Alguns problemas na interpretação sobre a “onda fascista no Brasil”, por Roberto Bitencourt da Silva

Alguns problemas na interpretação sobre a “onda fascista no Brasil”

por Roberto Bitencourt da Silva

Devido a uma série de atitudes arbitrárias oriundas do sistema judiciário, em função da reverberação de comportamentos individuais e coletivos reacionários, grotescos, senão mesmo desumanos, entre outros fenômenos políticos e sociológicos do Brasil contemporâneo, tem se disseminado uma interpretação que destaca a predominância de “uma onda fascista”.

Especialmente entre setores progressistas e de esquerda, tem se tornado moeda corrente a percepção a respeito da “ascensão do fascismo” tupiniquim. Volto ao tema abordado há algum tempo, relativo ao “perigo do fascismo” no Brasil, por conta das implicações políticas sérias, que envolvem tal interpretação. Uma questão que está longe de ser mera e desinteressadamente acadêmica. Senão, vejamos.

Gostaria que alguém me explicasse o que vem a significar uma “onda fascista” no Brasil. Trata-se da criação de um Estado corporativo? É a prática do “totalitarismo” que “controla e manipula” as mentes da sociedade? É a expressão dura e cruel de uma burguesia nacional, que visa neutralizar conflitos sociais internos por meio de uma agressiva expansão imperialista?

Bom, não temos qualquer Estado corporativo em curso. Historicamente, a perspectiva corporativista do fascismo compreende a sociedade como um organismo composto por partes diferentes, desiguais, mas complementares. Vemos a emergência desse tipo de Estado no Brasil de hoje? Pelo contrário. Uma das “partes”, o trabalho, assalariado ou o pequeno negócio, é totalmente destituído de qualquer legitimidade na ordem prevalecente.

O “totalitarismo manipulador” está em vigor? Só agora? Há quantas décadas o sistema de comunicação é talhado pela oligopolização? Ora, atravessou o que muitos chama(va)m “democracia”… Há quanto tempo a Globo, alçada ao império que possui pelas mãos dos golpistas de 1964, está aí, buscando e operando com a manipulação dos comportamentos, ideias e valores? Mas, ela é tão onisciente e onipotente como sugere o conceito de “totalitarismo”? Como Lula e o seu partido venceram quatro eleições sucessivas? Ou é o governo Temer que consegue “manipular” e “influir” sobre a população? Ora, Temer não convence nem aos seus aliados…

No Brasil existe alguma burguesia nacional, ciosa da preservação do seu mercado interno e da proteção e expansão mundial de seu capital? Uma burguesia dotada de aspirações de projeção internacional do país, com uma ambição imperialista? Pelo contrário, temos uma burguesia subserviente e dócil ao imperialismo de outros países, principalmente aos Estados Unidos.

Ademais, segundo últimos dados do Banco Central, referentes ao ano de 2015, o estoque de capital estrangeiro no Brasil atinge, ao menos, 1/3 do PIB. Esse vasto controle sobre os principais meios de produção no país se estende pela indústria, há muitas décadas, pelo setor de serviços, crescente há uns 20 anos. Agora, o capital estrangeiro almeja o setor de energia, infraestrutura e produção de bens primários. Um potencial e alarmante aumento da transferência de excedentes, riquezas nacionais para o exterior.

Uma das fontes principais, senão a maior, da violência, do arbítrio, dos ataques contra o Povo Brasileiro reside precisamente nessa extensão patrimonial do capital gringo. As faixas burguesas internas se organizam para extrair mais das classes médias e trabalhadoras, já que há um aumento na apropriação dos excedentes nacionais pelo grande capital internacional. 

Ademais, não podemos nos esquecer que o fascismo é fórmula política para potência capitalista/imperialista. E, por óbvio, quem paga a conta da sua agressividade e perversidade são, sobretudo, os povos dos países dependentes, periféricos, (semi)coloniais, nações cujas economias encontram-se em posição subalterna na divisão internacional do trabalho.

