por Arkx
a crise de 2008 marca a falência do padrão Dólar e da capacidade do déficit gêmeo dos EUA funcionar como o motor da economia global.
a partir do pós guerra, da qual os EUA saíram como a grande nação credora, praticamente todo o comércio mundial passou a se realizar com os dólares de Wall Street. o capital excedente do superávit comercial norte-americano era investido no Japão e na Europa, principalmente na Alemanha, formando mercados consumidores para bens e serviços das empresas sediadas nos EUA.
em 1971 os EUA rompem unilateralmente o acordo de Bretton Woods, encerrando abruptamente a conversibilidade dólar-ouro, pois a economia norte-americana se tornara estruturalmente deficitária.
a partir de então, inverte-se o fluxo de comércio e capital global. os EUA passam a fornecer a demanda para a produção dos centros industriais externos, inicialmente Japão e Alemanha e depois também a China, tendo como contrapartida absorverem cerca de 80% de seus fluxos de capital.
para que os EUA, já detentores do privilégio exorbitante de emitir dólares irrestritamente
, também pudessem incorrer em déficits ilimitados, foi necessário uma década de desintegração controlada da economia mundial, conforme preconizado por quem seria o condutor deste processo na presidência do FED: Paul Volcker.
após 2008, este mecanismo de reciclagem global entra em colapso. o mesmo Paul Volcker que havia sido um de seus artífices, já anunciara em 2005 ser impossível um país indefinidamente consumir e investir 6% a mais do que produz. em 2009, Volcker declarou que possivelmente a crise se tornara ainda pior que a Grande Depressão de 1929.
sob o padrão Dólar-Ouro, o capitalismo experimentou seus “anos dourados”, com intensa industrialização, inovações tecnológicas, Guerra Fria e o Welfare State; no padrão Dólar, prevaleceu a financeirização, a revolução digital, a globalização e o “Estado mínimo”.
ainda sem qualquer perspectiva de superação, a crise de 2008 desencadeou mais uma grande desintegração. novamente os moinhos satânicos trituram impiedosamente as condições sociais tal qual a conhecíamos, liquefazendo a modernidade num caldo totalitário do qual se ergue um pavoroso mundo novo.
a Democracia Liberal se converte em Tirania Financeira; os Estados-Nações em Governanças Globais; as Constituições Federais em Acordos Trans-Nacionais; os países em Zonas de Livre Comércio; as cidades em condomínios fechados protegidos por milícias privadas cercados por guetos sob lei marcial e zonas de total exclusão com seus campos de extermínio; os direitos e as garantias individuais em governo de si mesmo sob a lógica do desempenho empresarial. (link)
num Estado de Exceção permanente, as crises sucessivas impõe constantes ajustes como técnica de governabilidade, com a garantia jurídica da Legislação Anti Terrorismo e de uma rede global de contra insurgência. vigilância on-line 24×7. incessante coleta de dados, biometria, banco de DNA.
no auge de sua demência paranóica, o capitalismo almeja recriar a própria vida à sua imagem e semelhança: nanotecnologia, robótica, engenharia genética. um apocalipse sustentável.
muito embora as teorias conspiratórias postulem a existência de um governo oculto do mundo, os proprietários da humanidade, periodicamente reunidos no cume de alguma montanha mágica ou em discretos encontros em hotéis de alto luxo, o poder já não se encontra nas instituições e muito menos tem algum rosto definido.
os palácios presidenciais, os prédios dos parlamentos, as sedes das instituições e das mega corporações se tornaram apenas cenários vazios nos quais o poder já não mais reside. mesmo o mais fanático adepto da conspiração neles não descobririam nenhum arcano. e aí está o segredo, não há segredo algum. (link)
o poder que era pessoal e representativo, hoje se exerce através da infraestrutura logística mantendo o mundo pós moderno em funcionamento. um poder que se tornou a nova ordem do mundo.
“[…] para ocultá-la, o ministro lançara mão do compreensível e sagaz expediente de não tentar escondê-la de modo algum.”
