não as posições, precisamos ter uma posição, uma ideia, um projeto que nos diferencie. E o PT não está em condições de se apresentar nestes termos, porque é impossível a quem promoveu o “velho” se apresentar falando de “novo”.

    Não há apenas uma única dimensão na política. Há outros caminhos e espaço para outras forças e é preciso romper com este maniqueísmo tucano-petista, porque pelas mãos destas forças já sabemos onde chegaremos: ao mesmo lugar de agora.  

    Moacir de Freitas Junior é professor do Instituto de Ciências Sociais da Universidade Federal de Uberlândia.

    1.   Desculpe, mas discordo.
       

        Desculpe, mas discordo.

        Em política, assim como em qualquer área humana em que o fator PODER entre na equação, NÃO EXISTE isso de dar espaço a outro grupo; não há vácuo. Quem quer espaço que arranje a dentadas.

    2. Então tá Moacir

      Dê um estalo de dedo e apresnte hoje, agora uma figura que encarne o seu desejo?

      Em torno de quem (líder) ou partido se fará o que você prega?

      A direita é sempre a direita.

      Hoje eles estão na merda porque os seus líderes tem rejeições absurdas do povão, mas eles são capazes de se organizarem  rapidamente porque detém os meios de podrução.

      A Globo como porta voz é fator desestabilizador.

      Você quer nós progressistas saiamos em igualdade de condições para lutarmos contra eles?

      Que movimento, que partido, que líder, excluindo Lula, tem condições de enfrentá-los?

      Ah! O PT promoveu o velho?

      Então me explique porque golpearam o PT?

      Você pode colocar todos os defeito no PT, mas bem ou mal, ele conseguiu chegar ao poder.

      E o pouquinho que ele fez – foi feijão com arroz mesmo -, não mexeu com as terras improdutivas, taxação de fortunas, lei de remessas de lucros das multinacionais, reforma urbana, educacional, tributária etc. foi o suficiente para golpeá-los.

      Essa reformas que eu citei não te lembra alguma coisa?

  21. OK, só falta avisar os russos.

    Um belo texto, bem construído, mas me traz aquela sensação de “crítica paralisante”, pois generaliza e indefine a esquerda (quando não mais, refere-se ao PT, o que não é mero detalhe).

    Assim, entenderei que a crítica ao partido. Entendo que o partido preferiu fazer uma conciliação de classe e com as forças conservadoras em torno de um nome no executivo. Acho que a governabilidade sempre foi questão delicada, essa coisa do nome forte para o Executivo e deixar-se emperrar pelo Legislativo… A esquerda não precisa de moderação, se entender, repito, esquerda no texto for PT. Ele foi moderado.

    Agora, a frustração de uma parte da esquerda (falando mesmo de setores radicais da esquerda) em torno dessa governabilidade foi real. Essa parte foi completamente correta mas inábil. A reforma agrária continua um problema, isso é sabido, e ao mesmo tempo houve políticas de assentamento de famílias. Mas todos os partidos de esquerda, indistintamente, fizeram mal o trabalho de base; não pense que criticar o PT dentro da extrema-esquerda faria um serviço diferente do que a direita.

    Até considero que o PT foi emperrado mesmo pela governabilidade, pois faltou o esclarecimento de onde estamos e do papel de uma maioria parlamentar (note que estou falando do jogo que é jogado). Acredito que uma das causas de o pensamento liberal-conservador ascender foi justamente pelo fato de as políticas de recuperação do valor de compra dos salários terem criado uma atmosfera de prosperidade e de identidade em torno do êxito no consumo e no progresso pessoal – é um paradoxo. Por outro lado – e Gunnar Myrdal apontou muito bem – pessoas de classes mais abastadas podem sentir ressentimento, dentro de países periféricos como o nosso, de haver políticas de proteção a grupos como se tratasse de um privilégio (não é só bolsa-família, mas qualquer política social).

    Infelizmente, faltou explicitar o necessário, que é a consideração que as partes dentro da sociedade são desiguais e que o direito regula e estabelece equilíbrio de negociação entre as partes (isto, aliás, é o motivo de haver coisas como CLT). Por isso desta confusão de se considerar direito como privilégio. Mas isso não é para os iluminados, isso é para o trabalho de base, nos rincões no meio do nada.

