A política pediu a conta, por Moyses Pinto Neto

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Sugestão de Gunter Zibell

do blog O Ingovernável

A política pediu a conta, por Moyses Pinto Neto

Quando escrevi o texto “O pior pode estar por vir“, em plena campanha eleitoral, alguns amigos me acusaram de estar naufragando nos mais tacanhos argumentos da direita e de não ter entendido nada da disputa política no Brasil. Rechacei fortemente essa interpretação, já que o que o post afirmava é que, ao aniquilar todas as alternativas de esquerda com sua retórica “PT ou direita”, o PT estava propiciando condições para a aglutinação da oposição justamente em torno da direita, como espécie de “profecia-que-cumpre-a-si-mesma”. A crença na figura salvadora de Lula, que supostamente sobrepujaria os dissensos e seria capaz de apaziguar a cena, não apenas mostrava como o PT vinha se tornando – contra suas ideias fundantes – um partido baseado numa figura populista, como também que a tensão entre os dois polos só se agravaria, já que Lula é exatamente o emblema mais detestado pela direita na associação com o petismo. Hoje é tempo de voltar ao tema e ver que o post não estava tão errado assim.

Já se sabia, mas não com a intensidade atual, que o escândalo da Petrobrás seria devastador para a popularidade do Governo. A relativização que remete a FHC não é mais convincente simplesmente porque são 12 anos de poder. Como sempre, Dilma mais uma vez subestimou a política e fez uma campanha dizendo que faria o oposto que está fazendo. O resultado é que sua base de apoio eleitoral está perdida, porque a vê executando as medidas do seu opositor, e o outro campo está mais forte, já que se abastece do desgaste que 12 anos governando significam. No fundo, a campanha foi a mesma eterna subestimação da inteligência alheia que caracteriza o governismo, recorrendo à ideia de que existe uma alma profunda indene no PT sempre passível de ser ressuscitada e todos que se opõem ao governo como ele é de fato estão “fazendo o jogo da direita”. O que ocorreu em 2013 já devia ter acordado os incautos do ridículo dessa argumentação, mas parece ainda ter sido pouco.

Marcos Nobre recentemente declarou que o peemedebismo partiu para o ofensiva, o PT perdeu o leme que acreditava deter. Bruno Cava o corrigiu, com toda razão, afirmando a íntima solidariedade do modus operandi lulo-dilmista de fazer política com o peemedebismo, considerando que as relações são mais intrincadas que parecem. Eu diria que é necessário assumir que finalmente a política pediu a conta. Depois de 4 anos de gestão tecnocrática de Dilma, na qual a política era ignorada em nome de resultados econômicos (que não vieram), o cenário brasileiro está devastado: fundamentalistas religiosos e fascistas nunca foram tão fortes, a fisiologia nunca esteve tão poderosa e a oposição de direita se apresenta como eleitoralmente viável. O silêncio de Aécio em relação ao impeachment é compreensível pelas mesmas razões que o PT teria ficado se tivesse havido um grande movimento de massa contra FHC após a reeleição. Condená-lo nesse caso significaria que teríamos que, por exemplo, censurar as ruas por estar colocando em crise o Governo Beto Richa no Paraná. O que está em jogo nesse tipo de argumentação é uma embalagem institucionalista, mas no fundo um tipo de crença de que o PT deveria estar imune a críticas e à pressão popular em um pacto secreto do tipo “sabemos que está tudo errado, mas não podemos falar mal do nosso projeto”. Coisas que 12 anos de governo deveriam ter sido suficientes para desfazer. Governar tem seu preço.

A política pediu a conta. Nos últimos 4 anos, não apenas Dilma consolidou o peemedebismo (i.e., a fisiologia parlamentar), como buscou fomentar a mentalidade do “não há alternativa” a isso. O pragmatismo rasteiro fortaleceu o PMDB e depois, achando que podia picar o próprio escorpião, fomentou o surgimento de outros partidos fisiológicos para enfraquecê-lo e governar desimpedido. Ao mesmo tempo, afastou-se das pautas da esquerda e perdeu sua base natural. Não conheço estratégia mais burra: perdeu-se os aliados naturais e o escorpião ficou ainda mais venenoso, porque conta como aliados com os próprios fisiológicos que supostamente iriam o enfrentar. A arrogância, mais uma vez e como sempre, deixa o Governo engasgado. Sempre ela.

Mais ainda: o PT fechou a torneira de todas as alternativas de esquerda. A desmobilização dos movimentos sociais não foi apenas obra do acaso ou do adesismo. Eles foram e estão sendo brutalmente reprimidos por meio de perseguição policial, indiciamento, julgamento e prisões. O Brasil vive um estado de exceção com prisões políticas continuamente acontecendo, mesmo que isso não signifique um tipo de conspiração de todos os poderes, mas apenas o funcionamento mais ou menos natural de uma máquina arbitrária que, formada na Ditadura Militar, acostumou-se a considerar a subversão ou a dissidência como assunto de polícia. Ao manter José Eduardo Cardozo na pasta da Justiça, Dilma sinaliza que não tem qualquer interesse de mudar essa política, consentindo inclusive com o aspecto genocida que caracteriza as operações militares (ela própria afirmou-as como modelo) que acontecem na Favela da Maré. Não há nenhum sinal de mudança a respeito.

