As eleições e as sandálias da realidade, por Ricardo Cappelli

O PDT resolveu dar uma de Botafogo. Ninguém lembra qual foi seu último título nacional importante, mas está comemorando a ameaça de queda do Flamengo (PT) para a segunda divisão como se estivesse conquistando o mundial de clubes.

As eleições e as sandálias da realidade

por Ricardo Cappelli

Quatro questões marcaram as eleições municipais: a volta da política ao centro do jogo, a derrota de Bolsonaro, o triunfo da centro-direita e a novo recuo da esquerda.
O espaço para os candidatos da chamada “antipolítica” foi reduzido. Com a pandemia dando sinais de recrudescimento e o desemprego subindo, o eleitor optou por políticos com trajetórias consolidadas. Um bom sinal.
Outra marca foi a derrota de Bolsonaro. Seus candidatos naufragaram nas principais cidades. O povo continua polarizado pelo ideário liberal, mas não está satisfeito com a condução da extrema-direita.
Importante registrar também a vitória da centro-direita, que ganhou nos principais colégios eleitorais. PP (685), PSD (654) e DEM (464) foram os partidos que mais cresceram em número de prefeituras. O MDB (784), apesar do recuo importante, continua sendo o partido a governar mais cidades. O PSDB (520) registrou o maior recuo neste campo (-33%).
Na esquerda, o PDT (314) se manteve praticamente estável, perdendo apenas 17 prefeituras. O PT (183) sofreu novo recuo e, pela primeira vez, não governará nenhuma capital. O PSOL teve um belo desempenho com Boulos, ganhou em Belém com o apoio dos Barbalhos, mas governará apenas cinco cidades em todo o Brasil.
PSB (252) e PCdoB (46) sofreram as piores derrotas. Os socialistas perderam 151 prefeituras (-37%). O PCdoB perdeu 34 (-42%). O campo progressista governará cerca de 10 milhões de pessoas a menos a partir de janeiro de 2021. Um resultado duro, que promoveu a volta do negacionismo e vem semeando novas ilusões.
O PDT resolveu dar uma de Botafogo. Ninguém lembra qual foi seu último título nacional importante, mas está comemorando a ameaça de queda do Flamengo (PT) para a segunda divisão como se estivesse conquistando o mundial de clubes.
As ilusões trabalhistas vão mais longe. Acreditam que Rodrigo Maia, representante do mercado financeiro no Congresso, vai apoiar o programa de Ciro que, corretamente, mira justamente na… Faria Lima.
Ou ainda que o DEM vai abrir mão do governo de São Paulo e da chance de reeleição com o apoio tucano – o vice de Doria é Rodrigo Garcia, do DEM – para apoiá-los. O PIB de São Paulo, sozinho, é quase duas vezes o PIB da Argentina.
Rodrigo Maia namora Ciro com dois objetivos: receber o apoio para sua tentativa de continuar presidindo a Câmara e valorizar seu passe no jogo com Doria e Huck.
Frente Ampla sem unidade da esquerda é ilusão. Buscar a centro-direita isolado é submeter-se ao liberalismo.
Se nada mudar, MDB, PSDB, DEM, PP, PSD, Republicanos e outros irão se dividir. Uma parte vai marchar com a sempre potente máquina do governo federal. A outra vai apoiar uma candidatura de centro-direita, um liberalismo educado, polido e identitário.
A boa notícia é que, enquanto alguns decolam, outros parecem estar pisando firme no chão. Lula recebeu um recado forte das urnas: não existe mais “o dono do jogo”. Não há mais ambiente para a ilusão hegemonista.
É unidade ou o risco do campo progressista não ir ao segundo turno. A esquerda não está morta, mas precisa, com urgência, calçar as sandálias da realidade.

