A maior contribuição de Lord Keynes para o pensamento econômico foi expor a noção de que a regência da economia não se pode dar por receitas prontas e sim por ferramentas adaptadas às circunstancias. Acusado de inconsistente é famosa a frase de Keynes “When the events change, I change my mind, what do you do sir?
“”Quando os fatos mudam eu mudo meu pensar, o que o senhor faria ?”” disse ao interlocutor que o acusava de inconsistente. Keynes era um economista ortodoxo quando trabalhava no Tesouro inglês e já na assessoria da delegação britânica à Conferencia de Versalhes em 1919 mostrava seu gênio ao derivar para analises de circunstancias fora dos modelos-padrão dos economistas burocraticos. De sua observação na Conferencia escreveu seu primeiro clássico “
“As Consequencias Economicas da Paz” onde via muito mais longe que seus colegas convencionais que se limitavam ao papel simplista de punir a Alemanha e ponto.
Albert Hirschman, o grande economista do desenvolvimento do pós guerra, judeu alemão de formação cultural francesa e que depois seria um dos pais do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de Princeton tinha a mesma logica “ Sempre o mesmo remédio quando as doenças são diferentes, a mesma receita pare males distintos, os economistas precisam se ajustar `à realidade e não a realidade se ajustar a eles”.
No instituto de Princeton conviviam Albert Einstein, George Kennan e Albert Hirschman, entre muitos outros pensadores excepcionais de nossos tempos. Sua teoria do “possibilismo” era uma variante da economia politica das circunstancias de Keynes “Não há padrões, a economia deve dançar conforme a realidade , esta não deve se adaptar a uma formula pronta”.
F.Scott Fitzgerald tem uma frase para esse requisito da flexibilidade mental, raríssimo entre economistas em geral e impossível entre os “economistas de mercado”
“”O melhor teste para um cérebro de primeira ordem é poder trabalhar com duas ideias opostas ao mesmo tempo e ainda assim manter a capacidade de funcionar””
Hjalmar Schacht, outro dos grandes economistas do Seculo XX, formado em filosofia, um tanto demonizado pelos seus serviços à Hitler, foi o artífice do fim da hiperinflação alemã de 1923, como Comissario da Moeda da Republica de Weimar e depois presidente do banco central alemão, o Reichsbank. Sei plano conhecido universalmente como Plano Schacht, debelou em seis meses uma hiperinflação de 100.000% ao ano e o modelo foi exatamente repetido pelo Plano Real que é uma copia carbono do Plano Schacht, lembrando que o plano alemão foi a tese de doutorado do economista Gustavo Franco nos EUA, todo o mecanismo alemão foi aqui reproduzido pelo Plano Real, incluindo a moeda de transição URV.
O mesmo Hjalmar Schacht que zerou a inflação alemão criou dez anos depois o mais heterodoxo plano monetário para financiar o rearmamento alemão sob Hitler, que incluía uma moeda gráfica, os MARCOS DE COMPENSAÇÃO e um bônus rotativo para pagar os fabricantes de material bélico, os MEFO BONDS, ferramentas que os economistas de manual de hoje achariam uma trapaça completa na visão ortodoxa. Para combater o desemprego que estava em 40% na Alemanha quando Hitler chegou ao poder, Schahct conseguiu financiar com divida publica não só o rearmamento mas também a implantação de uma rede de super estradas, as AUTOBAHNS e grandes projetos de construção civil que em DOIS ANOS acabaram com o desemprego na Alemanha, nesse sentido Schacht foi mais bem sucedido do que Roosevelt nos EUA, que levou muito mais tempo para terminar com a recessão.
Os MARCOS DE COMPENSAÇÃO foram um instrumento tão engenhoso e eficiente que os estatutos do FMI proíbem EXPRESSAMENTE o uso dssse tipo de instrumento porque ele desafia o controle centralizado da moeda mundial pelo Federal Reserve americano e pelos organismos de Bretton Woods.
Essa é a grande questão dentro da qual se vê o modelo de METAS DE INFLAÇÃO, um remédio fixo para situações mutáveis que necessitam de FLEXIBILIDADE MONETARIA para terem seus problemas enfrentados com o uso de todas as ferramentas que um Estado dispõe.
Ficar amarrado a um grilhão fixo como as METAS DE INFLAÇÃO em um mundo em constante e cada vez mais rápida mutação geopolítica que se reflexa na reorganização permanente dos fluxos monetários e comerciais é optar pela prisão quando se pode ser livre.
Um Estado não pode operar dentro de camisas de força monetárias como METAS DE INFLAÇÃO. Um mecanismo que faz da estabilidade monetária o único eixo da politica econômica, quando esta deve ser compatível também com a prosperidade e o pleno emprego, como é aliás o mandato estatutário do Sistema de Reserva Federal americano. Fazer toda a politica econômica girar apenas em função de meta de inflação é um objetivo muito pobre, medíocre, não exige muito trabalho e nem esforço mental, é tarefa de um banco central preguiçoso, improdutivo e descompromissado de obrigações para toda a população.
E agora uma derivação das METAS , o ORÇAMENTO com teto regido pela inflação, outra anomalia que vai na contramão da flexibilidade de uma politica monetária que tem que atender mais do que um objetivo apenas, a politica econômica é um conjunto de objetivos.
O modelo de METAS atende hoje exclusivamente aos interesses do mercado financeiro às custas da economia produtiva, aquela que dá os empregos e o abasteciemento.
