A superpotência que encolheu e a construção do pós-pandemia, por Arnaldo Cardoso

Para que o futuro seja melhor que o passado tais proposições deverão ser derrotadas por ações políticas corajosas e eficientes de governos e pela participação e perseverança

A superpotência que encolheu e a construção do pós-pandemia

por Arnaldo Cardoso

Nas discussões sobre ordem internacional a acomodação do princípio de soberania nacional com as noções de justiça e de equidade ocupa lugar de irrefutável importância e, em contexto de grave crise internacional como a que vivemos são os  princípios de cooperação e solidariedade internacionais que se alçam ao centro da cena evidenciando a limitação e pequenez de algumas visões egoístas e simplistas de mundo.

Em abril de 1998, o intelectual mexicano Octavio Paz, prêmio Nobel de literatura de 1990, teve publicado seu artigo “EUA toleram vícios da liberdade, mas não da tirania” que começa com o parágrafo que reproduzo abaixo.  

“No começo, era apenas um segredo sussurrado aos ouvidos por algumas pessoas bem informadas. Logo depois os entendidos começaram a publicar sábios ensaios em revistas especializadas e a pronunciar conferências nas universidades. Hoje o assunto é debatido em mesas-redondas de televisão, em artigos e pesquisas publicados em revistas e jornais, em coquetéis e jantares, nos bares da moda. Em menos de um ano os norte-americanos descobriram que “estão em decadência”.

Poucas linhas depois Paz emenda “Os espíritos religiosos tendem a considerá-la um castigo do céu e os pragmáticos inveterados uma falha mecânica reparável. A maioria recebeu a notícia com um frenesi ambíguo, uma estranha mistura de horror e exaltação e um curioso sentimento de alívio: enfim!”.

Desde a publicação do artigo de Paz vinte e dois anos se passaram, e nestes, alguns acontecimentos marcantes como o atentado terrorista ao World Trade Center em setembro de 2001 e as respostas desastrosas – para o mundo e para a imagem dos EUA – dadas pelo governo Bush através das guerras do Afeganistão (2001) e Iraque (2003) repuseram a questão sobre a decadência da superpotência.

Dezenas de livros já foram publicados, em diversos idiomas, problematizando sobre essa decadência e, ainda mais importante, sobre o vazio deixado por ela, ou ainda, sobre quem ocuparia esse lugar. O historiador britânico Paul Kennedy publicou em 1988 seu “Ascensão e queda das grandes potências” cobrindo o período dos últimos cinco séculos, desde a investida dos Habsburgos para dominar o mundo até o fim da bipolaridade da Guerra Fria, investigando os processos que levaram a mudanças na ordem mundial. Já o historiador francês Jean-Baptiste Duroselle, com “Todo império perecerá”, de 1992, valorizando os recursos da disciplina de História das Relações Internacionais investiga as transições do poder, a existência e a queda dos impérios como próprias das “regularidades humanas”, cujo movimento se dá no jogo tenso entre eficiência (da conquista, do poder) e dignidade humana.

Em textos menos densos e mais recentes à questão da decadência do poder dos EUA agregou-se a da ascensão da China e de outros países emergentes no tabuleiro do poder internacional. Em “O mundo pós-americano” o indiano Fareed Zakaria reúne um conjunto extenso de evidências da “ascensão do resto do mundo” e expõe os contornos de uma nova ordem mundial multipolar.

Tendo também em perspectiva a ascensão de países emergentes como China e Índia, o cientista político Oliver Stuenkel nascido na Alemanha e professor de Relações Internacionais no Brasil analisa as consequências dessa ascensão de novas potências na balança do poder global problematizando sobre um “possível fim da hegemonia ocidental”. Em seu livro “O mundo pós-ocidental”, de 2018, logo na introdução  recupera a tese do excepcionalismo norte-americano e ao citar o ex-secretário de estado e teórico das relações internacionais Henry Kissinger, nos leva à reflexão sobre o papel dos EUA na configuração da ordem internacional do século XX que se deu pela ação política-econômica-militar e, ao mesmo tempo, pelo desenvolvimento e conformação dos instrumentos intelectuais para a normatização e interpretação das referidas relações.