Fora isso, o governismo enfraqueceu e quase destruiu a figura política de Marina Silva, única alternativa eleitoralmente viável que aparecera ao lulismo e ao neodesenvolvimentismo sem significar o retorno puro e simples da direita. Marina também teve seus erros, por óbvio, mas a operação deflagrada contra ela foi a maior estratégia de destruição política que testemunhei. Ao fazer isso, o PT desqualificou o debate e impediu que a disputa por hegemonia se desse entre dois projetos transformadores. Hoje, está claro (e já está na hora de os intelectuais que se posicionaram nas eleições assumirem sua responsabilidade por isso) que o Governo Dilma II é a seguinte fórmula: tudo de negativo que Marina faria (ajuste fiscal) e nada da parte positiva (meio ambiente, educação etc.). A incrível arrogância (mais uma vez ela) do PT acreditou que o PSDB era um partido quase morto que valia a pena ressuscitar para enfrentar um rival conhecido no segundo turno. O resultado é que, com a derrota política no parlamento resultado de quatro anos em que a política foi solenemente ignorada como assunto irrelevante (lembremos dos “projetos ideológicos irreais”), a direita voltou a ser competitiva.

O cenário é muito pior que parecia. Dilma conseguiu a proeza de nomear o pior Ministério dos últimos 20 anos, loteando cargos fundamentais como Educação e Cidades, entregou a Fazenda para um chicagoboy que faz exatamente o que seus adeptos mais detestam e estrangulou todas as alternativas de esquerda ao longo dos últimos quatro anos, fortalecendo a direita como oposição. Aniquilou as últimas esperanças das polianas das eleições passadas. Os próximos dias serão tensos e há forte chance de que Junho/13 se repita mais ou menos com as mesmas contradições, mas com uma direita mais organizada e forte. O que o Governo oferece para ser defendido? Uma bandeira? Um cargo? Está tudo muito pior. O que podemos fazer nesse instante não é aderir ao governismo no momento em que não resta quase nada a defender, mas buscar construir e apoiar mobilizações à esquerda que dividam o palco com a natural reorganização, depois de 12 anos, da direita. Assumir que esse governo é um fracasso retumbante e que os governistas – em especial os mais próximos a Dilma – não fazem ideia do gigantesco equívoco que vêm praticando (pela sua arrogância incrível) parece ser o primeiro passo para construir o que o Brasil precisa: uma oposição que vá contra os reacionários e entenda o PT como parte da mesma casta política que nos governa. A posição ambígua do PSOL e do MTST a respeito mostram que o impasse está colocado. O petismo, a crença residual numa imagem simbólica que já se esfacelou com o tempo e precisa ser no mínimo reinventada, é o principal obstáculo para que surja uma nova zona política capaz de servir como alternativa à ascensão reacionária.

 

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

40 Comentários

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  1. Tá Serto ! A culpa é do PT e

    Tá Serto ! A culpa é do PT e da Dilma e a única opção viável é a Marina.

    Aguardemos 2018! Não acho que o PT leva, mas fgaranto que a Marina também não.

    Como vai a Rede? Já conseguiu as assinaturas ou o PT está atrapalhando?

    1. Marina?
      Já cumpriu as tarefas

      Marina?

      Já cumpriu as tarefas com relação a disputas presidenciais. Tá dando aula na Fundação Dom Cabral. Pronto. E, pelo andar da carruagem, esse papo de terceira via, de nova política não sera mais necessário. Caso seja, aparece rapidinho outro personagem.

       

       

  2. Agora o fundamentalismo da Marina é culpa do PT…

    Tá certo, a Marina mudou seu programa por ordem (dedo em riste!) do Malafaia, mas a culpa foi do PT.

    E o fato dela não ter partido nem estofo e nem capacidade de se defender das críticas é culpa do PT.

    Ela se expõe com aquele palavreado mais incompreensível que tese de doutorado em filosofia, não aguenta o tranco de uma campanha presidencial e a culpa é do PT?

    Se Lula ou Dilma fossem atacados como a Marina foi seria céu de brigadeiro pro PT. Marina não aguentou por 90 dias o que o PT atura em quádruplo há 12 anos…

  3. Texto extremamente

    Texto extremamente reducionista.

    Pede a conta para Dilma e o PT, e bota a de todo o restante do ambiente politico no “fiado”. …

    Não é a Marina que de 4 em 4 anos joga a sua biografia no lixo… . “É o PT que a destróii”.

    Assim fica fácil.

  4. Dilma é vitima da tempestade

    Dilma é vitima da tempestade perfeita.

    Não é apenas o “Petrolão”; é o aumento da inflação, aumento do desemprego, aumento de combustivel, aumento de juros, restrição de crédito, aumento de alimentos, recuo nos direitos dos trabalhadores, aumento de impostos, racionamento de energia (não falta, mas aqui em SP em 6 meses já são 50% de aumento)… e a quase certeza que ainda vai piorar. A população está sentindo no bolso.

    Resultado do acumulo de erros cometidos nos ultimos anos; destacando-se na economia o Real supervalorizado; na política as alianças com qualquer um (MALUF !!!!) por qualquer coisa.

    Acertos houveram, e muitos.Principalmente a inclusão social, algo nunca visto – talvez no mundo – e que entrará nos melhores livros de história das futuras gerações.

