Jornal GGN – Em sua coluna para o El País dessa semana, Eliane Brum deu espaço para quatro interlocutores que não se encontram nem à direita e nem à esquerda do cenário político atual. Ao contrário dos que pensam que isso significa está “em cima do muro”, o filósofo Pablo Ortellado mostra outro lado: “Fugir da polarização é condição para pensar e para agir com autonomia e independência”, disse. “Para ter uma posição não significa está de um lado ou de outro. Para sair do impasse atual é preciso abrir mão das velhas identidades”, afirmou Moysés Pinto Neto escritor e doutor de filosofia. Confira as entrevistas, na íntegra:
Do El País
Por Eliane Brum
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Tantos tópicos p/ defender a neutralidade impossível
Haja vaselina!
Paroles, paroles, toujours des
paroles… (Dalida e Alain Delon)
Um prémio para quem fizer um resumo de cada um das respostas dos 3 entrevistados!
fácil
só os polarizados que polarizem contra a polarização são suficientemente “complexos”.
resumo:
Entrevistado no. 1: Marina
no. 2: Marina
no. 3: Marina
Só o marinismo salva. (Até a Luciana Genro já percebeu.)
defesa da democacia nao é de esquerda ou de direita
Defesa da Democracia e da Legalidade nao deveria ser de esquerda o de direita,so que uma parte do pais
empurrada pelo Partido das Midias, por politicos e juristas irreponsaveis usado o ODIO para nao aceitar
a Vitoria Presidencial da Presidenta DILMA nos leva a esta situaçao dramatica. Eu sabendo que eu vou
ganhar a eleiçao em 2018 qual é o problema de esperar um pouco e obter a vitoria limpamente.
Temos que dialogar e debater com respeito entre pessoas que nao compartem opinioes, é a base de uma
sociedade civilizada. Todos temos uma parte incivilizada mas o respeito a Democracia nos permite de
viver baixo o mesmo ceu brasileiro. PAZ E AMOR
Somos intelectuais, não sujamos as nossas mãos com política.
Realmente iria mais fundo do que a AnaLu, isto é uma visão quase que aristocrática da realidade, são pessoas que veem a política como algo que envolve a negociação, e a negociação não se escolhe com quem se deve ou é necessário negociar.
Melhor até que fossem coxinhas assumidos, pois no fundo são adeptos da meritocracia e se acham acima de tudo e de todos, esta visão me dá verdadeiros arrepios, olham com uma visão que transcende meros mortais que estão se enlameando na luta política. Eu não tenho vergonha de ter que sujar as minhas mãos trabalhando por algo, pois somente trabalhadores que as sujam e talvez achem isto nojento. São chiques porém inúteis.
Quando não tem pão eles comem brioches.
Muro maldito
Eliane provavelmente idolatrava Janot, aquele do “pau que dá em Chico, também dá em Francisco”.
Creio que ele não leu o artigo de Eliane e arrancou a fantasia mostrando sua real cara, com a pérola da recomendação ao supremo a respeito de Lula.
Quem é o mequetrefe para dar pitacos ao supremo? Lula será considerado pela segunda vêz como cidadão que não está protegido pelo direito e pela constituição?
O problema de descer do muro é que quem normalmente está lá é para esconder sua falta de caráter.
Ok, mas não estamos nas eleições!
Ok para tudo que foi escrito (e muita coisa foi!) Mas, apelando ao óbvio: não estamos às vésperas das eleições de 2014! Não estamos debatendo como nos alinhamos às ideologias de PSDB vs. PT vs. Marina (!?) vs. PSOL.
Como retórica de todo o texto, ainda nos primeiros parágrafos se lê:
“mas pelo instrumento mais subversivo desse momento histórico: o diálogo. A conversa que só pode acontecer pelo reconhecimento do outro como alguém que pensa diferente, não como um inimigo a ser eliminado.”
Pois bem, este impeachment, como tem sido feito, é justamente a ruptura do diálogo, a quebra das pontes entre os diferentes setores da sociedade (ou entre aqueles que “pensam diferente” conforme o texto).
A questão é mais pragmática: como você se posiciona frente a um duro golpe à democracia ou ao instrumentos garantidores do diálogo propriamente dito!?
