Bolsonaro é a revanche do homem comum, por Luis Nassif

Quando Bolsonaro mostra saídas simples (e falsas) para os problemas nacionais, todos os ignorantes se sentem contemplados: não falei? É isso o que penso?

Isac Nóbrega/PR

A grande questão: existe bolsonarismo sem Bolsonaro?

O bolsonarismo é um agregado de grupos fundamentalistas, de evangélicos fundamentalistas, ultradireita terraplanista, lavajatistas, milícias do Rio de Janeiro, milícias digitais, uma massa disforme juntada apenas pelo cimento do antiesquerdismo e do antipetismo.

Está infiltrado nos Ministérios Públicos, na administração pública, nas polícias e na base das
Forças Armadas, no meio empresarial, no Judiciário, especialmente entre juízes criminais, mas provavelmente não de forma orgânica.

Tem pontos em comum, que caracterizam como movimento:

– Crença de que não apenas o PT é comunista-revolucionário, como qualquer pauta identitária ou qualquer laivo de modernidade nos costumes.
– Crença em todas as fake news disseminadas, do Foro de São Paulo ao comunismo do
Papa.
– Desconfiança absoluta nas instituições, especialmente no Supremo Tribunal Federal e
na mídia. Anos atrás, bem antes da campanha do impeachment, quando o jornalismo
de esgoto estava a pleno vapor, ouvi, em uma mesa de juizes estaduais de São Paulo,
que Veja e Jornal Nacional eram dominados pelos comunistas.

Bolsonaro foi a expressão máxima desse estado de espírito, não por qualidade intrínsecas a Estadistas, mas pelo fato de representar a barbárie em estado puro.

A história do mito foi aceita sim. Bem antes da facada, tive a oportunidade de estar em alguns locais do interior que receberam ou receberiam sua visita. E o clima era de entusiasmo próximo ao paroxismo.

Lula era visto como o pai dos pobres. Bolsonaro é a própria personificação da estupidez do
homem comum. Essa identificação direta de Bolsonaro com estúpidos de todas as classes
sociais produz fenômenos de solidariedade inéditos. Quando seu despreparo é destacado, o
bolsonaristas comum se sente pessoalmente atingido. Quando um ignorante bolsonarista é
desqualificado por um especialista, todos os ignorantes bolsonaristas se sentem atingidos, o ignorante empresário, o ignorante motorista de táxi, o ignorante classe média do interior. A ignorância gera o complexo de inferioridade mais universal que existe, porque pega todo tipo de pessoa, independentemente de sua classe social.

Quando Bolsonaro mostra saídas simples (e falsas) para os problemas nacionais, todos os
ignorantes se sentem contemplados: não falei? É isso o que penso.

Esse simplismo mistificador é praticado, revestido do manto diáfano da fantasia, pelos
procuradores da Lava Jato, por Sérgio Moro, pelo Ministro Luis Roberto Barroso, e por uma
legião de oportunistas que valem-se do desmonte das instituições para lançar fórmulas
salvadoras.

Aqui em Montreal, conheci pesquisadores de porte investigando o fenômeno do “regressismo” no mundo e, particularmente, no Brasil. Não será difícil mostrar as relações de causa e efeito entre o “novo iluminismo” pregado por Barroso, e o seu resultado final, o “regressismo” atual no Brasil.

Por todos esses fatores, minha opinião é que o bolsonarismo não sobrevive sem Bolsonaro.
Quem seria o substituto? Dória, o almofadinha, cuja representação pública da violência são os chiliques e o menosprezo a tudo o que não seja Avenida Faria Lima? Wilson Witzel, que só conseguirá atrair sociopatas com seu o discurso da morte e da violência?

A única liderança capaz de substituir Jair Bolsonaro é Eduardo Bolsonaro. Mas Bolsonaro sem presidência será apenas uma milícia no Rio, com órfãos pelo Brasil.