Se a “onda fascista” significar violência e reacionarismo – parece que é mais precisamente a essas terríveis chagas políticas e sociais a que se referem a interpretação sobre a “onda” –, cumpre recordar que o colonialismo também oferece violência de sobra contra o Povo, os trabalhadores, os humildes hiperespoliados, os segmentos mais vulneráveis da sociedade.

Nós precisamos ter clareza sobre onde está o Brasil na hierarquia das relações internacionais estabelecidas pelo capital. A sua/nossa posição está muito longe do topo da cadeia de comando do sistema capitalista planetarizado para gestar qualquer fórmula “fascista”. E se distancia a cada dia mais, desnacionalizando acentuadamente – esse é o projeto golpista em curso – o parque produtivo. Subalternização agudizada.

Nós não estamos “virando a Itália e a Alemanha” dos anos 1920/1930, como já folgadamente muitos avaliam. Não temos base material, centros de decisão interna para isso, burguesias portadoras de odientos e distorcidos projetos imperialistas de grandeza nacional. É dar muito “prestígio” para um bando de vende-pátria, reacionário, que odeia o Povo Brasileiro e o País, um bando sabujo e leal aos seus amos estrangeiros. Fala grosso com os pequenos e medianos internos e fininho, fininho, com os poderes externos. Repugnantes.

Seria mais oportuno, nesse sentido, mirar para o nosso passado de antes de 1930. Olhar o Vietnã, Cuba e tantos outros países superespoliados internacionalmente e destituídos de dignidade nacional, de personalidade própria, das primeiras décadas do século XX. É mais frutífero. Se o parâmetro, a régua para a medição do “fascismo” é violência e reacionarismo, estes países e épocas são mais elucidativos. Casos modelares. Violência e reacionarismo são fenômenos colaterais de qualquer projeto neocolonial das burguesias internas e externas associadas. O neocolonialismo entreguista é o retrato do Brasil de hoje.

Desse modo, muito além de uma vaga “resistência democrática contra o fascismo”, cumpriria aos setores progressistas e às esquerdas não se limitarem às superestruturas e à superfície. Mas, sim, observar problemas relativos aos interesses nacionais, já que afetam diretamente a qualidade da democracia e dos direitos sociais, individuais e políticos. São precisamente estes interesses que têm sido violados. Os agentes dessa violação estão diretamente associados ao arbítrio, ao despudor, à violência, à ode à ignorância e ao grotesco, promovidos sob a orientação do entreguismo abjeto.

Teríamos, assim, maior capacidade de mobilizar grossa parte da população, em particular oprimida e marginalizada, mergulhada no crônico desemprego e subemprego. É vital a irradiação de uma percepção que entrecruze as vicissitudes e os destinos individuais das classes médias, trabalhadoras e populares com os rumos da Nação. Uma abertura ao imprescindível exercício da capacidade política dirigente sobre o País.

Roberto Bitencourt da Silva – historiador e cientista político.   

 

Redação

16 Comentários

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  1. “É dar muito “prestígio” para

    “É dar muito “prestígio” para um bando de vende-pátria, reacionário, que odeia o Povo Brasileiro e o País, um bando sabujo e leal aos seus amos estrangeiros. Fala grosso com os pequenos e medianos internos e fininho, fininho, com os poderes externos. Repugnantes.”

    Na mosca.

    Mas que palavra usar para difundir o estado de exceção que estamos vivendo? Fascismo e nazismo são palavras fáceis e de fácil alusão a perseguições e mortes.

    1. Rótulos

      Rótulos

      Talvez Vera, este seja o problema. Enquanto tenta-se buscar no passado algo a ser relacionado com a situação atual foge-se do essencial: vivemos numa guerra híbrida, conforme evidenciou Pepe Escobar em entrevista ao Brasil 247 e, ainda, sublinhou que isso envolve os recursos mais barra pesada “que vocês mal podem imaginar”. Desta forma, deixou claro que o patrocinador externo de tal guerra irá aos últimos artfícios para alcançar seus objetivos, quais sejam, desestabilizar o país, subtraindo-o de sua soberania e suas riquezas. Não, como alguns acham, para uma outra nação mas para as corporações transnacionais.