Existe algo mais valioso, que o faça “descer do muro”, do que a democracia em si?
Nihilismo alucinógeno
Esse nihilismo alucinógeno do tal Torturra dá um sono… zzzzz…..
disse um comentarista no post
disse um comentarista no post anterior de Pinto Neto: ‘Não vamos dizer que ficam emcima do muro porque ‘Não existe muro!’ Queira não queira todos estamos de um dos lados
radicais?
Como podem ser radicais se apenas uma única vez citam a palavra capitalismo (e mesmo assim, de passagem) para identificar os problemas atuais.
Realmente é paroles paroles paroles, uma embromação pós-moderna sem fim…
Se for pra seer além-muros é melhor ficar com a oposição total dos marxistas radicais da crítica do valor, com à qual concordo; ou a apatia total do alienados, que pelo menos não enchem tanta linguiça.
Porisso o nazismo foi
Porisso o nazismo foi possível na Alemanha. Ficaram os alemães todos em cima do muro.
Quanta besteira numa frase só. Uma verdadeira “embrometion”.
Hoje, vejo a polarização mais como um fenômeno entrópico de comunicação do que político. Ela se destaca e exerce toda essa força gravitacional em ruas, jornais e timelines justamente pela dificuldade imensa de leitura de uma paisagem política caótica, trágica e complexa demais para ser resumida em posts, manchetes ou palavras de ordem.
Besteira nº1: polarização e entropia são fenômenos inversos, a entropia sugere a desordem do meio, logo se algo é polarizado quer dizer que tem polos definidos que atraem as opiniões logo até ficaria mais bonito em falar de uma inversão da entropia natural e não de um Fenômeno antrópico.
Besteira nº2: De novo uma contradição, se há uma força gravitacional esta deveria fazer as partes convergirem e não divergirem, pois pelo que ainda sei de física, que deve ser corretamente empregada em analogias, que uma força gravitacional levaria a atração para uma mesma direção e não ao contrário que o resto da frase quer dizer.
Besteira nº3: Quando não se quer definir algo cita-se o caos (pobrezinho do caos), pois caos é uma palavra extremamente utilizada dentro do contexto real do mesmo. CAOS é algo que acontece a partir de fenômenos perfeitamente determinísticos que na sua evolução temporária parece aleatório, mas na realidade é algo que segue uma determinada sequencia lógica.
O que se vê neste parágrafo são frases desconexas com verdadeiras “palavras de ordem” da “enrolation”, querendo fugir da explicação da interpretação devida do fenômeno político através de uma pseudo-complexidade do mesmo.
TODO MUNDO da direita comenta
TODO MUNDO da direita comenta sem ler um puto paragrafo de referencia, sem ler um livro, sem estudar o assunto, sem saber merda nenhuma a respeito de merda nenhuma.
Antes fosse somente no Brasil…
Eh embarassante que logo o GGN replicaria esse item mutante.
Alguém lembra de uma tabela geradora de blablablá?
Era uma tabela de 4 colunas, e vc podis formar inúmeras frases combinando qualquer elemento de uma das colunas com um a esmo de cada uma das outras. Dava frases muito impressionantes, rs. Essas frases aí parece que foram geradas assim. Por favor, se alguém tiver a tabela, me passe.
o salto do tigre
interregno. estamos numa travessia. a falência histórica do velho já aconteceu, mas não sua falência política. neste vácuo ocorre a construção de um novo sistema de poder, através da luta entre os diversos setores sociais.
um outro Brasil. há um novo Brasil se erguendo poderosamente. a articulação da sociedade civil e a retomada do protagonismo dos movimentos sociais são a ponta de lança de um outro Brasil, que surge dos escombros do atual cerco à Democracia. enquanto as instituições se desintegram, uma imensa, heterogênea e descentralizada resistência se opõe ao cerco. embrião de um novo sistema de poder.
transmutador histórico. numa crise estrutural, quando o sistema entra em colapso, tudo se torna instável e volátil. pequenas ações podem gerar enormes mudanças. ocorre uma aceleração e uma condensação do tempo histórico (historischer zeitraffer). na linearidade do tempo pendular e mecânico, a tirania do relógio capitalista, irrompe um tempo qualitativo e catalisador no presente de todos os momentos de revoltas no passado. um tempo prenhe das possibilidades de um futuro indeterminado. aproxima-se o instante do salto do tigre sob um Sol imóvel no meio de seu curso.