A recessão brasileira, HOJE JÁ DEPRESSÃO, só acabará com LARGA EXPANSÃO MONETARIA, o que exige o fim do regime de METAS DE INFLAÇÃO, um aprisionamento incompatível com as circunstancias atuais da economia brasileira que requer o uso de instrumentos monetários e cambiais pro-crescimento, prioridade maior que uma mera estatística de inflação.
A depressão só acabará com GRANDE INVESTIMENTO PUBLICO que só pode ser pago com emissão de moeda. Pelo nível de ociosidade do aparelho produtivo do Pais e da imensa massa de desempregados, uma injeção de DOIS TRILHÕES DE REAIS na economia poderá causar alguma inflação perfeitamente administrável.. É um preço barato a pagar para o pais voltar a andar. A moeda é um instrumento da prosperidade, não é um fim em si mesmo, não é um totem ou um fetiche, a moeda serve para as pessoas viverem de forma razoável, uma moeda estável que não está no bolso da população de nada adianta, é a paz do cemitério.
O CUSTO DA ESTAGNAÇÃO é infinitamente maior do que dois trilhões de reais a injetar na economia. Cada dia com fabricas paradas e mão de obra ociosa de milhões de homens aptos a trabalhar CUSTA MUITO MAIS EM TERMOS DE PERDA ECONOMICA REAL do que qualquer risco de inflação, perfeitamente suportável no curto prazo, até sair da estagnação.
Se a inflação sair do controle é muito mais fácil traze-la de volta à estabilidade do que suportar por mais uma década a ESTAGNAÇÃO atual. Um novo plano alemão acaba com a inflação em seis meses e pode ser executado em clima de economia funcionando e baixo desemprego.
A massa de desempregados por uma década VAI DESTRUIR O TECIDO SOCIAL DO PAIS por uma geração. Não são só os 13 milhõs de desempregados, são mais 20 milhões de jovens em idade de procurar o primeiro emprego e que não o encontrarão em um ambiente de estagnação. Um caldo de cultura semelhante produziu o nazismo na Aleamanha e pode colocar abaixo governos e sistemas políticos em grandes países.
Medidas paliativas modestas sequer fazem cocegas no desemprego , produzem micro ou nenhum efeito, liberação de FGTS, concessões e privatizações, nada disso terá qualquer impacto na escala do atual nível de desemprego e de estagnação da atividade econômica.
Enquanto isso o Pais sofre com uma ABSURDA CARENCIA DE INVESTIMENTO PUBLICO, tendo todos os meios físicos para realizar grandes obras, temos fabricas de cimento trabalhando com 70% de ociosidade, usinas de asfalto, portos de areia, pedreiras, fabricas de tubos, temos todo o CAPITAL FISICO para um grande plano de obras, falta apenas a POLITICA ECONOMICA para por em funcionamento um grande plano de infraestrutura, NÃO FALTAM MEIOS FISICOS.
A tragédias de milhares de caminhões atolados na rodovia BR-163 e em outras rodovias amazônica, demonstra o absurdo da PERDA REAL DE VALOR na economia brasileira, por falta de investimento físico para o qual o Pais dispõe de amplos meios de realizar. Temos um imenso parque de maquinas para construção rodoviária e todo o material necessário para consolidar uma essencial rede de rodovias federais, sem as quais a produção não sai do lugar.
E porque não se faz ? Porque se fizer pode afetar o atingimento das METAS DE INFLAÇÃO.
No momento em que o Pais afunda no lodaçal das rodovias, uma equipe econômica de anões se congratula porque a inflação atingiu o CENTRO DA META, ao fundo o Brasil se desintegra.
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André, não sei se você leu um
André, não sei se você leu um artigo do Rui Castro na folha do dia 10 de março (Idade de Dançar). Pra mim ele falou besteira sobre a depressão americana, falando que o presidente Hoover torrou orçamento, deu subsídios e sustentou milhões de pessoas com dinheiro de vento. E é claro que ele não menciona que a economia só não piorou porque o Roosevelt jogou dinheiro a rodo, faltando jogar da janela para os mais pobres ( e por isso foi acusado de querer transformar os EUA em um país comunista ). Não sei se seria pedir muito você fazer uma análise deste certo e mostrar como colunistas se põe a falar de coisas que eles não tem a mínima ideia – como o próprio Ruy quando triou um sarro da Dilma sobre a questão da nuvem de dados e o Nassif mostrou a bobagem do Ruy – ainda mais de um jornalista que confessadamente não gosta e portanto quase não entende de tecnologia.
Hoover tentou combater a
Hoover tentou combater a crise de 1929 com medidas tópicas, algo muito parecido com as que hoje a equipe economica
apresenta, mas Hoover não compreendeu a DIMENSÃO DA CRISE, que não poderia ser enfrentada com meia duzia de obras
e algumas providencias paliativas. Como a recessão virou depressão, Hoover foi derrotado nas eleições de 1933 por Roosevelt
que tinha entendido que a agora Depressão só se resolveria jogando macro dinheiro na economia e foi o que ele fez.
Hoje existe um quadro parecido, uma equipe economica mediocre quer combater a recessão com coisinhas que nem sequer arranham o desemprego e a estagnação, algo como o saque do FGTS, um evento micro-economico com impacto minusculo.
