BRIC, BRICS ou só IC? Dar o Brasil por perdido é absurdo

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Por Leonídio Paulo Ferreira

Enviado por Paulo F.

Do Diário de Notícias de Lisboa

Com o Brasil e a Rússia em recessão este ano, e com hipóteses de o repetir em 2016 se persistir a queda do preço do petróleo e de outras matérias-primas, é bem possível que deixe de fazer sentido falar dos BRIC. O próprio inventor da sigla, Jim O”Neill, ex-economista-chefe da Goldman Sachs, admitiu à Bloomberg que até final da década, se continuarem as crises brasileira e russa, ele próprio começará a destacar apenas a Índia e a China como grandes potências emergentes, semioficializando os IC. Significa isto que no caso brasileiro, o tão proclamado “país do futuro” (na expressão do austríaco Stefan Zweig), não se concretizará? Que depois da normalização conseguida por Fernando Henrique Cardoso e do dinamismo trazido por Lula da Silva, Dilma Rousseff, cada vez mais contestada pelos casos de corrupção que mancham o governo, será a presidente incapaz de prosseguir a missão de transformar o gigante lusófono?

A resposta não é assim tão óbvia, por criticável que seja o desempenho de Dilma e por condenável que seja o comportamento do PT, armado em dono do Estado. Mas olhemos primeiro para a história da tal sigla que O”Neill inventou em 2001. Foi buscar as iniciais de Brasil, Rússia, Índia e China e criou o grupo de países que iria revolucionar a hierarquia das grandes potências no século XXI. Note-se que deixou de fora a Coreia do Sul e o México, por serem já demasiado desenvolvidos; assim como não lhe passou pela cabeça que à sua revelia a sigla dos gigantes emergentes ganharia em 2010 um S com a entrada da África do Sul.

Mesmo com o PIB do Brasil a cair este ano 1,7% e o da Rússia 3,6% (comparados com os 7,6% de crescimento indiano e os 6,9% chineses), uma análise de longo prazo confirma o acerto de O”Neill. Afinal, nestes 14 anos, os BRIC originais não pararam de surpreender, galgando lugares no ranking das economias, com destaque para a China, que passou de sexta para segunda, mas com o Brasil a subir de 11.ª para sétima, a Índia de 13.ª para nona e a Rússia de 16.ª para décima. Também aqui se percebe que a África do Sul é de outro campeonato, pois se ocupava a 33.ª posição em 2001, agora está igual.

Neste espaço de tempo, o Brasil viu o seu PIB triplicar. Para onde isso o conduzirá, se a crise política não eternizar a crise económica, ninguém sabe. Há memória de épocas de grande prosperidade, como quando no início do século XVIII o seu ouro e diamantes faziam de D. João V um dos monarcas mais abonados da Europa; ou, já depois do fim da colonização portuguesa, o ciclo da borracha, que deu para embelezar a Amazónia com teatros até que as sementes roubadas por Henry Wickham permitiram ao Império Britânico plantar seringueiras na Ásia (a propósito desse caso de biopirataria, vale a pena ler A Exposição Colonial, do francês Erik Orsenna). Mas, na realidade, o Brasil, que neste ano celebra 200 anos da elevação a reino, nunca foi uma grande potência, nem sequer é herdeiro remoto de impérios como o asteca ou o inca.

E é essa sua história curta que distingue o Brasil dos outros BRIC. A Índia e a China são civilizações plurimilenares, que até ao século XVIII representavam um terço do PIB mundial cada uma, segundo o historiador britânico Angus Maddison. Foi a colonização europeia que levou esses dois mastodontes (mais de mil milhões de habitantes cada) a entrar num processo de decadência que só nas últimas décadas inverteram. Quanto à Rússia, desde que derrotou os turco-mongóis da Horda de Ouro, tem sido um ator poderoso da cena internacional, capaz no tempo dos czares de derrotar Napoleão e na era soviética de disputar com os Estados Unidos a hegemonia mundial. E se o fim do comunismo trouxe várias crises (com a demográfica a ser a mais castradora), o imenso território garante aos russos um lugar de topo se forem bastantes e bem governados. Ou seja, o sucesso destes países seria um regresso à ordem natural das coisas.