A política das cores e os radicais-de-centro.
Parabéns pelo texto,
Também estou cada vez mais envolvido nessa batalha. Pelo reconhecimento dessa minoria política que quer o diálogo e que não se reconhece na esquerda ou na direita.
Não é pauta negativa. Tem propostas e princípios. E afirma a existência e validade da posição de centro. Não um centro qualquer, sem força para lidar com a polarização. Por isso o movimento é denominado radical de centro.
O primeiro texto da proposta pode ser lido no link abaixo:
http://centro-radical.blogspot.com.br/2016/03/a-politica-das-cores-e-os-radicais-de.html
Falando em política das cores, há 1 texto de Drummond aplicável
A Cor de Cada Um
Carlos Drummond de Andrade
A cor de cada um
Na República do Espicha-Encolhe cogitava-se de organizar partidos políticos por meio de cores.
Uns optaram pelo partido rosa, outros pelo azul, houve quem preferisse o amarelo, mas vermelho não podia ser. Também era permitido escolher o roxo, o preto com bolinhas e finalmente o branco.
– Este é o melhor – proclamaram uns tantos. – Sendo o resumo de todas as cores, é sem cor, e a gente fica mais à vontade.
Alguns hesitavam. Se houvesse o duas-cores, hem? Furta-cor também não seria mau. Idem, arco-íris. Havia arrependidos de uma cor, que procuravam passar para outra. E os que negociavam: só adotariam uma cor se recebessem antes 100 metros de tecido da mesma cor, que não desbotasse nunca.
– Justamente o ideal é a cor que desbota – sentenciou aquele ali.
– Quando o Governo vai chegando ao fim, a fazenda empalidece, e pode-se pintá-la da cor do sol nascente.
Este sábio foi eleito por unanimidade Presidente do Partido de Qualquer Cor.
a
Diálogo
Já que os debatedores valorizam tanto o diálogo, eu gostaria muito de saber o que cada um deles teria a dizer para o personagem que aparece neste vídeo:https://www.facebook.com/jacqueline.heluy/videos/1110817298969772/
Ou vocês não o reconhecem enquanto um interlocutor válido ?
comentaristas de estirpe
É isso: abunda o bla bla blááá para justificar o injustificável e, às vezes me parece, numa tentativa de aliviar “consciências”. Esta visão de cima é ótima para tempos de paz e bonança.
Não é o caso.
Não confundir com “não vem ao caso”.
O espaço para o “não sou
O espaço para o “não sou contra nem a favor muito pelo contrário” não mais existe, a pobreza do discurso golpista midiático tirou essa opção dos brasileiros e tornou as opções limitadas a 2, é muito simples de entender, de um lado apoiar a investida para destituir de forma totalmente torpe e ilegal uma presidenta eleita e reeleita constitucionalmente para por no seu lugar um grupo liderado por nada mais nada menos que Eduardo Cunha, e do outro se opor a essa quebra descarada da ordem democrática instituída pela constituição de 1988 e apoiar a legalidade.
Você pode gastar 30.659 caracteres, 5.836 palavras, 77 parágrafos, 583 linhas e mais a paciência de quem se der ao trabalho de ler esse mastodôntico manifesto, mas não mudara em nada a realidade e nem as terríveis consequências que brotarão de uma improvável vitória do golpe jurídico/parlamentar.
o salto do tigre (2)
a falência do velho. o arcabouço institucional do país expirou sua validade em Junho de 2013. desde então, a representação política entrou em colapso. e agora, diante de todos, o sistema de poder está ruindo. qualquer sobrevida deste modelo em escombros será um rearranjo de curta existência.
a irrupção do novo. na dinâmica da resistência ao golpe repete-se o segundo turno das eleições de 2014. os principais responsáveis pela eleição de Dilma não foram sua campanha oficial e seus marqueteiros milionários guiados por pesquisas. foi o Povo sem Medo, os aguerridos eleitores que através de suas inúmeras pequenas batalhas cotidianas conquistaram a memorável vitória da candidatura que apoiaram. quando há uma aceleração e catalisação do tempo histórico, o livre arbítrio se impõe ao determinismo. os homens já não mais fazem História sob circunstâncias determinadas. há escolhas a serem feitas num “tempo do agora”. um tempo liberto do legado transmitido pelo passado. um tempo no qual os vivos se encontram momentaneamente não mais sujeitos ao pesadelo da opressão de todos as gerações mortas. um tempo no qual os atos individuais se fundem e ganham efeito social. o tigre dá o seu salto sob o céu livre da História.