    Por fim, as nossas zelites podem até considerar seus políticos corruptos, exploradores, numa declaração rasteira e grosseira. Mas são SEUS políticos, possuem os mesmos valores (mais figurativamente do que literalmente) e mal conseguem esboçar claramente seu ódio pela esquerda, de tão irracional. Mas a coisa só ficou “clara” com um objeto, a corrupção, que já é suficiente, é uma bóia no meio do mar. São ignorantes e até desequilibrados, mas existem justificações, racionalizações vividas coletivamente, alimentadas pela mídia que dá o amálgama para uma racionalização. E a ascensão das classes menos privilegiadas acendeu a luz vermelha, os valores do consumo não são apenas das zelites, o povo tá chegando lá (parte desse povo vai se aliar ao pensamento das zelites e dar coro aos descontentes, depois, será abandonado). Meirelles, por exemplo, considero não um incompetente, mas um mentiroso atrás de uma planilha e de argumentos viciados, mas ele é um consultor! Percebem? Olha o cargo do cara, é tudo o que se quer ser.

  22. O que é o centro além da
    O que é o centro além da Globo e Temer?
    Nada, absolutamente nada.

    O que propõe o autor:

    1) Que Lula faça outra “carta ao povo brasileiro”?

    2) Que Dilma volte a fazer panquecas em Ana Maria Braga, ou nomeie, novamente, Levy?

    3) Que a esquerda sente ao lado direito de Temer?

  23. Com essas figuras?

    Começo assim.

    O problema do PT sempre foram os seus quadros.

    Você tira meia dúzia e não sobra nada.

    Quem são os expoentes que estão dão dando a cara à tapa neste momento conturbado do partido e da vida nacional?

    Do PT são raros, Lindebergh, Paulo Pimenta, Gleise e alguns outros. 

    Jandira Feghali que nem é do PT briga mais que os do próprio partido que esconderam.

    Ai vem o artigo do senhor Rodrigo de Almeida ditar normas de conduta e estratégias que o partido deve tomar.

    Ora, ora!

    Diz ele que no Congresso do PT a militância pede uma postura mais radical e intervencionista.

    Ele é contra porque acredita que essa postura pode comprometer a elição do Lula.

    Diz também que o experimento desenvolvimentista fracassou nas gestões Lula/Dilma.

    Como assim?

    Treze anos foram suficientes para tirar essa conclusão?

    Com todas as concessões à direita e ao centro ele ainda acredita que fracassou?

    E o jogo da direita?

    Cadê a sua análise?

    Nunca a direita foi tão imbecil como agora, ao escancarar as suas armas que culmiram com o golpe.

    Veja o resultado.

    Quem da turma deles está bem na fita?

    Estão até inventando um Dória.

    O uso incorreto de palavras conturbam o raciocínio.

    Guinada à esquerda.

    Desde quando governar pelo social é ser de esquerda?

    O PT deve tirar deste momento lições para o próximo governo, para não cair nos mesmo equívocos.

    O governo de coalização, este sim, não funcionou.Quer exemplos?

    AP 470, prisão do cérebro do PT ( Zé Dirceu), do Genoíno, a perseguição implacável do Lula da cafajestada da PF, MPF e judiciário.

    É isso que você quer que continue?

    E você quer ainda que o partido saia a campo com florzinha entre os cabelos cantando If you’re going to San Francisco?

    O centro sempre vai para o lado de quem está no poder. Não fale bobagens. O erro é ceder a todos os desejos do centro que fujam do programa de governo.

    Ontem vi um vídeo da Jandira Feghali trucidando o Henrique Meirelles na Câmara na audiência da reforma da previdência.

    Ela ilustra bem o que acabo de escrever.

    No governo Lula ele fez o que Lula queria e agora ele faz o que o tinhoso quer.

    Na sua amplitude, e é o que deve ser feito a partir de agora e principalmente no próximo governo, não ceder nada que não esteja dentro do programa de governo. Governo forte não deve ceder nada. Se não for assim será igual aos treze anos, que deu no que deu. Não vamos aprender com a lição?

    Outra frase do autor.

    ” Se o PT agir assim, vai ignorar não só a história das democracias ocidentais”

    Você tomou alucinógeno?

    O Brasil – coisa que você deveria saber como historiador – ainda está (é inacreditável, mas é verdade) em formação e você vem falar em ignorar as democacias ocidentais?

    Foram essa gente que não deixaram o Brasil se igualar a eles com a cooptação dos vira latas daqui.

    Por exemplo: dá para comparar a Holanda com o Brasil? Quantas Holandas cabem aqui dentro?

