Aos amigos que preferem Temer, por Ivan Hegen

Por Ivan Hegen

O Brasil tem uma cultura punitiva que não coincide com a da maior parte do mundo. Uma pesquisa realizada em escala global empregou uma situação hipotética onde há nove pessoas culpadas e uma inocente, e o entrevistado tem que escolher entre a punição a todos ou a liberdade a todos. Ao redor do mundo, geralmente considera-se pior ter que punir um inocente, enquanto que aqui, considera-se mais injusto deixar escaparem nove culpados, mesmo que o inocente pague sem merecer. O julgamento do impeachment de Dilma Rousseff confirmou que a presunção à inocência não é um valor sagrado em nossas terras. À revelia de qualquer justificação jurídica, grande parte da população considerou que Dilma merecia punição, não apenas pelo pretexto fraco das pedaladas e decretos, mas por desvios na Petrobras ocorridos em sua gestão. Sentiu-se que era necessário destituí-la de maneira traumática, mesmo sem  prova substancial. O TCU absolvera Dilma de responsabilidade no caso Pasadena, o MPF e a perícia a inocentaram quanto às pedaladas, mas para o povo não pode haver benefício da dúvida, ela obrigatoriamente sabia dos desvios, foi conivente e precisava ser destituída por cumplicidade.

A condenação de Dilma é aquela capa sombria da Veja da véspera da eleição, com o título “Eles sabiam de tudo”. Nunca ficou comprovado que ela soubesse, tampouco se deu valor ao fato de que quando o escândalo veio à tona, Dilma agiu para desmontar o esquema. Por outro lado, FHC chegou até a confessar em sua autobiografia que soube de desvios na Petrobras, mas preferiu não mexer em vespeiro. Ninguém se escandalizou com a confissão do intelectual com ares de príncipe. Tampouco as sucessivas delações apontando para crimes graves de seu protegido, Aécio Neves, causaram a mesma comoção que ilações contra a guerrilheira que chegou ao cargo máximo do país. Tornou-se consenso de que os casos concretos de outros petistas tinham necessariamente de condenar Dilma por contaminação, mas não se constrangeram o suficiente com a mancha que representou Eduardo Cunha na condução do processo na câmara.

Eu me senti pessoalmente ofendido pela decisão do dia 31 de agosto no Senado, aliás ofendido não apenas com os senadores interesseiros ou com articuladores influentes. Para mim não está bem resolvido que várias pessoas que se consideram meus amigos tenham passado por cima do meu voto, tenham me relegado a uma espécie de sub-cidadão sem voz efetiva, em um processo mais político do que jurídico. Eu constatei, é claro, uma pressão imensa da grande mídia pela formação de um consenso antipetista visceral, uma persuasão constante pelo impeachment. Lamento, no entanto, que a opinião da mídia tenha se sobrepujado. Ao final, os repórteres contestaram apenas a manutenção da habilitação de Dilma Rousseff para cargos públicos, evitando comentários sobre a perda de um direito político básico: a cassação do meu voto e o de 54 milhões de eleitores sem justificativas consistentes.

Apesar da tentação ser muito grande, não julgarei os amigos que militaram fortemente pelo impeachment como julgaram a pessoa que aprenderam a odiar. Para esses meus amigos, não se poderia sequer cogitar no in dubio pro reo, mas eu lhes concedo o direito à inocência, ao menos até que se prove o contrário. Para milhões de brasileiros, não foi preciso prova de que Dilma sabia dos esquemas da Petrobras, mas eu farei um esforço para considerar possível um “apoio inocente” ao impeachment. A conjuntura é mesmo muito complexa e o PT errou o suficiente para enervar, mesmo assim,  acho pouco provável que os militantes antipetistas não soubessem dos motivos que tornam esta substituição de governo extremamente prejudicial ao país. Acho pouco provável que não soubessem que ajudavam a colocar no poder políticos ainda mais comprometidos com a corrupção do que a presidente destituída. Saber, nesse caso, significaria mobilizar-se por motivos bem menores que os da ética. As doses de machismo, de racismo, de homofobia e outros preconceitos podem variar, mas há ao menos uma constante da militância antipetista, que é a de um elitismo inflexível.

