Aldo Fornazieri
Cientista político e professor da Fundação Escola de Sociologia e Política.
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Caminhoneiros: o maior impacto na História do Brasil, por Aldo Fornazieri

Foto CartaCapital

Caminhoneiros: o maior impacto na História do Brasil

por Aldo Fornazieri

“O medo tem alguma utilidade, mas a covardia não”(Gandhi)

Nenhum acontecimento da história do Brasil teve um impacto tão avassalador sobre o conjunto da sociedade e do Estado, em todas as suas dimensões, tal como este produzido pelo movimento paredista dos caminhoneiros. Nem a Independência, nem a proclamação da República, nem a Revolução de 1930, nem a Segunda Guerra, nem o golpe militar de 1964, nem o Plano Collor, nada produziu um efeito tão universal sobre todos os aspectos da vida nacional. Com exceção de poucos lugares remotos do país, todos os demais lugares setores foram afetados. Nem mesmo uma guerra teria um efeito tão avassalador. Foi como se o Brasil fosse atacado em todo o território nacional, em todas as suas cidades, em todos os ramos de atividade, em todas as linhas de  abastecimento. A singularidade que o movimento dos caminhoneiros produziu talvez não tenha similaridade em nenhum outro país.

O movimento dos caminhoneiros revelou o grau de abandono do povo brasileiro e desnudou a mediocridade da política nacional – da direita, do centro e da esquerda; do governo e da oposição. Pôs à luz do sol a falência das instituições do Estado, dos partidos e das lideranças políticas. Espatifou a autoridade do Executivo, do Legislativo e do Judiciário reduzindo-os à impotência. Emudeceu os falsos moedeiros do mercado e ensinou aos movimentos populares como se para o país. Comprovou os equívocos das nossas opções estratégicas de desenvolvimento. Ninguém tinha nada a fazer e ninguém tinha nada a dizer. O povo, mesmo sacrificado pelo desabastecimento, na sua sabedoria espontânea, fez o que era certo: apoiou o movimento porque suas demandas são justas e o que é justo precisa ser apoiado.

Temer, o chefe da quadrilha governamental, depois de ter mergulhado o país no caos e nos desgoverno, depois de ter humilhado o povo brasileiro, depois de ter destruído os parcos sentimentos de sociabilidade, depois de ter extinguido direitos e de ter conspirado contra os interesses nacionais, fez o  que de mais ridículo se pode fazer: fez um acordo com as entidades representativas das empresas de transporte para depois acusá-las de locaute. Trata-se da estupidez elevada à máxima potência.

O movimento dos caminhoneiros revelou também a desorientação das oposições, das esquerdas, a sua falta de compreensão da conjuntura, sua incapacidade de se conectar com os sentimentos do povo,  a escassez de líderes virtuosos e competentes e a falência das direções partidárias. No seu temor crônico, a primeira coisa que as esquerdas viram no movimento, particularmente setores petistas, foi uma conspiração para um golpe militar e para cancelar as eleições. Em consequência deste pavor, demoraram em dar apoio aos caminhoneiros e, quando o deram, foi com toda a cautela do mundo e de forma protocolar e formal, através de notas. Em tudo isto ocorreram exceções, claro, a exemplo de movimentos sociais e da Frente Povo sem Medo.

O presidente da CUT emitiu a seguinte recomendação: “O governo deve sentar à mesa e negociar com seriedade, respeitando todos os representantes dos movimentos”. A nota da entidade recomendou também que o governo mude a política de preços dos combustíveis. Belos conselhos a um governo golpista, nessa plácida aceitação, como se fosse possível sair daí alguma seriedade. As oposições só tinham uma coisa digna a fazer: apoiar os caminhoneiros, exigir a renúncia de Temer e de Pedro Parente colocando-se em sintonia com o sentimento de indignação da sociedade e chamar manifestações em favor dessas consignas. A nota do PT também sequer pediu a renúncia de Temer e de Parente.

Era preciso entender que o movimento dos caminhoneiros suscitou uma enorme disputa política junto à opinião publica que voltou suas atenções de forma concentrada para os acontecimentos e desdobramentos da paralisação. O temor das esquerdas impediu que a disputa fosse feita de forma consequente e correta. Grosso modo, os caminhoneiros ficaram a mercê da direita.