Para o Brasil, não há estatuto antigo a reconquistar. A Portugal deve as fronteiras atuais (grosso modo), assim como um poder central forte (legado de D. João VI ao instalar a corte no Rio de Janeiro) que evitou a fragmentação à moda da América espanhola. Este legado português é muitas vezes minimizado, mas confere as bases para a ambição atual. E sem dúvida, de todos os BRIC, o Brasil é aquele que na sua personalidade mais se assemelha aos Estados Unidos, com tudo aquilo que isso representa, já que o jovem gigante da América do Norte lidera o mundo.

É abusivo ser otimista com o Brasil neste momento em que nas ruas se exige a demissão da presidente? Não. A história de um país não se define por um curto período mau ou bom. Jacques Attali, no Dicionário do Futuro, escreveu que o Brasil será “uma das primeiras potências do Sul com mais de 200 milhões de habitantes desde 2025. Será ou o mais potente dos membros de um Mercosul unificado ou o coração de um império regional impondo o seu domínio ao resto da América Latina”. Não há motivo para duvidar do filósofo francês, mesmo que a premonição seja de 1998, na era pré–O”Neill. Um dia destes, em vez de BRIC, BRICS ou IC estaremos a falar de B como a inicial de um país capaz de impor-se na hierarquia das potências. Chegará ao Top 5.

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

8 Comentários

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  1. ” A resposta não é assim tão
    ” A resposta não é assim tão óbvia, por criticável que seja o desempenho de Dilma e por condenável que seja o comportamento do PT, armado em dono do Estado”

    O autor, em que pese louvavel sua visao de longo orazo, DEMONSTRA UM DESCONHECIMENTO GIGANTESCO sobre o momento atual do Brasil. Ou melhor, DEMONSTRA UM CONHECIMENTO GIGANTESCO DA MIDIA TRADICIONAL.

    Qualquer pessoa que não se paute pela midia, jamais diria “armado em dono do Estado” . Se visse a forma com que parte do Estado pratica a seletividade para minar um governo, afrontando a CF (ex: vazamentos do MPF e Policia Federal), ou os eternos arquivamentos de tudo o que se refere ao PSDB, em resumo, o minimo conhecimento do brasil atual NAO PERMITIRIA A AFIRMACAO DE QUE O PT É O DONO DO ESTADO.

    Esta desinformacao, a meu ver, mancha o texto pois o futuro do brasil tb depende do momento atual e o que temos é uma elite patrocinando um partido de oposicao e que, junto com a midia, tornaram-se em donos do ESTADO e nao o PT.

    1. Só faltou explicar…

      Parte do Estado pratica a seletividade para minar o governo? Brilhante dedução! Só faltou explicar como é que o governo é sabotado por elementos que foram nomeados pelo próprio governo, como é o caso do STF e da polícia federal…

      Como é que você pode dizer que o PT não se armou em dono do Estado, se o PT multiplicou os ministérios, nomeou milhares de funcionários não-consursados para cargos de confiança, tornou dezenas de empresas privadas dependentes de contratos com o Estado?

      É patética a desorientação dos atruais defensores do PT. Totalmente desarvorados, refugiam-se em teorias conspiratórias com essa de um complô mundial da mídia que reúne desde os jornalões tupiniquins até o The Economist…

  2. Já fui zoado por
    Já fui zoado por representante do governo federal indiano, que me disse que “there are only two bricks on the wall…”.
    Claro que se referia a seu país e à China.
    Como não sou de escutar desaforo, sobretudo em minha própria casa, disse a ele que não nos interessa, ser ” bricks in the wall”, mas apenas viver melhor que na Ásia a que nos comparam. E isso, além de já ser verdade, pode se aprofundar no futuro.
    Ou alguém aqui gostaria de arriscar a sorte e jogar na loteria de nascer na índia ou na China?