    Mas não se pode mais viver do passado, até porque o PT tambem já é passado (12 anos), e o PT ainda não aprendeu essa lição. Concordo com o autor quanto a comparação com os governos FHC. Foram ruins, os governos PT foram muito melhores. Mas e o agora, e o daqui para frente?
    Existe algum plano mágico para reverter a situação atual? Se existe está mais do que na hora de puxar esse coelho da cartola. Se não existe e as coisas realmente piorarem rapidamente não dá para prever os resultados, arrisco apenas a dizer que não teremos anos fáceis pela frente. Em 2014 já se sabia que 2015 seria ruim, mas parece que será pior que qualquer projeção mais pessimista.    

  5. Nao Senhor!
    Quantos enganos.
    Primeiro e unico erro. Comecou com Lula, governabilidade. Na releicao do Lula, com a politica do Paloci, a parte mais ativa e pensante politica jah estava batendo no Lula. Esqueceram na epoca que viviamos uma democracia e nao uma ditadura ou um estado socialista.
    Felizmente um estado direito democratico e Infelizmente merdas de politicos e nao do povo.
    Politicamente um texto na navalha, corta com todos os partidos reacionarios, inclusive o PT e construir uma oposicao realmente. Cacete nao sao os partidos nunca sao as ideias e seus politicos.
    Muito tempo passou e cara a fila andou. O passado eh historia e a construcao politica so vai acontecer, como estamos vendo hoje, com o sangria destes e do judiciario. Exposicao!
    A midia morre nao por queremos pq o mundo mudou e eles cada dia mais ficam no passado. O informacao tempo real e sua construcao coletiva. A fila anda e vc na sua analise retorna a um ponto dos anos 60.
    A cena mudarah se cairmos no rio e nadar, nadar caso contrario sem ideias eh masturbacao mental politica!
    Qual sua ideia?
    O que acrescenta?
    Aquela de dizer, eu nao disse, eu avisei e que merda fez?

  6. Tenho que confessar que sinto

    Tenho que confessar que sinto vergonha alheia quando leio textos como esse.

    O rapaz se coloca como o grande pensador político do país, ele save o que acontece com o governo, com o PT e com a oposição e elege a salvadora do país, Marina Silva! Que piada.

    A vida não é uma guerra entre o bem e o mal, existe um mundo de intersecções entre o certo e o errado em um jogo que vai sendo jogado conforme o tempo passa.

    Se ele observar com cuidado a situação política nacional, verá que tanto o Lula quanto a Dilma não foram impedidos exatamente porque tem um partido com bases sociais fortes, mas que não se contentou apenas com isso, buscou apoio político no Congresso, construiu uma base forte e dividiu o governo com esses aliados indesejados mas necessários. Qual o custo disso? Ver figuras execradas pelo PT em um ministério de seu governo. Qual o ganho? Poder melhorar a condição de vida de milhões de brasileiros das classes mais baixas, mesmo não sendo o quanto sonhado, mas atingindo números significativos. E quando sob ataque exatamente pelas políticas sociais e não pela corrupção, ter como se defender.

    É muito legal para a direita colocar uma figura como Marina na presidência se eles não conseguem chegar lá. Uma crise 10 vezes menor do que a atual já seria o suficiente para ou retira-la da presidência, ou te-la nas mãos. O enorme crescimento do PT é muito ruim porque trás muita gente não exatamente identificada com as idéias iniciais do partido, mas é esse crescimento que permitiu ao PT chegar ao poder e principalmente se manter lá. 

    É mais legal para a consciência ser um purista na política, se manter longe dos adversários, do PMDB e dos fisiologistas em geral, mas é só isso, legal, não leva a lugar nenhum e não bota um prato de comida na mesa de ninguém.

     

  7. Marina está a direita do

    Marina está a direita do Próprio PSDB em muitos aspectos.

    Na verdade Marina não é alternativa de esquerda a nada. 

    A política econômica da Marina é de direita

    A política externa é de direita.

    A política em relação as minorias é de direita.

    Marina é de esquerda essencialmente em coisas secundárias ou terciárias. E tem uma política energética cujo objetivo é inviabilizar crescimento econômico e o país.

  8. Gostei.

    Gostei da análise feita, eu apenas discordo do ponto sobre Marina Silva que ele meio que a vitimiza. Na minha opinião ela própria se desconstruiu na medida em que se submeteu aos ditames dos radicais evangélicos como Malafáia e também com seu discurso ambíguo e vamos “lembrar” naquele momento ela era adversária e contra adversários se opõe e não se alisa a cabeça.

    Penso também que em nosso regime presidencialista de coalizão é preciso estar com um olho no gato e outro no peixe e Dilma no seu mandato não colocou seus olhos em nenhum, e a crise foi fermentando, PMDB se “revoltando”, querendo mais e nossa gerente só olhando as planilhas.

    Vejo que os governos do PT, Lula e Dilma, foram e são concialiadores, Lula nesse aspecto teve uma enorme vantagem em relação a Dilma porque fez política e até certo ponto conseguiu segurar os cães sedentos do PMDB porque além de conciliar conseguiu avanços significativos para povo brasileiro, mas Dilma, por não ter a veia política de Lula e também por não mostrar avanços palpáveis para o povo foi se perdendo, não teve o que mostrar ou não soube mostrar.