Luis Nassif

39 Comentários

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  1. Nassif,

    Necessito que você me esclareça o que quer dizer com “base das Forças Armadas”. Se estiver fazendo referência aos Praças e Oficiais de baixa patente, num sentido restritivo, quero, novamente, registrar minha surpresa. Sendo essa a base, ela estaria representada pelos vários oficiais generais que fazem parte do governo?
    Assim, penso que você está sendo otimista em relação à cúpula. Já escrevi outra vez que foram eles a franquear as portas dos quartéis ao, hoje, PR.
    Além disso, historicamente, as FFAA têm funcionado como ambiente embrionário de enfraquecimentos de governos democráticos, não somente em terras brasileiras, mas em toda a América, onde se ousar eleger um governo que não exerça a vassalagem aos “irmãos” do Norte. E em nenhum momento nos quais os golpes de estado foram perpetrados deveu-se o sucesso à base, entendida como as classes subalternas. Assim foi e é no Brasil.
    Portanto, ao resolvermos debater um modelo democrático não o faremos sem estabelecer limites aos quartéis, aos generais que sonham a grandeza de um Napoleão; a democracia impõe limites ou nunca terá plenitude.

    1. No documentário sobre a revista Rolling Stone, um general em longa entrevista desancou Obama, que o destituiu do alto comando no Afeganistão….Obama só faze-lo justificou “a base da democracia americana é a SUBMISSÃO do poder militar só poder civil”, logo milico por lá é posto em seu lugar….quer ser político, que saia da caserna e se candidate……
      Só discordo dessa “estupidez do homem comum”, o coiso personifica a estupidez das pessoas estúpidas … simplesmente.

  2. Bozo é o cavalo selado que souberam aproveitar.
    Quais os interesses favorecidos?
    Se Bozo não completar a corrida, que cavalos irão montar?
    Mais análise geopolítica e menos personalismos.

  3. O artigo define “bolsonarismo como “…um agregado de grupos fundamentalistas, de evangélicos fundamentalistas, ultradireita terraplanista, lavajatistas, milícias do Rio de Janeiro, milícias digitais, uma massa disforme juntada apenas pelo cimento do antiesquerdismo e do antipetismo.”
    Mas é um aglomerado cada vez mais esfarelado:
    https://www.jb.com.br/cadernob/redes_sociais/2019/11/1020337-audio-com-silas-malafaia-falando-mal-de-bolsonaro-domina-a-internet.html

  4. “Bolsonaro é a própria personalização da estupidez do homem comum. Essa identificação direta de Bolsonaro com estúpidos de todas as classes sociais produz fenômenos de solidariedade inéditos”
    É isso mesmo. Nassif tocou no ponto central. Observo isso diariamente. Quanto o Bolso é criticado, a pessoa se sente pessoalmente ofendida. É um culto à estupidez, mas coletivo. Será estudado nos departamentos de psicologia e sociologia. E por tudo isso, não será fácil derrubá-lo.

  5. Bolsonaro é a afirmação persistente da negação. Ele cresceu se apresentando como anti-petista, anti-comunista, anti-gayzista. A força do hábito o transformou num destruidor. Ele é incapaz de construir qualquer coisa. Todos aqueles que depositaram nele suas esperanças serão frustrados. Não ficará pedra sobre pedra. O Brasil será demolido por esta besta-fera vaidosa, gananciosa, invejosa, malvada e insaciavel. É necessário minimizar o estrago abreviando o mandato dele.

  6. Bolsonaro é a classe dominante brasileira sem máscaras: de cara lavada, nua e crua.

    o homem comum se identifica com as idéias e os valores desta classe dominante sem qualidade e ordinária, pois julga ser pela via da emulação o acesso à ascensão social: penso igual, logo também serei um entre eles.

    como se fosse possível mudar de classe sem constituir Capital próprio, apenas bajulando o capital alheio…

    então chegamos ao ponto crucial:

    – levando em conta o esmero profissional com que foi executado o assassinato de Marielle e Anderson, dois tipos de munição e dois atiradores, preservação incólume da assessora, rapidez e precisão dos disparos, ponto de abordagem, domínio das câmeras de trânsito, placas clonadas, etc;