10 Comentários

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  1. Há 5 anos, o jornalista e um dos fundadores do Coletivo Democracia Corinthiana Walter Falceta, publicava em seu Facebook o texto abaixo. Naquela época, os estudantes secundaristas, os secundas, ocupavam as escolas paulistas, movimento que durou quase 60 dias.

    Walter Falceta
    1 de dezembro de 2015

    O QUE O PT TRISTEMENTE PERDEU

    É absolutamente estarrecedor o distanciamento entre o Partido dos Trabalhadores e as massas emergentes, especialmente em relação aos bolsões urbanos de jovens.

    A molecada não sabe nada sobre o partido, nada sobre seus líderes, nada sobre seus projetos. Não crê em suas promessas e, de modo geral, não se sente representada por seus parlamentares.

    Desconhece até que se trata da agremiação que, na luta política, patrocinou a universalização de direitos e acessos em anos recentes.

    O PT surgiu de pequenos núcleos, nas fábricas, nas igrejas, nas escolas, nos bairros, lugares nos quais a comunidade se encontrava para discutir seus problemas, para ouvir palestras, para assistir a filmes, para fazer festa.

    Essas células da vida coletiva foram, aos poucos, desmobilizadas. O partido, cada vez mais, preocupou-se com hierarquias, com cargos, com alianças políticas que garantissem governabilidade.

    Essa adaptação evidentemente foi necessária à execução de seu projeto nacional. No entanto, as lideranças descuidaram tremendamente da formação política, da comunicação com as bases e da vivência parceira no cotidiano das comunidades.

    Discordo muito do meu querido amigo Eder Tesio Santi, batalhador incansável das causas populares, para quem a responsabilidade é da própria massa, desinteressada de nossas atrações.

    Ora, a obrigação de gerar relevâncias era do partido. Ele precisava, desde sempre, perseverar na lida comunitária. Devia gerar uma pauta permanente de eventos. Tinha de fidelizar, de constituir canais de participação. Tinha de reciclar-se e modernizar-se para encantar os espíritos jovens.

    Preferiu-se, no entanto, a burocratização dos diretórios, a constituição de processos convencionais de representação, tristemente emulados dos partidos burgueses tradicionais.

    Na maior parte das universidades, o PT é hoje tratado como partido do sistema. Não conversa com as lideranças estudantis, que o ignoram solenemente. Sim, há exceções. Mas são, cada vez mais, exceções.
    Cabe perguntar se o PT se beneficia em ter um presidente jornalista. Pra quê? É um partido que não se comunica, que não tem mídia própria, que patrocina mal e porcamente segmentos da mídia paralela e que, depois de três décadas, ainda não aprendeu a enfrentar o oligopólio da comunicação.

    Alguém pode dizer que a Apeoesp tem histórica inspiração petista. É verdade. Mas não é o caso dos jovens que ocupam as escolas públicas de São Paulo. Eles estão distantes da estrela vermelha, muito distantes.
    Já não compreendem o antigo léxico do PT, desprezam suas táticas e estratégias, condenam suas hesitações. Injustamente, desconsideram suas conquistas históricas.

    É culpa deles? Não, é responsabilidade do emissor institucional. A agremiação do governo se fechou, deixou de exercitar empatias, recusou a dialética no processo de transformação permanente da sociedade.
    E o pior: por arrogância e teimosia, não dá sinal de que aceita reciclar-se.

    Velhice por birra.

    1. “…Como costumo dizer: o brasileiro não sabe distinguir o que é esquerda ou direita. Não sabe qual a diferença entre Lula e o presidente Jair. Não sabe nada de nada em política, economia, mas gosta muito de arrotar sabedoria…” Ah! Estas Elites da Pretensão e da Hipocrisia. Realmente o problema é a opinião dos Brasileiros?! Tão cheios de si, que não aceitam a mediocridade nem na humilhação acachapante da derrota. O erro, este, são sempre os outros. Pobre país rico. Mas de muito fácil explicação.