Dividir para conquistar e unir para governar

Os grandes estrategistas da história, quando estavam em dificuldade ou dispunham de força insuficiente para combates decisivos, sempre agiram com a seguinte premissa da astúcia: dividir os inimigos e agregar o máximo de forças possível sob o seu comando. Os partidos de esquerda, alguns por pruridos infundados, outros por perda da noção da disputa política, preferem jogar as forças confusas ou intermediárias para o lado da direita. Grandes estrategistas como Felipe da Macedônia, Júlio César e Mao Tse Tung, entre outros, adotaram com eficiência esta estratégia. Quando, em 1937, os japoneses invadiram a China, Mao não vacilou em adotar a estratégia da frente única anti-imperialista. Foi com essa estratégia que reorganizou e fortaleceu o Exército Vermelho, tornando-o apto a triunfar.

Em A Arte da Guerra, Maquiavel faz uma síntese clara das estratégias vencedoras para conquistar o poder: dividir para conquistar. E em O Príncipe, mostrou qual a melhor estratégia no governo: unir o povo para governar. A rigor, o PT inverteu essas estratégias. No governo, adotou a estratégia da tirania: “divide et impera”. E na oposição busca o isolamento, jogando forças disputáveis para o lado do inimigo.

Era preciso perceber que nem todos os caminhoneiros são pró-Bolsonaro e favoráveis à intervenção militar. Mais do que isso: ao apoiar a paralisação e exigir a renúncia de Temer era a forma mais consequente de disputar setores da sociedade, humilhados, indignados e revoltados. O PT não consegue entender que parte do eleitorado de Lula pode votar em Bolsonaro e parte também quer a intervenção militar como solução da crise. Os dirigentes do PT não conseguem compreender os sentimentos difusos e confusos da espontaneidade popular.

Aliás, os dois líderes que compreenderam bem os sentimentos populares, terminaram mal: Getúlio Vargas foi levado ao suicídio e Lula foi posto na prisão. Esta é a tragédia do povo brasileiro. Um povo abandonado por todos. As elites só agem para assaltar o povo e, os progressistas, com a ressalva das exceções, só pensam em eleições e nas benesses dos cargos. O povo é massa de manobra, número de votos. Na paralisação dos caminhoneiros, em face da ausência de líderes e de partidos que indicassem caminhos, cada indivíduo ficou por sua própria conta, mergulhado nos transtornos do desabastecimento e na sua indignação solitária.

A incapacidade das esquerdas de lidar com os sentimentos confusos da espontaneidade popular faz com que setores desse segmento, diante do desespero social, do desemprego, da falta de direitos, busquem saídas na extrema-direita. Este fenômeno, que vinha acontecendo nos Estados Unidos e na Europa, parece estar chegando na América Latina. Como as esquerdas não são capazes de estimular o calor da solidariedade combativa, a direita desencadeia a fúria da solidão ressentida.

Aldo Fornazieri – Professor da Escola de Sociologia e Política (FESPSP).

 
Aldo Fornazieri

Cientista político e professor da Fundação Escola de Sociologia e Política.

44 Comentários

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  1. GREVE DOS CAMINHONEIROS

    Professor Fornaziere

    Parabéns pela análise de mais um capítulo do drama na qual o Brasil está mergulhado há anos.

    Desse “desgoverno” nada de diferente poderia ser esperado, mas de seu artigo me chamou mais a atenção a parte que trata da incompetência da direção do Partido dos Trabalhadores. A direção do partido é tão incompetente que chega a ser patética. Precária, a começar pela  presidenta, colocada no cargo pelo grupo do Lula, talvez por ser apenas uma cumpridora de ordens.

    O correto mesmo seria clamar pela renúncia do golpista, marcar posição, alertar o povo. Nada disso é feito. A atitude é outra:  acomodada, carente de ideias e de energia. À espera que pela lei da gravidade o poder seja recolocado nas mãos do PT e, junto, os cargos confortáveis do governo federal. O mesmo deve ser dito da CUT. Estive na manifestação do 1º de maio e era visível a fraqueza da manifestação: poucas pessoas, nenhum entusiasmo.