  3. Opinião: Mídia britânica tent

    Opinião: Mídia britânica tenta diminuir importância do bloco BRICS

    © Sputnik

    Midia britãnica tenta diminuir importância dos BRICS

     

     

     1917251224

    O jornal britânico “The Independent” publicou artigo de autoria do jornalista Chris Blackhurst intitulado “Tudo Acabado para os Países do BRICS”. No texto, Blackhurst faz uma série de críticas aos BRICS como conjunto e a cada um dos seus integrantes: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Especialista contesta matéria do “Independent”.

     

    Sobre o conteúdo e as possíveis motivações desta matéria do jornal inglês, o especialista em BRICS e em Relações Internacionais Diego Pautasso, professor da Escola Superior de Propaganda e Marketing do Rio Grande do Sul, do Colégio Militar de Porto Alegre e da Unisinos – Universidade do Vale dos Sinos, falou com exclusividade para a Sputnik Brasil.

     

    Logo da cimeira BRICS em Ufá© AGÊNCIA-PHOTOHOST“Mídia internacional se articula para desacreditar os BRICS”Sputnik: Como o senhor interpreta este artigo e que motivações podem estar por detrás dos argumentos expostos pelo jornalista inglês?

     

    Diego Pautasso: Trata-se de um artigo nitidamente direcionado, com conteúdo ideológico muito claro de quem está tentando deslegitimar a iniciativa dos BRICS, e é aquela coisa de quem desdenha porque tem interesse e percebe a importância e a envergadura que o bloco possui. Para destacar as maiores iniciativas do organismo multilateral, sem sombra de dúvida o Novo Banco do BRICS e o Arranjo Contingente de Reservas representam, por exemplo, iniciativas de grande envergadura que redefinem a arquitetura financeira global no médio e no longo prazo.

    S: As duas instituições citadas começam suas atividades com um capital inicial de 100 bilhões de dólares cada uma.

    DP: Exatamente. Mas mais do que iniciativas importantes que os BRICS têm desenvolvido, tanto do ponto de vista financeiro quanto em diversas inciativas de cooperação bilateral entre seus sócios, ou mesmo o grande avanço do comércio intrabloco que foi notado, o artigo está meio enviesado porque é a famosa leitura do “copo meio vazio, meio cheio”. Ele identifica alguns elementos, alguns problemas pelos quais eventualmente Rússia, China, Brasil, África do Sul e Índia vêm passando e utiliza isso para chegar a uma conclusão, na melhor das hipóteses, apressada, e, na pior das hipóteses, como já comentei, ideológica. Ao mesmo tempo que ele destaca os problemas que os BRICS vêm apresentando, em nenhum momento cita que foram os países que mais cresceram no mundo na última década. Ele não cita que foram os países que mais eliminaram a pobreza. Não cita que o Brasil, por exemplo, foi citado pela ONU como um dos países que cumpriram as metas do milênio. E de outro lado ele fala disso como se a situação do centro do sistema mundial – no caso, Europa, EUA e Japão – estivesse às mil maravilhas quando desde 2008, sobretudo depois de 2011, os países estão numa situação econômico-financeira e social muito grave.

     

    Ministro do Desenvolvimento Econômico da Rússia, Aleksei Ulyukayev© SPUTNIK/ VLADIMIR PESNYABRICS saem vencedores após sanções da União EuropeiaS: Neste artigo o jornalista Chris Blackhurst critica também o economista Jim O’Neill, que criou o acrônimo BRIC – que depois recebeu a letra S de África do Sul –, e critica também outro grande economista de renome mundial, Joseph Stiglitz, por ter apoiado a visão de Jim O’Neill de que os 5 BRICS, ou na época os 4, quando foram criados (Brasil, Rússia, Índia e China), seriam as futuras potências econômicas do mundo. Numa passagem deste artigo, Chris Blackhurst diz o seguinte: nos últimos 13 meses quase 1 trilhão de dólares deixou os mercados emergentes, como são chamados os 5 países dos BRICS. E, referindo-se a cada um, ele diz o seguinte: a recente desvalorização da moeda da China assustou o mundo; a Rússia está sendo penalizada pelas suas sanções devido à sua política para a Ucrânia; o Brasil está tomado por protestos com quase 1 milhão de pessoas nas ruas criticando o Governo; a África do Sul está lidando com corrupção e com diminuição de sua atividade econômica. E ele diz que somente a Índia, destes 5 países BRICS, está mantendo um momento de prosperidade.