A Carta Roubada, Edgar Allan Poe
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Guerra a vista
Assim como em 1929, o cenário mundial parece preceder uma grande guerra.
Que Deus ajude que viver essa época.
a guerra já começou
de um jeito ou de outro, as guerras nunca cessaram. mas localizadas, com certeza. agora estamos à beira de um novo conflito bélico mundial. desta vez com armas de destruição em massa. os russos já foram invadidos duas vezes. derrotaram Napoleão e Hitler. juraram que não mais permitiriam que uma invasão voltasse a acontecer. criaram toda uma cultura própria a este respeito, independente de Stálin ou Putin. algo que se enraizou no povo. a Rússia não vai esperar de novo. assim que avaliarem a iminência de algum ataque, vão desencadear um contra-ataque preventivo. e talvez o perigo maior não esteja em Trump e sim em Hillary. seja como for, neste cenário de capitalismo em crise crônica e preparativos pré guerra, o Brasil é prioridade geopolítica.
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e……….
Realmente não há um rosto definido que comanda o mundo, mas os CEOS, reponsáveis pelas megas-Corporações, atendem os ditames de seus acionistas e prprietários, e muitos que não acreditam nas teorias de conspiração, um dia se renderão a esta realidade !!!
Os Donos do Mundo, são nada mais nada menos os rentistas e suas ditaduras financeiras que é em última análise, os que dão as ordens, negociando com o vil metal !!!!!!!!!!
O resto, é apenas conto de corochinhas para os que acreditam e ainda sonham viverem em uma democracia !!!
Kakakakakakakakakaka !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
conspirações
Weden,
->” mas os CEOS, reponsáveis pelas megas-Corporações, atendem os ditames de seus acionistas e prprietários, e muitos que não acreditam nas teorias de conspiração, um dia se renderão a esta realidade !!!”
as conspirações e os conspiradores existem: Bilderberg, Illuminati e reptlianos. só que a maior de todas as conspirações é um sistema que funciona “sozinho”, com dinâmica própria e sem nenhum rosto no topo da pirâmide acionando o comando. nenhum CEO, por mais poderoso, tem plena autonomia. há compliances por toda parte. o poder se tornou impessoal e não representativo porque não é quem o exerce que o possui. um Presidente e mesmo um CEO não é um monarca. a lógica é empresarial, Incorporations. veja o exemplo do Obama, o primeiro presidente negro dos EUA, fez alguma diferença de fato? parece até daquelas ironias da História, mas olha como Obama acaba seu segundo mandato, em meio a violência contra os negros. ..
existe sim um cospirador geral
Seu nome é valor capital trabalho abastro Ele é o sujeito automático a-centrado global proliferante
A ele todos (trabalhadores gerentes CEOs proprietários rentistas) estão subordinados
A ele e à sua lei alquímica D-M-D’: dinheiro se transmuta em mercadoria que se transforma e mais dinheiro
(Hoje o Valor se turbinou e nem precisa de mercadorias para se multiplicar Dinheiro se transmuta em mais dinheiro diretamente: D – D’ É o milagre da multiplicação do capital fictício)
Mas ainda precisamos de mercadorias para sobreviver Só que as mercadorias (e os homens que as usam) são apenas um meio para o Valor-Dinheiro se multiplicar
Por outras palavras os homens são os órgãos sexuais do Capital o verdadeiro sujeito automático que detém o poder global e nos usa como meio para se reproduzir
Servimos meio inconscientes ao Deus-Valor Marx nos disse há muito
A crise de 2008 é apenas o início do colapso da economia de bolhas – último suspiro do Deus-Valor?
E a economia de bolhas foi criada a partir do colapso do capitalismo industrial fordista-keynesiano
O que virá agora depois do colapso de todas as bolhas? Por enquanto o sistema apenas está as deslocando e as transmutando em mais bolhas
Talvez estejamos pertos de um colapso final (do capitalismo) Que será um baque só? Ou uma lenta decadência?