    Dois erros para mim são determinantes na derrocada do governo do PT, o primeiro não jogar pesado no 1o. mandato em uma reforma política, ela acreditou que a conciliação duraria eternamente, porém as raposas da coalização queriam mais, muito mais e aí a presidenta se perdeu. 

    O outro erro foi não enfrentar a Grande mídia, não estabelecer contraponto algum em nenhum momento, não teve e não tem alguém dentro do governo que conteste, contraponha, “desdiga” o maior partido oposicionista que é a grande mídia.

    Há hora para a paz e há a hora para a guerra e o 1o. Governo de Dilma deveria ter ido à guerra, não foi, mas seus inimigos e “aliados” vieram. Quem perde? Perde o povo que poderá ter novamente um período de retrocesso e até de perdas das suas conquistas, vemos vampiros se tornando anjos para a população e essa é uma das maiores culpas que o PT carregará.

    Montou um ministério esdrúxulo, na área econômica convidou golpistas para assessorá-la, perdeu todo o contato com os movimentos sociais e para o cidadão comum mostra uma imagem fragilizada e paralisada.

    Não adianta o discurso de que nunca se investigou tanto como agora, que não tem um PGR engavetador, que a PF é autônoma e blá,blá, blá.

    O Governo, o PT e também a sua militância devem urgentemente fazer uma “auto crítica” e tentar verdadeiramente conquistar o coração e mente do povo, mas não será com o aumento da taxa Selic que conseguirá…

     

     

  9. O texto é muito interessante

    O texto é muito interessante pelas suas críticas ao lulismo, mas falha miseravelmente ao imaginar que Marina Silva seja uma alternativa real a sua superação. Se tem uma coisa que Marina não é, é a superação do lulismo. O que ela propõe é justamente o contrário, um lulismo repaginado, sendo ela a figura central nessa nova versão, mas mantendo todo arcabouço que dominou até aqui: indecisão e hesitação como um véu de democracia para se manter como um juiz equidistante entre as partes conflitantes, tudo isso sem dispor dos instrumentos que Lula teve. O lulismo teve seu auge no segundo governo de Lula, com a valorização cambial que não havia no primeiro governo  que junto com um contínuo aumento do salário mínimo, propiciando maior poder de compra, além de uma tendência à acomodação política em algumas frentes políticas como por exemplo, mudança de comando da PF, evitando grandes desgastes com investigações. Com a crise internacional, não é mais possível aplicar a política do “ganha-ganha” do segundo mandato. Teremos que trabalhar duro para conseguir divisas internacionais e isso significa proteger a indústria nacional e/ou melhorar nossa inserção internacional que regrediu para a idade da pedra desde a abertura comercial com Collor. Marina não deu nenhuma mostra de que conhece os desafios atuais. E pior, ela deu toda mostra possível que ao mínimo sinal de pressão capitulará ao grupo mais forte, notadamente ao mercado financeiro.

  10. Faltou um pouquinho mais

    Faltou um pouquinho mais imparcialidade neste texto. Entre algumas verdades, fatos, enfia, sorrateiramente juízos sobejamente partidários(puxa a brasa para a sardinha da Marina Silva) e anti-petistas. 

    Lula é um populista, é? Por que, então, a Marina – claramente – busca emulá-lo? 

    Não há essa de relativização com relação aos governos FHCs, mas a devida remissão a origem das causas que levaram a Petrobrás a essa situação. Claro que isso não exime as eventuais culpas dos governos petistas. Mas o debate, vamos deixar de lado a hipocrisia e a postura de “santinhos do pau-ôco”, é político. E é nesse quadrante que é válida, sim,  essa cobrança de uma oposição ciníca que hoje fica apontando os erros do seu adversário esquecendo que está com o traseiro de fora, 

    Muito engraçada essa afirmação de que “o PT quase destruir Marina Silva”; de bolar de rir. Desonestidade sobrando querer: 1) Preconizar para o embate político, na realidade um guerra, posturas que os próprios reclamantes não tem, não tiveram e nunca terão. Esquecem, nesse afã, a aspereza, até mesmos grosserias da candidada Marina contra Dilma e ao partido que a fez sair da obscuridade. 2) Desconhecer que o começo do ocaso, do fim da candidatura Marina partiu das próprias entranhas das forças, ou frentes, que a apoiavam, no caso os evangélicos fundamentalistas. Nunca na história política deste país um(a) político(a) que se arvora como líder se rebaixou tanto, se acovardou tanto, como no famoso epísódio Malafaia. 

    Poderia o articulista ter aproveitado melhor  esse espaço para fazer uma leitura menos ressentida da conjuntura política face a derrota fragorosa da sua candidata. 

  11. Nenhuma dúvida quanto à Marina

    É claro que a Marina precisava e devia ser destruída. Não porque fosse um projeto progressista alternativo, mas porque era simplesmente a nova direita em estado de mistificação.

    O mais impressionante não é isso. O mais impressionante é o governo Dilma e o PT terem abraçado tão rápida e insidiosamente a agenda da nova direita e a mistificação mais galopante.

    A Dilma tornou-se o François Hollande ao sul do Equador. O máximo que ela pode fazer é esperar que algum fenômeno Charlie caia do céu e salve seu pescoço. Politicamente ela está morta (por simples e óbvia autodestruição).