  2. A Origem.
    “Ninguém chuta cachorro morto”.

    “Ninguém joga pedra em árvore que dá bons frutos”.

    “Quem desdenha quer comprar”.

    A recente onda de ataques ao PT, que copia tantas outras por sua temporalidade, ou seja, sempre após as eleições, revela, ao contrário do que pretendem, que o partido ainda incomoda.

    O teor de fraudes nas análises atuais é tão tóxico, que eu penso duas vezes antes de adentrar este ambiente.

    Temos de todo tipo de estelionato analítico, desde os mais empolados, lavrados pelos “cientistas” que sabem o javanês, até outros ditos menos qualificados.

    O resultado é um caldo de senso comum horroroso.

    Qualquer imbecil que se dedica a qualquer tipo de pseudo-ciência, justamente aquelas chamadas de sociais, poderá dizer que nenhum fenômeno político-social poderá ser tratado sem um distanciamento histórico que permita um olhar amplo, e claro, uma equidistância (nunca neutralidade) do observador em relação ao seu objeto.

    Olhando por números, o PT está aonde poderia estar, dadas as circunstâncias atuais e as escolhas de seus dirigentes.

    Analisar o PT requer um esforço mais delicado e um pouco mais de inteligência.

    O primeiro erro nas “análises” é confundir PT com os governos que ele participa, geralmente como pólo concentrador dos capitais políticos.

    O PT continua a ser o maior partido da esquerda mundial em número de filiados, e sua ramificação pelo país o coloca entre um dos maiores partidos do país.

    O PT é uma das principais forças políticas do Congresso, sendo certo que sua bancada na Câmara Federal está entre as três maiores.

    O PT desde 1982 experimentou crescimento constante, que só foi interrompido não pela dinâmica das disputas políticas chamadas de normais, mas por um período obscuro de lawfare, golpes e toda sorte de violência simbólica.

    Mesmo assim, com seu principal nome preso pelo juiz que iria fazer parte do governo do principal adversário do PT, e agora vai trabalhar para a empresa que “recupera” a empresa que ajudou a destruir, o PT fez mais de 45 milhões de votos para presidente, com um nome de pouca expressão nacional, apesar de ter sido prefeito da capital paulista.

    Hoje, nas eleições recentes, o PT manteve seus seis milhões e novecentos e poucos votos auferidos em 2016, apesar de ter sofrido derrotas nas maiores cidades.

    A disputa pela hegemonia da narrativa está acirradíssima, e por certo é patrocinada pela mídia, que agora descobriu a mesma pólvora de sempre, os “novos esquerdos de centro”, que eu também chamaria de cristãos-novos (como se chamavam os judeus convertidos à força, para não morrerem na fogueira da Inquisição Ibérica, que durou entre os séculos XV e XIX).

    Já tivemos Marina Silva, Ciro, Eduardo Campos, Marcelo Freixo, etc, etc.

    Toda eleição a direita consagra uma “alternativa” para substituir o PT na interlocução com o eleitorado chamado mais progressista.

    Eles misturam ingredientes caros à direita, como pautas identitárias que aplacam culpas pequeno burguesas, certo charme intelectual, e claro, só sobem ao palco se recitarem algum tipo de anti-petismo e suavizarem seus discursos, deixando a “espinhosa” questão econômica para os “sábios do mercado”.

    Neste espectro, não há uma homogeneidade, claro.

    Porém, via de regra, salvo raríssimas exceções, estes quadros políticos se revelaram opções muito mais conservadoras que as próprias concessões que o PT fez para governar o caos capitalista.

    Vamos de novo à História.

    O Partido dos Trabalhadores sempre foi rejeitado pelas suas bandeiras históricas, e pela sua intensidade política interna, que gerava enorme energia política resultante da fricção de corrente políticas que iam da extrema esquerda da Convergência Socialista e O Trabalho até a direita da Democracia Radical, de José Genoíno.

