Alckmin e Tasso deixarão PSDB se partido insistir em apoiar Bolsonaro, diz Helena Chagas

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Foto: George Gianni

Jornal GGN – Tasso Jereissati e Geraldo Alckmin estão entre os caciques do PSDB que podem abandonar o partido e montar uma frente para fazer oposição a Jair Bolsonaro, mas sem afrontar reformas que consideram necessárias ao País. Tudo depende de qual será a jogada de João Doria no final do mês, quando a executiva nacional se reunirá para discutir o futuro. A informação é da jornalista Helena Chagas.
 
Por Helena Chagas
 
Em Os Divergentes
 
Alckmin e Tasso saem do PSDB se houver bolsonarização
 
Políticos tradicionais estão saindo do aparvalhamento da derrota e preparam uma grande reorganização no quadro partidários depois do tsunami sofrido nas urnas. Em São Paulo, começa a se organizar um núcleo que reúne, nas conversas, o ex-candidato e ex-governador Geraldo Alckmin, o atual governador, Márcio França, o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, e o ex-ministro dos governos petistas Aldo Rebelo, entre outros. Amigos de Alckmin não descartam nem mesmo a possibilidade de que ele venha a deixar o PSDB se, na reunião da executiva no fim do mês, prevalecer a ideia de seu ex-pupilo João Dória de apoiar o governo Bolsonaro.
 
Da mesma forma como, em São Paulo, essa espécie de frente anti-Dória é o divisor de águas, para os tucanos a adesão ao governo de Jair Bolsonaro é o limite no nível nacional. Se prevalecer a posição de Dória, que marcaria sua hegemonia no partido, Geraldo Alckmin sai fora, levando um punhado de tucanos de raiz. De outro lado, o senador Tasso Jereissati, ex-presidente do PSDB, também está fazendo as malas e vi cair fora se se confirmar a “bolsonarização” do PSDB.
 
Seu rumo poderá ser um novo partido, que nåo fará oposição ferrenha a reformas importantes para o país, mas ficará longe do governo. Na avaliação desses políticos, terminada a lua-de-mel pós-eleitoral, haverá importante movimentação no quadro político, e aí sim as coisas vão ficar claras e poderá se abrir uma avenida para a atuação de outros partidos. Sob esse ponto de vista, que leva em conta fragilidade da base bolsonarista, é um erro acreditar que os políticos do establishment foram varridos do mapa.
Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

6 Comentários

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  1. É provável que o Dória seja preterido pelo Moro

    Bolsonaro vai preterir o Dória em benefício do $. Moro. Se isso acontecer, o Dória, tal qual um rato, abandona o navio.

    É claro que o $érgio Moro vai negar que não quer ser candidato a presidente. Mas em 2016 ele também dizia que nunca entraria para a política.

    1. Os dois projetos políticos de

      Os dois projetos políticos de Sérgio Moro se entrelaçam agora para só depois aparecerem mais nitidamente como causa e efeito.

      Abandonou a carreira de juiz e tudo de bom que ela oferece(melhor só o céu das religiões) para ser o ministro de todas as repressões, onde rivalizará em poder e influência no âmbito do governo com o ministro Paulo “Ypiranga” Guedes, com um propósito bem definido: ultimar a destruição de Lula e do PT. O segundo, consequência deste, se impor como candidato a presidente em 2022. 

       

       

  2. “Seu rumo poderá ser um novo

    “Seu rumo poderá ser um novo partido, que não fará oposição ferrenha a reformas importantes para o país, mas ficará longe do governo.”

    A questão é o que essa turma acha que é importante para o país?

    A ver as ações de Geraldo Alckmin, por exemplo, quando à frente do estado de São Paulo, tão suspeitas, para dizer o mínimo, que fariam, como de fato fizeram, corar empresas prá lá de liberais como a Alston e a Siemens, sem falar nas milhares de colunas que sustentam o que deveria ser o monotrilho para a Copa de 2014, que devem ter custado um dinheirão e que viraram, como diz Caetano, “ruínas” de uma obra “em construção”, na decisão de vender ações da Sabesp (água, hein?) na bolsa de valores de país estrangeiro, na ameaça de decretar sigilo aos documentos de seus governos por 20 anos depois que saísse… e em um monte, muitas e muitas outras decisões “importantes” para São Paulo. Ou melhor, para a venda de bens públicos do estado ao capital estrageiro.

    Quase esquecia: e a Educação? E a Saúde? E a segurança? Ainda vai botar a polícia contra estudante secundário? Continuar sucateando a educação pública? Privatizar a USP? Que “importância” esse senhor e sua turma (França é apenas um deles) dão à TV que deveria ser pública? À Fundação Pe. Anchieta? À Santa Casa?

    Talvez o que essa turma chame de “importante” seja apenas de interesses estrangeiros a nós, brasileiros. Pelo que têm feito, não parece que esse pessoal está muito disposto a defender nossos interesses nacionais.

    Agora tentar descolar a imagem da de Bolsonaro apenas pelos métodos que ele usa para tentar atingir os mesmíssimos objetivos que esse pessoal tem? Tirando a estupidez, o que Bolsonaro promete fazer é o que ese pessoal realmente tem feito! E mais: tentar descolar a imagem agora, que “Inês é morta”? Ora, apenas para refrigerante imagem é tudo. Na hora de de administrar a coisa pública visando interesses nacionais ou estrangeiros, imagem passa a ser a última das importâncias.

    Me lembrei desse moço, Tasso, “esquecendo-se” da ordem dos fatos e desculpando-se pelo PSDB ter aderido ao PMDB (MDB, mudou a “brand”) quando quem começou o golpe que levou Bolsonaro à presidência foi o PSDB de Aécio “ela não vai governar” e Aloysio “quero ver Dilma sangrar”… A turma de Temer, como sempre, apenas foi de carona, os verdadeiros pais desse estado de exceção que se instaurou são o PSDB, mesmo, de Alckmin, de Serra, de FHC, Aécio, Aloysio, de Moro e por aí vai.

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