    Que ninguém tenha dúvida, já não há mais nenhum rastro de esquerda no governo deste país.

    Dilma entrará para a história apenas como mais um da série de estelionatos eleitorais pós-ditadura. O PT completou o seu ciclo tornando-se absolutamente análogo ao Sarney e ao FHC. Absolutamente análogo!

  12. Pfff… Eu vi o Jornal

    Pfff… Eu vi o Jornal Nacional ontem. O lider do PSDB na Câmara disse que o partido não vai passar a mão na cabeça de ninguém que estiver envolvido na lava jato. Em seguida mostrou que a pena do Genoíno foi perdoada “por um decreto da presidenta”. E, por fim, a greve no Paraná é legítima, porém o juiz determinou que os professores voltem ao trabalho e o governador disse que o acordo já foi negociado.

    Não sei porque é que insisto em ler as matérias desse site. O JN é muito mais simples.

  13. Gunter e seu pensamento

    Gunter e seu pensamento pequeno e umbiguista. Não desculpo-o por ter ajudado a colocar o congresso mais podre, doente que já existiu. A ignor^ncia, ou má fé do gunter, chega a doer. Não demora, para culpar Lula e Dilma, vai virar seguidor do malafaia, do bolsoonaro,´fhc (aliás, acho que já é seguidor desses desumanos políticos). Saber que essas pessoas idolatram, se aliam a seus algozes, doe muito, porque a gente percebe que eles não se importam com o pró´prio país, com essa nação que os ídolos “NOVOS” da política gunterumbiguista, sempre trataram de emperrar. O que é marina? Péssima ministra, não participa da defesa da floresta que um dia morou, não luta por um país justo, que muda de partido como muda de calcinha, que tem apenas um projeto: sua realização pessoal. Chamo a atual era, de a era dos ratos, pois eles corroem, espalham doenças de discriminação, doenças que eliminam o ser humano e são paridores da maldade, do lixo. Quando os umbiguistas  perceberão que estão dando asas aos ratos? Quando o PT sair do poder, o gunter e umbiguistas vão reclamar do quê, de quem? O problema dos incautos, é não entender a eles próprios e, por isso, lutam contra quem tenta incluí-los com dignidade,  nessa sociedade que sempre os ignorou ou matou. Ajudar a tirar o povo do poder(novamente, será que o gunter conhece a história?Duvido) e voltar a colocar os mauricinhos imprestáveis e ladrões com provas, é de lascar.

  14. Tudo é culpa do PT. Está cada

    Tudo é culpa do PT. Está cada vez mais chique essa moda. Parece um concurso de “quem saca a interpretação mais criativa contra o PT”

    “…ao aniquilar todas as alternativas de esquerda com sua retórica “PT ou direita”, o PT estava propiciando condições para a aglutinação da oposição justamente em torno da direita, como espécie de “profecia-que-cumpre-a-si-mesma”.”

    A direita já estava aglutinada, como já disseram aqui, por uma abstinência de poder jamais exxperimentada. O clima de “nós contra eles [do PT]” já estava posto e só não enxergou quem não quis. E vem um pra dizer que foi “culpa do PT”.

    E qual a outra alternativa de esquerda que o articulista imaginou, o PSOL? O Rui Pimenta do PCO? Lindo! As aventuras pessoais de Campos ou  Marina no PSB? Maravilhoso!

    1. Concordo com você

      Essa estória de que a culpa da polarização violenta é do PT não me convence. Eu morava em um bairro fortemente dominado por Aecistas aqui em Belo Horizonte. Sempre votei em PT mas nunca manifestei esta postura para ninguém, na verdade nem entrava muito em discussões políticas. O surgimento de Aécio Neves em Minas me colocou totalmente na oposição ao PSDB e Aécio, mas nem assim eu me sentia um “petista” ou mais atraído pela ideias do PT. Gostava do resultado das políticas do PT , mas nunca havia defendido o PT.

      Pois bem … A partir de 2012 começou um verdadeiro ataque de todos os bruguesinhos partidários de Aécio. A intimidação foi tão intensa que eu, que poderia ser considera de centro, ou centro-esquerda, tive radicalizar minha posição política em apoio a Dilma. Se não fizesse isso seria massacrado pela violência da intimidação da direita doas Aecistas. 

      Portanto a radicalização não foi culpa do PT, e mesmo que o partido e seus candidatos tenham se aproveitado dela ( como se afirma que fizeram com Marina) isso me parece que foi um recurso de defesa, de contra-reação a uma guerra iniciada com o objetivo de disseminar o ódio e o preconceito, que foi a clara tática da direita.

      Ano passado mudei para outro bairro de BH, ainda de classe média, porém mais heterogêneo e aberto culturalmente, aí a intimidação se reduziu imensamente, mas não houve como seria de se esperar uma intimidação de esquerda violenta como havia presenciado no outro bairro. Na minha experiência pessoal a intimidação sofrida no bairro nobre do Anchieta foi motivada porque esses mauricinhos filhinhos de papai que moram neste bairro são intensamente influenciados pela mídia, e tem profundo desconhecimento sobre realidade de seus país e sua cidade, sabendo de tudo somente pela tela americanizada da Globo. Ao partir para Santa Tereza, um bairro boêmio e artístico de classe média, a televisão tinha uma importância menor ( No Anchieta os bares tem grandes telões passando futebol, em Santa Tereza tem música ao vivo, e tv desligada). Assim as pessoas pareciam mais próximas a realidade dos fatos e menos condicionadas pelo filme de terror que a TV exibia. Assim conseguiram pensar, coisa que os mauricinhos do Anchieta perderam completamente a prática.