FGTS na mídia
O quadro é muito grave, mas não é divulgado. Por outro lado o assunto FGTS é noticia há quanto tempo? Ocupa o centro das atenções, diariamente, várias semanas. Ao ponto de iludir até pessoas que se esperava ter um pouco de discernimento, mas que chegam a ir ao banco “ver se tem alguma coisa”. Que dizer dos mais pobres e mais desinformados?
E tome “reportagens” sobre o “primeiro dia de saques” e analistas de bancos embromando os ouvintes. Sim, a maioria é levada pela orelha…
André, ouvindo rádio, teve um
André, ouvindo rádio, teve um dia que ouvi, na cbn, que teve uma deflação em um dos itens analisados. Depois fiquei procurando e não ouvi mais essa informação. Deflação na economia é o mesmo que hipotermia para uma pessoa = sinal de que ela pode entrar em óbito. Claro que pras Mirians e Sanderbergs isso é ótimo, significa que a febre foi debelada – só que não explicam que é uma febre debelada pondo o paciente dentro de um freezer (rs).
Só uma observação = você diz que Schacht foi mais bem sucedido que o Roosevelt. Mas aí entra o ambiente político = esse economista estava num governo em que UM mandava e ponto – Hitler -, enquanto Roosevelt era um país em que o congresso tem até hoje muita força e ainda tinha a suprema corte, que também não era favorável aos planos de Roosevelt.
Voce tem razão quanto ao pode
Voce tem razão quanto ao pode pessoal maior de Hitler e menor de Roosevelt mas em contrapartida não há comparação entre
aos recursos da economia americana muito maiores do que os da economia alemã. Os EUA eram autosuficientes em petroleo e alimentos, bem como de minerio de ferro, cobre e outros minerios, enquanto a Alemanha dependia de importação de materias primas e alimentos.
Atavismo udenista
Logo o Rui Casttro, aquele que jamais seria capaz de traduzir Big Crash ou Wall Strret….
A Alemanha estava na fossa até 23 de março de 1933.
A primeira medida foi fechar o congresso. Aquilo era um antro de corrupção, ineficiência e outras
coisas que não ouso citar aquí. Por falar nisso, vamos ou não ver a lista das 140 cadelinhas do congresso
“supostaqmente” compradas pelos “supostos” corruptos golpistas?
Outra medida foi faxinar o tal qual empesteado sistema judiciário vigente na época ( 05/12/1933). Foi criado
o um tanto mais decente “Volksgerichthoff” que promoveu um ajuste de contas com os traidores da Alemanha.
Foi feita uma limpeza interna dentro do partido, eliminando aquela escumalha do Ernst Röhm, na “noite das longas
facas”. Nossos sindicatos e partidos de falsa bandeira de esquerda estão precisados.
O governo do cara escolheu colaboradores mais capacitados, sem olhar a etnia ou posição filosófica,
como por exemplo, o Hjalmar Schacht.
A Alemanha viveu pleno emprego, segurança, sem inflação. Muitos alemães que sairam de lá fugindo
da miséria, voltaram para lá, saindo do Brasil, da Argentina por exemplo. Depois essa gente se
desgraçou, pois a partir de 1939 a guerra inevitável trouxe suas consequências.
O paralelo e as semelhanças da situação Alemanha com o Brasil atual não é mera coincidência.
O Brasil por enquanto está longe de vivenciar o caos de um país que perdeu guerras. Também
ainda não houve ainda um grupo ou pensador que fizesse um diagnóstico mais correto do que
está ocorrendo. Estamos como baratas tontas, com a dose excessiva da manipulação midiática.
Lemos ótimos textos como este do AA, com uma riqueza de minúcias descritivas e que não
levam ao ponto principal. Ninguém passa do meio da montanha (nem eu) e se atreve a dar o
nome aos bois, dizendo qual o grupo que está dando as cartas no mundo.
Sugiro que olhemos com atenção, para verificar quem e o que são, realmente, esses sabotadores
do sonho tão lindo de um Brasil mais justo e humano que vai se esvaindo.
Após 23-03-1933, a Alemanha se tornou a própria fossa
A Alemanha estava na fossa até 23 de março de 1933. Após essa data, a Alemanha se transformou na própria fossa. Não fossem as Forças Armadas Soviéticas fossa nazista não teria tido fim, ao contrário, ela teria fossilizado o mundo inteiro.
O mal que atormenta o país: ideologização excessiva de tudo
As discussões sobre temas econômicos em redes sociais permitem algumas conclusões sobre a psique hodierna.
No Brasil, discutimos temas econômicos de forma muito sofisticada, em muitas vezes beirando excessos de academicismo pedante. Não vejo cologas europeus, americanos e japoneses, a maioria com alta formação, discutindo e debatendo temas, na qual são considerados mestres, de forma tão intensa. Ponto altamente positivo para nós, colocarmos, no cotidiano do dia-dia, discussões de temas tão sofisticadas
O problema é que ideologizamos o nosso pensamento. Isso é o problema: IDEOLOGIZAÇÃO, TOMADA DE POSIÇÃO, INFLEXIBILIDADE. Trata-se de um comportamento tosco, na medida em que tira a realidade dos fatos, acarretando em conclusões extrapolante do tipo botar um hipopótamo dentro de um Fiat 147 e obrigá-lo a dirigir. Aa ideologização e a tomada de posição irredutível é o grande mal, aliado ao ímpeto de vaidade pessoal, no manejo da política econômica do país atualmente.
