Busca da verdade e erro grave de Moro, por Walter Maierovitch

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Por Walter Fanganiello Maierovitch

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1. O juiz Sérgio Moro, –com o devido respeito–, errou duplamente ao indeferir o último requerimento formulado pelo réu Marcelo Odebrecht: fase de alegações finais.

O réu pretendia demonstrar equívoco na transcrição (para o papel juntado aos autos) do relato verbal do colaborador de Justiça Paulo Roberto Costa. Da transcrição levada aos autos a parte processual acusadora, Ministério Público Federal, extraiu juízos acerca da responsabilidade criminal do mencionado Marcelo Odebrecht.

Parêntese aos amigos de facebook que não são bacharéis em Direito: no processo penal, o Ministério Público apresenta uma pretensão punitiva, como representante do Estado que é titular do jus puniendi (direito de punir). No outro pólo (agora é sem acento gráfico) processual, figura o acusado, titular do direito subjetivo de liberdade. Fechado parêntese.

Com efeito e depois de realizadas as alterações e os consertos, a defesa técnica do acusado Marcelo Odebrecht poderia realizar o cotejo do contado pelo colaborardos Paulo Roberto Costa com o declarado por Alberto Youssef, na fase de alegações finais.

Para o juiz Moro, tratava-se de requerimento protelatório e de o processo ser marcha para frente. Daí, o indeferimento.

2. O principal princípio informativo do processo constitucional penal é a busca da verdade real.

Os processualistas italianos, à unanimidade, ensinam não poder o juiz criminal contentar-se com a verdade formal. Isso tudo, –e agora lembro de um autor francês mencionado pelo saudoso professor Frederico Marques–, porque a grande meta da Justiça é não deixar impunes os crimes e não punir inocentes.

A alegação da defesa foi gravíssima: incorreta transcrição, com mudança de sentido e a levar o Ministério Público a concluir incorretamente.

O colaborador Paulo Roberto Costa, segundo gravação, disse o seguinte: – “Eu conheço ele (Marcelo Odebrecht), mas nunca tratei de nenhum assunto desses com ele, nem põe o nome dele aí, porque ele, não, ele não participava disso” (apud: A Teoria da ‘Bosta Seca’ ameaça a Lava Jato- Elio Gaspari, jornal O Globo, edição de 24 de janeiro de 2016- página 7).

No papel juntado aos autos como transcrição e os acusadores frisaram, – “ Paulo Roberto Costa, quando do seu depoimento (. . .) consignou que, a despeito de não ter tratado diretamente o pagamento de vantagens indevidas com Marcelo Odebrecht” ( O Globo, idem-ibidem- o mesmo, no mesmo lugar).

3. Etimologicamente, ensinou João Mendes Júnior, processo significa marcha adiante.

Mas, no processo penal, trata-se de marcha avante desde que sem defeito capaz de levar à nulidade.

Uma nulidade absoluta, —como do tipo a comprometer o direito à ampla defesa com falha de transcrição capaz de gerar prejuízo concreto—, causa defeito a fazer retroceder o processo. E retroceder para eliminar o defeito verificado e causador de nulidade absoluta. Se a correção demorar, a nulidade poderá gerar prescrição da pretensão punitiva estatal.

Durante uma vida procurei transmitir isso aos meus alunos de faculdades de Direito e de cursos preparatórios para ingresso nas carreiras jurídicas no Instituto dos Advogados de São Paulo (fundado pelo Ruy Barbosa): carreiras jurídicas para futuros juízes, promotores, procuradores, delegados de polícia, defensores públicos, procuradores do Estado, etc.

4. Não tenho dúvida que empreiteiras e construtoras, como OAS, Odebrecht, e quejandos, quiseram transformar o Brasil. Mudar de Estado democrático em Estado cleptocrático. Para o jornal Folha de S.Paulo e, depois de declarações de Marcelo Odebrecht contra a delação premiada, comparei ele a Totó Riina, o “capo dei capi” da Máfia.

Também acho que houve ilícito de “lesa nação-brasileira” no Mensalão (petista e tucano) na Lava Jato. Mais ainda, um “assalto” (uso o termo no sentido popular) aos cofres da Petrobrás. Fora isso, critiquei a “Carta dos Advogados”. Continuo a esperar apurações sobre a apelidada “privataria tucana” e os afirmados escândalos do Metrô de São Paulo e do chamado de “Roubo-Anel”.