Minha hipótese pessoal é que apenas um a cada dez pró-impeachment seja de fato inocente, mas nem sempre posso provar quem é quem, então não seria justo me dirigir aos dez em tom acusatório. De todo modo, para cada comentário “sensato” com que me deparo, tenho dificuldade para crer que alguém possa ter se engajado ativamente sem refletir com o cuidado que uma transformação histórica mereceria. É penoso para mim supor que pessoas muito éticas tenham ido às ruas de camisa da CBF, que apenas lhes faltaram informação e reflexão sobre os 124 bilhões de dólares do Banestado. Ou que se tratou apenas de ignorância sobre o passado golpista de nossos principais meios de comunicação, da OAB, do STF e da FIESP, todos estes repetindo papéis já desempenhados em 1964.  E me soa ainda menos plausível que alguém muito ativo nas ruas e na internet  desconhecesse a ficha corrida dos principais articuladores do impeachment. Acho pouco provável que qualquer antidilmista muito empenhado tenha agido pensando no bem maior, mas na dúvida, não posso, a priori, concluir que o apoio a um dos momentos mais vergonhosos da História nacional tenha sido um apoio mal-intencionado. A rigor, pode, sim, haver inocentes. Podem existir muitos que não sabiam o que estavam apoiando, e não é correto acusar quando não há provas de que soubessem. Se eles agissem da mesma maneira com Dilma, não haveria impeachment.

O que eu acho muito grave é que, seja com plena consciência dos interesses de classe, seja de maneira mais inconsciente, a grande política tenha atropelado de maneira tão agressiva a pequena política das relações afetivas. Acredito que quase todo brasileiro conviva com ao menos uma pessoa próxima, por quem tenha estima e consideração, que neste momento se encontra no campo de batalha oposto. Colunas sobre comportamento, quadros na TV e peças publicitárias vêm comentando esta situação, que se tornou frequente. Não é gratuito avaliar que houve muitos casos de distanciamento, atrito e incompreensão nas relações sociais. Um dos lados pressionou pela retirada à força da validez da representação política do outro, levando à violação de um direito básico sem consentimento e sem o devido respaldo. Com isso, milhares ou milhões de pessoas que costumavam se querer bem, neste momento sentem-se decepcionadas umas com as outras, gerando um mal-estar entre as pessoas comuns, não apenas entre nós e os políticos. A tese que descreve o brasileiro como homem cordial, exposta no clássico Raízes do Brasil, torna-se obsoleta. Sergio Buarque de Holanda acertou que o aspecto emocional tende a interferir na política brasileira muito mais do que a razão ou as regras vigentes, mas não cabe em seu livro uma ruptura tão drástica com a cordialidade, em escala tão vasta.

O clima pós-impeachment é incerto, em diversos níveis. Aparentemente, haverá uma tentativa de apaziguamento geral, que envolverá um acordão entre os políticos, um provável freio na Lava jato e, por parte dos meios de comunicação, a criação artificial de uma atmosfera positiva. A grande mídia foi eficiente na alteração de humor das pessoas quando quis intensificar a crise, a ponto de causar dificuldades concretas para a recuperação econômica. Agora, pretende apostar em um cansaço natural e tentará encobrir os problemas mais profundos na nova gestão. Se vai funcionar, não é garantido, pois o ataque conservador será agressivo demais para conter protestos. Os movimentos sociais não permitirão sossego diante de reforma previdenciária, desmonte da CLT, desmonte do SUS, arrocho para servidores, sucateamento da educação, corte em programas sociais, entre outras rupturas. Além disso, a aparência de farsa do golpe não foi bem dissimulada, com a grande fragilidade jurídica do processo e a abundância de delações de crimes mais graves cometidos por quem assumiu o poder. A manipulação pesada da mídia nacional foi reiteradamente denunciada pela mídia internacional, que de maneira unânime desaconselhou o impeachment. O próprio Sérgio Moro terá dificuldade para simular isenção depois que devolveu o passaporte para a esposa de Eduardo Cunha, contrariando pedido do MPF.

Foi para tentar evitar o acirramento das tensões que Dilma Rousseff sugeriu uma saída digna, indicando apoio irrestrito à eleição presidencial antecipada. Nem mesmo isso a direita aceitou, demonstrando que infelizmente não é mais possível uma política de conciliação de interesses, apenas de enfrentamento.  O Brasil do homem cordial, que nunca foi mais do que um mito, já não serve mais sequer como fachada, deixou de camuflar a luta de classes. O que está rachando o país é a divisão de classes, após treze anos da tentativa petista de atender tanto aos mais pobres quanto aos mais ricos. O que eu mais lamento é que esta luta de classes não seja dos 99% da população contra o 1% de magnatas, um desdobramento que me pareceu possível durante uma semana ou duas, em junho de 2013. Não sei até que  ponto é inteligente para a classe média estar do lado do patrão no momento mais agressivo do neoliberalismo, pois se mantivéssemos a união das jornadas de junho, aumentaríamos o poder dos cidadãos, contra a velha política como um todo. Infelizmente, a campanha antiesquerdista foi tão longe que colocou pessoas que se afeiçoam umas contra as outras, a ponto de cometerem uma injustiça histórica – não apenas contra a eleita, mas contra o direito dos eleitores. Também não sei se algum pacto ainda é possível, tenho sérias dúvidas quanto a isto.