A tragédia neoliberal
Uma das múltiplas coisas que me incomoda nestes toscos economistas neoliberais é que, quando não se fazem os investimentos necessários, a inflação inercial da economia aumenta, coisa absolutamente desconsiderada por eles.
Ora, se eu não faço um investimento em uma rodovia ou uma ferrovia, o custo de transporte se eleva, tenho maiores gastos de manutenção nos veículos, a quantidade de acidentes aumenta, a quantidade de mortes e inválidos aumenta (afora a tragédia social, é a própria viúva quem tem que arcar com todos estes custos).
Isto retira drasticamente competitividade do país e ainda é inflação inercial na veia, eu deixo de fazer o investimento necessário em nome de superávits ou metas de inflação e lego não só mais inflação inercial por anos, como oblitero sua competitividade e seu desenvolvimento.
Neoliberais entendem de bancos, securitizações, especulação e afins, a economia real é a última coisa que os interessa. Aliás, só interessa na medida em que se canalize todos os recursos de quem trabaha e produz para o mercado financeiro (mesmo que, em última instância, se mate a galinha dos ovos de ouro, como é o caso que fizeram desde que Joaquim Levy e seus sucessores assumiram o comando do ministério da fazenda).
Com sua devida vênia,e
Com sua devida vênia,e esperando contar com o apoio macico dos cadastrados que aqui aportam diuturnamente,Sol a Sol,o nome do senhor para figurar na lista dos candidatos ao Prêmio Nobel.Estou em seríssimas dificuldades em escolher qual categoria vosmece deve disputar,tal a quantidade de assuntos que aborda,com a maestria que lhe é peculiar.Eu me inclino pela categoria aérea,não sei ainda a opinião das senhoras e dos senhores cadastrados.
Confesso não ter entendido a ironia
Mas quem sabe então uma nova. Tenho certeza que, pela originalidade de teu alter ego, vais saber nominar.
Faz um tempo que os artigos
Faz um tempo que os artigos do meu xará estão sem a barra com os links para publicar em outras mídias como whatsapp, entre outros.
EXCELENTE ARTIGO!
A
EXCELENTE ARTIGO!
A estabilidade monetária não é um fim em si mesmo. “Política econômica” é como um estoque de medicamentos na prateleira de uma drogaria, à disposição dos clientes. Todas são úteis para curar enfermidades, de acordo com as receitas formuladas pelos médicos, fundados em exames e diagnósticos feitos com enfermos específicos. Só que umas servem para um tipo de doença, outras para males diversos. O que não se pode é aplicar em um doente de tuberculose remédios próprios para cardiopatas…É isto que os economistas do mercado não entendem, eles tem as mesmas ferramentas monetárias como panacéias para todo tipo de enfermo e enfermidade, em qualquer circunstância e contexto.Pudera, eles em geral são apenas financistas, enquanto a Ciência Econômica é muito mais rica, e é sobretudo política…
O André trouxe informações
O André trouxe informações históricas relevantes. Existem ferramentas econômicas excelentes para cada circunstância, mas a aplicação delas é uma questão 100% política. No caso presente, os patrões dos economistas são os banqueiros golpistas, então , como 2 + 2 = 4 , as ferramentas usadas são aquelas que beneficiam os bancos. 20 milhões de desempregados e milhares de empresas à beira da falência entram na equação desses economistas, no máximo, como “oportunidade de ganhos marginais”
Parabéns André
Parabéns por mais um dos melhores artigos deste blog. Gostaria de comentar um pensamento que me ocorreu quando vi pela tevê os caminhões atolados na rodovia a que você se referiu en passant: ninguém se lembra de convocar a iniciativa privada a investir para resolver um problema quando o tamanho do pepino é grande, oferecendo pedágios como retorno ao investimento!
Off topic p/ André, nosso colunista cosmopolita:
André,
Por favor, PUBLIQUE UM
André,
Por favor, PUBLIQUE UM LIVRO COM SEUS ARTIGOS!!!
É um presente que eu quero dar para meus familiares e amigos!!!
André,
Por favor, PUBLIQUE UM
André,
Por favor, PUBLIQUE UM LIVRO COM SEUS ARTIGOS!!!
É um presente que eu quero dar para meus familiares e amigos!!!
BR 163 no centro da meta ou a economia política da circunstância
vídeo: Fila Enorme Com Mais De 2500 Carretas Paradas a Dias Na Rodovia BR 163
[video:https://www.youtube.com/watch?v=KoNe3QjDi5o%5D
vídeo: Yanis Varoufakis: ‘Western Democracies need a New Deal’
[video:https://www.youtube.com/watch?v=7O0OJ_VZJok%5D
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Como esse dinheiro seria destribuido ?
Considerando que as empresas e familias estão individadas, devendo ate os olhos da acara, como esse dinheiro seria destribuido ? Seriam feitos investimentos publicos ou ele seria atirado ao publico para ser dispultao a murro ? O dinheiro e Riqueza, ele ápenas representa a riqueza entermediando sua troca. Nem mesmo nas sociedades burguesas onde reina omodo de produção capitalista, e onde portanto a riqueza e que entermedia o dinheiro no processo de produção, DMD’, o dinheiro inicial nao constitui riqueza sendo ele no inicio do processo equevalente ao valor da mercadoria. Nao e o dinheiro que cria a riqueza,pelo contrario , e a riqueza que cria o dinheiro para. Intermediar e facilitar sua troca
O dinheiro inicial seria
O dinheiro inicial seria usado para pafar investimentos em rodovias, saneamento basico, portos, aeroportos, drenagem,
irrigação. Todo dinheiro em circulação no mundo é um artificio, não há moeda hoje com lastro ouro, a moda emitida é uma convenção, um acordo politico, como um vale de padaria, a função é ser usada como um instrumento para fazer a economia real funcionar, o proprio ouro e a prata, quando serviam como moeda era uma convenção porque não tem utilidade natural.
