A reação ao documento ‘Por um Brasil Justo e Democrático’, por J. Carlos de Assis

A reação neoliberal ao documento ‘Por um Brasil Justo e Democrático’, por J. Carlos de Assis

Leio no Estadão de São Paulo comentário que reproduz um libelo do economista José Luís Oreiro contra os economistas que subscreveram o documento organizado pela Fundação Perseu Abramo, do PT, sobre a conjuntura e as perspectivas brasileiras. O documento critica fortemente o ajuste fiscal de Joaquim Levy. Oreiro o defende. O documento se filia ao  pensamento social-desenvolvimentista. Oreiro se diz novo desenvolvimentista. O documento pede uma nova política econômica. Oreiro pede o aprofundamento da atual.

Antes de entrar nas críticas de Oreiro, eventualmente insultuosas e mal educadas contra seus colegas economistas, devo esclarecer que não fui convidado para subscrever o documento, não sou do PT nem integrante do grupo que o lançou. Isso me dá certo grau de imparcialidade para fazer a crítica da crítica. Antes de mais nada, porém, é preciso esclarecer a terminologia: Oreiro não tem nada de desenvolvimentista, nem de novo. É um neoliberal, um fiscalista arraigado, à antiga. Vê a economia sob a ótica da estatística, ignorando sua dinâmica. Se não fosse assim não teria espaço no Estadão.

O comentário do Estadão, assinado por Fernando Dantas, resume bem a proposta do documento da Perseu Abramo em relação à política econômica. É necessário eliminar o ajuste fiscal e retomar os gastos públicos, com juros baixos, para que haja a recuperação do emprego, do PIB e da receita pública, o que redundará, em última instância, em queda, e não aumento da relação dívida PIB. Isso é uma receita keynesiana simples, da qual deveriam ter conhecimento todos os membros da Associação Keynesiana Brasileira, notadamente Oreiro.

Na sua crítica ao documento, permeada de citações em inglês totalmente desnecessárias  mas que devem ter algum propósito oculto de acentuar o brilho de quem fala, Oreiro aponta a “irresponsabilidade” das propostas sob o argumento de que a taxa de juros de longo prazo dispararia, assim como a inflação, na medida em que estourem os limites fiscais. No seu entender, o certo é continuar com o ajuste de forma a restaurar a “confiança” dos empresários na economia para que voltem a investir. E aí tudo estaria resolvido.

Não vou perder muito tempo analisando o pensamento equivocado de Oreiro. Vou me concentrar numa única palavra, um conceito: “confiança”. Esse mantra se tornou o esteio das recomendações de política dos neoliberais  com o propósito deliberado de destronar o keynesianismo que reinou soberano desde o pós-guerra aos anos 70. Os antikeynesianos, temendo o crescimento do Estado e a eventual  expansão da carga tributária dos ricos, desenvolveram a chamada teoria das expectativas racionais, ancorando a economia em aspectos psicológicos, dos quais “a confiança” dos empresários é peça fundamental.

Entretanto, o que é “confiança”? Para Keynes, a questão não era tanto de confiança, mas de demanda efetiva. Este conceito corresponde a uma situação concreta. Já confiança é um aspecto psicológico. E esse aspecto psicológico é fortemente influenciado pelo estado da economia. Em outras palavras, pela demanda efetiva. Então “confiança” e demanda efetiva é a mesma coisa. No curso de uma recessão, um empresário só voltará a ter confiança na economia e recomeçar a investir se houver perspectiva de aumento da demanda efetiva.

Já na concepção dos neoliberais, velhos ortodoxos e agora novos keynesianas  a destruição da demanda, mediante uma política radical de ajuste fiscal, como a atual, é o caminho para restaurar a “confiança” do empresariado. Se isso pudesse funcionar de alguma forma a Europa do euro já estaria em plena recuperação, e não mergulhada numa tremenda recessão e mesmo depressão resultantes de ajustes fiscais. O que os empresários europeus estão fazendo, em lugar de restaurar sua “confiança” nas economias ajustadas, é pegar o caminho do aeroporto e buscar outras alternativas de investimento no mundo globalizado.