 Sinto muito pelo artigo em tom seco e duro, mas silenciar equivaleria a adoecer.

Redação

27 Comentários

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    1. tipos

      Sr Henrique,

      Tendo a considerar que existem vários rebanhos

      Midiotas: gente de todas camadas do extrato social que marcha quiada pelo berrante da globo,

      Gente de fé: aqueles que aceitam acríticamente a palavra de seus pastores de todas religiões,

      Pseudo ricos: esse é um povo remediado que pensa que é rico. Comprou um carrinho importado e ficou “se achando”,

      Kanalhas: aqui se escondem os misóginos, os racistas, os que julgam pertencer a uma casta superior, os que escolhem o lado para se “dar bem”,

      Comunistas: é o restinho que sobrou (qua qua quá). 

      Esses grupos (e talvez mais alguns não citados) tem intersecções.

  1. Parabéns Ivan. Jovem

    Parabéns Ivan. Jovem inteligente e sensível! Poucos escreveram de forma tão simples e verdadeira, o obscurantismo de nossos dias!!!

     

  2. Por uma reflexão mais

    Por uma reflexão mais profunda, mesmo não acatando atitudes de alguns, podemos concluir que nem todas as pessoas do mundo estao abertas a anlisar circunstâncias políticas antes de tomarem decisões. Isto ficou muito claro nas inúmeras passeatas dos que chamávamos de coxinhas, quando ante perguntas sobre privatizações, sobre terceirização, sobre qualquer tema mais emblemático defendidos pelo governo Temer. Eram flagrantes as ignorâncias da grande massa. Chegavam a fazer papel ridículo por sequer entenderem o conteúdo da pergunta. Não podria ora lembrar em detalhes de muitas pessoas, geralmente senhoras e senhores bem vestidos, mas via-se claramente a ausência total de conhecimento do que estava acontecendo com o nosso País.

    Acho que parte substancial dessa conta vai diretamente para a Globo, tal o seu modo constante de manipular as mentes. Porque tem o monopólio da mídia, e por ter em seus quadros jornalista sem nenhum compromisso com a verdade, até porque a maioria deles sabe que não tem voz, mas também é manipulada pelos patrões. 

    Ainda não seria possível, hoje, crermos que daqueles manifestantes, muitos já se sentem arrependidos de terem sido movidos por ódio contra o PT, sem sequer saberem o que viria depois. Se vemos no golpe atual tantas analogias com o de 64, por que não pensar que das multidões de coxinhas, uns nem tão coxinhas assim, muitos já estão arrependidos. Da minha página do Face o que vejo agora são vozes antes gritantes, mudas. O mesmo se pode dizer dos que foram às ruas antes do impeachment e que silenciaram. 

    As medidas antipáticas do governo serão a prova de choque. O tempo dirá.

  3. Ivan, o seu desabafo é o meu

    Ivan, o seu desabafo é o meu desabafo. E creio ser o de muitos neste triste momento da nossa história. Mas vamos aos fatos. E me perdoem a sinceridade. Toda a injustiça do mundo foi cometida contra presidenta e não creio que ninguém mais será tão injustiçado quanto ela, porém temos que reconhecer as “fragilidades” da administração dela.

    Quando planejo algo e não consigo realizá-lo, a primeira pergunta que me vem à cabeça é “onde foi que errei?”

    INGENUIDADE: essa é palavra que melhor denomina as decisões da presidenta. Se você vive no meio de lobos, não deve de forma nenhuma se portar como cordeirinho. alguns fatos:

    Capa da veja antes da eleição lhe tira de seis a dez milhoes de votos.Eleita, nao processa a veja e solta aquela no discurso da noite da reeleção “prefiro o barulho da mídia livre ao silêncio das ditaduras”. Pode uma coisa dessas?

    O congresso sabotando todos os seus atos de governo e o judicia´rio perseguindo todos os seu aliados e principalmente o presidente Lula e ela em nos EUA, em frente ao Obama, diz que as instituições do Brasil são fortes e funcionam perfeitamente. Alguém entendeu?