A moeda, como as leis, é uma combinação social que serve para organizar o funcionamento da vida cotidiana.
As teorias subconsumistas não solucionam o problema
Sr. André, sua solução monetária seria de fato uma solução se, e somente se, a recessão/depressão fosse causada pelo subconsumo. Mas não é esse o caso, pois a recessão/depressão teve origem na superprodução. Além disso, os investimentos feitos nas sociedades burguesas não dependem apenas da expectativa de demanda efetiva mas também da taxa de lucro. Em outras palavras, ainda que a expectativa de demanda efetiva seja grande, os capitalistas não investem se a taxa de lucro é pequena. Portanto, se há capacidade produtiva ociosa e se os capitalistas não investem, eles não investem ou porque não há expectativa de demanda efetiva ou porque a taxa de lucro é muito baixa, não compensando arriscar seus capitais.
A emissão (e circulação) de dinheiro é, de fato, uma convenção social mas emissão de dinheiro sem ser lastreado por riqueza não serve de nada.
A única solução que serve aos trabalhadores em época de crise foi apontada por Trotsky:
“Nas condições do capitalismo em decomposição, as massas continuam a viver a vida morna de oprimidos que, hoje mais do que nunca, estão ameaçados de serem lançados no abismo da miséria. Elas são obrigadas a defender seu pedaço de pão, mesmo se não podem aumentá-lo ou melhorá-lo. Não há possibilidade nem necessidade de enumerar aqui as diversas reivindicações parciais que surgem, a cada momento, de circunstâncias concretas, nacionais, locais, profissionais. Mas dois males econômicos fundamentais, nos quais se resume o absurdo crescente do sistema capitalista – o desemprego e a carestia da vida -, exigem palavras de ordem e métodos de luta generalizados.
A IV Internacional declara uma guerra implacável à política dos capitalistas que é, em grande parte, a de seus agentes, os reformistas, tendendo a fazer recair sobre os trabalhadores todo o peso do militarismo, da crise, da desagregação dos sistemas monetários e de todos os outros males da agonia capitalista. Reivindica TRABALHO e uma EXISTÊNCIA DIGNA para todos.
Nem a inflação monetária nem a estabilização podem servir de palavras-de-ordem ao proletariado, pois são duas faces de uma mesma moeda. Contra a carestia da vida, que à medida que a guerra for se aproximando adquirirá um caráter cada vez mais desenfreado, só se pode lutar com a palavra-de-ordem de ESCALA MÓVEL DE SALÁRIOS. Os contratos coletivos devem assegurar o aumento automático dos salários, correlativamente à elevação dos preços dos artigos de consumo.
O proletariado não pode tolerar, sob pena de degenerar, a transformação de uma parte crescente dos operário em desempregados crônicos, em miseráveis vivendo das migalhas de uma sociedade em decomposição. O direito ao trabalho é o único direito sério que o operário tem numa sociedade fundada sobre a exploração. Entretanto, este direito lhe é tirado a cada instante. Contra o desemprego, tanto estrutural” quanto conjuntural, é tempo de lançar, ao mesmo tempo que a palavra-de-ordem de trabalhos públicos, a de ESCALA MÓVEL DAS HORAS DE TRABALHO. Os sindicatos e as outras organizações de massa devem unir aqueles que têm trabalho àqueles que não o têm através dos mútuos compromissos da solidariedade. O trabalho disponível deve ser repartido entre todos os operários existentes, e essa repartição deve determinar a duração da semana de trabalho. O salário médio de cada operário continua o mesmo da antiga semana de trabalho. O salário, com um minimo estritamente assegurado, segue o movimento dos preços. Nenhum outro programa pode ser aceito para o atual perídodo de catástrofes.
Os proprietários e seus advogados demonstrarão a impossibilidade de realizar estas reivindicações. Os pequenos capitalistas, sobretudo aqueles que caminham para a ruína, invocarão, além do mais, seus livros de contabilidade. Os operários rejeitarão categoricamente esses argumentos e essas referências. Não se trata do choque normal de interesses materiais opostos. Trata-se de preservar o proletariado da decadência, da desmoralização e da ruína. Trata-se da vida e da morte da única classe criadora e progressista, e, por isso mesmo, do futuro da humanidade. Se o capitalismo é incapaz de satisfazer às reivindicações que surgem infalivelmente dos males que ele mesmo engendrou, que morra! A possibilidade” ou impossibilidade” de realizar as reivindicações é, no caso presente, uma questão de relação de forças, que só pode ser resolvida pela luta. Sobre a base desta luta, quaisquer que sejam seus sucessos práticos imediatos, os operários compreenderão melhor toda a necessidade de liquidar a escravidão capitalista.”