Por outro lado, os países que meteram o pé no acelerador  fiscal e monetário estão conseguindo se recuperar, a começar pelos Estados Unidos, Inglaterra e Japão, entre outros que não estão sob as cadeias do euro. Nós também não temos essas cadeias e só mesmo a capitulação ideológica à arquitetura monetário-financeira anglo-saxônica, cujos ajustes querem que se apliquem a nós, porém não a eles, faz com que pessoas como Oureiro vociferem contra a busca de uma alternativa. Talvez digam, com Oreiro, que uma política monetário-fiscal independente estouraria o câmbio e os juros. Se for verdade, temos meios de administrar isso. Para que, afinal, temos quase 400 bilhões de dólares em reservas e um parceiro estratégico como a China?

J. Carlos de Assis – Economista, doutor pela Coppe/UFRJ, autor, entre outros livros de economia política, do recém lançado “Os Sete Mandamentos do Jornalismo Investigativo”, Ed. Textonovo, SP.

Redação

15 Comentários

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  1. Meio que confuso…

    ..pra não dizer que estou perdido: como acelerar gastos com 8% de déficit nominal, inflação causada por represamento de preços em 2012-14 que aprofundaram a conta p/ o tesouro, alta conta dos swaps que aumentariam ainda mais com a desvaloriazação do real, piorando ainda mais as contas da petrobras, que teria que aumentar os preços, que junto com o aumento dos juros dado o aumento de papel de contas em real na economia trariam maior desvalorização da moeda, cumprindo um círculo vicioso terrível. Sei que o ajuste tem tido um efeito terrível sobre a econômia, mas, o governo já não tá gastando além da conta pela queda nas receitas? Não seria melhor controlar as contas para baixar a inflação, e com a baixa dos juros, abrir espaço para estes gastos com rentistas poder serem concentrados com invstimentos estatais no futuro? Não seria melhor tentar controlar as contas, preparar uma estratégia de longo prazo e política para se racionalizar a revalorização do real para recuperar parte de nossa indústria? 

    Dado a animosidade política, se não segurarmos as contas do governo, poderíamos virar uma Venezuela, tendo que usar reservas para queimar em compras de produtos importados que poderão ser fabricados aqui no futuro médio de 2 anos. E outra, exemplos de EUA, Inglaterra e Japão não servem muito para nós: eles tem moeda conversível, onde EUA tem moeda de reserva internacional e guradião da ordem mundial ainda assegurada (goste-se ou não), com déficit máximo de 10% caindo com juros de 0,25%; Inglaterra tem déficit caindo com juros a 0,5% e superácit em conta de capital por ser o maior centro financeiro do mundo (lavando-se dinheiro ou não, esta é a realidade); e o Japão vive em deflação há mais de 20 anos, com o seu déficit sendo absorvido pela poupança de sua própria população, que não se importa investir nos títulos de tesouro em troca de um alto serviço público. Falta o articulista dizer quem absorviria nossos títulos promovidos pelo aumento de nosso déficit sendo que o grosso da poupança nacional se concentra em 5% da população numa economia de capital aberto. Só com o controle de capital pra isso funcionar, na minha opinião.

  2. Contraponto

    Embora os conceitos de “confiança” e “expectativa” sejam superestimados, também não é possível ignorá-los. Por mais que alguns setores da esquerda gostem de demonizar o setor empresarial, o fato é que uma decisão de investimento é um processo complexo e que leva tempo para ser implementado. Em um momento de total desorganização dos indicadores econômicos como o atual, como um empresário consegue investir sem ter perspectiva clara dos principais indicadores macroeconômicos? Nesse ponto, um ajuste fiscal sem tergiversações teria sim o efeito de reverter as expectativas e criar um ambiente mais propício a novos investimentos.

    Outro ponto a ser considerado é que os países citados como “casos de sucesso” no que diz respeito ao combate à recessão fizeram uma política monetária anticíclica do ponto de vista monetário, mas não aumentaram significativamente o seu gasto fiscal. Pelo contrário, no Reino Unido o governo conservador efetuou uma série de cortes em gastos sociais, entre outros. No entanto, todos esses países possuem índices de inflação proximos a zero ou até negativos (caso do Japão). Assim fica beeeeem mais fácil realizar uma política monetária expansionista. Mesmo assim, muitos analistas acreditam que tais políticas são arriscadas e têm criado bolhas especulativas, especialmente no mercado de ações. Portanto, a adoção de algo similar no Brasil é totalmente irrealista.