Em todo o caso enquando o sujeito automático/Capital imperar o que nos aguarda é o caos
Skynet
->”Seu nome é valor capital trabalho abastro Ele é o sujeito automático a-centrado global proliferante A ele todos (trabalhadores gerentes CEOs proprietários rentistas) estão subordinados”
é a Skynet, da série “Terminator”. não é ficção futurista. já está aqui. esta é a grande conspiração na cara de todo mundo. todos e todos trabalhando para satisfazer o desejo insaciável da besta Capital. uma monstro impessoal e difuso.
e a humanidade se reduz apenas ao sistema reprodutor do Capital. afinal, uma das características da vida não é a auto reprodução? D->D’. e agora o capital fictício se reproduz através das operações de alta freqüência no mercado financeiro.
só que este capital fictício precisa de algum apoio no concreto. mesmo que seja uma gigantesca pirâmide invertida, camadas e camadas de derivativos. como no caso da Crise de 2008. hipotecas e hipotecas, que nada mais são do que empréstimos, crédito e dívidas. CDS, CDO, swaps de todo tipo. tudo isto sustentado por algo concreto e necessário à nossa sobrevivência: uma casa.
mas uma casa não é um ativo financeiro, nem mesmo uma mercadoria. tem um valor de uso. então toda a pirâmide desaba. revelando como um sistema tão poderoso e complexo é, ao mesmo tempo, frágil e impotente frente a si mesmo.
o capital fictício é tão somente um registro digital, nos bancos de dados. uma casa é lugar onde se pode viver. como na cena final do filme “Clube da Luta”, o registro das dívidas precisam de algum hardware. sem ele, a ficção acaba. zera.
o que precisamos é de outras maneiras de viver.
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o pop não poupa ninguém
todo
o pop não poupa ninguém
todo mundo quer
o que todo mundo quer
todo mundo é massa
massas são controladas
até o último fio de desejo
não há ninguém no controle
não há rei para a guilhotina
sessões de cinema
->” massas são controladas até o último fio de desejo”
sessões de cinema
De que vale tudo isso se as coisas são assim
Arkx,
O mundo não deve ser assim. Há os que gostariam que o mundo fosse assim e que torcem para estarem do lado de quem controla o mundo. E há os que fazem um esforço danado para que sejam eles quem controla o mundo. Os que meramente torcem não conseguem coisa alguma. Os que fazem um esforço danado para que sejam eles quem controla o mundo muitas vezes alcançam seus objetivos. Agora mesmo, em muitos países eles conseguiram tirar a esquerda do poder. Não fizeram isso só soprando ou só torcendo.
O que se percebe é que a esquerda está perdida e tenta explicar tudo de modo quase místico, pois irracional. Não difere muito o seu texto ainda que mais bem arrazoado do texto de Alejandro Acosta e que foi publicado aqui no blog de Luis Nassif no post “Crise: O “irreversível” impeachment e a crise da esquerda, por Alejandro Acosta” de quinta-feira, 21/07/2016 às 10:20, e que pode ser visto no seguinte endereço:
https://jornalggn.com.br/blog/antonio-ateu/crise-o-irreversivel-impeachment-e-a-crise-da-esquerda-por-alejandro-acosta
Originalmente o texto de Alejandro Acosta fora publicado no Diário da Liberdade e saíra aqui no blog de Luis Nassif por sugestão de Antonio Ateu. É a esquerda que dá destaque a artigos como este de Alejandro Acosta, e é melhor que esses artigos apareçam à ficar escondidos. Agora é sempre bom avaliar a consistências desses artigos. Em minha avaliação é só um texto destinado a acusar o PT de abandonar a presidenta Dilma Rousseff. O interesse oculto do PT seria poder continuar via conchavos parlamentares com sua cota de mando na política brasileira. Uma acusação que não tem pé, pois se tivesse a cabeça seria capaz de propor uma alternativa para o PT obter mais do que já conseguiu no que diz respeito à distribuição de renda.