    Tudo isso equilibrado pelo enorme campo chamado Articulação.

    Apesar disso, ou melhor, justamente por isso, sempre renovou seus quadros e arejou seu ambiente externo pela atração permanente de quadros mais jovens, que nesta idade estão mais afetos às teses políticas chamadas “impossíveis” (mas nunca menos importantes), rejeitando a conservação política das moderações e alianças.

    O tal corte geracional que o Alemão (Jacques Wagner) disse no blog ontem, mas que ele mesmo não sabe o que é, ou pior, combate com sua planificação política de dissensos internos ao partido.

    Este balanço dava vida ao PT, e o tornava uma experiência original, mesmo em meio a um conservadorismo extremo da sociedade brasileira, que flui e reflui ao sabor dos ventos de expansão e retração das tentativas políticas de dotar este país de um tipo mais ameno de capitalismo.

    Em 1988, apesar de seu pouco peso relativo na cena política, e consequentemente no jogo institucional, o PT soube encontrar brechas para propor e mobilizar a opinião pública para inserir alguns tópicos modernizantes no pacto constitucional.

    Ao mesmo tempo, cedeu e ajudou a cevar um monstro (nas palavras de Sepúlveda Pertence, jurista que assessorou parlamentares nas questões jurídicas na Constituinte de 88), que atende pelo nome de Ministério Público.

    Um erro de cálculo, uma vitória de Pirro que condenou o PT a crescer politicamente na classe média urbana, estruturando sua ação política com a milícia policialesca do Ministério Público, auxiliando na criminalização da política, no denuncismo, enfim, na avacalhação da política.

    O ápice desta estratégia equivocada foi o golpe em Collor, que marca a inflexão crucial no período pós ditadura, que une o jornalismo-cangaceiro-miliciano ao recém nascido lawfare, que na época nem era assim considerado.

    Por isso repisamos a necessidade de um olhar histórico amplo.
    A partir daí, o PT inicia sua jornada de expurgos das correntes mais “radicais”, de expansão do “centro”, para se mostrar capaz de governar, sem enxergar que deste modo seria governado pelas mesmas ideias daqueles que sempre combateu.

    O erro grave, anotem bem, não é compor e aparar arestas dentro de governo multipartidários, com forças diferentes, ideologicamente diferentes.
    Isso é inerente a alianças e conjunturas.

    Nada disso.

    O início da agonia petista foi não manter a sua vida interna polifônica, de diferentes espectros, para então levar aos governos que compunha a possibilidade de tensionar as políticas públicas, aumentando assim seu poder de negociação, ao invés de já chegar à mesa diluído e domesticado pelas interdições ideológicas impostas pela direita e seu aparato de controle social.
    Quero fazer uma ressalva aqui, importante:

    Não é inédito na História que siglas nasçam e desapareçam, ou se diluam em outros campos políticos.

    O PT, como representante de um tipo de classe social e de um momento histórico específico (o trabalhismo pós ditadura) experimenta o desgaste próprio a sua identidade, ou seja, ao envelhecimento desta identidade.

    O fim do trabalho como a principal forma de organização social, com o advento do pós-capitalismo que bate às portas, é fator preponderante no abalo das formas de organização políticas e sociais que tinham-no (o trabalho) como referência principal.

    Paradoxalmente porém, o PT não encontra dificuldades apenas por sofrer este incidente histórico, mas por não ser capaz de compreendê-lo, e apresentar a única pauta capaz de lhe dar relevância política, ou seja, reagrupar sua agenda anti-capitalista.

    É contra esta possibilidade que a mídia e os demais coveiros do PT se levantam.

    Sim, porque a domesticação do PT está completa, ou quase, e cabe a pergunta:

    Se o PT já está domesticado, por que a direita não o aceita como força política legítima e capaz de gerir o capitalismo?