    O medo deles sempre foi o Brasil potência. Tem territorio e riquezas demais. Só não tem povo. Massa mantida na ignorância por séculos para serem sempre explorados. Nós (eles) damos umas migalhas para a elite daquele gigante e continuamos a dividir o butim. Afinal 1 ou 5% da elite daquele país em termos de troca (entrega) financeira não representa nada do que podemos lucrar.

    Não vou me alongar mais porque, o que acabo de escrever, é em cima até onde eu li do artigo.

    No final vejo as referências do autor e concluo porque o governo Dilma foi uma droga.

     

  24. Há escolha?

    Detesto uma briga.

    Dou um boi para não entrar em uma.

    Mas também dou uma boiada para não sair dela.

    Depois qua a direita radicalizou, queimando todas as caravelas e destruindo as pontes para um governo conciliador de classes ao extremo, há espaço para a esquerda se comportar tipo “paz e amor” outra vez?

    Pois é.  O “paz e amor” foi bom enquanto durou. Mas acabou. Não tem volta. Zé fini.

    E não foi por culpa da esquerda. (embora tenha havido uma certa ingenuidade – mas isso é uma outra e longa história).

    Não quero dizer com isso que a esquerda deve radicalizar ao extremo. Até por que não temos bala na agulha para tanto. Mas, ao menos, deixar de sermos tão condenscendentes. Deixar de nos comportarmos como os judeus rumo aos campos de concentração: “quem sabe venham a nos tratar melhor?”

    O destino é conhecido.

    Agora, admito que encontrar o ponto certo pode não ser muito fácil.

     

  25. A culpa é sempre da Geni Amélia da Silva, a esquerda

    Cinismo revestido de bom senso, com muita ironia e substância duvidosa, daqueles que tangenciam os problemas porque falar seu nome, diretamente, pode soar “radical” e deselegante na terra da falsa cordialidade. Afinal, certas moderações e conciliações são necessárias pra salvar as aparências e fazer vista grossa ao óbvio enquanto o resto esboroa, quem sabe por culpa da Geni Amélia da Silva, a esquerda?

    Sobre a conciliação, o autor pergunta mas não esclarece a diferença entre a conciliação que chama de “lulista” e a que vem sendo rechaçada pós-Golpe. Concordo que a palavra é utilizada sem o cuidado de dizer os termos do pacto, como aliás convém muito mais a quem ganha com a manutenção de estruturas opressoras pelos renovados pactos conciliatórios em que, ao contrário do alegado provocativamente, nem todos ganham: querer comparar o pobre que melhorou o salário e foi à universidade, um direito básico que nestas terras de escribas escravocratas se torna revolucionário e perigoso, com o ganho dos bancos e dos empresários parasitas da verba pública, como motivo para manter uma conciliação rompida exatamente por estas pessoas, cansadas das migalhas aos pobres e temerosas do horizonte de transformação social que migalhas podem descortinar, é uma afronta.

    Será que este cidadão tem se informado pelo seu antigo portal ou sabe que os gastos de educação e saúde estão congelados por 20 anos, a CLT foi revogada e a Previdência pública está em vias de ser privatizada, tudo isso em menos de um ano e sob um desgoverno de gente muito suspeita? Como ele respira superioridade intelectual, pode se informar por jornais estrangeiros, mas atenção, leia sobre o Brasil e não sobre a Noruega.

    Quanto ao eleitor de centro, é a hora de sair de sua zona de conforto, e não querer ser cortejado como se representasse a racionalidade e a neutralidade divinais: o que ele chama de radical nem é a taxação das grandes fortunas ou do capital especulativo, que não está na pauta principal dos movimentos e da esquerda nacionais mas está nos países desenvolvidos que só servem de modelo quando reacionários, a maioria está falando de não perder conquistas sociais históricas feitas por gente insuspeita de radicalismo de esquerda, Getúlio Vargas.