Não é por outra que Alexandre Tambelli em comentário enviado quinta-feira, 21/07/2016 às 14:57, lá para o post “Crise: O “irreversível” impeachment e a crise da esquerda, por Alejandro Acosta” questiona:
“Se Lula e Dilma fazem tudo como o Imperialismo deseja porque se precisa golpear Dilma do Poder e fazer qualquer coisa para Lula não se candidatar em 2018?”
Questionamento que aqui no seu post poderia levar a uma pergunta semelhante: “Se está tudo sob controle, por que esse esforço em retirar a presidenta Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula do controle ou da possibilidade de controle”.
O comentário de Alexandre Tambelli foi elevado a post com o título “As esquerdas radicais, o PT e o brasileiro existente, por Alexandre Tambelli” de domingo, 24/07/2016 às 17:23, aqui no blog de Luis Nassif e pode ser isto no seguinte endereço:
https://jornalggn.com.br/blog/alexandre-tambelli/as-esquerdas-radicais-o-pt-e-o-brasileiro-existente-por-alexandre-tambelli
Eu vejo esses rompantes de acusações como o de Alejandro Acosta ou as análises alegóricas, ainda que bem expostas, de conteúdo um tanto mítico como o seu, como fruto de uma situação de certo desesperança com a vitória do inimigo. A desilusão é maior porque se acreditou que a esquerda atingira o poder porque era majoritária e que, portanto, deveria ficar mais tempo no poder. É preciso ver que no Brasil a esquerda alcançou o poder não tendo nem mesmo um terço da representação. O esforço para eleger Lula foi muito maior do pode supor a nossa filosofia.
Essa confusão geral que a esquerda atravessa e se expressa na maioria das análises que ela faz é fruto de se ter um desiderato de sociedade, de funcionamento da democracia, de funcionamento do sistema econômico que não batem com a realidade. E alcança a todos. Veja que um moderado como Rui Daher questiona a esquerda com bons e consistentes textos de filósofos e economistas de esquerda como se pode ver no post “Por que a esquerda é incapaz de propor alternativas? Por Rui Daher” de sábado, 23/07/2016 às 14:43, aqui no blog de Luis Nassif e que se encontra no seguinte endereço:
https://jornalggn.com.br/blog/rui-daher/por-que-a-esquerda-e-incapaz-de-propor-alternativas-por-rui-daher
No post “Por que a esquerda é incapaz de propor alternativas? Por Rui Daher”, a acusação da incapacidade de a esquerda apresentar soluções é compartilhada por Rui Daher, por Dani Rodrik, lembrado pelo artigo dele “A abdicação da esquerda” e pelo filósofo esloveno Slavoj Žižek, lembrado por entrevista na Carta Capital intitulada “Ainda não há uma alternativa positiva de esquerda” concedida a Miguel Martins e publicada segunda-feira, 11/07/2016. Todos eles, por mais inteligentes e cultos que são, parecem desconhecer a realidade de a esquerda ser minoria.
Essa incompreensão da esquerda para a realidade que a rodeia chega as raias do paroxismo que deixa qualquer um estupefato. Assim passa a ser lugar comum lê-se um analista de esquerda, exímio conhecedor de Maquiavel, como é o caso de Aldo Fornazieri, abordar em um artigo o que ele chama de capitulação do PT e na semana seguinte propor o voto na reeleição de Fernando Haddad. O artigo de Aldo Fornazieri “A capitulação do PT” deu ensejo ao post “A capitulação do PT, por Aldo Fornazieri” de segunda-feira, 18/07/2016 às 07:22, aqui no blog de Luis Nassif e que pode ser visto no seguinte endereço:
https://jornalggn.com.br/noticia/a-capitulacao-do-pt-por-aldo-fornazieri
E a declaração de voto de Aldo Fornazieri para Fernando Haddad apareceu em forma de post aqui no blog de Luis Nassif com o título “Por que reeleger Haddad, por Aldo Fornazieri” de segunda-feira, 25/07/2016 às 07:22 pode ser visto no seguinte endereço:
https://jornalggn.com.br/noticia/por-que-reeleger-haddad-por-aldo-fornazieri
Deixo também o link para o post “A abdicação da esquerda, por Dani Rodrik” de domingo, 24/07/2016 às 11:46, e que apareceu aqui no blog de Luis Nassif por sugestão de Ricardo Cavalcanti-Schiel, podendo ser visto no seguinte endereço:
https://jornalggn.com.br/blog/ricardo-cavalcanti-schiel/a-abdicacao-da-esquerda-por-dani-rodrik
E por fim faço duas observações complementares a este seu post “Bem vindos à grande desintegração, por Arkx” de sexta-feira, 25/07/2016 às 16:58. Aliás são três a se considerar a primeira, já abordada e que consistiu na minha descrença de que o capitalismo esteja nos seus estertores. Penso que se o Brasil conseguir engatar uma boa marcha de crescimento econômico, nós deveremos ter uns quarenta anos de capitalismo para o país alcançar nível de primeiro mundo. E há países piores do que o Brasil.