Escreveu Stuenkel “Os Estados Unidos desempenharam papel fundamental na construção da ordem pós-Segunda Guerra Mundial, e Henry Kissinger está certo ao argumentar que nenhum outro país teria tido o idealismo e os recursos necessários para lidar com uma gama tão ampla de desafios, nem a capacidade de ser bem sucedido em tantos deles.”

E é justamente Henry Kissinger quem, diante das incertezas geradas pela atual pandemia do coronavírus, trouxe para a discussão no último dia 3, através de um contundente artigo publicado no Wall Street Journal com o título “The Coronavírus Pandemic Will Forever Alter the World Order” o debate sobre mudanças na ordem mundial. Nele, avalia a crise em curso como inédita e de extrema gravidade e traça um cenário pós-pandemia onde se destacam três principais âmbitos de vulnerabilidade: i) a capacidade de governos em manter a solidariedade social; ii) a relação entre as sociedades e iii) a manutenção da paz e estabilidade internacionais.

Kissinger explicita sua apreensão apontando o risco de que “Quando a pandemia do Covid-19 terminar, as instituições de muitos países serão percebidas como tendo fracassado.”

Sem surpreender os leitores conhecedores de seu currículo e iniciados em suas ideias, o chamado “oráculo da política americana” após avaliar generosamente que “a administração dos EUA fez um trabalho sólido para evitar uma catástrofe imediata” conclama que “o esforço de crise, por mais vasto e necessário, não deve impedir a tarefa urgente de lançar um empreendimento paralelo para a transição à ordem pós-coronavírus”.

Embora reconhecendo a necessidade de “programas colaborativos globais” sua narrativa sobre a mudança da ordem mundial evidencia sua visão sobre o papel dos EUA nela ao propor que “tirando lições do desenvolvimento do Plano Marshall e do Projeto Manhattan, os EUA são obrigados a realizar um grande esforço […]”.

As ideias expostas por Kissinger – um chauvinista de potência, como diria um saudoso professor que tive de relações internacionais – deixam uma impressão de incompreensão ou recusa em ver aquilo que pelo menos nas duas últimas décadas vem se evidenciando, e que os autores citados nos parágrafos acima vem estudando e debatendo, que é a perda relativa de poder dos EUA nas relações internacionais. 

Kissinger mostra perceber que internamente o país se encontra dividido e com um governo com dificuldades para “manter a confiança do público”, situação que o cientista político norte-americano Robert Putnam em discurso no Senado dos EUA em maio de 2017 já alertava ao apresentar dados de pesquisa que demonstrava os baixos níveis de solidariedade social e do que chama de “capital social” na sociedade norte-americana.

Para analistas já se tornou rotina registrar e avaliar os danos da aposta de Trump na divisão do país e na tática do confronto permanente com diversas instituições da sociedade civil organizada e, na arena internacional, a egoísta orientação do América first, conduta desagregadora que afastou aliados e através de sabotagens a instituições e processos multilaterais de cooperação e negociação minou a governança global.

A estratégia do soft power (poder suave) que tanto contribuiu para a conquista de capital político aos EUA em diferentes momentos da história foi abandonada por Trump enquanto outros líderes como o presidente chinês Xi Jimping tem se empenhado em explorá-la combinando com smart power, a estratégia teorizada por Joseph Nye e Suzanne Nossel orientada pela noção de “poder inteligente”. 

Que as nações busquem através de sua política externa o atingimento de seus interesses não é em si um problema, mas é fundamental que nesse processo sejam reconhecidos os interesses e necessidades dos outros, para que um resultado de ganha-ganha contribua para o desenvolvimento das partes numa compreensão de mundo interligado e interdependente. Como diria o jovem historiador holandês Rutger Bregman, essa é uma utopia para realistas. 

A combinação de crise social, econômica e política que deve caracterizar o pós-pandemia colocará o mundo diante de uma de suas mais difíceis fases.

Já se movimentam aqueles que invocarão diante dos escombros da pandemia as armas do nacionalismo, do autoritarismo e da xenofobia na disputa da confiança de cidadãos em diferentes nações, especialmente naquelas onde os danos da pandemia foram mais profundos e onde essas forças antidemocráticas já empreendiam suas ações.

Para que o futuro seja melhor que o passado tais proposições deverão ser derrotadas por ações políticas corajosas e eficientes de governos e pela participação e perseverança daqueles que de boa-fé buscam um mundo com mais justiça e fraternidade, onde as melhores virtudes, principalmente dos jovens, são orientadas para a construção do novo, de forma aberta e inclusiva.