  15. Faz uma introdução razoavel

    Faz uma introdução razoavel na análise dos erros da Dilma, preparando o terreno para a entrada da Marina como “solução desperdiçada”??

    Parei aí, subterfúgio marinesco inútil como reflexão entorno das possibildades do país sair do impasse político atual.

    1. Para a nossa sorte a Dilma

      Para a nossa sorte a Dilma nos livrou da Marina.

      Não consigo imaginar nada pior do que a vitória daquela mulher para governar o Brasil pelos próximos quatro anos.

      Ainda tem uns trouxas que a defendem. É inacreditável.

  16. Tem alguém ai embaixo?

    Que atire a primeira pedra aquele que não tem um conhecido ou amigo homosexual que não se ache “a ultima bolacha do pacote”…

    Arrogãncia ao máximo, competindo palmo a palmo com o agente de estado americano AA.

  17. Bom texto

    A ferocidade com que o PT e sua militância, inclusive aquela paga que serve para pautar, para direcionar os fanáticos, avançou contra Marina Silva foi realmente assustadora e desporporcional.

    Ficou evidente a opção do PT por Aécio. E quase perdeu. 

    Mas o PT é isso mesmo, quer ser hegemônico e ser for para não ser ele no poder, prefere entregar o Brasil para a extrema direita.

    Como escreveu o Milton Temer outro dia, temos, na falência do PT, a simbologia de que “são todos iguais quando chegam ao poder”. Corrupção, despolitização da política, fisiologismo, canalhice parlamentar e estelionato eleitoral. Está tudo aí depois de 12 anos de um governo dito popular e de esquerda. 

    Será a próxima luta de qualquer força progressista no Brasil a partir de agora. Conseguir convencer o povo que, além de ser diferente de toda as forças conservadores, é também diferente do PT.

    Bela herança.

    1. Marina foi desconstruída

      Marina foi desconstruída pelas próprias palavras e atitudes, desnudou-se no episódio com Malafaia e o povo não gostou do que viu e ouviu.

      Você diz que o PT optou por Aécio, essa afirmação é de um cinismo atroz, no segundo turno foi a própria Marina quem correu de rabo solto para os braços de Aécio inclusive dando apoio formal a sua candidatura.

      Para pessoas como você esquerda boa é aquela que fica esperneando, gritando e chorando as mágoas no barzinho sem se articular para disputar o poder e realizar alguma coisa de bom para o povo brasileiro, posar de puros e não assumir responsabilidades.

    2. Tadinha!

      Tadinha da Marina, foi “massacrada”!

      Quando o Mal afaia enquadou a moça e ele deixou-se enquadrar foi um recuo ou não de uma questão importante da sociedadebrasileira?

      E com base no momento político menosprezar as conquistas do povo e do Brasil através do PT  nesses 12 anos de governo é uma desonestidade política.

      1. Desonestidade política ?

        Desonestidade política é ficar superestimando essas tais conquistas e muito mais desonesto afirmar que as que aconteceram foram apenas nos últimos 12 anos.

        1. ???

          Superestimando tais conquistas?

          40 milhões retirados da pobreza,,,

          Ah sim quem iniciou foi FHC com os privatizações de “sucesso” da Vale, da Telesp que foi comprada pela Telefonica com dinheiro do BNDES, com o sucateamento da Embratel, Eletrobrás e por aí vai…

          1. Conquistas
            Segundo o The Economist 
            Situação do Brasil antes e depois. 
            Itens  Nos tempos de FHC  Nos tempos de LULARisco Brasil2.700 pontos200 pontosSalário Mínimo78 dólares210 dólaresDólarRs$ 3,00Rs$ 1,78Dívida FMINão mexeuPagouIndústria navalNão mexeuReconstruiuUniversidades Federais NovasNenhuma10Extensões UniversitáriasNenhuma45Escolas TécnicasNenhuma214Valores e Reservas do Tesouro Nacional185 Bilhões de Dólares Negativos160 Bilhões de Dólares PositivosCréditos para o povo/PIB14%34%Estradas de FerroNenhuma3 em andamentoEstradas Rodoviárias90% danificadas70% recuperadasIndustria AutomobilísticaEm baixa, 20%Em alta, 30%Crises internacionais4, arrasando o paísNenhuma, pelas reservas acumuladasCambioFixo, estourando o Tesouro NacionalFlutuante: com ligeiras intervenções do Banco CentralTaxas de Juros SELIC27%11%Mobilidade Social2 milhões de pessoas saíram da linha de pobreza23 milhões de pessoas saíram da linha de pobrezaEmpregos780 mil11 milhõesInvestimentos em infraestruturaNenhum504 Bilhões de reais previstos até 2010Mercado internacionalBrasil sem créditoBrasil reconhecido comoinvestment grade

            Postado por Anselmo Rapos

          2. Fatos

            São fatos, realidade e não achismos, argumentos irreais.