      Sendo assim, enquanto a resistência joga como alguém que pode ser salva pelas regras do jogo, mal entende, ou finge não entender, o que se passa e, inclusive, vende a idéia de que pode ganhar do amplo sistema que vem sendo construído desde 2013. Aliás, nas “barbas” de Dilma, a qual foi avisada pelo seu homólogo turco Erdogan do que se passava. Ao qual esta respondeu com um “deixa disso, aqui é diferente”. Dia desses, com o lançamento da sério “O Mecanismo”, Dilma  “avisou” a Netflix que ela “não sabia onde estava se metendo”. Inocente ou desonesta? Deviam ter aulas de estratégia, e ação, com ele e Putin, seu aliado nos BRICS, a bater à porta da ONU (pausa para risos), escritório dos EUA para assuntos de guerra (híbrida?).

      Infelizmente (e bota infelizmente nisso)  terei que concordar com um  general que deu uma entrevista, hoje, dizendo algo mais ou menos assim: a democracia não é uma terceirização. A população acredita que votando já cumpriu sua parte na democracia. Procura um salvador: Collor, Bolsonaro, os militares (ou talvez Lula).

      Em resumo, a direita está perdida. A esquerda está perdida. O centro está perdido. Os objetivos da guerra estão sendo atingidos. Os únicos a ganharem com isso são os patrocinadores desta situação (incluindo, claro, alguns “brasileiros” superricos que não moram aqui mas fazem parte da gangue que saqueia o país).

      Achar uma palavra que resuma toda situação é uma inutilidade. Assim como Putin já descobriu sobre a campanha anti-Rússia atualmente deflagrada pelo império. Inútil. Mas Putin tem como se defender, e vencer o império, nem que para isso tenha que acabar com esse “planetinha azul”.

      Nós, periféricos, temos que nos contentar com os entreguistas. Com uma “resistência” que mal consegue analisar o que está acontecendo. Quanto mais agir.

      Triste. Muito triste.

       

       

      1. Rótulos, ainda

        Prezada Ju

        dentro de minha ignorância, ainda acho que temos que olhar sim para nosso passado!

        não acho que nos enquadramos no “tipo” europeu de sociedade. 

        Nosso passado é colonialescravagista. Nossas “elites” pensam ainda como naqueles dias. 

        Acho que dá pra transferir aqueles papéis para hoje tranquilamente. Emissários da corte, senhores, capitães do mato, escravos da casa grande e por aí vai … 

        vou ler mais sobre isso com o Jessé 😉

        abs!

         

        Lula livre!

  2. Que tal o GGN fazer u debate?

    Proponho aos editores do GGN fazer um debate entre os historiadores Roberto Bitencourt da Silva e Fernando Horta. Eles têm visão que, num primeiro momento, parecem antagônicas. Mas na verdade elas são complementares. Mas tal debate não deve por meio de artigos escritos, em infindáveis réplicas e tréplicas e sim com os dois cara a cara, por meio de registro audio-visual.

  3. Intolerância

    Na minha modesta opinião, e sem querer entrar em considerações teóricas, vejo que muitos que classificam de “onda fascista” com o que está acontecendo no país estão se referindo sobretudo ao aumento exponencial da intolerância em largos extratos da população, especialmente na classe média.

  4. Veja, não sou estudiosa nem

    Veja, não sou estudiosa nem nada, mas tenho impressões diferentes.

    Vejo sim uma onda fascista. Perigosa.