A cooperação internacional entre os países será essencial para a superação de problemas em escalas nacional e global e servirá ao mesmo tempo como resposta às forças que se orientam por ideias anacrônicas e sectárias, ignorantes e impermeáveis aos ensinamentos da história.

Esse futuro que já está sendo construído por nossas ações no presente não perdoará as omissões. 

Arnaldo Cardoso, cientista político

Redação

5 Comentários

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  1. Bom e lúcido artigo. Uma boa resposta aos ‘pós-braudelianos’ que nunca vêm mudanças, e sim continuidades. Cardoso ‘esqueceu’ Niall Ferguson e seus “Colosso”, “Civilização” e “A grande degeneração”, ou ainda o do nosso Moniz Bandeira, “Formação do império americano”. São estudos recentes indispensáveis para o exame multilateral da irreversível decadência histórica dos EUA imperialistas.

  2. Seja Ocidental ou Oriental a nova orientação e liderança da economia internacional, o autor não especula também quanto à tendência do regime econômico que será dominante. O capitalismo será impactado a ponto de ser superado? Qual a tendência? De qualquer maneira estamos envolvidos com um inimigo que praticamente invadiu  todos os países, e ainda está ceifando vidas em todas a latitudes. Ninguém, nenhum país se safará sem cooperação. A maioria ainda finge ou não entende que temos um inimigo comum. Quero dizer também,  que guerra ao coronavírus ainda está longe de acabar, até que exista uma vacina ou um tratamento medicamentoso seguro e acessível a todos e, até lá, pior será se houver a possibilidade de recidiva. Como é uma guerra, que o inimigo só atinge seres humanos, deixando tudo o mais intacto, a resultante  só poderá ocorrer após a contagem dos mortos, e seja observado algo como um armísticio (diremos que o vírus foi vencido, a vida pode voltar a um grau de normalidade), já se sabendo que todos são perdedores, todos cantaremos uma vitória de Pirro, verificados os estragos econômicos e  o impacto nas populações, que foram salvas, quando feitas as contas. Nesse ponto, ocorrerão os movimento políticos mais fortes para ocupar espaços vazios e, como nenhum país se safará sozinho, já que o mundo estava caminhando para dispersar a produção, onde fosse mais abundante a mão de obra e mais barata, com o discurso da  globalização, ficando os países mais poderosos mais com o controle ou participação da empresas envolvidas, que resultou, com as novas tecnologias num fortíssimo aumento da produtividade da mão de obra, aproveitada pelo capital, na bolha financeira, que é coadjuvante das mazelas do coronavírus. Também morre de morte morrida o pensamento único. Tudo indica, principalmente em decorrência de a produção de itens importantes para combate ao  coronavírus ter-se concentrado na China, que haja uma reversão nessa globalização, não será mais a mesma, em itens que impactem a segurança das nações, que tende aumentar o preço dos itens envolvidos, pela escala e pelo custo da mão de obra. De qualquer jeito, é cedo para ver, se já agora, surgirá um novo ban ban ban internacional, conhecido como hegemon, a despeito do poderia militar dos EUA. Não são favas contadas.

  3. O Coronavirus apareceu na China, no Iran e na Italia ao mesmo tempo. Não foi coincidencia. Conheça a entrevista do Pepe Escobar ao 247. Danificar a China, bagunçar um Iran ja enfraquecido pelo embargo e a Italia, pais ocupado, que cometeu o erro de participar dos programas economicos chinese contra a vontade da Casa Branca. Esse virus é arma biologica criada e usada pelos EUA e quem pense que isso é absurdo porque o contagio afetaria a também os EUA não esqueçam que isso que estamos assistindo é um RESET imposto por banqueiros. Esse virus é uma grande oportunidade para reduzir a população pobre e sobretudo os mais idosos que recorrem com mais frequencia ao sistema de assistencia médica. Esse programa começou com o falso atentado islamico de 11 de setembro. Conheça um pouco mais assistindo a entrevista do Alex Jones ao Aaron Russo legendado em italiano
    Titulo: Alex Jones & Aaron Russo: La Tirannia del Nuovo Ordine Mondiale
    https://www.youtube.com/watch?v=pklZVTSAHsA
    Nesse video Aaron revela o foi dito a ele diretamente por um Rochefeller “implantar un chip para o controle total e permanente de todos”.