Atenção-Atenção: não acho que o “roubo” (em sentido popular) de um partido político justifica ou pode ser usado como desculpa por outro partido.

No processo criminal constitucional brasileiro o magistrado, dada a sua imparcialidade, não pode deixar de trazer aos autos processuais as correções necessárias: o juiz tem a função de velar pelos autos.

Claro e “diante do princípio do livre convencimento motivado”, o dito em delação, quer pelo corrupto Paulo Roberto Costa, quer por uma Madre Teresa de Calcutá, pode ser desconsiderado. Só que o juiz tem, na sentença de dizer porque desprezou.

Ainda: as correções são necessárias porque, no processo penal brasileiro, existem vários graus de jurisdição. Em primeiro grau, juízo monocrático e, nos demais, juízos colegiados.

5. Aviso aos navegantes. Já estou calejado com ataques, segundo o teor das postagens e neste Fla-Flu que se transformou o Brasil.

Continuo a trilhar caminho independente e ser guiado pela minha consciência. Portanto, vão errar os que me chamarem de Lulista, petista ou tucano. Nutro grande desprezo a FHC, Lula, ao traidor-milionário do Zé Dirceu, ao enganador José Serra, et caeterva (e comparsas).

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

38 Comentários

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  1. É preciso sempre lembrar que

    É preciso sempre lembrar que bater em tudo e em todos não garante credibilidade do que é escrito ou falado por alguém. Assim, esses artícios de espinafrar tudo e todos só cola com aqueles que acreditam numa terceira via sacra e longe de sacrilégios. Dirceu é milionário? Deve ser dono da Friboi também…e o Tony Ramos adora xingar o filho do prórpio patrão?

    Gézuiiis

  2. Quem tem que impor limites aos abusos do juiz Moro na Lava…

    Quem tem que impor limites aos abusos do juiz Moro na Lava Jato é o Supremo. O que estamos presenciando é a ofensa sistemática dos princípios básicos do Processo Penal. Ou seja,os princípios que asseguraram os pilares de um Estado Democrático de Direito, o qual garante a efetiva aplicação de um contraditório e uma ampla defesa justa.

    1. Wilton

      Será que o Supremo deseja impor limites ao Juiz Moro ? De jeito nenhum ! Se eles próprios aceitaram a “famosa” frase de um de seus membros, quando do julgamento do Mensalão, além das arbitrariedades do Joaquim, inclusive escondendo provas de inocência de alguns. Tá tudo dominado, meu caro !

       

  3. obras

    O professor deve saber que nunca, jamais, em momento algum se fez qualquer obra pública no Brasil que não gerasse  vantagem indevida, por fora, propina, arreglo.

    Ao menos depois de Pedro Alvares Cabral.

  4. faltou só falar dos Marinhos

    e da rádio que TROCA a notícia, vulgo CBN – o que seria mais que justo.

     

    À exceção do último parágrafo, desnecessário porque piegas – é bom o artigo.

    Bem didático. Mas nada que já não tenhamos lido nO Cafezinho ou no BlogdaCidadania.

  5. um dos aspectos

    um dos aspectos fundamentais desse texto é a ideia

    de que a justiça não pode deixar impunes os crimes nem punir inocentes…

    mas salta aos olhos na operação lava-jato a intenção de punir

    muito mais do que mercem alguns e inocentar corruptos conhecidos ha muito tempo,

    como os deduradores…

    o caso do doleiro youssef, ligado aos tuvanos da guantanamo

    curitibana e ao conluio grande mídia et cvatetva, evidencia a

    ideia de beneficiar os delatores, que viram profissiionais da corrupção e da delação premiada…

    quanto ao resto, concordo com o comentário do francy lisboa…

  6. E…………………..

    É notável a auto-defesa feita pelo juiz no útlimo paragrafo de seu artigo. contudo…………

    O que disse, não acrescenta nadica ded nada, e só agora quando alguns juristas e advogados dos supostos réus vêem a público para mostrarem a arrogância e afronta as leis básicas de uma investigação que deveria se basear em pmrovas e não em ilações, alguns aparecem !!!!

    Quero crer que, o desmonte, o descrédito, e a inoperância do judiciário neste pais, só contribui e contribui ainda mais para confundir e desnortear o populacho que na maioria das vezes é manipulado pelos interesses de grupos.

