Ainda sobre o “Século do Ego”, mas falando do Bolsocoiso
por Armando Rodrigues Coelho Neto
Nas últimas duas semanas ocupei esse espaço falando sobre o documentário “O Século do Ego” (título original “The Century of Self”), série em quatro capítulos (Adam Curtis, BBC/Londres – 2002). O trabalho mostra como negócios e política recorrem a técnicas psicológicas para seduzir consumidores e atrair eleitores. As tais técnicas teriam por base a obra de Sigmund Freud, espertamente explorada pelo americano Edward Bernays, sobrinho do famoso psicanalista, com apoio de Anna, filha de Freud. Lá dissemos que quem assiste a obra mergulha involuntariamente na engenharia do golpe de 2016 e agora, mais que nunca, no universo das eleições presidenciais.
Veiculado em duas partes neste GGN, os textos receberam poucos comentários, mas na minha divulgação pessoal pelas redes sociais, percebi a leitura equivocada, resultante até de meu exaustivo resumo. Para muitos, o texto estaria apenas tratando das traquinagens pontuais de marqueteiros políticos destas eleições. Alguns chegaram a dizer que os dois lados usaram de artimanhas sedutoras e recursos atrativos para realçar qualidades de candidatos ou minimizar defeitos.
Não é bem assim. O documentário mostra o processo de construção de uma estrutura coletiva de massa passiva, suscetível e maleável ao longo dos anos, inspirada sobretudo no perfil da pouco reflexiva e consumista sociedade americana. Nesse sentido, o trabalho psicológico de engenharia social sobre o povo americano se deu para a realização pessoal por meio do consumo. Os motes eram desejar, comprar o que não precisava, se afirmar diante de si e do outro como ser. Indo além, incentivar o consumo alternativo para que as pessoas criassem um estilo próprio de ter e consumir e com isso construir e revelar personalidade ímpar. Noutras palavras, os produtos que compravam tinham ligação direta com a personalidade e a realização de fantasias.
Realizadas por meio do consumo, as pessoas se tornavam felizes e ao mesmo tempo maleáveis. Quaisquer inquietações de ordem social poderiam ser resolvidas por meio de consumo e, em situações extremas, sessões de terapia. O ser cidadão deveria ceder espaço para o ser consumidor. Questões de cidadania seriam solucionadas via estado e o ser consumidor se resolveria pelo mercado (consumo). Resumindo, mais consumidor e menos cidadão, mais consumidor com menos interferência do estado na vida social.
No texto fiz vários paralelos com o golpe de 2016, e deixei, propositadamente de lado os efetivos doze anos de gestão petista, que também se notabilizou pelo incentivo ao consumo, até hoje exibido como grande trunfo. O resultado, porém, mostrou falhas, na medida em que a ascensão da classe pobre e da classe rica teria provocado sensação de empobrecimento da classe média. Ao ver o vizinho pobre comprar um carro e ela não conseguir trocar o seu por um modelo mais novo, a sensação de empobrecimento se tornou inevitável. Nem programas como Ciência sem Fronteiras foram capazes de demover essa inquietação, a ponto de a engenharia social do golpe (Século do Ego) ter se apropriado rapidamente dessa massa ignara – vorazes caçadoras de títulos e príncipes.
Como o Partido dos Trabalhadores já tem críticos demais, justos e injustos, melhor deixá-lo de lado e mergulhar no papel da grande mídia, que se encarregou de criar Macabéas. No conto de Clarice Lispector, a Macabéa era um ser amorfo, insípido, inodoro, desinformado, mas guardava uma certa pureza. Já as Macabéas produzidas pelos Marinhos e seus asseclas, têm como grande diferencial o preconceito, a ganância e a maldade. Integraria a tal elite do atraso. A dita grande mídia criou Macabéas sob a verve do ódio, como forma de levá-las às ruas na construção do golpe. Mas, de tanto ódio que disseminou, acabou se perdendo no caminho e hoje se pergunta: o que foi que fiz? Não é Mírian, Bonner, Villa, Sardenberg? O candidato da Farsa Jato virou traço nas pesquisas, Blablarina sumiu e o picolé de Chuchu murchou.