     

    DP: É curiosa esta conclusão do autor porque a Índia é justamente o país que os EUA percebem como um freio potencial para a ascensão chinesa na Ásia, embora eu ache que a Índia é grande demais para se subordinar ao guarda-chuva político e diplomático dos EUA na Ásia e cumprir o papel de pião norte-americano. De todo modo ele afirma, de novo, as coisas de forma completamente parcial. Ele diz que a Rússia está envolvida em sanções mas não fala das respostas que a Rússia deu às sanções e da reafirmação diplomática que isso representou em termos globais, a presença da Rússia na América Latina e o fortalecimento das relações com a China. Ao constatar, por exemplo, que a desvalorização do yuan afeta a economia mundial, ele está provando o peso econômico que a China tem. Há 20 anos a moeda da China sequer era lembrada quando se falava de conjuntura econômica e política internacional. Hoje qualquer oscilação nas Bolsas e na moeda chinesa são monitoradas em escala global, justamente pela importância que o país tem. Afinal, em 2014 a China se transformou na primeira economia do mundo, medida em poder de paridade de compra. Acho que isso é bastante elucidativo da maneira como o autor aborda e de que a tentativa dele, entretanto, não é suficiente para frear o reordenamento de poder no mundo, que vem ocorrendo na última década.

     

    Civic BRICS reúne em Moscou delegados de cinco países do bloco e outros, antes da Cúpula do BRICS, que acontecerá em 9 e 10 de julho em Ufá, também na Rússia© BRICS2015.RU / DIVULGAÇÃOBRICS buscam ordem internacional mais democráticaS: A quem interessa enfraquecer o BRICS?

     

    DP: Interessa, primeiro, às potências antigas, que em alguma medida são consideradas potências decadentes, pelo menos do ponto de visto relativo, em face aos famosos emergentes; e de outro lado, mesmo dentro dos países que compõem o BRICS, sempre há segmentos da elite interessados com o velho alinhamento com as potências mundiais. Geralmente esses segmentos da elite acabam reverberando esse tipo de argumento de que os BRICS têm problemas, de que os BRICS são assimétricos, de que os BRICS não conseguem alcançar os objetivos propostos. Então faz parte também do jogo político doméstico, mas, sem sombra de dúvida, de todo um rearranjo de poder em escala global.

    Leia mais: http://br.sputniknews.com/opiniao/20150820/1919688.html#ixzz3je9MCtAG

    1. exagero, é um texto de autor

      Li tanto o texto do Chris qualquer coisa quanto a entrevista do nosso conterrâneo. 

      Está-se exagerando.

      Realmente o Wall Street e a Economist (aquele mais que esta) tem sapateado o Brasil, parece que ainda curtem nossa humilhação no 7X1 orgásticamente. 

      Mas isso não se aplica à opinião pública inglesa como um todo, aquela que frequentou as boas univerisdades de lá. Nesses lugares, sabe-se por exemplo que a indústria brasileira entra no seu quarto ano de aperto, e que a desconcentração de renda vai estancar e talvez reverter (dada a conjunção de desemprego e inflação alta). 

      No entanto, ainda assim a performance do setor industrial brasileiro é relativamente aos seus pares ocidentais dos melhores vista numa perspectiva mais longa. Até 2010 nossa manufatura era a única das top 10 ocidentais exceto Coréia que vinha aumentando sua participação no total mundial. Não é pouco com os dínamos indiano, chinês, seguidos de Vietnã, Paquistão e que tais. Ainda em 2013, o Brasil tinha a oitava maior indústria do mundo. E fez isso sob condições cambiais e tributárias muito ruins. Para se er uma idéia, em 2013 em reais a produção industrial do Reino Unido valia 600 bi, contra mais de 1 tri do Brasil. 