    Finalizando digo que, estão destrjuindo a Nação, e talvez, como disseram – ” não ficará pedra sobre pedra”  nosso país leve décadas para se erguer novamente.

    Para a felicidade de nossos inimigos e saqueadores !!!!!!!!!! Eles agradecem !!!!!!!!!!!!!!!!!!!

  7. Maierovitch sabonetou

    Maierovitch sabonetou bonito.

    Só criticou Moro e mais nada.

    O que ele tem a dizer sobrte a dobradinha Lava-Jato-Mídia?

  8. Se busca a verdade, deveria ser mais justo

    Então, ta, né… Facil dizer que despreza a gregos e troianos. Qual a proposta?

    A proposito, Dirceu traiu ou foi traido ? E Milionario so porque depois da politica, passou a prestar assessoria? Se não fosse isso, iria viver de quê, ja que o mensalão destruiu a vida e a carreira dele? Quem estendeu a mão a Dirceu?

  9. ZELO

    Nossa, quanta preocupação, quanto temor e quanto cuidado para não ser “mal interpretado” ou taxado de petista, lulista ou tucano…

    Tudo isso para dispor sobre um princípio básico do direito processual penal. 

     

      1. Não

        Não, o zelo foi com a própria imagem para de alguma forma se passar por “independente”, ao explicar um simples princípio processual penal, evidenciando clara preocupação com “o que vão pensar de mim por criticar uma decisão do deus Moro” .

        1. deus moro?

          então, sim: a que ponto chegamos.

          o judiciário brasileiro reduziu, não apenas o processo penal, mas todo aquele arcabouço contido no capítulo referente aos direitos e garantias fundamentais da constituição federal, todo ele cláusulas pétras, à letra morta, pois sujeita aos humores do julgador.

          daí um alerta, emitido por um desmbargador e jurista respeitado, vir acompanhado de várias explicações constrangedoras de que não milita neste ou naquele campo ideológico quando, em verdade, todos militamos alguma ideologia.

          cabe uma frase do vives: “miserável é aquele que se deixa aprisionar pelas opiniões populares porque grande mestre é o vulgo a ensinar a errar”.

          o tal “vulgo”, hoje, viaja 2 vezes ao ano para a disneylandia e manda os empregados baterem panelas em seu terraço “gourmet” a cada aparição da presidente da república em discurso.

          é típico de quem não quer que os outros ouçam o que a chefe de estado e governo tem a dizer simplesmente porque não concorda com ela.

          o que teme walter maierovich? não ser comensal dessa gente?

          … a que ponto chegamos!

          1. Que medo!

            Dá medo o medo que o sr naiervitch manisfesta á mldia e ao moro.

            que vergonha, cheio de mesuras, subserviente.

  10. Falar com Deus

    Só o fato de dirigir-me ao jurista doutor Walter Fanganiello Maierorovicth já sinto-me intimidado, pois estou, ousadamente, a falar com Deus

    Deus é aquele personagem criado pelo homem para revelar que foi Ele mesmo que criou o homem, com a finalidade de adorá-lo por toda a vida, caso contrário, o homem vai acabar nos quintos dos infernos, eternamente.

    Mas, vamos deixar de lado a filosofia barata.

    O doutor Walter refere-se a outro Deus, o juiz doutor Sérgio Moro, com uma reverência que confunde o mais comum dos mortais: um juiz da primeira instância da justiça federal é hierarquicamente superior a um desembargador aposentado, jurista respeitado pelo conhecimento das leis  e pela bravura em atacar ícones da política nacional ?

    Por que, então, aquela expressão “com todo o respeito”, no 1º parágrefo do seu texto, ao afirmar que o doutor Sérgio Moro errou duplamente ao indeferir o último requerimento formulado pelo réu Marcelo Odebretch ?

    Só esse cuidado, essa reverência, já revela a que estado de coisas estamos a viver neste país.

    Um juiz que passou num concurso público, focado exclusivamente no saber jurídico, que não afere o concursado em quase nada sobre os demais saberes que revelem o conhecimento de um ambiente sócio-político-econômico de uma sociedade altamente complexa, é alçado a destinar sozinho o rumo de uma nação, sem a interferência de qualquer órgão estatal que lhe imponha freios e correções de rumo, não obstante o país estar se dirigindi ao caos.