As duas outras observações são as seguintes. Primeiro lembro que o terceiro gráfico de cima para baixo mostrado no corpo do seu post expressa a dívida pública americana. A destacar que do final da segunda Guerra Mundial o débito público americano alcançou cerca de 120% e de lá veio caindo até que no final da década de 70 a dívida pública representava menos de 30% do PIB americano. Aliás, aqui cabe lembrar que quem destruiu a dívida pública americana em relação ao PIB foi a inflação, ligeiramente maior que o juro cobrado no período.
E o segundo acréscimo diz respeito ao chamado “Privilégio Exorbitante”. Talvez o artigo mais esclarecedor sobre o assunto seja o de autoria de Michael Pettis intitulado “O privilégio americano” e que foi publicado no Valor Econômico de quinta-feira, 15/09/2011, e que pode ser visto no site de Luiz Carlos Bresser Pereira no seguinte endereço:
http://www.bresserpereira.org.br/terceiros/2011/11.09.O_Privil%C3%A9gio_exorbitante_dos_EUA.pdf
Para Michel Pettis o privilégio não tanto assim um privilégio e faz menos ainda sentido considera-lo exorbitante. Segundo Michael Pettis foi Valéry Giscard d’Estaing quem em 1965 teve a primazia de considerar como um privilégio exorbitante concedido aos Estados Unidos o domínio do dólar americano como moeda global de reserva.
Clever Mendes de Oliveira
BH, 25/07/2016
de que vale tudo isto?
->“Se Lula e Dilma fazem tudo como o Imperialismo deseja porque se precisa golpear Dilma do Poder e fazer qualquer coisa para Lula não se candidatar em 2018?”
já escrevi repetidas vezes sobre o motivo: porque o lulismo se mostrou incapaz de fazer o “ajuste” na profundidade, abrangência e rapidez exigida pelo Capital.
não é apenas uma conjuntura nacional. vide a França em chamas, com o uso do “terrorismo” para dissimular o terror verdadeiro imposto pelo capitalismo. faz parte da crise crônica global do capitalismo. daí a pura, simples e brutal usurpação do patrimônio público. extinção em massa dos direitos e da renda dos trabalhadores, mais e mais precarizados. e quanto mais precarizados forem, menor a demanda. quanto menos a produção exija o trabalho (máquinas não trabalham), diminui a mais valia e decresce a taxa de lucro. crise! superprodução sem realização de valor: crise! bolhas de crédito: crise! financeirização irrestrita: crise!
não sabemos se estamos nos estertores do capitalismo. mas podemos ter toda a certeza que atingimos um fim de ciclo. a esquizofrênica lógica interna do capitalismo o trouxe para seus limites. sobre isto, um excelente comentário em:
https://jornalggn.com.br/comment/903823#comment-903823
mas qual o valor de tudo isto, se não passarmos à ação?
p.s.:
“É golpe paulista e vinga o golpe de 30 e recupera o golpe de 32”
desta vez concordo 101% contigo. mas a Opus Dei paulistana se considera a raça ariana num país de “baianos”… o governo usurpador Temer é a cara da paulicéia desvairada: o pato plagiado da FIESP com seu presidente rentista e sem indústria, banqueiros e associados viciados na Selic, operadores da teologia da prosperidade, embaixadores no Brasil da USA Incorporation…
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Descentralização.