    O autor faz um discurso pedante e falsamente neutro (o caricato “isentão”) e informado economicamente para não reconhecer que as escolhas econômicas e o pacto social frutífero, conciliatório por muitos fatores que não cabe aqui discutir com profundidade, durante os dois primeiros mandatos progressistas do presidente Lula, foram feitos para dar conta de algo que é nosso defeito de formação sempre enfrentado lateralmente – o paradoxo é a nossa tragédia – por inúmeras razões e que agora não é mais possível fingir que não se vê e que colocando panos quentes a cisão pode ser suturada e cicatrizada (quando a ferida dá sinais de necrose): a estrutura e a mentalidade oligárquica tacanha que se alinha, sempre que pode, de modo subserviente aos interesses do capital internacional – um fato bem lembrado pelo professor Igor Fuser, ainda que eu discorde do tom e da simplificação em seu artigo sobre a Operação Carne Fraca e as esquerdas, sobre a tremenda cara de pau do conglomerado JBS, capitalizado, e praticamente posto de pé, durante a política do BNDES sob Lula, de desenvolvimento de setores potencialmente competitivos da indústria nacional, ao propor uma reorganização para transferir “seu” capital para outro país, cuspindo no prato feito do dinheiro público nacional em que se fartou. Foi malsucedido porque o sócio BNDES se valeu de uma “cláusula de barreira”. Ou quem sabe refresque a memória do ex-assessor de imprensa – seria ele também outro erro da política de concessões da presidenta eleita pelo povo Dilma Rousseff ao centro pseudonacionalista? – a autocrítica da presidenta sobre a política de desonerações ter falhado principalmente porque não houve contrapartida dos setores beneficiados: outro paradoxo, não só brasileiro, é que o empresariado graúdo detesta o Estado mas não sobrevive sem subsídios e desonerações e sem revoltas na sua ausência, como foi o caso da chantagem do setor automotivo anos atrás. Aliás, o autor reconhece que quanto mais a presidenta atendia aos interesses da indústria – o que não posso confirmar ou negar, no que seria bem vindo um artigo do Nassif dizendo onde procede ou não a alegação – mais era sabotada por patos amarelos de bile insaciável.

    Para quem fala em moderação é interessante que a balança do autor penda para exigir uma autocrítica severa, em meio ao bombardeio e à criminalização das esquerdas e movimentos sociais em cenário que distorce o debate e do que seu texto é artifício inegável – e sugerir que a esquerda faça como a criança que sofre bullying na escola, e não leva o caso aos pais e à direção escolar porque não quer causar mais confusão, ou quem sabe perder outros amiguinhos… quem sabe ela também contribuiu para a malhação do Judas…

    Como venho me colocando contra a conciliação passiva sugerida como pacto ingênuo, esclareço, a quem interessar possa:

    1 – A conciliação que chamam de lulista, da carta ao povo brasileiro, entendi na época e ainda agora como necessária porque socialmente – falo da sociedade ampla e não de “formadores de opinião” – o país não tinha feito o debate sobre ou sido exposto a, os temas críticos que a trama do Golpe desnudou; politicamente havia outra correlação de forças (o vice não era do PMDB e tinha caráter pessoal e político, há quem os dissocie; não existiam tantos partidos para formar base parlamentar), a ascensão da esquerda (“mitigada” para alguns) ao poder foi “aceita” pelos derrotados de então como um dado histórico inelutável – possivelmente porque não imaginavam que haveria o sucesso social e econômico acelerado que ocorreu –, o mundo vivia uma onda de vitórias do campo progressista no governo de países e na mudança de paradigmas sociais que ficaram congelados durante os anos 80/90 – o que foram aqueles movimentos sociais desafiando o capital em seu território em Davos e a criação do Fórum Social Mundial?, hoje temos ruas e urnas do mundo privatizadas pela direita raivosa e intratável. Aquela conciliação transitória, em resposta aos que ameaçavam impedir o PT e a esquerda de ocupar o poder em chantagem ainda muito vigorosa (os ecos de então no repaginado cheirando a mofo “eu não tenho mais medo” dos neuróticos de amarelo na Paulista, as alegações recentes contra o PSOL e filiados durante eleições e mandatos, se valendo do medo de rupturas abruptas da ordem social e política), visava fazer reformas progressivas e não erradicar o capitalismo em dois mandatos, sem ratificação popular nem possibilidade estrutural, de um país que vive num mundo maior que ele, a ser transformado com sua colaboração.