    Pepe Escobar escreveu exatamente o que ja revelara Aaron na entrevista em 2009:
    IA e o ID2020
    A Comissão Europeia está envolvida em um projeto de importância crucial, embora praticamente desconhecido, o CREMA (Cloud Based Rapid Elastic Manufacturing – Fabricação Rápida e Elástica Baseada na Nuvem), que visa a facilitar a implementação mais ampla possível da IA em conjunção com o advento de um Sistema Mundial Único que não usa dinheiro.
    O fim do dinheiro implica necessariamente um Governo Mundial Único capaz de pagar – e controlar – a Renda Básica Universal; que representaria a concretização perfeita dos estudos de Foucault sobre biopolítica. Qualquer pessoa pode ser apagada do sistema se algum algoritmo equacionar esse indivíduo com algum tipo de dissidência. 
    Fica ainda mais sexy quando o controle social absoluto é promovido como uma inocente vacina.
    O ID2020 descreve a si próprio como uma aliança benigna de “parceiros público-privados”. Trata-se, essencialmente, de uma plataforma eletrônica de Identidade Digital com base em vacinação generalizada. E tudo começa no nascimento: os recém-nascidos receberão uma “identidade digital biométrica portátil e permanente”.
    A GAVI, a Aliança Global para Vacinas e Imunização, promete “proteger a saúde das pessoas” e fornecer “imunização para todos”. Entre os maiores parceiros, além da OMS, está – como seria de se esperar – a Big Pharma.
    Na cúpula  da Aliança ID2020, realizada em setembro último em Nova York, ficou decidido que o programa “Rising to the Good ID Challenge” (Enfrentando o Bom Desafio da ID) seria lançado em 2020. Isso foi confirmado pelo Fórum Econômico Mundial (WEF) em janeiro último, em Davos. A identidade digital será testada conjuntamente com o governo de Bangladesh. 
    Isso coloca uma questão da maior gravidade: Teria o ID2020 sido programado para coincidir com isso a que um patrocinador importante, a OMS, qualificou como uma pandemia? Ou a pandemia foi de importância crucial para justificar o lançamento do ID2020?
    Simultaneamente às rodadas de testes que têm a capacidade de virar o jogo, nada, é claro, supera o Event 201, realizado menos de um mês depois do ID2020.
    O John Hopkins Center for Health Security (Centro John Hopkins para Segurança Sanitária), em parceria com, mais uma vez, o Fórum Econômico Mundial e também com a Fundação Bill e Melinda Gates,  descreveu o evento como “um exercício de alto nível sobre pandemias”. 
    O exercício “ilustrava áreas onde as parcerias público/privadas serão necessárias durante a resposta a uma pandemia grave, a fim de reduzir as consequências econômicas e sociais de larga escala”. 
    Com o Covid-19 sendo considerado uma pandemia, a John Hopkins Bloomberg School of Public Health foi forçada a emitir uma declaração que dizia, basicamente, que eles haviam apenas “usado o modelo de uma pandemia de coronavírus fictícia, declarando explicitamente, entretanto, que não se tratava de uma previsão”. 
    Não há a menor dúvida de que “uma pandemia severa, que venha a se converter no ‘Evento 201’, exigiria uma cooperação confiável entre diversos setores econômicos, governos nacionais e instituições internacionais”, tal como expresso pelos patrocinadores. O Covid-19 vem induzindo exatamente esse tipo de “cooperação”. Se ela é “confiável” ou não, é uma questão que permanece aberta a infindáveis debates.
    O fato é que, por todo o Planeta Quarentena, um tsunami de opinião pública vem tendendo a definir todo o atual estado de coisas como uma operação psicológica global: um cataclismo global deliberado – a Nova Grande Depressão – imposta propositalmente a cidadãos  desinformados.
    Os poderes estabelecidos, é claro, inspirando-se no já antigo e bem testado manual de operações da CIA, insistem até perder o fôlego que tudo não passa de uma “teoria da conspiração”. No entanto, o que grandes fatias da opinião pública global estão percebendo é um – perigoso – vírus sendo usado para esconder o advento de um novo sistema financeiro digital acoplado a uma vacina obrigatória/nanochip, visando a criar uma  identidade digital individual completa. 
    O cenário mais plausível para nosso futuro imediato se apresenta como aglomerados de cidades inteligentes ligadas por IA, e seus habitantes, devidamente microchipados, sendo monitorados em tempo integral, fazendo tudo o que precisam fazer com uma moeda digital unificada, em uma atmosfera do Panóptico de Bentham e Foucault em rodando em marcha alta.
    Então, se esse de fato for o nosso futuro, o atual sistema mundial tem que desaparecer. Isso é um teste, isso é apenas um teste.