    Por último, não é realista achar que as reservas do país seriam suficientes para segurar uma corrida ao real. Se o governo quiser reduzir a taxa de juros “na marra”, não vejo como isso seja possível sem a implantação de algum tipo de controle do câmbio, com todos os efeitos negativos que isso enseja (criação de mercados paralelos, ineficiência etc).

    1. Para que serve o ajuste fiscal

      Marcos,

      Concordo que um ajuste fiscal sem tergiversações teria sim o efeito de reverter as expectativas e criar um ambiente mais propício a novos investimentos.

      Gostaria de acrescentar algumas considerações.

      Antes de falar das expectativas dos empresários da economia real, que são os que criam empregos e renda, devemos falar dos “empresários”  (investidores) do mercado financeiro, e de suas expectativas.

      O equilíbrio das contas públicas, cujo principal indicador é a relação dívida bruta/PIB, depende, em grande parte, da taxa de juros paga pelo governo para se financial.

      O Tesouro Nacional se financia sobretudo na curva de juros. E a curva de juros futuros é determinada pelas expectativas do mercado financeiro, sendo que a falta de previsibilidade sobre a política econômica do governo adiciona uma taxa de risco.

      Conforme afirmação do Tombini no Senado, os custos de financiamento do Tesouro subiram sem que o BC subisse juros. Se, por hipótese o BC abaixasse a taxa de juros para 7% ao ano, os custos de financiamento do Tesouro disparariam (ao invés de abaixar, como poderíamos supor), devido à perda de confiança do mercado na política monetária.

      Artigo da Cláudia Safatle, no Valor, “Risco do governo é morrer na praia”, de 18-09-2015 descrever bem como o sistema funciona.

      Em julho deste ano, os juros sobre DI previam uma queda progressiva dos atuais 14,25% ao ano para 13% em 2019 e aproximadamente 12,5% em 2029.

      Pouco mais de dois meses depois, em setembro, a previsão subiu para 15% ainda neste ano, mantendo-se essa taxa até 2029.

      Esta piora da cura de juros futuros é atribuída à deterioração da confiança dos investidores na política fiscal do governo, devido à redução do superávit primário de 1,1% para 0,5%, do orçamento para 2016 com déficit de 0,5% do PIB e da perda do grau de investimento pela S&P.

      Segundo a Saftle,  uma taxa “flat” (constante) de 15% ao ano é taxa de “default”.

      Concluindo, o mais importante no momento é o mercado financeiro criar confiança na política econômica do governo, de modo a reduzir a taxa de risco embutida na taxa de juros futura, e assim reduzir o custo do financiamento da dívida pública. 

  3. Como a Associação Keynesiana

    Como a Associação Keynesiana Brasileira permite que um sujeito que escreva artigos negando e afrontando as premissas básicas do keynesianismo em jornal permaneça entre seus membros? Esse sujeito não tem nada a ver com o keynesianismo, é apenas mais um vendido ao mercado financeiro que repete as abobrinhas dos que lhe pagam em texto recheado de gordura trans em língua inglesa. 

    Contra fatos não há argumentos: em agosto batemos mais um recorde de déficit fiscal, o fracasso do ajuste é evidente. Ou se recupera a demanda efetiva, via investimentos públicos e aumento da massa salarial, ou iremos naufragar cada vez mais fundo.

  4. O conceito de confiança

    O conceito de confiança é até mais do que um um estado psicológico. É um artifício para PROTEGER o sistema econômico acusando sempre o Estado. É o que eu chamo de “capitalismo mimado”. Como crianças mimadas não assumem nenhuma responsabilidade por nada, a “culpa” é sempre dos outros; no caso, o Estado.

    Daí a necessidade básica de se ter a comunicção mantendo persistentemente um “código” generalizado de desconfiança. Em outras palavras: a “fadinha da confiança” só balançará sua varinha mágica se terceirizar mão de obra, entregar patrimônio e conteúdo nacional, reduzir salários e gastos sociais…. Se não neném cruza os braços…

    Não esqueçamos – é impressionante que não tenha importância pro debate – que o ano de 2014 terminou com o emprego recorde, recorde… e a inflação dentro do combinado… Mesmo assim os “empresários” já estavam cruzando os braços.

    É evidente que estavam de olho na política.

    Foi se equilibrando entre esses lados que iniciou o governo Dilma. Como já repeti aqui: um ajuste de 1,2% do PIB, diferentemente dos 3% proposto pelo Armínio Fraga e dos 4,5% que o FMI obrigava com o dedo na cara em outros tempos, se tivesse sido aprovado no primeiro trimestre já estariamos seguindo a vida normalmente.