            Fatos são fatos e fim de conversa

          3. É verdade

            Fatos são fatos, números são números.

            Talvez seja apenas uma questão de semântica. Você acha que dar R$ 50 por mes é tirar a pessoa da pobreza, eu acho que dar R$ 50 por mês é manter a pessoa na pobreza.

            É só uma questão de chegar-se a uma conclusão do que é pobreza, que é um valor relativo. Quem é pobre, o é em relação a outro ou outrém. Embora os artistas dos números, os cabeças de planilha, tenham conseguido chegar a um valor absoluto para a pobreza, gênios que são.

            Só sei que o catador de papel que passa aqui na frente de casa puxando o carrinho ainda é o mesmo.  As crianças cresceram um pouco e agora alguns já tem seu próprio carrinho. No ano passado um deles, 11 anos, morreu de uma pneumonia mal tratada no SUS.

            Para eles, que de números só conhecem os da balança que pesa o papel, o país parece que continua o mesmo. Isso é um fato, não é um número.

  18. Economicamente Marina está a

    Economicamente Marina está a direita de Dilma, e se duvidar do PSDB

    A política externa de Marina é de direita, anti-BRICS e pró EUA e Europa Ocidental

    Em termos de costumes e direitos das minorias, Marina está a direita do PSDB.

    Marina apenas tem uma política energética que tem tudo para atravancar o desenvolvimento do país, apesar de pertinente com sua política econômica recessiva.

    É de esquerda em alguns aspectos secundários ou terciários. Ou alguem acha que ela vai investir mundos e fundos em educação fazendo um rigoroso e eterno ajuste Fiscal estilo FHC

  19. Herr Gunther Sigh Heil!

    Herr Gunther Sieg Heil – Vá Te FU!!! e aproveita Vá te roçar nas ostras!!!

    Cara golpista babaca!

    Pedro Luiz

    Caro nassif – espero queita a nota – golpista, nazifascista encheu o saco – basta na Merdia diariamente.

    1. Imagino que você tenha notado

      que nem o texto é de minha autoria nem participo da decisão do blog em reproduzi-lo. Apenas indiquei no clipping do dia.

      Não obstante, acho muito bom que existam opiniões fora do quadrado.

      E locais plurais para discussão.

      Noto também como Marina Silva ainda incomoda àqueles que atribuem aos outros seu próprio comportamento antidemocrático.

      Esse capital não se perderá.

  20. Palavras de Marina, quando

    Palavras de Marina, quando saiu falando mal de um governo e do partido que pemitiu sua existência etérea: “minha briga é contra o PT, é contra o chavismo que ele implantou no país” (apesar das aspas, não está literal). Quem quiser comprovar é só buscar aqui em LN mesmo.

    Para esses especialistas em PT só tenho uma coisa a dizer: vão procurar outro objeto de estudo. Vou ajudar dando dicas: PSOL e PSTU, por que não decolam? Por que o povo não vota neles? Por que a classe operária não faz a revolução? Também podem estudar o projeto Rede, que consegue milhões de votos e nenhuma assinatura. Nem Gunter salva, pois só a Parada Gay em São Paulo já faria dois milhões de assinantes.

    Esqueçam o PT, afinal de contas ele está no fim, não é? Coisa feia, bater em cachorro morto.

    1. Então vc não sabe que os

      Então vc não sabe que os bolivarianos se consideram os neopopulistas? Vc deve ler Laclau que é o mentor de todos.  É populista sim, e os petistas  acham isso bom. Eu não!

  21. “A relativização que remete a

    “A relativização que remete a FHC não é mais convincente simplesmente porque são 12 anos de poder.”

     

    Meu pai do céu! Que idotice é essa? Não existe relativização. O ecânda-lo da BR atingi a todos os partidos porque permeia a federação governada por diferentes agremiações partidárias. Então dedu-ze que o argumentador não considere o Brasil como uma federação. Que de fato a corrupção é do Governo Dilma e nada vem dos estados. É demais para muitos de nós. Demais porque parece que é chororo quando se sabe que a corrupção é PAM! Existe a vontade explicita de forçar tudo de ruim para o Gov.

  22. Moyses mita, como sempre!

    Desesperador é que não tenhamos alternativas políticas de esquerda viáveis. Porque o PT já era, nasceu, cresceu apodreceu rápido demais. Urge algo novo para que, como eu, não quer votar na direita, mas não vê para onde ir.

  23. E que se dane!

    Não creio que tenha havido concessões ao fisiologismo. Pelo contrário, este é o embaraço atual da política.

    O governo acumula derrota após derrota nas duas casas do congresso. Isto é ruim? Na minha modesta opinião, o lado bom é que não há custo corrupção envolvido. No final, a casa dos representantes fará uma média entre o que o mercado quer, que é de fato a agenda proeminente do governo Dilmaécio, e o que é desejável do ponto de vista das conquistas sociais. 