    Assista também o video publicado em fevereiro em italiano
    Titulo no Youtube:
    Roberto Quaglia dixit: Pandemia Covid-19, Coincidenze Sbalorditive
    https://www.youtube.com/watch?v=CewRkzYSI1U

  4. Arnaldo Cardoso endossa Stuenkel:
    “Os EUA desempenharam papel fundamental na construção da ordem pós-Segunda Guerra Mundial”.

    Não foi bem assim; antes da Segunda teve a Primeira.

    Ao entrar na PRIMEIRA Guerra os EUA (banqueiros ingleses, estadunidenses, franceses e alemães) davam início a um programa já muito antes planificado. Vale lembrar que os EUA entraram nessa guerra com um ardil, causando a morte de ignaros cidadãos estadunidenses para sensibilizar a opinião pública (foi assim com Pearl Habor, foi assim no golfo de Tonkin, teria sido assim com o progeto Northwoods pra afundar definitivamente Cuba e pendurar a cabeça do Fidel em Miami que o Kennedy não aprovou: a Operação Northwoods previa falsos atentados com bomba, sequestro, acidente aeronáutico e vítimas estadunidenses. O Rumsfeld retomaria esse plano atualizando-o numa versão planetária sob a sigla P2OG – Grupo para Operações Preventivas Ativas. E assim veio o dia 11 de setembro de 2001, para justificar uma guerra permanente contra qualquer coisa.

    Fontes:
    David Isemberg, P2OG Allows Pentagon to Fight Dirty

    John Pilger

    Massimo Mazzucco
    http://www.luogocomune.net/site/modules/911/

    Hoje estão programando embuste parecido contra Maduro agora elevado a comandante-em-chefe do narcotráfigo, pior que o Noriega. Franceses e Ingleses estão partecipando com duas naves no Caribe; a desculpa é o Coronavirus. As caracteristicas dessas naves (estadunidense, francesa e inglesa) é de operar em águas de pouca profundidade para atacar diretamente o litoral venezuelano.

    Para entrar na Primeira Guerra fizeram de modo que os alemães silurassem o transatlantico Lusitania na rota New York – Liverpool (morte de 1.198 passageiros dos quais 128 estadunidenses). O Lusitania não era uma nave de passageiros e sim um mercantil bem armado e usado pela marinha inglesa como nave de guerra auxiliar. Esse crime, negado durante 93 anos consecutivos, foi admitido oficialmente em 2014.

    No Youtube pode ser visto o excelente documentário:

    Titulo: WWI Conspiracy

    ou a versão legendada em italiano, dividido em tres partes:

    Titulo: Il complotto della Prima Guerra Mondiale
    Parte 1 https://www.youtube.com/watch?v=OsiSBR42YFw
    Parte 2 https://www.youtube.com/watch?v=aPFYMGhrqps
    Parte 3 https://www.youtube.com/watch?v=vs4QlVuHxHo

    Portanto, achar que o Covid-19 não faz parte do RESET econômico, desconhece a história dessa classe dominante. A classe média deles virou classe mérdia, sem emprego, sem casa, sem aposentadoria mas… bem armada com trabucos modernos. Nem todos podem ser Wal-Martizados. Assim como os veteranos de guerra, essa multidão é perigosa para o deep state, é concreta ameaça insurrecional além de representar um custo econômico. Isso sem falar dos latinos e outros. Vale tanto na Europa como no Brasil. O Guedes nem consegue dormir de tão excitado: limpar a área dessa massa de gente estruturalmente e biologicamente excedente para a acumulação do capital global; massa que não deve ser reaproveitada. E’ preciso bonificar o terreno para dar espaço aos Casinos, Resorts e privatizar tudo, inclusive as FFAA, hoje apenas garantes dos interesses estrangeiros, adestradas para guerrear exclusivamente contra o Brasil e o povo brasileiro. Taí o interventor general Brega Nato e o bem pago assessor especial de porra nenhuma, general de quatro rodas Vaselinas-Boas que não me deixam mentir. Para os estrategistas do Pentagono o campo de batalha do futuro são cidades como Rio e São Paulo. Em Mogadiscio, no ano de 1993 cerca de 60% dos Rangers bem armados (e bem nutridos) foram dizimados pela paupérrima população local armada de arma branca, arma preta, pedra, pau e unha suja, infecta. Depois disso os estadunidenses idearam o “Mout”: Militarized Operations on Urbanized Terrain, contando com a consultoria do Estado mais covarde e criminoso do planeta Terra que é o de Israel.

