A vulnerabilidade do Estado brasileiro chegará ao fim?, por Fábio de Oliveira Ribeiro

A vulnerabilidade do Estado brasileiro chegará ao fim?

por Fábio de Oliveira Ribeiro

Os episódios jurídico-jornalísticos denominados Lava Jato/Vaza Jato evidenciaram um fato político importante: a total vulnerabilidade do Sistema de Justiça brasileiro à infiltração internacional. Em consequência disso, também ficou demonstrada a fragilidade da democracia brasileira. Sem muito esforço ou despesa, interesses estrangeiros poderosos foram capazes de capturar pedaços do MPF e da Justiça Federal utilizando-os para neutralizar o potencial competitivo dos capitalistas nacionais.

As sirenes de alarme poderiam ter sido acionadas no momento exato em que Sérgio Moro admitiu que havia feito um acordo com os EUA https://jornalggn.com.br/justica/nao-vou-por-em-risco-um-acordo-com-os-eua-por-capricho-da-defesa-de-lula-diz-moro/. A irregularidade deste acordo era evidente. Quem representa o Brasil no exterior é o Itamaraty e nenhuma autoridade judiciária tem poder para assumir compromissos em nome do nosso país.

O ódio destilado contra o PT pela imprensa desde que Dilma Rousseff derrotou eleitoralmente Aécio Neves, entretanto, já havia corrompido totalmente nosso sistema constitucional. Desde que a Lava Jato intensificou a perseguição seletiva contra líderes petistas e passou a fornecer elementos que ajudaram a derrubar a presidenta eleita (digo isso pensando especificamente no grampo criminoso de Dilma Rousseff feito por Sérgio Moro e por ele liberado para os jornalistas) a imprensa legitimou todos os abusos cometidos pela Lava Jato.

A legislação impõe limites objetivos e subjetivos à atuação dos procuradores do MPF e dos juízes federais. Mas a imprensa colocou nas mãos da dupla Sérgio Moro/Deltan Dellagnol um poder absoluto absolutamente inconstitucional ao transformar a Lava Jato numa divindade https://jornalggn.com.br/artigos/de-operacao-policial-a-ser-supremo-nacional-uma-radiografia-da-lava-jato/.

Setores inteiros da economia brasileira que garantiram o crescimento do país no governo Lula foram arrasados pela Lava Jato (construção civil, indústria naval, indústria metalúrgica, etc…). Inspirada na Lava Jato e também com apoio irrestrito da imprensa, a PF começou então a canibalizar um setor econômico que afetava de maneira negativa os interesses dos norte-americanos (refiro-me obviamente à Operação Carne Fraca).

Qual foi a maior Fake News divulgada nos últimos anos? Aquela que possibilitou aos protagonistas da Lava Jato agir impunemente como agentes partidários com poderes excepcionais e ilimitados para celebrar acordos internacionais, interferir seletivamente no campo político, possibilitar o golpe de 2016 e condicionar o resultado da eleição de 2018. Dilma Rosseff foi derrubada pelo vazamento de um grampo criminoso. Lula foi criminosamente perseguido e retirado da eleição através de um processo fraudulento.

A fraude cometida pela Lava Jato já era conhecido em 2016 quando Sérgio Moro admitiu ter feito um acordo nos EUA. Mas a imprensa preferiu apoiar a tirania lavajateira para minar o Sistema Constitucional de 1988. Rede Globo, Folha de São Paulo, Estadão, etc… ajudaram Deltan Dellagnol e Sérgio Moro a destruir totalmente nosso Sistema Constitucional para que os ideais neoliberais rejeitados eleitoralmente com a derrota de Aécio Neves conquistassem o poder.

O resultado aí está: a economia brasileira totalmente devastada e sem perspectivas de recuperação, dezenas de milhões de desempregados à caminho da miséria e da fome, isolamento diplomático incontornável, guerra ideológica entre o governo federal e os Estados governados pela oposição, obsolescência programática do sistema público de educação, crescente politização da religião, ameaças veladas e abertas contra o sistema democrático, ameaça de censura, ataques violentos contra as instituições que apoiaram a Lava Jato e que agora tentam preservar alguma normalidade (MPF e STF).

Não basta punir Sérgio Moro e Deltan Dellagnol pelo que eles fizeram. É preciso corrigir o dano eleitoral imposto ao PT e à democracia pela operação Lava Jato. As instituições do nosso país devem ser reconfiguradas para proteger o Sistema Constitucional de 1988 dentro do país e o Estado brasileiro na arena internacional.

A vulnerabilidade do Estado brasileiro precisa chegar ao fim. Caso isso não ocorra, me parece evidente que a própria existência dele ficará comprometida. O Brasil já foi transformado num Estado fracassado em que a distribuição de justiça é vista com desconfiança e a prisão de terroristas contestada pelo vice-presidente da república. Em virtude da balcanização política promovida pela imprensa https://jornalggn.com.br/artigos/miriam-leitao-e-a-balcanizacao-partidaria-do-brasil/ e da recolonização neoliberal forçada do país https://jornalggn.com.br/crise/a-marcha-da-recolonizacao-do-brasil/ nossa federação está mais próxima de uma explosão do que de uma otimização coerente e economicamente constitutiva.

Iugoslávia ou União Europeia? O Congresso Nacional precisa criar mecanismos que permitam punir economicamente as empresas de comunicação sempre que os jornalistas comecem a construir monstrengos incontroláveis possibilitando a captura de autoridades e de órgãos públicos por potências estrangeiras. Os interesses políticos e econômicos nacionais de longo prazo devem ser ativamente defendidos pelo Estado contra infiltrações estrangeiras como as que ocorreram durante a operação comandada pela dupla lavajateira.

Fábio de Oliveira Ribeiro

Fábio de Oliveira Ribeiro

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