    2 – A conciliação que se propõe hoje tem outro tom, cinzento, e não vai responder à origem das divergências que vêm dividindo o país há anos. Essa conciliação não é mais possível porque houve um Golpe (fraude, farsa, impeachment ilegal) em plena vigência da democracia constitucional. Ponto. E os motivos desse Golpe não podem ser ignorados sem alguns enfrentamentos que toda sociedade que se leva a sério deve fazer – democratização da mídia, reforma política séria, reforma das instituições públicas e do sistema financeiro e, principalmente, assumirmos que no Brasil não só existe como seria bom que as pessoas não tivessem vergonha, medo ou empáfia, de empunhar suas bandeiras, gente de esquerda, de direita, de ultraesquerda e ultradireita, com suas pautas que não são, ou não deveriam ser, incompatíveis com a convivência democrática, qual seja, quem ganha, governa, quem perde, faz oposição responsável, fiscaliza e se prepara para fazer melhor, isso quando a finalidade da política for o bem comum e não a disputa vaidosa de poder e enriquecimento. Do contrário, a farsa se repetirá como tragédia.

    3 – Não sou favorável a guerras civis, como quem acha que sem derramamento de sangue não se exorcizam divergências: as periferias, os interiores, os presídios vivem em guerra e nem por isso estão a caminho de resolver seus problemas, ao contrário, e mundo afora, pergunte aos refugiados o que o enfrentamento violento da diferença tem causado.

    4 – Sempre fui e continuo a favor da autocrítica da esquerda que governou o país, o PT, principalmente para desmontar discursos falaciosos como o do autor, e dar satisfações ao país e seu povo. E acho que a primeira autocrítica poderia ser sobre a natureza, os limites e a finalidade das conciliações e suas alternativas – o que o partido vem fazendo em suas disputas internas sobre participação legislativa, por exemplo.

    5 – Os erros da esquerda no poder, quaisquer que fossem e sejam, não justificam o Golpe. Nem o Golpe e sua destruição social e econômica, e até política, são justificativas para uma conciliação apressada que ignore os temas a serem discutidos com finalidade decisória. A quem interessa conciliar com o desmonte do Estado perpetrado pela turma golpista? Pra quem não sabe, esse é o grupo no poder há gerações e que não pretende largar o osso.

    6 – Não existe pacto de um lado só: o que os centristas, que o autor parece querer representar, têm a oferecer, o que esperar dos outros atores, quem são esses atores, quem vai avalizar, qual a participação do povo, quem vai aplicar sanções a quem descumprir, conciliar o que e pra que? As eleições, onde cada um apresenta seu projeto e deveria aceitar o resultado, se legítimo, não deveriam ser o lócus privilegiado entre as muitas formas de conciliação? Pois bem, quem aplicou um Golpe sujo e descarado e destrói o país sem nenhum respeito pela sua história e seu povo não está em condições de esperar conciliação, e quem apoiou, por ação ou omissão, deve ter a coragem de assumir sua parte no desastre e não fazer discurso fácil do “deixa pra lá”.

    7 – Se o autor conseguir com sua boa lábia que o desgoverno tenha moderação no ataque ao país, que a direita tenha moderação no discurso de ódio que substitui discurso propositivo e civilizado, mesmo que contundente, os críticos desse tipo de conciliação proposta, entre os quais me incluo mas não represento, podem aceitar seu conselho.
     

     

    SP, 31/03/2017 – 15:40

     

     

    1. De genis, amélias e outros retratos da submissão

      Explicar título de comentário é algo inusitado mas devido à semelhança com o comentarista Sergior, que não li antes de postar o meu, como é meu hábito, se não explicasse poderia passar por plágio ou burrice – quem faria clone de título tão descaradamente, além dos golpistas com os quais não me afino?

      Pois bem, minha referência ao PT ser tratado por críticos levianos ou sérios como a Geni do Chico e seu Zepelim fiz inicialmente em comentário de 23/05/2016, sobre reportagem do respeitado jornalista Janio de Freitas, reproduzido abaixo e com link do GGN. E entre os meus comentários, de hoje e daquele dia, tanto a referência à Geni quanto o teor da recusa da autocrítica simplista são similares.

      A “evolução do conceito” e do nome também tem explicação:

      o PT pode ser chamado Geni pelas denúncias de corrupção e pela hipocrisia dos críticos que ignoram ou consideram “pecados” seletivamente, quando lhes convém, mas o resto da esquerda dificilmente aceitaria o epíteto, pois continua “imaculado” no leito do poder. Aí a imagem da Amélia, também menosprezada pelo patriarcado, que de modo duvidoso canta que ela “achava bonito não ter o que comer”. Imagem que alguns esperam que a esquerda reproduza, a da miséria heróica, que deve suportar a exploração porque é “bonito” sofrer privações, do básico ao luxo, que é exercer o poder num país autoritário.