    … Mas a chacrinha política e eleitoral e o W. O. do governo em comunicação não permitiram.

  5. Vamos ver se, desta vez,

    Vamos ver se, desta vez, escapo da censura de Nassif e cia. O ajuste de Dilma, para não dizer que é somente de Levy e de Barbosa, é uma tentativa séria e criativa de acertar o caixa do govêrno. Em palavras que se usam nas padarias, por exemplo, tem que ter para gastar. Como gastar, se não se tem? E o governo não tem tido o necessário porque alguns vigaristas fantasiados de empresários detonaram um repentino processo inflacionário para 1 – vencer as eleições que felizmente perderam e 2 – embolsar algum sem o aval da Receita para pô-lo ao largo, no país ou onde e como desse. A desculpa foi o encarecimento da energia elétrica, multiplicado n vezes por esses salafrários. Foi simplesmente assim. Dilma não se tornou neo-liberal porque o govêrno teve o caixa sabotado. Ela não é neo liberal, nunca foi, nem será. Muitos idiotas e malintencionados, de público, apoiando a Presidenta, saíram com esta conversa fiada depois do meio deste ano, quando o momento mais perigoso para o ajuste já tinha passado, graças ao brilhante trabalho de Levy e Barbosa, saudado, porém, por eles com o clássico silêncio roedor dos acoelhados. É preciso reconhecer o mérito de quem tem, no caso Levy e Barbosa. Seus críticos de hoje, os calados do primeiro semestre de 2015, não merecem mais que o amargor da crítica, a crítica mesma não, por que estão abaixo dela!

    O grande debate que aguarda as cabeças realmente pensantes do Brasil não é sobre à continuidade ou não das políticas públicas, inauguradas por Lula e continuadas por Dilma (e que são o alfa e o ômega dos meio-campistas de nossa sociedade), mas a duradoura supremacia do Estado Nacional sobre os ultrapassados caprichos dos ricaços urbi et orbe sobre a moeda.

    Vamos ver o que os candidatos a ministros, a secretários e a assessores especiais tem a dizer sobre o assunto. E é bom que se apressem, pois já estamos defasados em relação a outros países, onde os debates estratégicos não são conduzidos por velhos estudantes, viciados nas tricas e futricas dos centros acadêmicos, como no Brasil. 

  6. É verdade, caro Assis, essa

    É verdade, caro Assis, essa expressão “restaurar a confiança do empresariado” sempre me deixou com o pé atrás. Sem ser algo concreto como o aumento de demando, como voce diz, me parece uma coisa meio varinha de condão da fada madrinha. 

    Na verdade eu acho que é desculpa para diminuir benefícios do trabalhador, desregular mercado e concentrar renda. O que deixa o grande capital muito “confiante” sem dúvida 

  7. Há alternativas ao ajuste do Levy?

    A conjuntura econômica e as opiniões dos economistas mudam rapidamente.

    Oreiro disse o seguinte, numa entrevista ao Estadão em 18-07-2015:

    “Levy aposta na mágica da confiança, ou seja, vamos restaurar a confiança com o ajuste fiscal e aí os investimentos privados vão vir. Vão vir porque? O empresário investe com objetivo de vender, não é porque confia no ministro. Ele precisa de demanda, e de onde virá essa demanda? De lugar nenhum”.

    De fato, a indústria nacional não investe devido à falta de confiança no ajuste fiscal ou porque não consegue competir com os produtos importados devido à valorização do câmbio (a situação tende a melhorar com as desvalorizações recentes do real)?

    Segundo o ministro Levy, o objetivo principal do ajuste fiscal é restaurar a confiança do empresariado. Mas que empresariado, os empresários da economia real, que criam empregos e renda, ou os “empresários” do mercado financeiro, cujo objetivo é garantir o maior rendimento possível para o capital financeiro, sem se importar com o desemprego e o sofrimento dos mais pobres?

    Evidentemente, o ajuste fiscal está sendo feito para satisfazer o mercado financeiro. Poderíamos, neste momento, desafiar o mercado financeiro?

