Adereço Neoliberal, por Jean Pierre Chauvin
*Receita para ampliar e seduzir a sua carteira de clientes:
1) Contrate, sem registro em carteira, jovens que sugiram diversidade;
2) Tinja o adereço (por exemplo, a pulseira de crédito) de laranja;
3) Atrele o sorriso dos figurantes ao fato de todos consumirem algo;
4) Ressalte o fato de que as personagens têm urgência em gastar;
5) Acrescente a música “That’s Good” do Devo.
[*confira as imagens da peça publicitária abaixo]
O que o comercial do Banco não mostra:
1) Os jovens que figuram na vinheta sequer teriam condições de consumir os produtos, graças ao reduzido cachê;
2) A pulseira laranja será um item kitsch, ideal para quem — além de consumir –, ostenta sua capacidade de endividamento a prazo;
3) O tempo de duração do sorriso, nos figurantes, será de alguns segundos (o que explica os contantes cortes do vídeo, na edição do comercial);
4) A possibilidade de consumir de imediato implica a anulação de toda forma de mediação ou ponderação;
5) A banda Devo notabilizou-se por compor músicas que questionavam a “evolução” (daí, De-Volution) e o comportamento dos cidadãos de seu país (EUA). A letra de “That’s good” sugere tema bem diferente, sem qualquer relação com o consumo de produtos a serem escoados pela indústria, mediante o constante endividamento dos mesmos clientes.
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No no no no no no no satisfaction
[video:https://youtu.be/96I2CWHa_-A%5D
Atualmente não há nada pior
Atualmente não há nada pior que propaganda de banco. O Itaú se transformou em um grande campeão dos movimentos identitários. No Itaú Cultural rolou, tempos atrás, uma exposição do Abdias do Nascimento, chamada Ocupação Abdias do Nascimento. Isso tudo é uma grande mentira.