    – levando também em conta o histórico do clã Bolsonaro, desde o tempo do atentado “Beco sem Saída” (não levado a cabo) indicando serem eles incapazes de planejar e executar, via milícia, uma operação deste tipo:

    quem de fato matou?

    quem tem expertise em executar este tipo de operação?

    p.s.: compare-se o episódio da esFakeada de Juiz de Fora, no qual há inequívoca assinatura do clã e de sua milícia, com a execução de Marielle e Anderson.

    p.s.2: quem derrubou os aviões de Teori e Eduardo Campos? até hoje sem resposta.
    .

    1. arkx, quem derrubou os aviões eu diria se soubesse, humildemente confesso minha ignorância. Mas muito me surpreende você não saber quem matou Marielle e Anderson ! Como você pergunta, eu respondo, foi o Lula. Não fez isso sozinho, não, teve ajuda do Lulinha. Motivo ? Típico homem comum !

  7. Prezado Nassif.

    Nem diria o homem comum, há pessoas inteligentes e capazes de compreender problemas complexos com muitas variáveis; como são os problemas brasileiros.
    É pior, é a expressão do senso comum, construído em anos de mentiras, manipulações e ódio; jogados 24 horas por dia na orelha de todo mundo.
    A fabricação deste consenso (manipulado e esculpido por uma mídia porca, que aproveitou o baixo interesse em leitura – apesar do discurso único da mídia, há publicações estrangeiras de qualidade) gerou essa criatura repulsiva e os terrAaplabistas que infestam o governo – vc deve ver com outros olhos a qualidade do Itamaraty, porque um tipo como o ministro das relações exteriores é funcionário de carreira do órgão.
    Como levaram anos para desnazificar a Alemanha, vamos levar séculos para desolavizar a sociedade de idéias estúpidas e imbecis

  8. O PT, PT, PT teve uma perda líquida de sete milhoes de votos entte 2014 e 2018, que foi a diferença entre os cinquenta e quatro de Dilma e os quarenta e sete do Haddad. Os outros cinquenta milhoes de eleitores do boçalnaro sempre votaram em Collor, FH, Serra, Alckmin, Aecio…”O que tivesse” contra o Lula o Partido dos Trabalhadores.

    Portanto, o boçalnarismo tem um longo futuro, assim como tem um grande passado.

  9. O bolsonarismo é fato antigo, bem antes de se tornar viável a candidatura do “mito”, bem antes da mesa de juízes considerar Veja e Globo comunistas. É um estado de espírito doentio que existe desde antes do próprio Bolsonaro, ele é só a sua expressão. A Matemática existia antes dos matemáticos, apenas não era conhecida. Tal qual a Filosofia, a Arte Culinária, o jogo-do-bicho, seus próceres deram vida real a algo que sempre existiu sem ser notado. Com todos os senões da eleição, fake-news, alto percentual de nulos e ausentes, ausência de Lula, quem elegeu Bolsonaro foi o bolsonarismo pré-existente que encontrou nele o representante de suas aspirações. O nome, bolsonarismo, é por ter sido Bolsonaro o eleito para o cargo máximo, mas poderia ser chamado de dorianismo, witzelnismo, ou algum outro ismo palatável ao contemplado com o estado de espírito, aquele que quer armas, exclusão, deus acima de tudo, combate a corrupção. Pensado assim, após a leitura desse brilhante post do Nassif, só não concordo com a assertiva final, bolsonarismo tem vida própria, não necessida de Bolsonaro para sobreviver. Espero que ele possa ser circunscrito, tal qual o nazismo em diversos países.

  10. O problema é : acadêmia , liberais e esquerda democrática não se entendem e não conseguem falar com o povo, preferem brigar entre si.
    A corrupção foi um problema , queieam ou não , pois tirou a agenda do governo e a levou para poucas empresas “eleitas” , o foco ficou no cimento e não nas pessoas.
    A violência nas grandes cidades pesou , e a “solução” do embate pesou mais que a social , mesmo que a proposta seja parte do problema mas convenceu melhor a população.
    Deu no que deu.