Sobrou o ódio canalizado para o Coiso, que desde sempre, com a proposital e estratégica prisão do Lula, passou liderar pesquisas e chegou ao segundo turno com uma avalanche de votos. Fato: houve erro de cálculo na engenharia social da mídia golpista, mas acerto estratégico da cozinha do golpe. Em recente entrevista à Folha de S. Paulo, o antropólogo Piero Leirner, estudioso de instituições militares na Universidade Federal de São Carlos fala de estratégias militares na campanha do candidato Coiso. Ele fala claramente de técnicas de manipulação psicológica que guardam coerência absoluta com a narrativa do documentário Século do Ego, que adiantamos neste GGN. No presente é forte a ênfase aos conceitos de “guerra híbrida” e “bombardeio semiótico”.
Um bom exemplo da eficácia dessas manobras é a rapidez com que o movimento feminino pelo #EleNão caiu em desgraça. Em poucas horas mulheres guerreiras que participaram do movimento se transformaram em vadias no pior sentido. As imagens do movimento difundidas pelas redes bolsopatas eram constrangedoras. Imagens previamente produzidas foram agregadas a imagens reais e se construiram exemplos do não exemplo de mulher: quengas, vadias, devassas, depravadas, lésbicas e vai por aí…
O clima laboratorial de Século do Ego aparece também na entrevista de Piero Leirner, quando ele fala do “ambiente de dissonância cognitiva propositadamente criado para desnortear pessoas, instituições e imprensa”. Criado o impasse, o Coiso aparece como restaurador da ordem, usando expressões vagas como “força, religião, família, hierarquia”, a mesma retórica para desqualificar opositores e o movimento #EleNão.
O Brasil que há pouco quase foi incendiado por 0,20 centavos na passagem de ônibus, derrubou uma Presidenta por um crime inexistente e um aumento pífio na gasolina e que parecia preocupado com a suposta quebra do País, acolhe, estranhamente, um candidato que não toca nesses temas e nada sabe sobre eles. A horda bolsopata deixou de lado o futuro do país para falar de ânus, Kit Gay, bala, Deus… Por trás de tudo, uma engenharia à la Século do Ego, impulsionada por robôs instalados dentro/fora do Brasil, com a utilização de perfis falsos e usurpação de alguns perfis de terceiros nas redes sociais, como o meu. Para quem não sabe, tive meu nome inserido inúmeras vezes em grupos de apoio ao Coiso. Lá testemunhei a fábrica de violência e mentiras que move a campanha nazista, fruto do ódio despertado por uma mídia porca, covarde, antinacionalista e que hoje vacila entre o desconserto e o arrependimento.
Militância X Robôs, ainda temos tempo!
Armando Rodrigues Coelho Neto – jornalista e advogado, delegado aposentado da Polícia Federal, ex-representante da Interpol em São Paulo
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O ventre que gerou a coisa imunda continua fértil
EPÍLOGO
Vocês, melhor aprenderem a ver, em vez de apenas
Arregalar os olhos, e a agir, em vez de somente falar.
Uma coisa dessas quase chegou a governar o mundo!
Os povos conseguiram dominá-la, mas ainda
É muito cedo para sair cantando vitória:
O ventre que gerou a coisa imunda continua fértil
Brecht
Também acredito que este
Também acredito que este poder de manipulação implantado diariamente nas cabeças de parte de nosso povo é a responsável por esta hipnose coletiva.
Assim como mensagens criptografadas,parece que a chave para a destituição desta hipnose,hoje,só é de conhecimento dos seus autores.
A nós resta o caminho árduo de contiuar a martelar dia-a-dia contra esta hipnose para,quem sabe na sorte,conseguir a chave para acabar com ela.
A sensação de empobrecimento da classe média
“Cresce o capital, então cresce a massa do trabalho assalariado, então cresce o número dos operários assalariados, numa palavra: o domínio do capital estende-se sobre uma massa maior de indivíduos. E suponhamos o caso mais favorável: quando o capital produtivo cresce, cresce a procura do trabalho. Sobe, portanto, o preço do trabalho, o salário.
Uma casa pode ser grande ou pequena, e enquanto as casas que a rodeiam são igualmente pequenas ela satisfaz todas as exigências sociais de uma habitação. Erga-se, porém, um palácio ao lado da casa pequena, e eis a casa pequena reduzida a uma choupana. A casa pequena prova agora que o seu dono não tem, ou tem apenas as mais modestas, exigências a pôr; e por mais alto que suba no curso da civilização, se o palácio vizinho subir na mesma ou em maior medida, o habitante da casa relativamente pequena sentir-se-á cada vez mais desconfortado, mais insatisfeito, mais oprimido, entre as suas quatro paredes.