Produção adicional de mais valia: condição para a recuperação
“Regra geral, Keynes é responsabilizado pela salvação do crescimento económico apenas através de injecções estatais na conjuntura. Contudo, já na década de 30, ele tinha formulado uma teoria da estagnação que previa a diminuição significativa e finalmente a ausência de crescimento do capitalismo “maduro”, porque o stock de capital não pode ser arbitrariamente aumentado. Recentemente o economista crítico Karl Georg Zinn, por exemplo, remeteu para essas idéias. No entanto, para Keynes, tal hipótese não era razão para pôr as categorias económicas em causa. Contra a ameaça de desemprego em massa, por falta de crescimento, ele simplesmente sugeriu a redução de horários, a fim de manter os postos de trabalho. Para o capital, porém, não se trata simplesmente do emprego, mas da produção de mais-valia ao nível de produtividade exigido pela concorrência e constantemente acrescido, que (como Keynes bem viu) torna supérflua a força de trabalho numa progressão crescente. A conservação do emprego só é possível através da produção adicional de mais-valia, que pressupõe um stock de capital crescente e, consequentemente, também crescimento econômico, incluindo um consumo de recursos em aumento permanente. De repente, Keynes argumentava com o “bom senso”, sem ter em conta a lógica interna da valorização do capital.” Roberto Kurz
A condição para a retomada do crescimento é a produção adicional de mais-valia.
Reg. Metas Infl. não é ruim e Meirelles como todo ser é medíocre
Andre Araujo,
Gosto de enviar e-mail para você porque, quando lhe sobra tempo para responder, apesar das críticas que lhe faço, você tem sempre um comentário benevolente, generoso para comigo e cavalheiresco. No último post seu no qual lhe enviei comentário, sua resposta se iniciava de um modo que chega a me dar prazer em reproduzir a seguir. Disse você:
“Meu caro Clever, agradeço seu bem articulado comentário, como sempre pesquisado e minucioso”.
Se é assim que você continua respondendo críticas a você, não há porque eu mudar o tom delas.
Então reproduzo o cerne das minhas críticas aos seus posts, esses, sem dúvida, muitas vezes mais bem articulados do que os meus comentários. O que eu insisto em o acusar é que você é extremamente preconceituoso. Você é preconceituoso com o PT, você é preconceituoso em relação aos sindicatos, não, por pressuposto, aos sindicatos patronais, você é preconceituoso em relação as lideranças tupiniquins, e também em relação às lideranças aborígenes da América Latina.
E para encurtar a conversa, evitando assim de relacionar os mil e uns preconceitos que você carrega, eu vou direto ao ponto que interessa aqui neste post “BR 163 no centro da meta ou a economia política da circunstância, por André Araujo” de sábado, 11/03/2017 às 08:41, aqui no blog de Luis Nassif e de sua autoria, e assim eu termino por indicar mais um preconceito seu e digo que você é preconceituoso em relação ao Regime de Metas de Inflação.
Não vou comparar o seu preconceito com a estupidez do bem de Erasmo Carlos e Roberto Carlos, mas tal qual como aquela estupidez, o seu preconceito não lhe deixa ver. Não é porque lhe faltam os conhecimentos acadêmicos superiores de economia, pois apesar de leigo, você os tem de sobra, e nisso eu não tenho a pretensão de me comparar a você, por ser como você leigo também. No entanto, nunca eu vi você manifestar sobre o Regime de Metas de Inflação uma clarividência como a de um leigo como Alexandre Weber – Santos –SP que, em comentário que ele enviou quinta-feira, 03/03/2011 às 17:25, para o post “A inflação distante do umbigo da blogosfera” de sexta-feira, 04/03/2011 às 09:41, aqui no blog de Luis Nassif e constituído de análises de Gunter Zibell-SP a respostas de Luis Nassif ou de análises Luis Nassif a respostas de Gunter Zibell-S, disse, na parte que interessa, o seguinte:
“Só por curiosidade, com a dívida pública preponderantemente em Reais, uma inflação que diminua a taxa de juros reais, diminui, sobre qualquer ponto de vista, a transferência de dinheiro do povo para os rentistas. É lógico que os rentistas, a mídia e seus funcionários vão pregar uma redução da inflação e maliciosamente pedir ainda um aumento dos juros nominais para prevenir uma futura inflação que corroeria os seus ganhos.
Esta estratégia é interessantíssima e se eu fosse rentista ia mover os Céus e a Terra para implementá-la, como não sou, observo o que acontece”.
O post “A inflação distante do umbigo da blogosfera” pelo menos podia ser visto no seguinte endereço:
http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/a-inflacao-distante-do-umbigo-da-blogosfera?page=3
Deixei o link para a quarta página porque fora como eu o indiquei junto do post “Brasil 2015: a ciência demência das metas inflacionárias” de sexta-feira, 30/01/2015 às 08:47, que pode ser visto no seguinte endereço:
https://jornalggn.com.br/noticia/brasil-2015-a-ciencia-demencia-das-metas-inflacionarias
Enviei para Luis Nassif dois comentários no post “Brasil 2015: a ciência demência das metas inflacionárias”, sendo o segundo mais extenso e com vários links que abordam a questão do Regime de Metas de Inflação. Os vários links que eu deixei ajudam bastante a ter uma visão mais adequada relativamente ao Regime de Metas de Inflação.
Nos meus extensos comentários tanto lá no post “Brasil 2015: a ciência demência das metas inflacionárias” como nos links para os quais eu deixei comentários não vão faltar críticas ao Regime de Metas de Inflação e em muito minha opinião assemelha-se a sua. Posso também não estar me enxergando direito, mas não vejo em mim preconceito semelhante ao seu em relação ao Regime de Metas de Inflação.