    Se elege com um  programa popular e coloca uma cara do mecado na fazenda;

    O Pt e os movimentos sociais vão à rua e apanham de todo mundo, de policiais a coxinhas, e o “pmdb que é ótimo’

    A batalha da comunicação ficou no discurso e o direito de usar a rede nacional pra se defender foi esquecido totalmente,

    isso sem contar com o mercadante na casa civil, o Edinho na secom e, claro, o Zé na justiça

    Parece-me que ouve um pacto das autoridades do Pt em não fazer política após chegar ao poder. Se o militante quis ver alguém defender os governos do Pt com a garra como quando o Pt era oposição, teve que esperar a Jandira (pc do b) o requião ( pmdb) e o silvio costa (pt do b). 

    O legado dessa impotência política é um golpe de estado, uma militância guerreira que corre o risco de ser tida como terrorista pelo governo golpista e o melhor presidente da história correnndo o rsco de ser preso pelo “domínio do fato” porque não foi dado um corretivo no juiz de primeira instância. No segundo mandato por negligência da eleita,o juiz tomou posse no lugar da presidenta. Acho que foi assim.

  4. Golpistas x não golpistas (pessoas comuns)

    Gostei muito do artigo expressa meus sentimentos só fiquei com a sensação que o autor às vezes se esquece que a maioria das pessoas se informam principalmente pela Globo e Jornal Nacional. Isto significa que não são informadas da roubalheira do PSDB e PMDB, das ilegalidades de Moro, do lavado de mãos e dos casuísmos do STF, etc. Ao contrario, aparece sempre o PT como ladrão e a Dilma como uma presidenta incompetente e o impeachment sem crime de responsabilidade como constitucional e necessário. Isto há contribuído a piorar as relações entre as pessoas comuns dos dois bandos. Eu por exemplo, cheguei a conclusão que os golpistas ou eram burros ou mau caráter, não queria ter relação com gente assim e fomos nos afastando. Hoje em dia não quero conversar com ninguém que apoiou o golpe porque não há dialogo possível com este tipo de gente. Nem se é nosso pai ou mãe.

  5. Aos amigos que preferem Temer, por Ivan Hegen

    Muito oportuna a matéria, pois é exatamente o que percebo. Vejo que a maioria das pessoas são levadas pela ideia de um grupo de pessoas que fazem a cabeça desse pessoal. Interessante que as pessoas falam do assunto na roda  de amigos como se a ideia fosse delas.
    A imprensa brasileira é partdaria ao extremo, seus repórteres não reportam, apenas passam seus pontos de vistas como se verdade fossem. 
    Como professor que sou, vejo inúmeros colegas meus dando opiniões que não são baseadas no real, mas sim apenas senso comum do momento atual.
    Se querem uma escola sem partido, nada mais é  para que se continue essa ignorância imperando no meio escolar.
    Nos ultimos meses me desviei de muitos conhecidos, não consigo entender como as pessoas não enxergam o óbvio.
    Infelizmente o povo reproduz a ideia da mídia golpista, quem pensar diferente é tido por louco.

  6. ¡Adios Amigos!
    Como todo mundo, sempre tive amigos idiotas. Para que fique claro, estou empregando a palavra idiota no seu sentido original, ou seja, alguém que só se preocupa com seu mundinho particular, e não se importa ou envolve com assuntos de ordem pública. Apesar de considerá-los idiotas, isso nunca compromotera nossa amizade, pois julgava-os inofensivos. Ledo engano. Vemos hoje como a combinação mídia + idiota = midiota pode ser explosiva e danosa para a democracia. Depois de tudo o que aconteceu no país, infelizmente não tenho mais como considerá-los amigos. Sendo bastante sincero, não sinto ódio nem raiva, tão somente um desprezo profundo. Apesar de idiotas, possuem é claro qualidades, as quais antes eu admirava. Hoje, no entanto, as eventuais qualidades estão ofuscadas, por conta da mesquinhez social que se tornou latente. E para mim, sem admiração não há amizade sincera. ¡Adios Amigos!

  7. Hein?

    Quem “DIMITIU” os dirigentes da Petrobras, useiros desde que lá trabalhei?

    Vamos facilitar:

    1 – Papai Noel.

    2 – FHC, por telepatia.

    3 – Dilma.

    Não há “in dubio, pro reu”.

    Houve vontade de ignorar, isso sim!