    Segundo reportado por Fernando Dantas, caso fosse adotado o receituário do manifesto “Por um Brasil justo e Democrático”:

     “Para ele (Oreiro), adotado esse receituário, “no dia seguinte” o dólar dispara para R$ 5 ou mais, as taxas de juros longas sobem acima de 20%, as expectativas de inflação aumentariam trazendo de volta o fantasma da reindexação da economia, o investimento cairia ainda mais pelo aumento da incerteza e a recessão poderia se aprofundar”.

    O cenário descrito acima me parece bastante realista. Qual seria a resposta dos economistas da Fundação Perseu Abramo às pevisões do Oreiro? 

  8. Penso que eh isto!
    Um bom ponto para ter como referencia foi no exato momento que a crise de 2008 chegou ao Brasil e o mundo. O PAC e mil um investimentos na infraestruturas e depois auxilio ao setor bancario. Ao contrario que se pensa o PAC estava em andamento. A politica anticiclica foi aumentada com PAC numero 3 ou qquer coisa assim.
    Podemos dizer da commodity na exportacao na epoca sim, hoje podemos citar outras fontes tambem, como a producao do petroleo da petrobras e agronegocios/ agricultura.
    Outro ponto que o estados unidos o governo de Obama e Bush jah vinha com investimento um nas industrias de armas e outro na infraestruturas. Inflacao ou nao, aumento do desemprego e perdas na exportacoes e foi assim que numa politica anticiclica colocou as empresas a trabalhar e empregar. Se reclamou, bloqueio o congresso, manteve o orcamento e gastos na gaveta e no final Obama conseguiu, ate hoje vemos estas placas e investimentos, seja nas construcoes e estradas. As fabricas de carros seguradas para nao quebrar e retornaram aproduzir, programas como energias alternativas, xisto, solar, etc. Esta foi a realidade. Extensao do auxilio desemprego.
    Outro ponto muito interressante para pensar nos empresarios verso estado muito grande e investimento publicos do governo contra a confianca e expectativa das industrias. Os produtores, empresarios, industrias brasileiros que em 10 anos, assim referencia simples do governo PT, inflacao sobre controle, estabilidade economia e social, o governo investindo em infraestrutura, obras, aumento de renda, baixo desemprego, cortes de IPI, auxilio as linhas brancas, etc e etc, o que eles investirao com toda esta explosao de investimentos e renda da populacao?
    Sem contarem que a linha dinheiro vivo para compra e importacao maquinas e equipamentos, sem contar com BNDES com as portas abertas, sem contar o Sebrae e por fim o programa de inovacao.
    Quando, onde, quanto este fricote de confianca, expectativas deste parque brasileiro teve um papel de hombridade com os cidadaos?
    Quando tiveram uma P&D propria?
    Sabem eles querem eh aplicacao garantida no mercado pago pelo governo.
    Confianca no brasil chama mama nas tetas do governo.
    Tira os pobres e cidadaos, tira educacao, tira saude e deixa mama as ” expectativas e confianca ” chamada mercado, empresarios, produtores e industrias#

  9. Não sou economista e transito

    Não sou economista e transito muito mal em macroeconomia. Mas de uma coisa eu estou certo: nenhuma das soluções sugeridas terá o resultado esperado enquanto os poderes Legislativo e Judiciário contarem com representantes da estirpe de Eduardo Cunha, Renan Calheiros e Gilmar Mendes. Estes, tem lugar marcado no Lixo da História.

    Gringo  

  10. J.
     
    Seu comentário  não  tem

    J.

     

    Seu comentário  não  tem  fundamento.

    O problema da economia brasileira  é  CONFIANCA  ou  DEMANDA  EFETIVA. 

    Nenhum empresário  vai investir seu rico dinheiro hoje se não  tiver cliente para  comprar.

    Nenhum cliente vai comprar se não  tiver certeza de que vai receber seu salário regularmente.

    Inflação,  falta de crédito,  governo  desorientado   provocam  DESCONFIANCA  ou   Parada de compras. 

    dessa forma se instala uma crise. Simples assim.

     

    Agora intitular economistas do PT   como    Keynesianos   é   revirar o corpo  de  Lord   Keynes   no  cemitério, .

     

     

    1. Confiança

      O que tem provocado desconfiança é a campanha maciça da grande mídia, pelo que amplifica e pelo que esconde da população.

      Sempre que vejo notícia de investimento privado (nos blogs sujos, claro), por trás desse investimento está uma empresa que não se pauta pela mídia nacional, o clube dos meia dúzia.