    Chegamos a esse ponto. Sem lideranças progressistas sérias no maior partido de centro-esquerda, sem ideias,  sem estratégia, sem tática, sem energia. A direita cumpre bem o seu papel  dedesprezo pela democracia; e o campo progressista, o que faz.?O PT, na minha humilde opinião já cumpriu seu papel. E ficou para trás.

    Um abraço e vamos à luta.

  2. E o PT preso em Curitiba…

    O PT tem dificuldade em compreender e se relacionar com qualquer movimento que não seja organicamente ligado a ele, como a CUT, o MST e a FUP, por exemplo. Quando o movimento contra o aumento das passagens surgiu, o PT não entrou. Não nasceu do útero do partido, então não é legítimo. Acabou que a direita prevaleceu e ampliou o movimento contra Dilma. Não sejamos iludidos: a direita é hegemônica no movimento dos caminhoneiros.

    Enquanto isso o PT está preso em Curitiba. Sua única tática é tentar emplacar a candidatura de Lula. Contra todo o aparato judicial do estado. A vítima está acreditando que, no último segundo, o carrasco não irá desferir o golpe.

    Talvez acredite que os caminhoneiros irão em fila até Curitiba libertar Lula, enquanto na verdade,  estes se dirigem celeremente em direção a Bolsonaro.

      1. esperavam solidariedade a Lula…

        …enquanto todo o país se mostrava solidário aos caminhoneiros. O PT devia mudar o nome para TP, ou Tiro no Pé.

  3. No início dessa paralisação

    No início dessa paralisação eu me posicionei (idealmente, é óbvio) contrário a ela. O motivo foi a lembrança do que esse pessoal fez no governo Dilma, da afinidade atávica que eles tem (nem todos, também óbvio) com os bolsonaros da vida, e da minha impossibilidade atávica de confiar em paralisação de entidade patronal. Hoje eu assinaria junto o artigo do Professor se ele me permitisse. Só que sou um aluno, não tenho intenção, nem responsabilidade, nem capacidade de fazer análises prévias de acontecimentos, acacianamente, imprevistos para mim. Cobro isso das esquerdas, particularmente do PT, e da Academia. Então, às interrogações: Por que o Professor expõe suas idéias só hoje, analisando fatos já acontecidos, e não no 1o./2o. dias da paralisação ? À esquerda só posso cobrar de forma genérica, não sei o que ela pensa hoje. Se os dirigentes do PT tivessem a capacidade de entender os sentimentos difusos e confusos da população não acabariam mal, tal qual Getúlio e Lula ? Os bolsonaros e empresários de transporte aceitariam um apoio do PT tendo em vista que seus representantes são de outra ideologia ? Se por hipótese, o apoio tivesse sido oferecido e aceito,  poderia ter sido motivo para uma reação violenta do Poder de fato, e o presidente de hoje estar vestindo farda ? Nesse caso, seria possível pensar num outro artigo do Professor, desancando a imprevidência do PT de ter apoiado uma causa justa mas na hora errada, responsabilisando-o pelo “novo” regime ?

  4. Se não tem como prender uma

    Se não tem como prender uma ideia, Lula deve manifestar-se urgentemente para que se tenha um rumo para o Brasil. Unir o povo em tirn9 de um projeto popular, democrático, solidário.

  5. Cartas de Pasárgada…

    Não acredito no que leio e minhas três meninas do sabonete de Araxá imploram: Tenha paciência com aldo, coitado!

    “Não dá”, respondo.

    Olha só o que ele escreveu:

    “Nenhum outro movimento causou tanto abalo no país.” 

    Bem, ensina a ciência que só afastamento pode conferir perspectiva histórica para um “decreto” dessa magnitude.

    Mas vamos tomar essa sandice como certa, e colocar o movimento dos caminhoneiros como o “maior evento da nossa História”.

    Primeiro erro grave na análise, que aliás, vem se disseminando como praga:

    Atribuir ao movimento um espontaneísmo, uma autonomia (em boa medida sustentada pela falsa compreensão de autonomia desses trabalhadores, que na verdade ocupam um categoria já conhecida, a precária relação trabalhista no capitalismo pós-moderno, que os coloca como explorados avulsos, terceirizados, ou seja, sem contrato formal de trabalho) que lhe coloca como campo fértil para disputa política.