  11. Bolsonaro representa algo ainda pior: o triunfo da classe média. Classe média que, em todo e qualquer lugar e época é, fundamentalmente, fascista….
    Falo isso com total autoridade. Resido numa cidade onde o grosso da população é classe média. Essa gente não tem nenhum problema com o racismo, preconceito e obtusidade do Bolsonaro…
    Antes pelo contrário, para esse povo (ignorante, analfabeto e tudo de pior que alguém puder pensar) só existe um ideal de vida: campo de extermínio para pretos e pobres.
    Se apresentar como novidade a ideia encarnada em Auschwitz-Birkenau esse povo vai adotar com um entusiasmo poucas vezes visto no Brasil…
    Se eu apresentar uma proposta

  12. Há tempos, bastante por sinal, assisti a um desenho da Disney, onde o Pateta, um pacato cidadão, se transformava radicalmente quando entrava em um carro.
    Se me permite, diria que a eleição do Jair fez com que os ódios mais profundos, os sentimentos mais mesquinhos viessem à tona e pior, encontrassem ressonancia . E pior, em todas as classes.

  13. É antes de mais uma tentativa de destruir as conquistas dos trabalhadores do campo e da cidade, e principalmente a representatividade dos trabalhadores no governo federal representada pelo PT na Presidẽncia da República.

    Contraditoriamente possibilitada pela ascensão econômica da classe média nos governos do PT, resultante da maior distribuição de renda e fortalecimento do mercado interno.

    Somente quando aflorarem novamente as contradições do capitalismo, gerando suas crises cíclicas, revelando que o governo fascista não representa o interesse da classe média, e sim o interesse dos grande capital, é que a classe média se livrará da propaganda fascista e juntará aos trabalhadores mais pobres.

    No momento ainda desfruta dos benefícios econômicos obtidos durante os governos do PT, e prioriza os valores, a moral e religião burguesa.

    Uma crise econômica internacional, ou erros seguidos da politicamente econômica, despertarão não só a classe média, mas principalmente os trabalhadores do campo e da cidade, para um novo conflito social.

    No momento, tudo indica ser uma questão de meses, para o início de uma explosão social no Brasil, que por questão temporal, terá grande influência dos movimentos do Equador, Chile, Argentina e Bolívia.

  14. Texto de extrema arrogância, senhor Nassif, mas que serve para auto-desmascará-lo, pois mostra o que você realmente pensa e sente em relação às pessoas que não são grandes intelectuais, que é o mais puro desprezo. Quando lula na presidência valorizava o homem comum, do povo, por meio de costumes e comportamentos informais e espontâneos, uma espécie de quebra de protocolo como símbolo de antiestablishment, aí era legal, era popular e síntese de um bom e nobre homem do povo que entendia as massas porque também era massa.Agora com o Bolsonaro, num passe de mágica, a mesma lógica referente à personalidade e comportamento do líder é invertida e se transforma em fascismo e culto à ignorância. Nada mais fácil do que enxergar as estridentes contradições e hipocrisias da esquerda pseudoprogressista.

  15. “…Bolsonaro é a revanche do homem comum,…” Todo Homem não é comum? Ou alguns são mais comuns que outros? Homem Comum não seria a mesma definição de Cidadão Brasileiro? Não Somos cerca de 210.000.000 de Homens Comuns? Não precisa ser Homem Comum para ler seus artigos? ‘Comprar’ seu Veículo e suas Informações? Votar? Grande parte deste Homem Comum que quer se sentir vingado, não tentou fazê-lo votando em Lula? Ou em FHC? A sua ignorância não era a mesma? E a sua inteligência também? Assassinatos como em nenhum outro lugar da Terra. Nem na miserável Bolívia. No trágico Haiti. Na inadmissível África? Pobreza não é a desculpa. Nem o ‘pobre’ é o culpado. Somente a vitima, inclusive da doutrinação e da hipocrisia. E a promessa de empregos? Culpa do Homem Comum? E a promessa de Industrialização? Culpa do Homem Comum? E a promessa de Segurança? Culpa do Homem Comum? E a promessa de Escolas e Creches? Culpa do Homem Comum? E a promessa de Saúde? Culpa do Homem Comum? E a promessa de Representatividade e Democracia? Culpa do Homem Comum? E não ter aceso a 4 bilhões de reais de Fundo Partidário, tendo que viver com salário mínimo? Culpa do Homem Comum? 40 anos depois disto, fica fácil acreditar na revanche prometida. abs.