Ainda creio que, nesse momento, o melhor a fazer é desencanar da esperança de que surja alguém ou algo (“algos” são sempre contruções de “alguéns”, não?) que imponha-se sobre o poder do capitalismo “matando-o” de vez e dando novas diretrizes para que todos tenhamos vida mais próspera, e caminharmos no sentido de descentralizar. Os monstros só crescem porque os alimentamos. A morte de grandes líderes se dá quando os liderados decidem caminhar por si mesmos, quando os que se punham de liderados, admiradores do grande líder, passam a desprezá-lo.
Pode parecer inviável, o tal do grande líder não está senão em nós, que aceitamos a liderança e eventualmente alimentamos esperança de tornarmo-nos nós mesmo um grande líder. Mesmo que seja um líder num pequeno grupo. Mas se parar de fumar, por exemplo, já é difícil, imagina mudar completamente o jeito de pensar nesse ponto.
Não haverá, a meu ver, nenhuma grande orientação das “esquerdas” e menos ainda das “direitas”. Como diz Roberto Freire em “Viva eu, viva tu, viva o rabo do tatu”, “cada um que se antene enquanto há tempo”. E sempre na direção da descentralização solidária. Aí o monstro morre.
Em tempo: o discurso de que a “esquerda” não oferece solução só faz alimentar o monstro da “direita”, leva a sentimentos do tipo “não tem o bom, vamos ficando com o ruim mesmo”.
a alternativa é pela Esquerda
->”Em tempo: o discurso de que a “esquerda” não oferece solução só faz alimentar o monstro da “direita”, leva a sentimentos do tipo “não tem o bom, vamos ficando com o ruim mesmo”.”
até mesmo porque, quem não tem o que oferecer é a Direita! tanto no mundo quanto no Brasil! o que o capitalismo globalizado tem a oferecer diante das desigualdades absurdas e crescentes? ainda mais exclusão e miséria! o que tem a oferecer diante da crise ambiental, da crise dos refugiados? nada, a não ser mais do mesmo. o que o usurpador Temer tem a oferecer para promover o desenvolvimento e a inclusão social? nada, apenas medidas que aprofundam a crise.
é a Esquerda quem tem o que oferecer, mas desde que não tenha medo de dizer a que veio! auditoria da dívida pública! uma Lava Jato não seletiva! auditoria da privataria tucana! juros reais negativos!
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Não sei se sairá legível. Eis
Não sei se sairá legível. Eis o texto (sic):
Quando compras en un pequeño comercio no estás ayudando a que un CEO se compre su tercer apatamento en la playa. Ayudas a una niña a pagar sus clases de baile, a un niño a comprar su camiseta de fútbol y a papá y mamá a traer comida a la mesa. Compra local.
Enfim, Arkx… esse negócio
Enfim, Arkx… esse negócio de tentar encaixar uma realidade numa palavra, ainda mais em se tratando de termos controversos como “esquerda” (por isso procuro grafar tanto “esquerda” quanto “direita” entre aspas) não sei se funciona. O que é esquerda em política? Ditadura do proletariado imposta por uma revolução que, entre outras providências, prenda ou execute todo burguês, todo dono de meio de produção? Pode-se dizer que sociedades que mantém saúde e educação públicos, gratuitos e de alta qualidade são sociedades de esquerda? O PT é esquerda? Se a Lava Jato não fosse seletiva seria de esquerda? Quem é que está autorizado a dizer a que veio a esquerda?
Do meu humilde, desimportante, diletante e impreciso ponto de vista, para que tenhamos uma sociedade mais justa é necessário que desmontemos idolatrias e idealizações, tanto sobre “direita” quanto sobre “esquerda”, e que assumamos responsabilidade social. Que, na medida do possível, abandonemos a ideia de que o grande é melhor que o pequeno.