  11. Opinião de leigo mas é errado aumentar gastos com moeda fraca

     

    José Carlos de Assis,

    Sou leigo em economia, mas um leigo que acompanha a economia brasileira com impaciência há muito tempo e é com essa vivência que eu trago meus pontos de oposição ao seu comentário.

    Antes deixo aqui alguns links que penso serem pertinentes a este seu artigo que foi aqui no blog de Luis Nassif transformado no post “A reação ao documento ‘Por um Brasil Justo e Democrático’, por J. Carlos de Assis” de quinta-feira, 01/10/2015 às 07:32. Primeiro indico a coluna de Fernando Dantas a que você se refere como tendo mencionado o libelo de José Luis Oreiro contra o documento organizado pela Fundação Perseu Abramo. Intitulada “Heterodoxo contra heterodoxo” a coluna de Fernando Dantas foi publicada no Estadão de quarta-feira, 30/09/2015 às 18:20 na seção dos blogs e pode ser vista no seguinte endereço:

    http://economia.estadao.com.br/blogs/fernando-dantas/heterodoxo-contra-heterodoxo/

    Posteriormente, você redigiu novo texto para falar sobre alternativas ao ajuste voltando a mencionar as críticas de José Luis Oreiro. Seu texto saiu aqui no blog de Luis Nassif em post com o título de “Estamos em condições técnicas de superar a crise sem “ajuste”, por J. Carlos de Assis” de sábado, 03/10/2015 às 09:50, e pode ser visto no seguinte endereço

    https://jornalggn.com.br/noticia/estamos-em-condicoes-tecnicas-de-superar-a-crise-sem-%E2%80%9Cajuste%E2%80%9D-por-j-carlos-de-assis

    Como tenho acompanhado o blog de Fenando Nogueira da Costa há um bom tempo deixo aqui indicado três posts no Blog dele Cidadania & Cultura. Primeiro para o post “Por Um Brasil Justo e Democrático” publicado na terça-feira, 29/09/2015 trazendo os links para os documentos da Fundação Perseu Abramo que trazem críticas à política econômica e proposições para um país justo e democrático e que pode ser visto no seguinte endereço:

    De lá eu tiro os dois links que permitem o acesso aos dois volumes do documento “Para um Brasil Justo e Democrático”. O primeiro volume pode ser visto no seguinte endereço:

    https://mail.google.com/mail/u/0/?ui=2&ik=02d3187803&view=att&th=150199d397c89675&attid=0.1&disp=inline&realattid=f_if5hgrq30&safe=1&zw

    E o volume dois do documento “Para um Brasil Justo e Democrático” pode ser visto no seguinte endereço:

    https://mail.google.com/mail/u/0/?ui=2&ik=02d3187803&view=att&th=150199d397c89675&attid=0.2&disp=inline&realattid=f_if5hgrqy1&safe=1&zw

    Ainda no blog de Fernando Nogueira da Costa eu menciono o post “Entrevista a respeito do Ajuste Fiscal hoje na TV Brasil às 20:00-21:00” de segunda-feira, 21/09/2015, e que pode ser visto no seguinte endereço:

    https://fernandonogueiracosta.wordpress.com/2015/09/21/entrevista-a-respeito-do-ajuste-fiscal-hoje-na-tv-brasil-as-2000-2100/

    Ele apenas dá destaque ao programa no Brasilianas.org conduzido por Luis Nassif e que abordou o Ajuste Fiscal do governo e tendo como convidados o Andre Perfeito, o Cláudio Hamilton e o próprio Fernando Nogueira da Costa. Aqui no blog de Luis Nassif a chamada para este programa saiu no post “Brasilianas.org debate ajuste fiscal proposto pelo governo” de segunda-feira, 21/09/2015 às 13:36, e pode ser visto no seguinte endereço:

    https://jornalggn.com.br/noticia/brasilianasorg-debate-ajuste-fiscal-proposto-pelo-governo

    E o terceiro post de Fernando Nogueira da Costa que eu gostaria de mencionar aqui foi publicado aqui no blog de Luis Nassif com o título de “Tática fiscalista e estratégia social-desenvolvimentista, por Fernando N. da Costa” de quarta-feira, 03/12/2014 às 16:04, e pode ser visto no seguinte endereço:

    https://jornalggn.com.br/blog/brasil-debate/tatica-fiscalista-e-estrategia-social-desenvolvimentista-por-fernando-n-da-costa

    Ali Fernando Nogueira da Costa avaliava como correta a escolha da presidenta Dilma Rousseff do Joaquim Levy para ministro da Fazenda.