  16. O problema, Nassif, é que eliminado Bolsonaro sobram os milhões de sujeitos que com ele se identificam em um ou vários valores.
    Antes das eleições, Bolsonaro já tinha demonstrado que era um ignorante, valentão e mentiroso. Depois ficamos sabendo que é também corrupto e miliciano.
    Orgulha-se por ter como herói um torturador, apresenta-se como um cristão propagador de ódio e defende a morte em variadas circunstâncias: “tem que matar pelo menos uns 30 mil, a começar pelo FHC”; “vamos metralhar a petralhada”; “a petralhada vai tudo pra ponta da praia”…
    Não é só Bolsonaro que pensa assim. Seu vice, Mourão, tem a mesma ideologia…
    A solução civilizatória para o Brasil vai dar mais trabalho do que a reconstrução de Hiroshima.

  17. O Brasil e em especial suas elites, são retardatários até em produzir seus espirais de atrasos.
    O jornalista americano Chris Hedges, ganhador do Politzer e que por estas paragens ganhou mais fama por ter sido preso ao participar do movimento Occuppy Wall Street, protestando em frente à sede da Goldman Sachs, traz em um de seus livros principais o título: Empire of Illusion: The End of Literacy and the Triumph of Spectacle. Hedges fala da decadência moral da sociedade estadunidense, onde principalmente a ganância vai cada vez mais se traduzindo em algo amorfo e fragmentado que acaba por tornar as pessoas como descartáveis para o sistema e para quem se serve deste esquema. É o socialismo dos ricos, onde usam de estratagemas viciosos para fazer seus negócios e quando as coisas não vão bem, o estado, através do dinheiro público o socorre. Isto vem aumentando em nível e certamente na próxima crise quando estes precisarem de socorro, num mundo onde a tal globalização só lhes serviu e foi a ilusão das falsas promessas de enriquecimento da sociedade, certamente haverá conturbações não só em Wall Street.

    A Patologia dos Super-Ricos (Chris Hedges)
    https://www.youtube.com/watch?v=IHWHpJBuba0

    Milênio Chris Hedges critica o telejornalismo dos EUA
    https://www.youtube.com/watch?v=kWqkY97dU94

    https://www.democracynow.org/2009/12/18/chris_hedges

    Chris Hedges – American Empire In Decline
    https://www.youtube.com/watch?v=AMAO4HQlbCM

  18. Então, podemos dizer também que o bolsonarismo surgiu de uma invenção dos telejornais que foi bombada e alicerçada pelas estruturas clandestinas da polícia, do ministério público, do judiciário, das igrejas pentecostais e das forças armadas e paralelas, espalhadas pelas redes sociais

    Quem melhor antecipou o bolsonarismo foi Monteiro Lobato em:
    “quem mal lê, mal fala, mal ouve e mal vê”

    Já eu digo apenas que ser bolsonarista é perder o coração; é apequenar-se em dignidade e agigantar-se em ignorância e maldade

  19. Prezado Nassif,
    Concordo com as linhas gerais do seu artigo. Entretanto, discordo frontalmente quando vc tenta associar o homem do interior à estupidez bolsonarista. Não se esqueça que Bolsonaro obteve a sua grande vantagem eleitoral nas metrópoles e demais grandes cidades do sul/sudeste e não no interior. Ganhou também no Norte e Centro Oeste. Perdeu por todo o nordeste e interior de Minas. No Vale do Mucuri, por exemplo, só ganhou apertado em duas cidades, justamente as maiores. Nas restantes perdeu feio.
    Então, democratizemos a beocididade. A cretinice brasileira não é exclusividade de cor, raça, credo, classe social ou domicilio. Atinge todas as camadas da nossa sociedade indistintamente.