Um aumento perceptível do salário pressupõe um rápido crescimento do capital produtivo. O rápido crescimento do capital produtivo provoca crescimento igualmente rápido da riqueza, do luxo, das necessidades sociais e dos prazeres sociais. Embora, portanto, os prazeres do operário tenham subido, a satisfação social que concedem baixou em comparação com os prazeres multiplicados do capitalista que são inacessíveis ao operário, em comparação com o nível de desenvolvimento da sociedade em geral. As nossas necessidades e prazeres derivam da sociedade; medimo-los, assim, pela sociedade; não os medimos pelos objectos da sua satisfação. Porque são de natureza social, são de natureza relativa”. – Marx
FATO ..o mal que um fascista
FATO ..o mal que um fascista como BOLSONARO trará ao BRASIL (com seus valores e idéias difundidos), será um dano que nem em 50 anos o país será capaz de limpar
Sobre o “consumismo” da era petista, pra mim, o missivista falou BODAGEM ..a economia precisa girar, multiplicar capital, renda, emprego, bem estar ..e isso se faz com vários tipos de consumo, INCLUSIVE um chamado INVESTIMENTO que em tempos petistas foram RECORDES ..fora os programas sociais que tb levaram MUITO fuba e dolly a mesa de quem não tinha nada
Do golpe, saindo da mesmice do MKT político e da estratégia retórica, faltou explicitar as mudanças práticas e casuísticas da legislação por exemplo como ..a LEI da bengala aos 75 pra turma do STF golpista ..a reforma política que permitiu SOMENTE doação de rico pra rico, de candidatos poderosos se financiando enquanto os partidos mais progressistas ficavam de mãos amarradas e de pires na mão ..a mudança na lei de prisao em 2a instancia que já visava LULA, assim como o entendimento já divulgado sobre INDULTO por Carmem Lucia e Barroso ..e tantos outros truques usados pela mídia que, em verdade, sonhava com que um dos seus alçasse ao Planalto, e não necessariamente este DEMENTE
em tempo ..com “mamãe falei”, Janaina, Joyce, Tiririca e Frota (entre outros) decorando o Congresso, perigas mesmo tudo isso fazer com que o GOLPE continue a plena em 2019/20 e termine com a RE-tomada definitiva pelos militares do Poder (eles que tentam desde o mensalão) ..isso, depois de 40 anos com eles TODO SANTO e maldito DIA ficarem repetindo pro povo parvo que político não faz nada, não presta e que todos ELEITOS são iguais ..
mais do que o bode na sala, os militares JOGARAM todo o BRASIL, de boca aberta, dentro duma pocilga ..é o quanto pior melhor na sua mais primorosa versão ..a meta final – desmerecer a democracia e entregar o Estado a seus NABABOS concursados, estabilizados e de carreira.
Éconivência / incompetência ou ambos de nosso Judiciário?
Denunciar para quem??? Para um judiciário de olhos, ouvidos e bocas fechados pós aumento escandaloso e imoral ?
Conivência ou incompetência? Não enxergam nem os aliciamentos de patrões aos seus funcionários pelo pais afora, quiça fake news com origens em páginas da California /USA.
Se “vendem” por muito pouco neste País. Nem bomba atômica salvaria este
Pais, está no DNA. Ser honesto neste País é exceção e raridade.
Prezado Armando,
Prezado Armando, didaticamente perfeito ! Mas sou um mau aluno, tenho baixo poder cognitivo. Só consigo entender isso tudo como DOENÇA SOCIAL. Quero dizer, se por hipótese Haddad (ou outro qualquer) se utilizasse da mesma técnica para atrair eleitores, óbviamente com motivações contrárias, a favor de maior inclusão, solidariedade, condenação da violência e de armar a população, enfim, tudo contra o que Bolsonaro prega, penso que teria o mesmo insucesso. Ou maior. A maioria está querendo Bolsonaro, penso que por ter as mesmas taras do ídolo. Família almejada É igual a dele. Tortura É necessária. Quem passa fome É por ser vagabundo. Se algum favelado chega à Universidade É por ter mérito e ter lutado. Bolsa família É para vagabundo que NÃO quer trabalhar. O #EleNão caiu em desgraça porque mulheres “bolsonaras” nào são nem as que relaxam e gozam, elas querem o estupro. A horda bolsopata não deixou de lado o futuro, para eles é o ânus, o kit gay, e a bala. (Quanto a Deus, deixo ao Proprio a interpretação). Talvez o lenitivo possa ser a maneira da cura dessa doença, que tal como ocorre na Medicina individual, com o sarampo, a varicela, a caxumba, há imunidade após uma única ocorrência. Na Alemanha, até hoje pelo menos, funciona assim. Alguns surtos têm sido isolados e controlados. Mas não se pode ignorar, e isso desespera, é que doenças há, como a raiva viral, que uma vez instalada, não tem remédio, não tem cura, mata.