    Ora, porque estas forças sabem que ainda resta algum risco (considerável) de que a enorme capilaridade petista, e sua memória política popular (personificada em Lula) possam recuperar a combatividade para redirecionar os vetores da política nacional e mundial.

    A direita sabe disso, mesmo que até o PT não saiba, ou tenha esquecido, e segue apanhando sem saber ao certo o motivo, e às vezes, daqueles que menos espera.

    As fraudes da mídia conservadora ficam expostas quando as “alternativas” ao PT sempre têm o mesmo destino:

    Ficarem mais parecidos com a direita, principalmente na aceitação do receituário ultra-liberal, ainda que mantenha algumas questões “morais” no campo da “modernidade”.

    Este foi, como já dissemos, o fim de Marina, de Ciro, Freixo, e este é o caminho preparado Boulos e Manuela D’Ávila.

    O figuro atual da nova temporada fashion politik é edulcorar o “centro”.

    É uma encenação grotesca, já que olhando de forma honesta, nada se parece mais com o centro que o PT.

    O que querem então?

    Ora, impedir ou travar qualquer chance de debate que saia dos padrões já estabelecidos, e para isto é crucial aniquilar o PT.

    Desde o mais remoto rincão, até as maiores capitais a cantilena da “responsabilidade fiscal”, da “crise”, das “privatizações” é a mesma.

    Nenhum candidato do PT, ou apoiado por ele, saiu destes limites e ousou nada diferente, e junto com tudo isso, nenhum candidato da chamada esquerda ousou atacar os “partidos do judiciário”, ao contrário: a disputa é para dizer quem é mais “honesto”.

    Enfim, o PT não perdeu as eleições de 2020, o PT apenas continuou a se misturar com os conservadores, e neste campo, por óbvio, o PT desaparece, e junto com ele todos os outros da esquerda.

    Lembremos que durante o curto período do PT nos governos federais, todas as forças que eram consideradas mais à esquerda não criaram nenhum espaço de tensão para puxar o governo de coalizão para este lado.

    Ao contrário, atacaram o governo de coalizão com o mesmo arsenal teórico da direita.
    Aqui mesmo, neste blog, as queixas do editor do blog em relação aos erros da Dilma têm sempre por base uma referência teórica que é conservadora, nunca anti-capitalista: erros fiscais, de gestão, maus humores femininos, etc.

    O capitalismo é um sistema que se estrutura na desigualdade, mas deseja sempre a uniformidade dos estamentos políticos, para estabelecer regras que tenham um único objetivo:

    Garantir seu funcionamento e sua reprodução.

    Não é à toa que todas as vezes que esta equação foi ameaçada, as forças capitalistas patrocinaram golpes que eliminaram ou aplainaram os conflitos políticos e os partidos.

    Não é à toa que o ápice da concentração de riqueza mundial (e uma brutal desigualdade) coincida com a derrocada dos sistemas representativos pelo mundo, com a esmagadora abstenção de eleitores.

    É disso que se trata.

    Eliminar os últimos partidos que ainda ofereçam algum tipo de voz dissonante.

    Pouco interessa ao Capital se o nome deste partido é PT ou PXYZ.

    A tarefa deles é matar o sonho na origem, matar a ideia, se possível, com a auto-censura da vítima.

    Ação sem ideia é mero reflexo.

    O Capitalismo é um sistema de reflexos, quando a única ideia é a sobrevivência e reprodução do Capital.

    1. Um alento a leitura do texto… é assustador como para o eleitor, se torna quase impossível identificar ideologicamente um candidato de esquerda de outro da direita… comungam de mesmas formas de ver o mundo, parecem desejar apenas o poder para fazer a mesma coisa: sustentar o sistema…
      .