    Seguindo esse erro grave vem outro, atribuir a esquerda tradicional (aqui é sempre reificada como o PT) a culpa por não ter aproveitado o rastilho de pólvora aceso para dar ignição a queda do governo!

    Bem, novamente perguntamos, se é tão simples, por que o Psol não o faz?

    Certo, certo, certo, como em 2013, a esquerda não teve rapidez e tirocínio para diagnosticar o que havia, ou como dizem esses caras-de-pau, o PT não entendeu e deixou a direita tomar conta do movimento (ai, isso dá no saco, não?).

    Como se toda a máquina intervencionista da CIA, toda sua teconologia de desestabilização, enfim, toda a lógica de operaçaõ subterrânea da geopolítica fosse simples de ser decifrada, e como se um governo de esquerda sequestrado em uma coalizão conservadora conseguisse responder a tudo e a todos assim, num átimo de segundo!

    Pergunto novamente? Quem tem no calor da hora? Ora bolas, salvo quem controla e dirige tais movimentos, ninguém, até que a poeira assente, que os atores fiquem claros, que o cenário fique claro!

    E em certos casos, nem quem disseminou tais movimentos consegue entendê-los quando eles os processos deflagrados se movimentam!

    A não ser que haja, de forma planejada, um estudo e uma organização da esquerda (ou de direita) com vistas a ruptura revolucionária anti-capitalista ou a golpes conservadores.

    E qual partido de esquerda que tenha densidade social e capital político é capaz de capturar tais momentos de suposta ruptura?

    O Psol?

    O PT?

    Nenhum de nós, passamos os últimos anos debatendo o judiciário e um juiz de 1º grau derrubou a República.

    Imagina 2 milhões de caminhoneiros em um país cujo transporte de cargas e insumos é 70% rodoviário.

    Bem, vem aí a greve dos petroleiros. Um setor “historicamente” de esquerda! 

    Um setor muito mais sensível ao país que o transporte, e vamos ver se haverá tanta paciência do governo e da sociedade para apoiar o movimento.

    Vai ser tiro, porrada e bomba no lombo dos companheiros da FUP!

    A primeira coisa que as empresas fazem é tirar o gás de cozinha “da pista” e aí, sabemos, o caos provocado pela bateção de panelas literalmente vazias!

    Vão aparecer mortos e mortas nos hospitais por falta de insumos, etc. Nada parecido com a cobertua “boazinha” feita pela mídia até aqui.

     

    Então, análises idiotizantes como essa aqui, que fazem parecer “que está tudo aí é só pegar” são só isso mesmo, idiotices idiossincráticas de quem quer aproveitar um pouquinho para ganhar alguma musculatura política.

    Os movimentos de caminhoneiros sempre estiveram a serviço da pauta conservadora.

    Historicamente, a esquerda sempre reagiu a essas pautas, nunca teve poder suficiente para capturar tais momentos (parece óbvio não, que a história de sucesso do capitalismo seja, dentre outras coisas, pela capacidade de impor suas pautas a reação da esquerda, sem nunca entregar-lhe o controle de tais pautas?), salvo quando se preparou minimamente para atuar FORA dos limites da institucionalidade consentida.

    Mesmo assim, para sermos honestos, todos os casos de revoluções anti-capitalistas, seja a URSS, China ou Cuba (exemplos clássicos) tiveram início como pautas nacionalistas e reformistas, evoluindo a partir do esgarçamento provocado pelos partidos revolucionários (sempre minoritários) e do colapso das estruturas precárias do capitalismo em tais países.

    Quase como oportunistas, esses partidos revolucionários já estavam “prontos” para a ação, mas mesmo assim, com rigor teórico, podemos dizer que o máximo que alcançaram foi a planificação e coletivização econômica do modo de operação capitalista.

     Vamos tentar colocar a bola no chão:

    1- Não, esse movimento não foi acidental, ou espontâneo, e apesar de sua aparência dispersa, tem sim direção e interesses que os comandam. Se tal premissa não estiver a olho nu, basta perguntar: alguém já viu greve sem repressão do patrão ou do governo (em nome desses patrões)?