Hiperegocentrismo – um câncer social do século XXI
O autocentrismo na personalidade é inerente à pessoa humana. No entanto, o que se verifica hodiernamente é uma hipervalorização de tal atributo, em detrimento a valores nobres como os de comedimento e de discrição. Tudo isso, em grande medida, graças ao advento a novas tecnologias como os das redes sociais como o Facebook, o LinkedIn, o Instagram.
Para tudo e para todos, não importanto a expressão ideológica, a origem social e a condição econômica, a possibilidade da onipresença e da autoafirmação de cada indivíduo, até então algo restrito àqueles com acesso a meios de comunicação tradicional, faz-se disponível a todos, tornando-se quase que um pré-requisito para que uma pessoa possa ser considerada como um “ser social” (vide, por exemplo, o LinkedIn, onde recrutarores buscam conferir explícita preferência aos indivíduos com maior exposição de imagem como número de endossos, de seguidores ou quantidade de TEDs que fizeram na vida).
A hipervalorização do Eu vem se tornando um tipo nefasto de câncer social, na medida em que ela, definitivamente, rasga o tecido da solidariedade, da fraternidade, do bom senso e da discrição, aspectos esses que, em grande medida, contribuíram para um mínimo de estabilidade da convivência entre as pessoas.
O jogo é sujo e pesado,as
O jogo é sujo e pesado,as pesquisas vão jogar Bolsonaro lá nas alturas p forjar uma realidade falsa,simplesmente p enganar,as urnas fraudadas vão confirmar a mentira, necessário é desde já denunciar ao menos as pesquisas manipuladas e aproveitar o ensejo,denunciar a não eleição de Suplicy,Dilma e Requião pois todas as pesquisas lhes davam a dianteira se isso não for denunciado vão fazer lavagem cerebral no povo dizendo q é assim mesmo as pesquisas davam isso,olha pessoal, não engulo de jeito nenhum Bolsonaro subir nas pesquisas após o #elenão,mesmo com a ajuda dos algoritmos e a inteligência artificial,TUDO FOI PURA MATRIX,TEM Q DESCER A LENHA NAS PESQUISAS,ELAS NÃO SÃO NADA (ou são?só p a direita!?)
O medo das mulheres independentes
A manipulação em torno do manifesto publico elenão foi usado por uma categoria da sociedade que sabe que a falocracia esta chegando ao fim. Comentei em outro post sobre essa questão. Este é o século das mulheres, elas estão a frente de todos os combates. Eu observava tanto na manifestação do elenão como no primeiro turno que eram as mulheres que mais se manifestavam, falavam, cantavam; madaram um cala boca para o reporter arrogante da rede Globo. Claro que havia homens e homossexuais e muitos são companheiros e engajados, mas tem sido as mulheres que tem impulsionado a engrenagem para seguirmos adiante. E isso é algo que apavora homens como Bolsonaro que so sabem viver através da coação.
Só um grande reparo,
Só um grande reparo, pois “The Century of Self” não poderia ser traduzido como “Século do Ego”. Self é um conceito que deita raízes com Jung, enquanto ego é tipicamente Freudiano. O self vai além do ego, qualquer um que pesquise o básico vai compreender.
Muitos também querem ser manipulados, querem o conforto de um segurança fundada na adesão à massa. Desenvolver-se como individualidade (o verdadeiro self, de Jung) requer práticas de virtudes e modo de vida incompatíveis com a vida massificada, que em muitos casos, se não apartam definitivamente o indivíduo buscador, fazem com que o próprio mundo o obrigue a adotar uma vida outsider, à margem. As pessoas de hoje não querem isso, não querem vida interior, reflexão, autoconhecimento. Querem se expor, de tudo falar sem nada conhecer, criar uma realidade sélfica, na qual a vida seria em essência passeios (internacionais, de preferência) e festas. Mera leitura de uma obra de Jane Austen, para ficarmos numa autora conhecida, é o bastante para desnudar o superficialismo de hoje e a vulgaridade em que todos nós mergulhamos. O problema passa pela manifestação do ser humano na sociedade atual, na qual as redes (anti)sociais evidenciam o lado narcisista, competitivo, acrescentando que a sabedoria sempre foi artigo raro em qualquer tempo histórico.