Esse seu preconceito em relação ao Regime de Metas de Inflação você o transferiu ao Henrique Meirelles. E como eu já disse o seu preconceito em relação a Henrique Meirelles não o deixa ver que Henrique Meirelles não é exatamente a figura descrita por você.
Por não ser preconceituoso, Luis Nassif, que é tão crítico em relação a Henrique Meirelles como você e que muitas vezes se deixa conduzir pelas suas análises, revelou bem a dimensão de Henrique Meirelles quando no post “Mais uma vez a bola está com Dilma” de terça-feira, 17/11/2015 às 19:28, disse o seguinte sobre Henrique Meirelles:
“Além de seu desconhecimento de economia, Meirelles é do tipo que cede o que for necessário para sustentar uma imagem vazia”.
Essa percepção tão sucinta e precisamente expressa por Luis Nassif falta-lhe ocorrer exatamente porque seus olhos são obnubilados pelo preconceito. E para ver ao vivo a afirmação de Luis Nassif deixo o link para o post “Mais uma vez a bola está com Dilma” cujo endereço é:
https://jornalggn.com.br/noticia/mais-uma-vez-a-bola-esta-com-dilma
Eu também sou crítico de Henrique Meirelles, mas muitas vezes me contrapunha aos seus argumentos de que Henrique Meirelles não apresentava o perfil técnico necessário para a assunção da incumbência de presidir um Banco Central que se guiava pelo Regime de Metas de Inflação. Basicamente eu alegava que ele era presidente do Banco Central do Brasil para inglês ver e que você pela ascendência americana do lado materno e pelo seu forte anglofilismo se deixava ver como um inglês.
Bem, feita essa crítica ao seu preconceito ao Regime de Metas de Inflação eu aproveito para mencionar quatro dos vários pontos que esse seu post “BR 163 no centro da meta ou a economia política da circunstância, por André Araujo” suscitou-me. O primeiro é mais um preciosismo que no caso vem bem a calhar. Eu sempre questionei bastante as frases ditas por pessoas de renome, mas cuja autoridade não é exatamente no campo em que a frase foi dita. É claro que aplicada no campo da economia não há porque questionar a competência de John Maynard Keynes para dizer a frase que você atribui a ele. Mais recentemente, além desse questionamento, eu implico em averiguar a própria autoria da frase.
O mundo está sendo inundado de falsas autorias que o melhor é não dar relevância para essa questão e nem mais perder tempo em buscar a correta autoria de uma frase. De todo modo, sobre a autoria das frases eu descobrir um site excelente e que é o Quote Investigator, que nos poupa muito tempo. E ao publicar a investigação o site nos revela muitas informações interessantes;
Pois bem, a frase “When the Facts Change, I Change My Mind. What Do You Do, Sir?” no site Quote Investigator é atribuída ao economista Paul Anthony Samuelson que disse o seguinte em uma entrevista na televisão a Austin Kiplinger:
“Different editions of my textbook have been quoted. In the first edition I said a five percent rate is tolerable. Then I worked it down to three percent and then down to two percent and the AP carried a wire “Author Should Make Up His Mind.” Well when events change, I change my mind. What do you do?” (Traduzindo com a ajuda do Google Tradutor: “Diferentes edições do meu livro foram citadas. Na primeira edição eu disse que uma taxa de cinco por cento é tolerável. Então eu trabalhei a ideia de uma inflação tolerável para baixo a três por cento e então para baixo a dois por cento e a AP carregou um aviso: “o autor deve decidir”. Bem quando os eventos mudam, eu mudo minha mente. O que você faz?”)
É muito a propósito que a frase esteja relacionada com a inflação ideal. Tenho, entretanto, opinião contrária a de Paul Anthony Samuelson. Tenho por mim que sob o aspecto apenas econômico, a inflação ideal vai ser considerada como aquela situada entre 6% e 10% ao ano: 6% para países desenvolvidos e 10% para países em desenvolvimento. É opinião de leigo contra a de prêmio Nobel.
Um segundo ponto é a sua tendência em valorizar determinadas figuras históricas. Conhecer a história de figuras ilustres, mesmo que contadas por você que não é um historiador acadêmico, é sempre um prazer e é instrutivo. Eu, entretanto, leio tudo ressabiado. Talvez todas aquelas grandezas que se leem nos livros se resumem a uma história mal contada, ou uma história que foi contada por quem regiamente pago.
Eu tenho por mim que o ser humano sendo medíocre, no sentido de mediano, não se vai sobressair tanto em relação aos outros seres humanos. Então toda a grandeza que nos contam não passa de história mal contada. Se tomarmos Jesus Cristo, que talvez nem humano fosse, como ele será avaliado no futuro se se levar em consideração que não há uma palavra dele sobre a escravidão?
Um terceiro ponto um pouco mais relevante para ser mencionado aqui diz respeito às acusações que você faz aos economistas que não mudam com a mudança das circunstâncias quando se pode observar que você também não muda de opinião quando as circunstâncias mudam.
E no quarto ponto eu me resumo a apresentar uma percepção que eu acho interessante sobre o Regime de Metas de Inflação. Uma vez o Regime de Metas de Inflação torna-se perfeito, isto é, se o Regime de Metas de Inflação é cumprido, as expectativas racionais deixam de existir, ou melhor, deixam de ser expectativa e o que passa a existir é uma certeza.