    Alí Ramón Rojas Olaya, reitor da, Universidad Nacional Experimental de la Gran Caracas, Unexca, Venezuela, publicou um post muito educativo com o titulo “Perversões intelectuais: os pensadores-em-chefe do Império”. Ele lembra o seguinte:

    “Em 1786, quando Bolívar tinha três anos, Thomas Jefferson (1743-1826), antes de se converter em terceiro presidente dos EUA (1801-1809) e, antes da Doutrina Monroe estar redigida, vomitou:
    “Nossa Confederação deve ser considerada como o ninho a partir do qual toda a América, do Norte e do Sul, será povoada. Mas é preciso precaução para evitar que creiamos que interessaria a esse grande continente expulsar aos espanhóis. No momento, aqueles países estão nas melhores mãos, e temo apenas que aquelas mãos sejam débeis demais para manter sujeitos aqueles países, até que nossa população tenha crescido suficientemente para os arrancar delas, pedaço a pedaço”.
    Palavras macabras que se apoiavam militarmente no Corpo de Fuzileiros Navais [Marine Corps], fundado na Filadélfia dia 10/11/1775.

    Em 1804, John Quincy Adams (1758-1831), que viria a ser o 6° presidente dos EUA (1825-1829), expande a visão de seu congênere:
    “Nossa única esperança é ser donos do mundo.”

    As mais importantes universidades e centros de altos estudos da OTAN (Organização Terrorista do Atlântico Norte) estão a serviço das políticas de ingerência: Henry Kissinger, Robert Keohane e Joe Nye (Harvard), Allen Dulles (Princeton), Leo Strauss (Columbia), Allan Bloom (Chicago), Alexandre Kojève (École Pratique des Hautes Études de Paris), Paul Wolfowitz (Chicago e Cornell), Francis Fukuyama (Harvard e Cornell), Albert Wohlstetter (Columbia e City College of New York), Milton Friedman (Columbia, Chicago e Rutgers), Gene Sharp (Estatal de Ohio), são apenas alguns desses centros de gerar pensamento. É dever de todos conhecer a obra deles e expor a sua ideologia ameaçadora, para fortalecer a defesa integral.

    ——

    A narrativa do marginal Kissinger: “nenhum outro país teria tido o idealismo e os recursos necessários para o [….]” E’ papo-bosta.
    E’ como afirmar que a revolução industrial aconteceu na Inglaterra porque os ingleses eram os melhores. Marx gostava de citar a versão “Whig” dessa história sem crimes nem falcatruas. A indústria textil indiana e chinesa não fora derrotada pela concorrência de mercado e sim desmantelada na força militar, guerras, invasões, massacres e ópio com um sistema de tarifas imposto pelos ingleses. Os livros de história dizem mais: de 1780/1800 em diante toda iniciativa séria de uma sociedade ao empreender programas de desenvolvimento econômico e decidir seus próprios termos de intercambio, experimentou resposta militar e sanções econômicas de Londres.
    (Dizem que a Dilma apertou a mão do Henry Cazzinger com as duas; ela teve naquele instante mágico, irrepetível, a oportunidade de fazer justiça invocada por milhões de pessoas perseguidas, mortas e torturadas; inclusive a prisão e a tortura que ela mesma sofrera nas mãos dos milicanalhas brasileiros: deveria ter puxado aquele sacana rapidamente e com força, desfechar-lhe uma joelhada no saco e fulminá-lo com uma potente cabeçada que estraçalhasse o septo nasal daquele animal de vaga aparência humana).

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