    CNJ, STF, STJ, TRF, OAB, Poder Executivo e Poder Legislativo, os dois últimos eleitos pelo povo, se pôem de joelhos perante o juiz doutor Sérgio Moro, por temerem o poder que este se arroga, não se sabe donde, de fazer da Justiça o quintal da mãe Joana. 

    Um juiz que substitui a lei pela sua Vontade, que aprisiona réus indefinidamente para que façam delações involuntáriamente (é o que fazem em Guantánamo), que primeiro condena para depois “ajustar” o processo à sua condenação, que define os limites das operações policiais e das investigações da procuradoria de forma seletiva com a finalidade de alcançar determinados agentes políticos e deixar de fora dos processos os agentes políticos de sua preferência partidária, que não manda investigar os crimes de vazamento de depoimentos de delatores, tomados, coercitivamente, sob segredo de justiça, que não manda investigar o vazamento de falsos depoimentos, destinados a fazer manchetes na grande imprensa com a finalidade de enxovalhar reputações dos desafetos políticos dessa imprensa, que não confere se as transcrições de depoimentos de delatores, constantes do processo, conferem com os depoimentos de origem, que só leva em consideração a palavra acusatória da procuradoria, desprezando a palavra da defesa, é um juiz que, ao contrário do que disse o doutor Maierovitch, “não merece respeito algum”.

    É um juiz que repete o papel desprezível do torquemada Joaquim Barbosa no julgamento da AP 470, que abandonou o Supremo Tribunal Federal, por não ter condições intelectuais para debater com seus pares e que, também, alardeava desprezo pelos advogados de defesa pelos mesmos motivos.

    Pronto, falei. Agora, posso cantar como o Zé Keti e Nara Leão (substituída por Maria Bethânia)..

    “Podem me prender, podem me bater, que eu não mudo de opinião.

    Do meu Brasil, eu não saio não

    Pois os facistas não passarão”

     

     

  11. Lava – jato

    A lava-jato é o nosso ovo de Colombo, a nossa roda reinventada, o marco zero de nossa história, o despertar da “justiça”. E o carnaval tá chegando…

  12. Antídoto para críticas

    O interessante é o que desembargador escreveu algo possível, exclusivamente do seu interesse e enumerou alguns políticos, sendo dois expresidentes, do qual foi Secretário Nacional Antidrogas (governo FHC).

    Para tentar ficar bem na fita esculachou mais o Zé Dirceu do que o resto, afirmando que é milionário.

    Quanto a Serra, apenas citou o nome do “coiso” sem adjetivação. Porque será?

    Serra não é milionário?

    Como Secretario tratando do narcotráfico, será que nunca ouviu nada sobre os Perrelas, Aécio, o Quedo, o município de Claudio onde havia um laboratório de refino de cocaína.

    Nada sobre Aécio?

    Em que se baseou o desembargador para dizer que Zé Dirceu é milionário?

    Eu tenho muito interesse em saber, e acho que todos os leitores do blog também tem.

    Afirmar sem mostrar provas, até eu afirmo. Mas quando se trata de alguém do meio jurídico, que deveria saber das implicações das suas acusações, isso é muito grave.

    Mas Zé Dirceu está preso, aniquilado pela grande mídia, uma afirmação sem provas, a mais ou a menos, não vai fazer diferença.

    Mas para mim faz sim.

    Espero que o senhor desembargador mostre as provas.

  13. O juiz-deus da mídia errou?

    O juiz-deus da mídia errou? Im-pos-sível. Ele não errou; ele sabe muito bem o que está fazendo quando afirma que o processo “anda para a frente.” Moro erra ao não esclarecer o grampo ilegal da Polícia Federal? Moro erra quando não manda apurar os vazamentos seletivos e criminosos que ocorrem sob as suas barbas?Ou é lícito vazar depoimentos sigilosos? Já se creditou a Moro a utilização indevida de uma enxurrada de prisões preventivas para investigar e pressionar acusados. Caso isso esteja acontecendo, estaria Moro cometendo algum erro? Bem, de acordo com o Supremo Tribunal da Mídia, Moro, em momento algum, cometeu qualquer erro. O Supremo Tribunal da Mídia não apenas apoia incondicionalmente todas as decisões do Moro, mas também, evidentemente, pressiona para que elas sejam mantidas. 