  20. Bom dia e belo artigo.
    Este artigo vem me fazer lembrar da obra do filosofo argentino Jose ingenieros, onde ele afirma que a 3 categorias de homens.
    Os superiores que tem um ideal e vivem por ele.
    Os inferiores que não tem nenhum ideal.
    E no meio a grande maioria que ele classifica e dá título a sua obra ” O homem mediocre”.
    Recomendo a todos a leitura deste para entendimento do que acontece atualmente.
    Encontra-se uma edição em espanhol gratuita no dominio publico através do link: http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/PesquisaObraForm.do?select_action=&co_autor=19831

  21. “…uma massa disforme juntada apenas pelo cimento do antiesquerdismo e do antipetismo.”

    Vamos a um exemplo disso, recolhido naquele monitoramento que faço junto a esse meio. Perfil: mais de 60, formação superior em conceituada universidade, interior de SP, aplaude a agressão ao Glenn, etc:

    Publica no Facebook que é muita coincidência o navio do Greenpeace estar na costa brasileira na época do surgimento do óleo nas praias. Dali umas duas horas, um amigo questiona quais seriam os interesses, os
    motivos que o Greenpeace teria em fazer tamanha barbaridade. O cara responde em apenas 4 palavras:
    – Eles são de esquerda.

    O Brasil é um país inviável.

  22. Interessante a evocação do homem simples. Ordinário e medíocre, como seria descrito no século passado. Descrição esta que gerava desconforto já que não conseguia compreender a ideia de ser alguém que “você ame e entenda”. A incompreensão torna o simples em perverso: alguém que não se pode amar porque não se entende. O homem comum, gosta de ter bens para seu conforto e porque não, exibi-los como demonstração de mérito ao esforço. Gosta da segurança das conversas amenas e da sensação de proteção por uma vaga “entidade superior” a quem recorre quando em apuros. Quer a proteção da sua família e, se sentir simpatia, a dos vizinhos, colegas e até os mais desfavorecidos, mas sobretudo, a proteção das suas posses reais e imaginárias. Anseia por justiça ainda que confunda com justiçamento. Vaidoso, gosta de pensar que é esperto, pois esperteza é melhor que o conhecimento, afinal o primeiro deriva da habilidade e o segundo do esforço. Contrariado nas suas expectativas, torna-se brutal, desconfiado e sai em busca dos seus iguais como segurança contra os que os ameaçam de modo real ou imaginário. Este tipo de pessoa pulula mundo afora. Sua unanimidade é burra, mas é forte. Mas aqui entre nós, este é o retrato ou um autorretrato?

    1. Duro é conviver no meio dessa “simplicidade” quando qualquer esboço de discordância desperta o cão feroz que guarda a ignorância desse tão bem descrito “homem comum”.
      Estar em família com essa “gente simples e comum” é como morder um bombom com recheio de pedra.

  23. Concordo plenamente com o jao, olha nassif, o generalato brasileiro adora andar de rabinhos entre as pernas e cheirar o fundilho das calças dos yankees…viralatismo em estado puro

  24. Discordo parcialmente, Nassif. Vejo o bolsonarismo não como a manifestação preconceituosa da pessoa comum. Vejo como a manifestação do sujeito abaixo do comum, que despreza a cultura que não seja a dele, a justiça que não seja a dele, e por aí vai. Isso explica, pelo menos em parte, porque qualquer exposição que tenha o corpo humano nu é rechaçada. O corpo nu é fonte de prazer sexual e só. São pessoas hiperssexualizadas, como nosso presidente. Esse tipo de pessoa aprendeu a dar vazão a sua personalidade e não será a ausência do bolsonaro que irá frea-la. Outros nomes serão catalisadores dessa fúria ao que não é ele. Eduardo Bolsonaro, Silas Malafaia, e outros da mesma estirpe podem, se bem trabalhados, assumir o controle dessa massa.