Outra série digna de nota do
Outra série digna de nota do mesmo diretor Adam Curtis é The Trap. Adam Curtis também é criuador de Black Mirror e How TV Ruined Your Life.
Não consigo mais organizar as
Não consigo mais organizar as referências históricas e culturais diante de tanta barbaridade. Outro dia citei o cinema da cineasta do Hitler e o documentário Arquitetura da Destruição (não lembro o nome do diretor). Tudo baseado em coisas reais que mudaram o rumo da história em muitos países e as pessoas nem querem mais assistir de tanta angústia que estão passando. Antes não entendia como um povo inteiro foi perseguido aparentemente sem reação, paralisado pelo medo. O erro é lembrar apenas do holocausto hiper propagado pelos vitoriosos aliados. No entanto o filme O violinista do telhado fala da perseguição na Russia aos judeus, de uma forma leve e romântica, mas não menos trágica. Também na Rússia temos o Homem de Kiev, de John Frankheimmer, que relata a perseguição de um homem judeu acusado de um crime que não cometeu. Seu crime mesmo foi ter salvo um homem russo que lhe oferece emprego porque não sabe que ele é judeu. Ele sai do gueto em que vive e passa a ter a vida normal dos russos na época do Czares.É preso e torturado. Na prisão ele lê um livro de Spinoza, filósofo judeu, que ousou debater religião entre os seus e foi considerado ateu. Ele defendeu a liberdade religiosa e liberdade política. Sofreu um atentado a faca. Foi ignorado por muitos grandes filósofos. Não é à toa que ele mereceu a atenção especial de Marilena Chahuí. Do filme, lembro do judeu após sofrer as sessões de tortura, tentar se levantar e repetir o tempo todo “Sou um homem, sou um homem”. Um ser humano digno de respeito como qualquer outro. Também não entendi quando Bush filho invadiu o Iraque e a reação mundial não foi suficiente para parar aquela barbaridade baseada em mentiras. Depois Egito, Iraque, Líbia, Síria e, sabemos, agora mais do que nunca, somos o presente alvo da barbárie, que já internalizou a violência contra seu próprio povo. Nós reagimos e nada muda. Por quê? A impressão que tenho é que estou num filme de faroeste onde vale tudo e fico reclusa para evitar ser alvo de truculência. A propaganda do medo e da coação é a mais terrível, é abominável. Já tentei conversar e mudar votos. Na minha região, até pessoas antes amigávei ou agridem verbalmente, ou silenciam com medo de influências ‘maléfica’, des- informadas que são pelo zapp. Angústia e bloqueio, não há movimento, não há mudança. Só reação. Pavlov também explica.
Século do Ego – Facebook
Convém levantarmos informações fidedignas acerca da utilização do cadastro do Facebook nesta campanha eleitoral, tal qual foi feito na eleição americana e o Brexit.
Está cada vez mais evidente que há utilização do perfil sócio emocional dos eleitores brasileiros.
O documentário é bom, caro
O documentário é bom, caro Armando, mas cai na mesma armadilha que pretende denunciar: trata a pessoa do sobrinho do Freud como anti-herói. E anti-herói é o que no momento atual a iniciativa privada – nossa mídia oligárquica inclusive mas não só – espalha ser o Bolsonaro, sabendo que muita gente vota em anti-heróis.
Agora, como disse Lênin, “o que fazer?” Temos grande dificuldade em superar o desejos que nos habitam, ainda que sabedores de que esses desejos são aprendidos e mais: fazem mal ao nosso bem mais precioso, a saber, a humanidade. Estamos aleijados da noção de cidadania e não achamos isso tão ruim. Afinal estamos, cada um, bem alimentados.
Não nos faltam bens materiais, de sobrevivência física. Pode ser que não os tenhamos no tanto que desejamos mas não temos tão pouco que nos mobilizemos para unirmo-nos. A sustentabilidade, tanto quanto a solidariedade, nunca foi preocupação capitalista. Talvez tenhamos que passar por grandes dificuldades para aprendermos a ser um povo, uma nação…
De qualquer forma, Haddad é, nesse momento e a meu ver, a melhor opção.
domesticar
O poder vai adestrar o coiso. Não será possível continuar tendo esse comportamento diante do mundo, E a Bananalânidia não é o EUA. Cachorro que muito late não morde. Além disso, o coiso parece ter uma inteligênia rudimentar