  14. Quando se vê o sangue….

    Diz-se que a simples visão ou cheiro de sangue atrai abutres e outros animais .  Nos humanos dizem que isto ocorre com o instinto de linchamento. Nos estádios quando alguém esta caído, logo aparecem mais e mais  gente para a agressão. Durante estes últimos anos e em particular neste último ano  eu vi  violações de direitos , erros processuais, ações ilegais da polícia. VIolações durante o mensalão , violações durante o Banestado, violações na Lava-Jato, violações no Zelotes. E vi todas elas ocorrerem sob  um siêncio perturbador de vários juristas famosos. Houve uma violação fundamental quando uma juiza disse que condenaria alguém sem provas, porque a literatura permitia. Não vi nenhuma manifestação de certos juristas que mantem colunas em revistas e jornais.  Mas tudo indica que agora   quando as peripécias do Juiz Moro, já o fazem sangrar ( ainda é so uma feridinha) , a turba agora avança. Até Maierovitch  resolveu se manifestar. Não era sem tempo, mas timing é o que ele mais conhece.  Porém  para manter um ar de isenção ele fala mal de todo  mundo mesmo sem provas.

  15. Prezado professor, não há uma

    Prezado professor, não há uma transcrição juntada aos autos.

    Sequer há uma transcrição.

    O registro audiovisual sequer é obrigatório ou probatório.

    O que está juntado aos autos é o termo de colaboração assinado pelo colaborador e sua defesa.

    Se o colaborador diz “Nem põe o nome dele aí” ( aí = termo a ser assinado ) é óbvio que o procurador não pode colocar o nome, ou senão o colaborador não assinaria o termo. Correto ?

    O colaborador não disse para colocar no termo que Marcelo Odebrecht não tinha participação, pediu para que não fosse citado, e é extamente isso que foi feito.

    Colaborador não é testemunha de defesa para inocentar ninguém, está colaborando para que se descubra outros envolvidos.

    Por isso mesmo que Marcelo Odebrecht não foi preso com outros empreiteiros na Operação Juízo Final em novembro de 2014 e só veio a ser preso na operação Erga Omne em meados de 2015 depois de ter sido comprovada sua participação através de outras colaborações e interceptações telemáticas.

     

    1. Errado.

      A redução a termo do depoimento do delator não deixa de ser uma transcrição. 

      A gravação não é obrigatória, mas uma vez realizada, serve como prova, tanto para atestar a lisura do ato, como para apontar eventuais distorções, manipulações e ilegalidades.

      O delator pode  funcionar tanto como testemunha de acusação como de defesa, não há qualquer impedimento legal quanto a isso.

      O ponto central do artigo é o indeferimento do pedido da defesa, feito em homenagem ao princípio da verdade real,  ou seja, o verdadeiro sentido daquilo que foi dito pelo delator, para consertar e alterar a distorcida transcrição feita pelo procurador, não por acaso, prejudicial ao réu.

      Se o juiz  vai valorar ou não essa prova no final, ao lavrar a sentença, essa é outra questão.O que lhe cabia era deferir o legítimo pedido da defesa em busca da verdade real, é disso que se cuida.

      Essa só mais uma prova do cerceamento contumaz ao direito à ampla defesa visto nessa operação.

       

    2. Dissimula, engana e camufla. Vade-retro!

      O comentarista e o autor do texto sao faces da mesma moeda. Percebe-se que a deformaçao de um complementa-se na deformaçao do discurso do outro. Prá que jogar limpo se voce pode dissimular, nao é mesmo??

       

  16. Esse Maierovitch

    Esse Maierovitch é mais tucano do que os tais bicudos. Escreve, escreve, sempre no limite da tênue linha que divide o estar em cima do muro e o estar no terreno firme, embaixo, na planície. Mas, eis que de repente e ao final, abruptamente, dá-nos a exata visão da altura do paredão sobre o qual está a se equilibrar. Quer agradar a “gregos” e, principalmente, a “tucanos” (sem revisão, por favor)! 