    Vamos esperar os petroleiros para sentirmos a diferença.

    2- Não, essse movimento não está aberto a disputa pela esquerda, é só ver não só os slogans, mais o perfil do apoio das populações locais, que claramente podem ser identificadas como “coxinhas”. Isso não quer dizer que a esquerda não possa disputar esse espaço, mas imaginar que será fácil ou que teremos resultado, culpando-nos por não termos feito isso até agora é cretinice das grossas;

    3- Há, isso é certo, um intenso debate pelo controle do poder dentro das forças golpistas, mas isso nunca deveria ser “novidade”. As esferas de poder, ou de oposição nunca são homogêneas. No entanto, sabemos que a direita reage bem melhor às ameaças, unido-se rapidamente quando percebem movimentação do lado inimigo (nós) que possa se aproveitar dessas rachaduras;

    4- Não estão certas ainda as causas e pretensões do movimento, e da ação (ou suposta inação, ah, santa ingenuidade) do governo, mas sabemos, é atípica essa inação, e não é só imobilismo de incompetência, mas uma aposta que parece estar se confirmando:

    Se há algum setor da sociedade brasileira que pensa ou se colocará contra o golpe, os militares e a possibilidade de intervenção, ou seja, se há algum setor que pretenda aproveitar esse momento para enfraquecer ou derrubar o golpe, ele está bem escondido.

    Não houve, eu repito, não houve nenhuma manifestação de insatisfação popular que possa ser, na mais remota chance, ser associada a pauta progressista e/ou pelo reestabelecimento da chamada “normalidade” (que em verdade nunca existiu).

    Nenhuma manifestação contra o judiciário que destruiu a Petrobrás, contra as políticas neolilberais que causam o desarranjo, ou a favor de quaalquer agenda progressista!

    O que se ouve (pelo menos eu tenho ouvido)  é que tudo está acontecendo porque “quebramos” a estatal, porque a corrupção devastou o país, ou seja, a mesma pauta anti-política, moralista de sempre.

    Esqueçam temer ou seu governo.

    O que está em jogo é muito maior!

    É a construção de um ambiente onde soluções de força acabem o que está (ainda) inacabado:

    – Ataque aos direitos previdenciários;

    – Controle total energético pelas empresas dos EUA;

    – Dizimação das forças progressistas de resistência.

    temer está pronto para sair quando assim lhe for requisitado!

    Se a greve dos petroleiros conseguir sucesso e alguma adesão popular, na esteira do movimento rodoviário, estarão dadas as justificativas para fechar o regime de vez.

    E saibam, os petroleiros não vão ser tratados com a mesma paciência dos donos de caminhões.

     

    O que foi feito aqui no Brasil até hoje, é um ensaio para decretação definitiva do fim do estado de direito (o que restou dele), testando com termômetro o humor da população, sua recepção aos militares e sua rejeição aos movimentos sociais tradicionais (de esquerda).

    Acho bom o aldo preparar o passaporte, porque sabemos que será um dos primeiros a fugir, apesar da “coragem de facebook”.

    Mas não em Pasárgada, pois conversei com meu amigo rei para que feche as fronteiras para esse tipo de “intelectual”.

     

  6. A prática não não segue a teoria, esta só tenta explicar a outra

    Criticar a esquerda é muito fácil.

    Quero ver enfrentar a direita!

    E o Sr. Aldo, me desculpe, não entende nem um pingo da alma do povo!

    Nosso povo não é de esquerda, é muito mais atraído pelo que a direita faz.

    É cada um para si, mais feliz com a desgraça alheia do que com seu próprio progresso.

    Carregados de egoísmo e ódio até transbordar…

     

    1. Exatamente. Vendo tudo que

      Exatamente. Vendo tudo que aconteceu com o Brasil, se entende perfeitamente como funciona a mentalidade do brasileiro médio: é um povo dominado ideologicamente pela direita.