  3. Os “infiéis” da balança são Ciro Gomes e PSB. Não são neoliberais mas desembestaram na senda antipetista… Botaram no bestunto que o Partido dos Trabalhadores tem que sair de campo pra eles jogarem. Os gênios querem os votos dos eleitores do Lula e do partido dele xingando o Lula e o partido dele….Deve ter alguma sapiência aí ao alcance de poucos…

    Se acham que vão arrumar alguma coisa no eleitorado que engoliu fanatismo de mercado e evangélico, ainda mais fora do NE, Ceará e Pernambuco mais especificamente, boa sorte, fiquem contentes com os 12% de votos, e força para o próximo round contra o PT, PT, PT (mais PCdoB e PSOL). É bom, alias, já ir garantindo a passagem pra Paris, para de lá acompanhar o segundo turno entre dois candidatos da Direita neoliberal.

  4. apelli é cirista. O Ciro, que se fosse politico na Alemanha nazista, iria atacar judeus como ataca petistas que sofrem pesada perseguição da imprensa e das igrejas neo pentecostais. Se fosse francês mandaria prender e matar o Lula como fizeram com Jean Moulin.
    E todo o panorama de sucesso que os analistas enxergam a frente para a direita não considera a questão economia. Não é segredo que centrão e direita no Brasil governa, em sua ampla maioria, com roubo do dinheiro público e deixa a questão administrativa em segundo plano. Sem dinheiro esses politicos eleitos pela direita terão que mostrar capacidade administrativa. Conseguirão? A maioria não.
    Isso significa que a esquerda terá sucesso na próxima eleição. Não também. Vai aparecer um salvador da pátria vindo de alguma igreja para levar a maioria do povo para a redenção da miséria. Só Jesus Salva.

  5. A fragmentação político-partidária no Brasil é o resultado de uma ação coordenada dos principais países capitalistas ocidentais e das oligarquias nacionais, aliadas a esses países.

    O PTB “desapareceu” depois de Getúlio. O PDT, depois e Brizola. O PT também “desaparecerá” depois de Lula.
    A história do Brasil é assim.
    No Brasil não há institucionalidades partidárias, há lideranças fortes – lutando contra tudo e conta todos.

    E não há essa institucionalização porque não é do interesse das nações ocidentais imperialistas e das oligarquias nacionais aliadas de maneira subalterna a elas.

    Lembrando que foi a ditadura, com o Golbery, que impediu Brizola de assumir a presidência do PTB.

    Enfim, ter partidos políticos fortes e institucionalizados, na modernidade capitalista, é reflexo de uma nação forte e soberana, ciosa de seus interesses. E não é fácil dar golpes com esse tipo de força institucional.

    Por isso, ter partidos fortes e consolidados, capazes de conduzir a nação a um patamar de desenvolvimento mais equânime e com papel mais relevante no mundo, não é do interesse das nações hegemônicas (EUA e Europa) e tampouco das elites (aliadas subalterna desses países) que conduzem uma das nações mais desiguais do planeta – o Brasil.

    A solução?
    Nenhuma, a não ser aguardar a derrocada do império do momento que, na modernidade, já foi Portugal/Espanha, França, Inglaterra e, agora é os EUA… Afinal, não há nação imperial que dure para sempre.

  6. PP E PSD elegeram 1340 prefeitos.isso por si só mostra o quanto a esquerda foi bombardeada pela imprensa levando o povo a votar em reconhecidos e assumidos corruptos.
    Demonstra também a gritante falha de comunicação da esquerda e sua ausência nas ruas.
    Ou adentramos ao ringue de luta levando o inimigo as cordas ou beijaremos a lona. Além do fato de que prender Lula por quase 2 anos calando sua voz atingiu o objetivo dos fascistas

  7. Se o framengo é tão bom assim, por que a necessidade de mexer com o Botafogo?
    Acabou de fazer exatamente o que fazem os bolsonaristas: jogou sobre o outro a besteira que faz.
    Isso é para amenizar a dor do luto de mais uma derrota?
    O GGN já foi melhor que isso. Sim, o GGN, pois se não concordasse, não teria publicado esse monte de besteira.

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