    Uma intolerancia violenta a opinião do outro. P. ex. ataques a pessoas de esquerda. Uma violencia  tão irracional que uma mulher chegou a atacar a bandeira do Japão por causa das cores e pessoas foram agredidas nas ruas por estarem com roupas vermelhas…

    Sedes de partidos de esquerda sendo vandalizados com bombas,  nada nunca investigado ou punido

    Crescentes ataques a homossexuais e pessoas de religião africana, aumento do feminicidio e da violencia contra a população indigena.

    No campo então, parece que o país virou um faroeste sem lei… ativistas de direitos humanos assassinados toda hora, o Brasil é o pais que mais mata ambientalistas.

    O fascismo, apesar do discurso nacionalista, sempre foi entreguista. Subordinação do poder político ao poder economico é tb uma caracteristica

    A privatização foi importante política do governo italiano nos anos 1922-1925. O governo fascista era o único a transferir propriedade do Estado para empresas privadas nos anos 1920s; e assim continuou; nenhum outro país do mundo adotaria a mesma política, até que a Alemanha nazista adotou também a privatização, no período 1934-1937.

    Da mesma forma na alemanha nazista que privatizou ferrovias, mineração, siderurgia, bancos publicos…

    Há também uma xenofobia crescente, um terror ao outro, criação de “inimigos”. Atentados violentos a imigrantes venezuelanos, sírios, haitianos são frequentes e também nunca esclarecidos.

    Vejo claramente uma tendencia para calar as universidades assim como qualquer meio de comunicação critico.

    Uma justiça absurdamente arbitraria aplicando o direito penal do inimigo para destruir adversarios politicos

    A demonização da política (todos os politicos são corruptos, dizem ! mas daí o que nos sobra?)

    “Heróis” autoritarios

    E pra completar essa sopa uma mídia hegemonica com discurso único que inculca ódio, intolerancia e medo diariamente

    Sérgio Sérvulo da Cunha escreve: “Passo em frente à padaria. O locutor da Globo está dizendo que o ex-presidente Lula foi condenado pelo crime de lavagem de dinheiro. É impossível não ouvir essa notícia. Ela é repetida, à exaustão, em todas as padarias do Brasil, em todas as estações de transporte, em todos os locais de espera. É muito mais do que Goebbels poderia ter sonhado”.

    A cara mudou um pouco, mas os objetivos não

     

  5. Vamos cortar os “tês” e pingar os “is”

    Acredito que quando se fala em “onda fascista”,tem muito mais a ver com um dos aspéctos do fascismo, ou seja, o ódio disseminado na sociedade contra aquele que pensa diferente. Um dos objetivos do fascismo na sua origem foi destruir o pensamento de esquerda  (por isso teve a conivência da burguesia e setores médios da sociedade, assustados com o que havia acontecido na Rússia em 1917).Não é isso que estamos vicenciando no Brasil? No lado Institucional, dentre outras iniciativas, a “Escola Sem Partido” não tem o mesmo sentido do que a queima de livros na Alemanha Nazista? O que dizer, então, da recente tentativa de eliminar os cursos de humanidades das Unviversidades Públicas? Saindo do campo Institucional, na ultima eleição presidencial, fui abordado por uma grupo de jovens que foram me questionar porque eu estava com o adesivo da Dilma no carro. Escapei por pouco, porque o vigilante do estacionamento estava fazendo a ronda na hora. Isso é o quê? Presenciei a platéia vibrar no filme Tropa de Elite 1, quando o capitão Nascimento sufoca um jovem com um saco plástico só para tirar algumas informações…saí do cinema! Como explicar os atentados à caravana do Presidente Lula no sul do país? Você já viu como as pessoas reagem a qualquer post no facebook vinculado ao pensamento de esquerda? O que dizer de jovens negros, homosexuais, agredidos e mutias vezes assassinados em grandes centros urbanos, só porque são “diferentes”? Tudo isso, para dizer o mínimo, não se assemelha à práticas tipicamente fascistas? Será que é um traço da sociedade brasileira, que estava adormecido, e depois dos estimulos que receberam das Redes Globos da vida e das redes sociais, apareceram com força total? Não podemos esquecer que o movimento integralista foi muito forte nop Brasil, tentando, inclusive, assassinar o Presidente Getúlio Vargas. Falando em “onda fascista”, você ja assistiu o filme “A Onda”? Eu já vivi um tempo suficiente (tenho 56 anos) para dizer que, nunca vi nada igual em termos de ódio de classe, ao que estamos vivenciando desde a eleição da Dilma em 2014.