      Nesses anos de politica industrial ruim – mas existente – o Brasil passou a ter duas universidades nas top 100 mundiais, a figurar entre os 10 países que mais investem em tecnologia própria, a ter 6 empresas entre as 1000 com maior capacidade tecnológica (contra um padrão histórico de 2), e a alcançar a 15a posição entre os maiores produtores de ciência de alto nível. 

      BRIC ou menos BRIC, o Brasil é um país e tanto, e sua trajetória é admirável acima de qualquer suspeita, apesar do cartel da mídia e da ameaça de volta da república dos bacharéis.

      O texto de Mr Chris mostra um pouco de desinformação e uma animosidade mal disfarçada, mais dirigida à Rússia e à China.

      Os britânicos tê motivos de sobra para se sentirem aliviados caso seus vaticínios estejam corretos.

      Com o Brasil, certamente é outra estória. Creio que nisso nosso rico português Leonídio Ferreira é o que mais acertou, mas seu ponto de vista não é antagônico ao do inglês. 

       

       

       

  4. Sem Rússia e Brasil não existe caminho

    Sem o poderio nuclear e tecnomilitar russo e sem as riquezas e potenciais agrícolas incomensuráveis do Brasil, não existe nada que se apresente como alternativa ao Império. Como diria o PHA, o resto é o lar de Paquetá.

  5. O Brasil se distingue dos demais países emergentes

    Cada época tem o seu paradigma de “emergência”. O Brasil foi o campeão entre os anos 50 e 70 praticando o modelo nacional-desenvolvimentista criado por Vargas e levado ao auge pelos militares. Nesse período o país passou da quadragésima para a oitava economia mundial.

    Mas o modelo se esgotou nos anos oitenta. A partir daí, a nova fórmula de sucesso foi aquela criada pelos chamados “tigres asiáticos”, os mesmos que nos anos sessenta eram bem mais pobres do que nós. Mas nós não seguimos esse paradigma. Há manifestas diferenças entre o B e o RICS. A carga tributrária, no Brasil, é quase o dobro daquela dos demais países emergente. A taxa de poupança brasileira é menos da metade.

    O Brasil está paralisado nos anos sessenta, tal como quase todos os outros países sul-americanos. Nesse período houve uma fase revolucionária que cobriu nosso continente de guerrilhas e ditaduras, o que sem dúvida impactou bastante o imaginário de mais de uma geração. Dizem que o trauma paralisa o tempo e faz você viver no passado. Foi o que aconteceu conosco: embriagados pela lenda de garbosos guerrilheiros decididos a levar seus povos à redenção, continuamos presos aos ideais e esquematismos pregados pela esquerda na época. Fórmulas totalmente falidas e esgotadas nesse século 21, como fica patente no invariável fracasso de todas as tentativas neo-revolucionárias ou de mera ressurreição do modelo nacional-desenvolvimentista, como é o caso brasileiro. É como colocar duzentas vezes o mesmo DVD para rever duzentas vezes as mesmas cenas. Mas quase ninguém repara isso, o que não chega a ser surpreendente: a história universal está repleta de exemplos de grupos inteiros que se mostraram incapazes de enxergar as mudanças e a evolução que ocorriam bem debaixo de seus narizes, desde os junkers prussianos até os fazendeiros sulistas dos EUA. Os populistas sul-americanos são o novo exemplo.

    Enquanto tentamos voltar aos anos sessenta e celebramos heróis fuleiros, lá fora o mundo avança sem nós.

  6. “Note-se que deixou de fora a

    “Note-se que deixou de fora a Coreia do Sul e o México, por serem já demasiado desenvolvidos”. México? demasiado desenvolvido?

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