Creio que esperar que algum grande messias venha nos dizer o que fazer é abrir fissuras morais em algo que nos é inalienável: responsabilidade pessoal e social. Somos seres gregários e nossa manutenção depende do nosso grupo. Não tivéssemos aprendido a trocar, compartilhar (e para isso foi necessário aprendermos a simbolizar), nem Humanidade haveria. Ser gregário, entretanto, não significa que tenhamos que eleger líderes e ídolos. A experiência já nos mostrou que é possível compartilhar responsabilidade sobre o grupo. Corresponsabilidade.
Será que organizações autogeridas são de “esquerda”?
Não sei – e nem se soubesse diria – como aplicar a ideia de descentralização na prática de todas as pessoas. Creio mesmo que qualquer tentativa nesse sentido atentaria contra a própria ideia. Mas não vejo como combater a centralização neoliberal, que tanto mal faz à sociedade, exceto desprezando-a e encontrando, pontualmente, soluções orientadas pela descentralização. Como disse Millôr Fernandes, “o cara que inventou o alfabeto era analfabeto”.
E afinal esse negócio de querer organizar o mundo e ainda por cima prá ontem é imediatismo relacionado ao impulso… consumo por impulso, descontrolado, irracional, capitalista e neoliberal. Assim a ideia de descentralizar, responsabilizar-se por si e pelo grupo (ou ainda, pelo menos de prestar atenção naquilo que se está fazendo e quem é que está ganhando com isso) pode não ser a solução para o mundo. mas que dá um alívio na consciência, isso garanto que dá.
Que vc acha?
Esquerda, Direita
->”Em tempo: o discurso de que a “esquerda” não oferece solução só faz alimentar o monstro da “direita”, leva a sentimentos do tipo “não tem o bom, vamos ficando com o ruim mesmo”.”
->” Que vc acha?”
por mais desgastados que estejam os ternos Esquerda e Direita, sempre definem com bastante precisão a divisão social e política em nosso mundo. note como o que está desgastado não é a definição destes termos. e sim a prática dos grupos que se dizem de Esquerda mas tem uma atuação, social e pessoal, de Direita!
em momentos de acirramento dos conflitos sociais, nos quais as posições dos diversos setores se explicitam, como agora no Brasil, fica bastante clara a distinção entre Esquerda e Direita. podemos traçar uma clara linha divisória: à Direita estão todos os que apóiam o golpe, ficando à Esquerda os que resistem a ele.
só que nenhum dos dois lados é homogêneo. ao contrário do que diz a lenda, a Direita não é unida. se o fosse, Marcelo Odebrecht não estaria preso e condenado. o Almte. Othon não estaria preso e com pedido de condenação.
se a divisão macro entre Direita e Esquerda é nítida, dentro do que ficou à Esquerda, outras divisões do mesmo tipo podem ser feitas. a Esquerda é dividida, e também ao contrário do que diz a lenda, é salutar que o seja. as totalizações é que são nocivas! o problema da Esquerda não está numa profusão de grupúsculos, e sim na incapacidade de unidade na prática! formar frentes conforme objetivos táticos comuns.
e isto converge para a “descentralização”. organizar-se não é formar associações hierárquicas. e esta é uma das piores maldições da prática à Esquerda. é preciso reconhecer como na própria vida cotidiana se forjam organizações, tecidas por laços afetivos, muito mais férteis e poderosas politicamente do que sindicatos, partidos e mesmo o próprio Estado.
é que eu acho. espero ter conseguido me comunicar. abraços.
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Pré pré-sal
Primeiro, eu disse aqui que deveríamos ter escondido o pré-sal. Depois, eu disse que o melhor é entregar tudo logo: não quero bombas pairando nas nossas cabeças. É a teoria do “venha apenas a miséria, sem o terror”.
tocando o terror
->”É a teoria do “venha apenas a miséria, sem o terror”.
enquanto se faz o marketing de um terrorismo Made by CIA e Mossad, como em Nice e em Munique, já estão tocando o terror aqui há muito tempo. antes nas favelas, no genocídio contra o povo negro. e agora, graças a Lei Anti Terrorismo de Dilma, cada um de nós se tornou potencialmente suspeito.