  6. “alguns problemas na interpretação da onda fascista no Brasil

    Prezado Nassif:

    Sugiro agregar ao debate sobre fascismo a leitura do livro “A Grande Transformação – As origens de nossa época” , do autor húngaro Karl Polanyi, que viveu e testemunhou o fenômeno após a Primeira Guerra Mundial.

  7. Fascismo de mercado

    Creio que o nome correto para o que estamos vivento é “fascismo de mercado periférico”. 

    A expressão permite designar a união entre o ideário neoliberal e o reacionarismo sintetizado na candidatura de Bolsonaro, sintoma de uma patologia social generalizada. Para aqueles que acham que o mercado e Bolsonaro não se combinam, basta lembrar que o candidato foi sabatinado e aplaudido de pé por um grupo de banqueiros e mega-empresários paulistas há cerca de um mês, num grande evento realizado em São Paulo. 

     Explica também o caráter rastaquera e vira-lata de tal corrente, incapaz de assumir um nacionalismo de fato. O Neoliberalismo, vale lembrar, não modifica a relação centro-periferia (pelo contrário, ele a reforça). 

     

     

  8. Que o mercado não se

    Que o mercado não se interessa pelo fascismo é fato.

    A questão é : 

    Podemos considerar Bolsonaro e seus seguidores fascistas ou derivados?

    Bolsonaro representa uma condidatura viável dentro do País ?

    Importa o nome que se dê ao bolsonarismo? Esse sim, uma onda.

  9. O caso é que a maioria desconhece os conceitos…

    O caso é que a maioria desconhece os conceitos e só conhece as palavras, que ficam repetindo como papagaios. O termo fascismo tornou-se mero xingamento, sinônimo para tudo o que há de ruim no mundo. Mas quem tem um mínimo de conhecimento de História sabe que o fascismo foi um regime ultra-nacionalista, belicista, corporativista e anticapitalista. Assim, chega a ser ridículo chamar um regime de fascista e ao mesmo tempo tachá-lo de subserviente aos estrangeiros, privatista e destruidor da legislação trabalhista. Os regimes fascistas da História moveram-se na direção diametralmente oposta. Não aboliram o capitalismo nem o trabalho assalariado, mas submeteram-no à tutela do Estado. Não aboliram a burguesia, mas criaram uma burguesia para seu próprio uso, seja privilegiando empresários amigos, seja enriquecendo seus próprios acólitos, ao mesmo tempo em que expropriavam os burgueses não cooptados.

     

    1. Já que falou em conceitos,

      Já que falou em conceitos, acho que o mais apropriado para o tema em tela é protofascismo.

      “O protofascismo germina a partir da frustração social ou individual. É por isso que um dos traços mais típicos dos fascismos históricos foi o apelo a uma classe média frustrada, sofrendo sob alguma crise econômica ou humilhação política, assustada com a pressão dos grupos sociais inferiores”. (Umberto Eco)

      1. Nem tanto a classe média


        A classe média é intrisecamente conservadora e não revolucionária, não quer perder o que tem. O fascismo nutre-se sobretudo da classe trabalhadora e dos desocupados, assim como o socialismo. Um bom exemplo é a Alemanha dos anos 20. Durante a república de Weimar, o partido social-democrata, apoiado pela classe média, manteve-se majoritário, enquanto os descontentes dividiam-se entre o partido nazista e o comunista. Na virada dos anos 30, os trabalhadores começaram a se bandear em massa do partido comunista para o nazista, a balança se desequilibrou e o fascismo chegou ao poder – pelas urnas!

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