  25. Faltou incluir o eleitor comum que não está incluso na relação abaixo.
    O bolsonarismo é um agregado de grupos fundamentalistas, de evangélicos fundamentalistas, ultradireita terraplanista, lavajatistas, milícias do Rio de Janeiro, milícias digitais, uma massa disforme juntada apenas pelo cimento do antiesquerdismo e do antipetismo.

  26. Quem seria homem comum e quem seria outro tipo de homem?..Não falei? Muitos comuns disse e antecipou o que aconteceria com a miséria de autoridade da DILMA, e a indulgencia flácida do PT diante do perigo eminente que destroçou o Brasil e a classe trabalhadora, não se trata de algum homem comum é que tudo ficou comum diante da ignorância e da bandidagem, o que os militares fizeram foi aproveitar que a sociedade civil fragmentou pelo poder diante da esperteza maluca e imparcialidade das instituições da justiça, poder para manter privilégios.

  27. O que estar faltando em nossos governantes é amor ao próximo, vergonha na cara , e governar em pro da nação , ao invés de governar aos seus próprios interesses

  28. OLHANDO PARA A BOLÍVIA com essa estória de levar Deus (a Bíblia) para o palácio presidencial, constatamos que: Deus, que como diria Saramago, “nunca apareceu aqui na Terra para ser visto por ninguém”, não é e nunca foi a SOLUÇÃO; Deus sempre foi o PROBLEMA.

    E como combatê-lo? Perguntem a um evangélico como foi desenvolvida a telefonia celular, e arremate: “você acha que Deus tem alguma coisa a ver com esses aparelhinhos?”. Ele vai responder que sim, “porque foi Deus que deu inteligência ao homem para criá-los”.

    Precisamos urgentemente de ciência, muita ciência: da geologia, da física, química, biologia, matemática… E precisamos urgentemente destruir a Rede Globo e suas congêneres que há décadas sonegam informações a respeito do que interessa para o homem se libertar das amarras do fundamentalismo religioso.

    A Globo sempre expressou um preferência toda especial pela doutrina espírita. Nada mais conservador e sacana do que dizer para o homem comum: “você precisa reencarnar e morrer várias vezes de fome aqui na Terra para finalmente chegar ao paraíso”.

    Por conta da ignorância, o homem brasileiro desaprendeu a formular raciocínios simples, necessários a sua subsistência diária. Um exemplo: um homem ainda jovem paga numa casa lotérica R$ 130,00 por uma conta de luz e dá ao caixa quatro notas de R$ 50,00.

    Outro exemplo da estupidez do brasileiro comum: escolher entre jogar na dupla sena e na mega sena no próximo sorteio da loteria da caixa. Uma simples comparação entre preço de cada aposta, valor dos prêmios acumulados e probabilidade de acerto, levará inexoravelmente à escolha pela dupla sena. Porém, Mega (M) é um prefixo do Sistema internacional de unidades que indica que a unidade padrão foi multiplicada por um milhão. E como a ganância cega o homem, o prefixo mega é usado pelos espertalhões para enganar os trouxas.

    Conheço pelo menos dois bolsonaristas que se ufanam de ser Mega Fodões, no sentido que são muito bons em tudo que fazem, inclusive na cama.
    Eu gostaria de conhecer, só para conversar, duas ex-namoradas de cada um deles. Mas só para conversar, porque mulheres que namoram homens dessa natureza geralmente gostam de apanhar, e eu não estou a fim bater em ninguém.

  29. Acho o texto otimista no sentido de restringir o Bolsonarismo a Bolsonaro. Os sentimentos que habitam no ideário bolsonarista são mais difusos, abrangentes, dispersos no denominado, acertadamente, “homem comum”. O fim político de Bolsonaro não vai significar o fim desses sentimentos, pelo contrário, creio que essas idéias serão presentes e influentes de agora em diante no panorama político brasileiro por décadas!

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