  24. A esquerda mais bem à esquerda jamais será vencida

     

    Gunter Zibell,

    Comecei a ler o texto e observei a seguinte consideração do autor:

    “Quando escrevi o texto “O pior pode estar por vir“, em plena campanha eleitoral, alguns amigos me acusaram de estar naufragando nos mais tacanhos argumentos da direita e de não ter entendido nada da disputa política no Brasil. Rechacei fortemente essa interpretação, já que o que o post afirmava é que, ao aniquilar todas as alternativas de esquerda com sua retórica “PT ou direita”, o PT estava propiciando condições para a aglutinação da oposição justamente em torno da direita, como espécie de “profecia-que-cumpre-a-si-mesma””.

    Não tinha visto o seu nome como quem sugeriu o texto que virou este post “A política pediu a conta, por Moyses Pinto Neto” de quinta-feira, 05/03/2015 às 08:41, aqui no blog de Luis Nassif, mas imediatamente pensei que o autor parecia partilhar a sua idéia de que é o PT que faz a direita. Idéia que eu considero errada em você e que antes de ontem eu critiquei em comentário que enviei terça-feira, 03/03/2015 às 20:58, para você junto ao post “Porque eu não sou “progressista”, por Gunter Zibell” de terça-feira, 03/03/2015 às 14:51, aqui no blog de Luis Nassif. O endereço do post “Porque eu não sou “progressista”, por Gunter Zibell” é:

    https://jornalggn.com.br/blog/gunter-zibell-pro-rede/porque-eu-nao-sou-progressista-por-gunter-zibell

    Como vi semelhança naquilo que o autor avaliava com suas idéias sobre o deserviço que o PT produz nas causas das esquerdas, eu pensei em trazer o comentário meu para você até este post. Depois que vi seu nome como quem tinha sugerido, penso que basta eu trazer o trecho inicial do meu comentário e o trecho final. É o que faço a seguir. Disse eu, logo nos dois primeiros parágrafos:

    “Lá no post “Brasil x Aliança do Pacífico : qual o melhor resultado?” de segunda-feira, 16/02/2015 às 22:11, para o qual você deixou o link, eu enviei um comentário terça-feira, 17/02/2015 às 15:36, para Alfredo Machado junto ao comentário dele de terça-feira, 17/02/2015 às 00:13. Assim eu iniciava o comentário [Onde antes estava plantonista eu alterei para platonista]:

    “Em algum momento lá atrás, o Gunter Zibell se perdeu e ficou o Gunter Zibell – pró-Rede. E vê-se o esforço que ele faz para se equilibrar. Agarra-se por espírito de sobrevivência a idealismos que não existem e nem existirão na prática para se justificar. Agarra-se à idealista burocracia weberiana, à idealista democracia platonista, ao idealista capitalismo austríaco e sai à cata de situações que cabem na camisa de força que ele idealizou para justificar os posicionamentos dele”.”

    E termino assim o comentário que fiz para você:

    “Aqui, entretanto, não caberia avaliara que se trata de idealismo. Ainda assim, eu concederia em admitir que o seu posicionamento não é de birra. Você pensa no longo prazo e se libera facilmente dessas causas que não se realizam. E então fica parecendo que você deseja, uma vez que 80% dos parlamentares escolhidos são contra as idéias do PT, que o PT abdique da Presidência da República e a deixa ser ocupada por alguém que pense igual a 80% dos parlamentares escolhidos.

    Como você é inteligente, eu prefiro considerar que se trata de birra”.

    Ainda que imaginando o que eu iria encontrar eu me dispus a ler todo o texto de Moyses Pinto Neto. E por tudo que ele apresentou, eu cheguei à conclusão que ele vai além de você. Transcrevo a seguir o parágrafo final deste post “A política pediu a conta, por Moyses Pinto Neto” para mais bem esclarecer em que Moyses Pinto Neto vai além de você. Disse ele aqui:

    “O petismo, a crença residual numa imagem simbólica que já se esfacelou com o tempo e precisa ser no mínimo reinventada, é o principal obstáculo para que surja uma nova zona política capaz de servir como alternativa à ascensão reacionária”.

    Ora, você quer que o PT abdique do poder e o entregue aos 80% dos deputados que não gostam do PT. Já o Moyses Pinto Neto parece copiar o senador romano Catão, o Velho, e despeja com a sapiência própria dos anacoretas nefelibatas das redomas acadêmicas: “delenda est PT”.

    Há um pouco de racionalidade nesta postura de Moyses Pinto Neto. Sem o PT a esquerda que sobra sairá vencedora da guerra que ela enfrentará. Afinal não haverá inimigos, pois quem da direita se importará com esta nova, pura e santificada esquerda.

    Nesse sentido, a esquerda, esquerda mesmo, deve juntar-se aos manifestantes de 15 de março.

    E há outro motivo lógico que permite entender porque há uma esquerda hoje que se põe contra o PT. Suponhamos que esta esquerda imagina que os petistas pensam que entre a esquerda que quer a destruição do PT e a direita, os petistas preferem o Eduardo Cunha. Pelo menos do Eduardo Cunha, o PT sabe o que esperar.

    Esta lógica, entretanto, tem um ponto fraco. Não é que os petistas prefiram, é o eleitor que prefere o Eduardo Cunha a uma esquerda que quer a destruição do PT. O eleitor é sábio, se ele é da direita e quer a destruição do PT é melhor votar no Eduardo Cunha do que na esquerda, até porque a esquerda que quer a destruição do PT não pede votos, a se considerar pelos votos que ela obtem.

    Clever Mendes de Oliveira

    BH, 05/03/2014

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