Pode ser um Fla X Flu mas…
É final de campeionato.
É escolher entre Jesus e Barrabás.
E eles preferm se abster?
Nem diria que preferem lavar as mãos, pois a meu juízo, ao contrário do que muitos pensam, Pilatos interviu sim, a favor de Jesus, ao perguntar a assembléia por mais de uma vez se mantinham sua opção por Barrabás enquanto afirmava: “Este homem nada fez” , apontando para Jesus, “enquanto esse outro é um salteador”, referindo-se a Barrabás. Portanto, Pilatos tomou partido sim. Mais, não deu vóz a nehum representante do salteador para defender sua soltura como seria natura e democrático vito que ele Pilatos interviu a favor de Jesus.Só então foi que ele lavou as mão em sinal de respeito a decisão da assembléia majoritariamente judaica.
Os autores são como dizem, intelectuais, portanto não são dignos se quer da compreensão divina; “Pai, perdoa, ele não sabe o que faz” em referencia aos centuriões.
Os autores sabem muito bem o que estão a fazer e por isso não merecem perdão.
Ao povo, a Pax dos fascistas?
Esse pessoal que se apropria das manifestações de 2013 desconhece que explodiram por asco à covardia da repressão pela Polícia Militar do Estado de São Paulo a um protesto pacífico contra o aumento da tarifa dos ônibus. Agora há uma insistência em que se aceite a ideologia adversária.
Mas ninguém cita busca de se incriminar só o PT pela corrupção de um sistema político fisiológico desde sempre. Em ações coordenadas entre setores do judiciário e da polícia, sob cobertura gigantesca e má intencionada da “grande imprensa” escrita e televisiva. Um golpe de Estado está sendo conduzido por um Cunha, criminalizando uma Presidente por um crime inexistente e somos ameaçados pela palavra paz!
Acho que entendi!
Acho que entendi: além e acima dos muros, por meio de agenciamentos transversais da multiplicidade da potencia do outro, a saída é inevitavelmente pela esquerda!
Viuvas de 2013. Aquilo sim
Viuvas de 2013. Aquilo sim foi revolussaum.
Pra que tanta pose pra ficar no muro.
Descompromisso pintado de “independência”
Há certos momentos na história das sociedades que posicionamentos pretensamente “independentes” são fudamentais para colaborar com a barbárie.
Diversos movimentos sociais, fóruns e redes de ativismo, bem como intelectuais e artistas que são críticos do governo Dilma e do PT tem se posicionado corajosamente contra o golpe em curso no Brasil. Sabem que a derrubada de Dilma, a caça a Lula e a possível destruição do PT serão terríveis para nossa frágil democracia e a senha para desconstruir os ainda incipientes direitos de cidadania duramente conquistados no país. Já Eliane Brum e seus “colaboradores” acham falsa essa polarização… São como os comunistas que na República de Weimar (governo social-democrata na Alemanha antes do nazismo) diziam que não havia diferenças fundamentais entre social-democratas e nazistas… Foram todos dizimados, obviamente, quando Weimar cai e os nazistas ganham o poder.
Vou dizer o que é coragem e independência: é fazer como Hannah Arendt, que foi contra todo o pensamento vigente nos EUA e em Israel para melhor compreender a expressão do mal, quando se recusa a caracterizar Eichmann simplesmente como um monstro a ser destruído. De pensadora celebrada ela passa a ser perseguida intelectualmente na academia, na mídia e por um público feroz pela satanização do inimigo.
São “dois lados” que estão no Brasil de 2016 sendo satazados e transformados em monstros? Existem por acaso “dois lados” com o mesmo poder, que se equivalem e que por essa razão o melhor é ser “independente”? Desculpem, a “terceira via” aqui proposta por Brum é simplesmente uma noção distocida de pensamento crítico, temperada com muito medo de se comprometer com a luta política real.