    E vou mais longe, a corrupção na PRIVATIZADA Vale era muito maior até Dilma intervir.

    E etc……

  8. palmas para o texto

     Há algum tempo havia um acirramento verbal entre quem defendia a saida da Dilma(antipetistas) e outros a favor da Dilma, chegavam quase a violencia fisica,hoje o  que se vê, que continuam os a favor da Dilma mas os contra já não buscam o embate, minguaram, cairam na real que estavam do lado hipocrita do processo, da farsa, dos sem argumentos, estavam na companhia do Cunha, do Aecio, do Temer, da Fiesp….estão na moita,sem discurso,quando muito dizem que não estão do lado de ninguém, mas alguns meses atrás vociferavam contra os petistas.Vou pagar o “pato” junto com eles, vou aposentar com 65 anos, talvez não tenha13 salario, mas tenho orgulho de dizer, fiquei do lado da Dilma, debati calorosamente a favor dos mais humildes, não tenho nenhum arrependimento, não me pesa minha consciencia,e  gostaria de dizer, Dilma voce esteve a altura do Lula no impeachment, congratulaçoes.

  9. Uma amiga de infância,

    Uma amiga de infância, socióloga com pós em Saúde Pública, que votou na Dilma, faz o discurso de que ela deveria ter renunciado, desde meados de 2015, porque, além de estar envolvida nos escândalos da Petrobras (ouve muito um primo reaça, ex-petroleiro), não tinha governabilidade. Nada do que se argumentava valia, achava porque achava que a Dilma tinha que sair.

    Também assumiu o discurso de que nunca houve tanta corrupção e aparelhamento, que o país estava quebrado devido ao PT.

    Quando apareceram as pedaladas, jurou de pé junto que suas fontes confirmavam que a Dilma cometeu crime.

    Tentei mostrar a “pinguela para o passado”, os cortes de direitos, o sucateamento da Saúde, da CLT,  da pesquisa, do submarino, enfim, tudo o que nos esperava com a queda da Dilma e seu argumento foi que, se acontecesse isto, os movimentos sociais e sindicalistas deveriam ir pra rua denunciar, mas ela preferia aguardar porque com a Dilma não dava mais e qualquer retrocesso seria melhor que ficar parado. Ela não se importa que seja golpe, que não somos parlamentaristas, sabe de tudo isto, mas apoia.

    Entra num tal de discurso esotérico, de energia sei lá o quê, que tudo está certo, que é um aprendizado e blablabla.

    Comentei com ela que era a única coxinha de quem ainda não me afastei definitivamente, mas que seria questão de tempo, pois não costumo ficar ao lado de golpista e pessoas que não prezam a democracia.

    Tem consciencia de tudo e concorda. É golpista.

  10. Encontro das Águas.
    Essa radicalização pelo menos serviu para nos permitir ver com clareza a realidade que a dissimulação e o cinismo ocultavam: a maioria pobre dos brasileiros é considerada, pelo restante da sociedade, como indigna de pertencer à nação brasileira.

    Essa separação vem de muito antes do Brasil independente, não foi superada com a Abolição e, menos ainda, com a República; a qual, diga-se de passagem, deve muito à revolta dos “proprietários” por não terem sido indenizados pela perda de suas “propriedades”, os escravos (a desfaçatez das elites vem de longe).

    Isso me lembrou o famoso “encontro das águas”, espetáculo natural e metáfora de nosso país: os dois grandes rios, Negro e Solimões, se encontram, formando o gigante Amazonas, mas as suas águas não se misturam e correm paralelas: As aguas escuras de um lado e as brancas do outro.

  11. Alguém sabe dizer quem fez

    Alguém sabe dizer quem fez esta pesquisa que inicia o texto caracterizando o brasileiro como mais punitivo que o resto do mundo? Onde foi publicada? Há algum link na net sobre essa pesquisa?

  12. Ainda não acredito que o stf não vá anular o golpe

    São 54 milhòes de votos, é o mergulho para uma república bananeira, é o desprestígio para o róprio stf que passará a ser de uma república bananeira ( irão a seminários no exterior sobre democracia e direitos humanso?), é o eduardo  cunha no comando, etc

    Apesar de que os 54 milhões de votos já é um argumento absoluto.

    Quanto aos coxinhas, há um enorme programa planetário para formá-los. Não tenhamos dúvidas, há iraquianos, devidamente catequizados, que apoiam o ataque ao iraque. A globo faz isso com o máximo de profissionalismo.