    Acompanho você há muito tempo e mesmo o admiro, mas creio que ficar contra a política econômica de Joaquim Levy e defender a política econômica proposta no documento da Fundação Perseu Abramo intitulado “Por um Brasil Justo e Democrático” é desconhecer a realidade pela qual o Brasil atravessa. Há uma desvalorização do real. Desvalorização que já era conhecida. A desvalorização é expansionista, assim não há necessidade de se fazer uma política fiscal expansionista.

    A escolha de Joaquim Levy tem várias razões. Uma é que ele tem experiência em fazer cortes nos gastos, duas é que como matemático ele saberia realizar os cortes com mais exatidão. Três seria porque se a presidenta Dilma Rousseff mantivesse o Guido Mantega que é hoje quem mais conhece a economia brasileira, ele não teria capacidade de convencimento sobre o Congresso Nacional. Quarto é o fato de Joaquim Levy ter convivido com o PMDB no Rio de Janeiro, onde o PMDB é mais forte no Brasil.

    A escolha de Joaquim Levy não tem nenhuma relação com a idéia de que com ele se possa transmitir confiança na condução da economia. Essa é uma balela que o próprio Joaquim Levy utiliza para criar convencimento junto às pessoas mais pobres de espírito e que tem relevância junto a parcela da opinião pública, pois uma avaliação assim vai servir para ele ter mais poder de convencimento, e também ajuda a mostrar serviço ou ainda prestar a que se tenha por ele importância bem maior do que seria devida.

    O que não pode é economistas como você, com a importância que você tem, com o conhecimento que você tem sobre a realidade econômica e política brasileira há mais de 40 anos, fazer a crítica às propostas de gastos públicos que o governo atualmente executa.

    Não vai ser melhora no risco Brasil, maior capacidade de criar confiança nos agentes econômicos ou outro fator vinculado a confiança que produzirão crescimento econômico. O crescimento virá de fatores reais quais sejam a maior quantidade de reais que estará entrando na economia via aumento em real das exportações e crescimento do setor que começa a substituir a produção importada.

    A adoção das propostas apresentadas no documento “Por um Brasil Justo e Democrático” assemelha-se à adoção do Plano Cruzado se ele tivesse sido proposto em final de 1983. A diferença é que quando foi realizada a maxidesvalorização do cruzeiro em fevereiro de 1983, o Estado brasileiro não importava com inflação alta, havia controle de capitais e como o câmbio não era flutuante a desvalorização pode ser tomada de uma vez. Agora nós vamos passar quase todo o ano para fazer o acerto necessário no câmbio.

    O bom do Plano Cruzado foi que ele nos trouxe uma das constituições mais moderna do mundo.

    E o fato de o Plano Cruzado ter sido adotado três anos após a desvalorização sob o argumento de que o país estava empobrecendo, quando na realidade o país teve em 1985 o maior crescimento desde a desvalorização de fevereiro de 1983, ou seja, o Brasil cresceu 7,8% mostra como é forte a corrente que não aceita a desvalorização da moeda como remédio para o Brasil enfrentar crises econômicas.

    E é preciso entender que com a moeda desvalorizada o crescimento se faz mediante o valor maior que se entra na economia pelas exportações e pela substituição das importações. Os gastos públicos são até ruins uma vez que eles vão elevar a taxa de inflação e com isso haverá revalorização da moeda nacional e a consequente perda de competitividade do país e, como resultado, o comércio exterior deixa de ser fator de indução ao crescimento e o país volta a apelar para o crescimento puxado pelo mercado interno. Nada ruim se não fosse o mal estar político que vem com o aumento da inflação que necessariamente decorre de uma política de mais gastos públicos. Enfim, nada ruim se não fosse a necessidade de se libertar das amarras do Regime de Metas de Inflação, das amarras dos juros altos, das amarras do câmbio flutuante (Que flutua mais do que um país pobre pode suportar), das amarras do livre fluxo de moedas, das amarras da não tributação no comércio exterior.

    É preciso ter mais paciência e talvez não haja resultado perceptível na eleição de 2016. Só que a eleição que importa é a eleição de 2018 e haverá muito tempo para a economia brasileira se recuperar com força.

    Clever Mendes de Oliveira

    BH, 06/10/2015

     

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