Assim, se um desemprego de 3% cria uma expectativa racional de uma inflação crescente e o Regime de Metas de Inflação impede que a expectativa racional se realize, prevalecendo a certeza do Regime de Metas, a expectativa racional perde seu poder de impor um nível de inflação ou de impor uma aceleração no crescimento do índice de inflação. E há na sequência um novo nível de desemprego que cria uma expectativa racional de inflação crescente que, no entanto, em razão do sucesso Regime de Metas de Inflação é desmentida. E assim, o ponto limite para o desemprego, uma vez não existe o desemprego negativo, é zero.
O grande problema que eu vejo é que sem inflação ou com inflação muito baixa, e dada a rigidez dos preços, tanto a entrada de novos e mais eficientes produtos na economia, como a saída de produtos mais ineficientes da economia ocorre de modo muito lento e isso talvez reduza a possibilidade de aumentos de produtividade. Então o mal talvez não seja o Regime de Metas de Inflação, mas sim o estabelecimento de metas de inflação muito baixas.
Talvez eu volte aqui para um comentário complementar.
Clever Mendes de Oliveira
BH, 11/03/2017
Fazer toda a politica
Fazer toda a politica econômica girar apenas em função de meta de inflação é o objetivo de um banco central dominado totalmente pelo mercado financeiro. De qualquer maneira poucos países como o Brasil as adotam in extremis ou a tornaram um dogma. As principais economias e países que adotam tal política possuem algumas semelhanças mas também muitas diferenças importantes entre si.
Alguns deles possuem moedas não conversíveis ou não entregáveis, como são os casos do won coreano, do peso chileno e do bath tailandês, além, é claro, do real brasileiro. No entanto porém o México e a Africa do Sul adotam políticas de meta inflação mas o peso mexicano e o rand sul africano são moedas de livre curso.
Alguns deles possuem volumes elevados de reservas internacionais como é o caso da Coreia e do Brasil e em menor medida do México e da Tailândia. Essas duas semelhança provavelmente explicam a razão pela qual estas divisas são ou foram as mais negociadas nos mercados a termo internacionais (normalmente arbitradas contra o dólar, o euro e em menor medida contra o yen).
Na economias centrais os três principais Bancos Centrais do mundo, Federal Reserve americano, o ECB da eurozona e o BC japones, não adotam o famoso target inflation. Nova Zelândia, Austrália e Grã-Bretanha adotaram metas de inflação mas não en extremis ou como artigo de fé.
A maioria ignora mas a adoção das política de metas de inflação foi implantada graças e após os acordos com o FMI depois da quebra do Real em 1999. Se alguém tiver a paciência de ler os memorandos e as cartas de intenções firmadas pelas autoridades monetárias brasileiras com aquela instituição vai ver que o famoso tripé que os economistas de mercado e os tucanos tanto enchem o peito na verdade eram exigências do FMI. Metas de inflação, superavit primário e cambio flexível, além da proibição do BC operar no mercado de dólar futuro na BM&F e por fim a política suicida e irresponsável das bandas cambiais executadas com a cumplicidade da BM&F que descumpria sua missão de fiscalizar as próprias regras de concentração dos contratos e o BC que utilizava o BB e alguns tamboretes para continuar o esforço de cobrir um santo para descobrir outro.
O dinheiro é a doença, não a cura
“Na Utopia a avareza é impossível, porque o dinheiro ali não é de uso algum, e por isso mesmo que abundante fonte de males não estancou ela? Que enorme seara de crimes não cortou pela raiz? Quem não sabe, com efeito, que as fraudes, os roubos, as rapinas, as rixas, os tumultos, as querelas, as sedições, os assassínios, as traições, os envenenamentos; quem não sabe, digo, que todos esses crimes dos quais se vinga a sociedade com suplícios permanentes, sem, entretanto, poder preveni-los, seriam suprimidos no dia em que o dinheiro desaparecesse? Então, desapareceriam também o temor, a inquietude, os cuidados, as fadigas e as canseiras. A própria pobreza, que parece ser a única a carecer de dinheiro, diminuiria no instante mesmo, caso o dinheiro fosse completamente abolido.
E veja-se esta prova evidente:
Suponde que vem um ano mau e estéril, durante o qual uma horrível fome rouba muitos milhares de vidas. Sustento que, ao fim da calamidade, se fossem pesquisados os celeiros dos ricos, neles se encontrariam imensas provisões de grãos. De sorte que, se essas provisões tivessem sido distribuídas em tempo, nenhum dos infelizes que morreram de fraqueza e debilidade teria sido tocado pela inclemência do céu e a avareza da terra. Vedes pois, que, sem o dinheiro, a existência teria podido e poderá ser assegurada a todos; e que a chave de ouro, esta bem-aventurada invenção que nos devia abrir as portas da felicidade, no-las fecha impiedosamente.” Thomas Morus, Utopia
Se os eventos não mudam, você deveria mudar sua opinião, André
Quando os países centrais do capitalismo entraram em crise, em 2008, houve uma enorme impressão e injeção de dinheiro no mercado (Tsunamis Monetários tanto nos EUA quanto na Europa). Todo esse dinheiro de nada adiantou. Há muitos desempregados tanto nos EUA quanto na Europa.
Nada a ver. A injeção
Nada a ver. A injeção monetaria foi para reverter a crise e isso aconteceu. O desemprego estrutural existia antes e continua existindo, não é por causa da crise conjuntural.