  17. A preocupação do autor ao se

    A preocupação do autor ao se justificar perante a crítica ao paladino da mídia se deve ao temor de cair em desgraça com os possíveis financiadores ou patrocinadores ou patrões ou até mesmo assinantes dos portais da mídia golpista. Isto tem acontecido. Ou se afinam inteiramente ao discurso dominante dos barões da mídia – serviçais da Casa Grande – caso de Gabeira, Jabor, Madureira, entre outros, e com isso garantem suas generosas mesadas, ou procuram cercar de desculpas preventivas. É o caso do comentarista da Band Boechat. Quando ataca Lula ou José Dirceu ou o governo Dilma na rádio o faz sem cerimônia. Quando critica algum cacique gordo do PSDB o faz cercado de desculpas e explicações.

    Na verdade, há um falso moralismo picareta e vulgar. É besteira querer atribuir adjetivação a algum político ou grande empresário ou apresentador de TV milionário que não esteja, de alguma forma, direta ou indiretamente, ligado a práticas de corrupção, propina, caixa dois ou coisa que o valha. É assim que funciona o sistema eleitoral e empresarial brasileiro – e mundial, por que não? Ou as invasões a países para assaltar as riquezas minerais por parte dos países mais ricos não constituem outra forma de corrupção e apropriação indébita de riquezas alheias?

    Por isso que essas operações tipo Lava Jato, com seu foco seletivo, partidário em todos os momentos, não passam de hipocrisia e moralismo sem moral, mesmo quando apresentam resultados parciais de descoberta de propinas e corrupção. Outros escândalos apresentaram volumes de dinheiro desviados bem maiores. E foram silenciadas pela mídia e pela justiça – vide a operação Zelotes na sua fase inicial.

    Qual prefeitura ou empresa brasileira ou câmara legislativa ou empresa jornalística, sobretudo as maiores (em tamanho) não apresenta algum nível de corrupção ou favorecimento ilícito, ou sonegação de impostos, ou coisas afins?

    Não quero com isso justificar quaisquer práticas ilícitas. Todas deveriam ser combatidas, denunciadas, investigadas e seus responsáveis punidos. Mas, não é isso o que acontece no Brasil. O judiciário, em grande parte, está envolvido nesses esquemas. O MP idem. A PF idem. A própria Lava Jato, com a blindagem que faz dos tucanos e a vergonhosa aliança de vazamentos seletivos com a mídia é coautora de práticas ilícitas e corruptas.

    Portanto, causa espanto essa forma novelesca com que essa operação dominou a pauta do país, causando enormes prejuízos econômicos e políticos, apresentando na verdade resultos pífios e seletivos, já que as mesmas empreiteiras condenadas no chamado Petrolão, certamente estão envolvidas em esquemas semelhantes em obras de governos tucanos, tanto no período FHC quanto em período recente nos governos estaduais – de Minas, SP, Paraná, só para ficarmos em poucos exemplos.

    O corte temporal limitado ao período das gestões petistas e em personagens ligados ao PT e a alguns aliados da base de governo, excluindo TODAS as denúncias que atingem o governo FHC, ou personagens como Aécio, Anastasia, Serra e outros reforça a convicção de que esta operação, ao combater a corrupção de forma seletiva e parcial, é conivente e leniente com a corrupção que escapa ao recorte pré-estabelecido pelos agentes da operação. Deixando-nos a impressão de que se trata de um combate falso moralista ou de moralistas sem moral à corrupção.

    É dentro desta análise que vejo certos “críticos” de alguns erros primários cometidos pelo complô do Paraná. Eles fazem vista grossa, tal como Moro, ao conjunto da obra desta operação. Uma operação claramente voltada para combater o governo federal, a Petrobras, um partido determinado e suas lideranças, e alguns empresários ligados aos investimentos estatais que movimentaram a economia do país nos últimos anos. Simples assim. Bancos, barões da mídia, tucanos e demos, entre outros, claro, ficam de fora dos ataques judiciais-policialescos-midiáticos, como sempre. Nenhum outro governo ou empresa suportaria um décimo do cerco que a Lava Jato e a midia fazem de forma seletiva aos governos petistas. Quantos dias durariam políticos como Aécio Neves ou Serra ou FHC se recebessem um décimo do cerco e dos ataques que lideranças como Lula ou Zé Dirceu recebem diariamente? Por isso considero hipócritas os arroubos moralistas feitos pelos agentes da mídia golpista. Entre outros.

  18. O santo é de barro.

    Só posso entender da seguinte forma: des”mora”lizar  o país num todo para atingir um partido fundado em chão de fábrica. A demagogia da elite politica paulista, não têm limites.

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