  13. um país de canalhas

    Compartilho a dor do colega. Como é duro descobrir entre amigos e parentes personalidade e caráter oportunistas e as vezes até uma faceta fascista por trás de um contorcionismo retórico. Como dói este país do jeitinho.

  14. Prezado Ivan Bom dia Um

    Prezado Ivan

    Bom dia

    Um pouquinho de estudo sobre os Joseph´s Goebbels e McCarthy,  e fica entendido o caso brasileiro, repercussão e assassinato de reputação, simples assim.

    Não podemos isentar Lula e Dilma dessa tragédia, afinal, ficaram 14 anos na presidência, (poder nunca tiveram), e nada fizeram para mudar o podre status quo que domina o cenário de golpes no país a décadas, toda vez que o poder oligarquico e corporativista se sente ameaçado pelo minimo de progresso, aliás, deveriam retirar da bandeira essa palavra, pois o que importa para as elites, é a ordem!

    Abração. 

     

    1. O poder oligárquico convém a

      O poder oligárquico convém a socialistas marxistas e fabianos, então, é lógico que tanto na era FHC quanto PT, baixaram a cabeça. Só há uma forma de realmente mudar o rumo, e em 2018 já estamos sabendo o que se bradará às urnas. É inevitável a mudança política no Brasil! Só há uma política de côco roxo para resguardar a soberania sem dó nem medo e ela está vindo. 

  15. Dar o braço a torcer…

    A grande dificuldade é das PESSOAS RECONHECEREM QUE ACREDITARAM NA GLOBO E SE FERRARAM…

    O problema seria menor se só eles se ferrassem, mas o problema É QUE NÓS TAMBEM NOS FERRAREMOS…

    O peso está em admitir que errou, de dar o braço a torcer…

    Tem gente que prefere aposentar aos 85 anos que dar o braço a torcer!

    O IMPORTANTE seria fazer entender que os “Coxinhas NÃO SE ENGANARAM, MAS QUE FORAM ENGANADOS!

    Quem engana É O CULPADO e não quem foi enganado…

    Teremos muito mais gente nas passeatas fora temer

  16. 10% inocentes é muito, acredito em 0,1%

    10% de golpistas inocentes é muito, acredito em 0,1% de tolos !

    Os demais agiram e preferem golpistas no poder, que acabarão com os direitos dos trabalhadores e minorias !

  17. Imprensa Bandida

    Há mais de 12 anos que a Globo Bandida e nossa imprensa suja e corrupta manipulam fatos e informações para fazerem oposição a seus adversários políticos e acobertarem seus comparsas de bandidagem, os demotucanos e aliados. É realmente uma vergonha o que fazem com nosso país.

  18. Bem vindo, bienvenidos, bienvenue

     

    Bem vindo, bienvenidos, bienvenue …ao clube dos “sub-cidadão sem voz efetiva”. Devo alertá-lo que nosso clube tem tradição, pois existe desde que o primeiro português escravizou o primeiro indio. A maioria de seus membros  são de  inocentes  filhos da OUTRA.

    Desculpem-me pela rudeza é que a  ternura está convalescendo.

     

    1. A foto é pertinente

      Maristela, olá

      olhe com outros olhos: o artigo é uma crítica aos amigos que preferem Temer. Esta foto é, exatamente, dos que pediram a saída de Dilma e que Temer assumisse. 

      abs

       

  19. Essa “cordialidade”

    Essa “cordialidade” brasileira. Será que realmente sempre fomos um povo “cordial”, ou isso foi algo criado pelo opressor ao longo de anos e anos de submissão ? Para que pudessem manipular e fazer o que bem entendessem e o que continuam ainda a fazer oprimindo pobres, negros, índios, mulheres, homossexuais…..e tantos outros sempre com o rótulo de um povo ” cordial e ordeiro”. Acho que até já passou da hora de mostrar que não somos um povo cordial nesse sentido de engolir e viver eternamente oprimido. As divergências e lutas de classes devem sim ser vividas e acirradas ou não conquistaremos nada. O meu voto, como o seu e o de tantos outros brasileiros não pode se calar em nome da cordialidade e da amizade é muito maior que isso, quando eu voto penso em uma sociedade melhor e não em melhorias pessoais , mas coletivas e quando pessoas que realmente não me representam (nem a tantos outros milhões de brasileiros)não temos que pensar em quem está certo ou errado e se alguém agiu inocente nessa história , temos sim é que ter consciência de quem somos, a que classe pertencemos e o que perdemos com isso. A máscara caiu.

     

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