      O “da Silva” é porque é sobrenome popular, como as esquerdas não devem se esquecer de permanecer, e que é o motivo oculto das tentativas de “moderá-la”, suavizá-la, arrefecer seu poder transformador, domesticá-la – pelo hábito do poder ou pelas barreiras que impõem para chegar a ele.

       

      Segue comentário original de 23/05/2016 e o link.

      (http://jornalggn.com.br/noticia/o-futuro-do-pt-esta-no-presente-por-janio-de-freitas)

       

       

       

      Primeiro, não há motivos para

      seg, 23/05/2016 – 15:02

      Primeiro, não há motivos para que Lula siga ou atenda a pauta política que a grande imprensa, como titeriteira, define ou expecta, com todo o respeito ao Jânio de Freitas, grande e honesto jornalista. Lula já havia negado seu interesse em concorrer diretamente desde a última eleição, e estava cumprindo, brilhantemente, o papel de formador de novas lideranças, como fez com o prefeito Haddad, de perfil administrativo, gerencial e político visceralmente diferente da tradição brasileira. Assim como havia feito também com a presidenta, busca pessoas com certas qualidades e características incomuns no jogo político e que, apesar de possíveis críticas e divergências, deve-se reconhecer que estão a anos-luz de distância qualitativa do perfil médio do político nacional.
      Segundo, é necessário esclarecer uma ideia um pouco fantasiosa de que se Lula renunciasse, reiteradamente, à candidatura em 2018, os abutres golpistas não teriam prosseguido com o assalto, que se deu por outros motivos mais do que por este: a direita, sem voto porque sem projeto nem liderança ou apelo popular, sabe que a mera existência de Lula e a vinculação de qualquer candidato a ele seria suficiente para lhes impor outras derrotas. E por que deveria se submeter a chantagem? Portanto, não o responsabilizem pela péssima qualidade dos sistemas de poder – político, econômico, judiciário e de comunicação – do país, que se coadunaram vergonhosamente para produzir o quadro atual, este o verdadeiro problema a ser encarado, além das superfícies. As pessoas geralmente fazem com o PT como na música Geni e o Zepelim, do Chico Buarque. Batem, discriminam, segregam mas esperam que se vire para resolver suas crises internas e expurgos, naturais no curso de sua história, e ainda tirem o país da bancarrota. Não é só o PT que precisa fazer sua autocrítica e uma análise mais profunda de sua responsabilidade no fundo do poço a que chegamos. Quem foi a esquerda brasileira nos últimos 14 anos de governo progressista, quais os partidos que se dedicaram a criar bases consistentes, alternativas e preparadas para exercer o poder, a oposição responsável ou solidária e a crítica político-partidária sem revanchismos ou oportunismos? Muito poucos indivíduos, e como partido, talvez só o PSOL. E a Rede não se compara a nenhum deles, é um partido formado em torno de uma pessoa, que se aproveita de uma imagem, já desgastada porque inverossímil, de impoluta e progressista mas com discursos e atitudes erráticos e inconsistentes, cooptada pelo centro oportunista e imprevisível. Para não dizer quem fomos nós, em conjunto, como sociedade.
      Lula tem 70 anos, é inteligente e experiente o suficiente para saber tudo que está implicado na atual situação e não se comportar como políticos afoitos e sedentos de holofotes, principalmente porque se dedicou por toda a vida não a um projeto pessoal de poder mas a um sonho coletivo de país e mundo mais justos – esse o motivo porque uma campanha de tentativa de destruição de sua imagem e influência, patrocinada, muito provavelmente, pelo governo americano. Acontece com Lula o mesmo que acontece com Pelé (e um não entende muito do metiê do outro, uma inocente provocação!): o Brasil, como país, não sabe dar o devido valor ao que tem de genialidade rara e inestimável herança, curiosamente, fruto dos extratos sempre marginalizados. Mas o mundo inteiro, e seu povo, sabem.
      Senhores jornalistas, tudo a seu tempo, que não é o das manchetes de jornal.”

       

      P.S. Duas correções importantes no texto acima: onde se lê “extrato”, leia-se “estrato”, e onde “tirem”, “tire” (deve ter outros erros mas são os que detectei na última leitura). A “inculta e bela” não é “recatada e do lar” mas merece respeito…

       

      SP, 31/03/2017 – 22:28

       

       

  26. Os avanços democráticos pelo
    Os avanços democráticos pelo mundo foram perceptíveis quando o centro de deslocou para a esquerda e não quando a esquerda se deslocou para o centro. Está na história.

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