      Por isso Dilma caiu, Lula foi preso e todas nossas instituições são fascistas. Acredito, inclusive, que esse tem sido o grande erro história das esquerda no país… a falta de percepção da mentalidade do povo. Enquanto não se muda a mente do brasileiro, o Brasil continuará sua tragédia.

  7. Se fosse Dilma, o lado de la estaria todo nas ruas

    Nos dois primeiros dias da paralisação a maioria da esquerda falava nas redes sociais em instrumentalização dos caminhoneiros e nas consequências que poderiam advir dai. Desde o inicio dessa greve achei que era momento ideal para que as frentes anti governo provocassem as manifestações nas cidades em apoio aos caminhoneiros e indo mais longe no problema central que é a atual gerência da Petrobras,  Lula preso por um processo grotesco etc. E isso não ocorreu. Não sei se houve manifestações populares e de outras categorias isoladas, mas não houve manifestações em quatidade em lugar nenhum do Brasil. Como podemos perder esse momento? Os militares podem aproveitar e dar um golpe? Pode. Mas é mais facil que deixem Temer se arrastar e arrastar o Brasila até as eleições sem Lula.

    1. A falta da manifestação da

      A falta da manifestação da esquerda é de fácil explicação: a esquerda não tem força política, organização ou números para qualquer ação concreta.

      Talvez essa greve vire uma intervenção militar, talvez não. Melhorar a situação do país? Esqueça.

      Essa greve serviu para me confirmar o que eu já desconfiava a algum tempo: o Brasil não tem mais uma esquerda viável. Acabou. O Brasil está nas mãos da direita até o século XXII.

  8. Os Caminhoneiros não enxergam a floresta, só vêem poucas árvores

    Estamos no mato sem cachorro. Na sua miopia individualista, os Caminhoneiros não enxergam a floresta, só enxergam, dos seus vastos mundinhos fechados, algumas árvores. O Governo dos Fasci-Golpistas, que não vê nem mesmo algumas ávores, jamais conseguirá suspeitar que existem florestas. Os Fasci-Golpistas só vêem o capital.

    Não é à toa que o Pedro Parente declarou ao país que “a gente nunca trabalha olhando o curto prazo. O nosso objetivo é gerar valor para o acionista no médio e longo prazo”.

    Esses Pulhas não estão preocupados com trabalhadores, nem com contribuintes nem com consumidores. A única preocupação deles é gerar cada vez mais lucro para os Acionistas.

    Segundo o Pedro Parente, o preço dos combustíveis não é determinado pela Petrobrás, mas pelo mercado internacional, assim como o preço do pãozinho na padaria não é determinado pelo dono da padaria mas por todos os donos de padaria e pelos consumidores. Ora, se o preço dos combustíveis no Brasil é determinado pelo mercado internacional, como é que os Fasci-Golpistas explicam que o preço do diesel hoje no Brasil, quando o preço do barril de petróleo no mercado internacional é de cerca de US$ 80,00, seja equivalente ao preço de 2008, corrigido, quando o preço do barril de petróleo era de US$ 140,00?

  9. Oráculo ou porta-voz da direita?
    Nassif, creio que até o “príncipe dos sociólogos” sentiria vergonha em pontificar sobre o que já aconteceu como se nada ainda houvesse ocorrido e discorrer sobre esse passado como se fosse um oráculo magistral capaz de prever o que já pertence ao passado. Tudo para imputar à esquerda o ônus da paralisação nacional. Ao dedicar 80% do texto à espinafração do PT, o comentarista demonstra que se depender dele não sobrará pedra sobre pedra no PT, tão demolidoras são suas assertivas sobre os “erros” petistas nesse locaute que nos assola. Dotado de bola de cristal em que visualiza a urdidura da história, enfatiza a derrota e o fracasso aonde ainda não é possível diferenciar o boato da verdade ou o real da fantasia. Transforma a aleivosia em profecia gratuita só para se dizer convicto de que os caminhoneiros (e não os empresários que monopolizam o transporte das safras e lhes deixam as sobras das mesmas para transportar) foram injustiçados pelo partido dos trabalhadores dessa era de desemprego em massa. Se o artigo em questão tivesse sido publicado há mais de uma semana, antevendo a situação que enfrentamos agora, mesmo assim mereceria reparos, pois no afã de implodir a única sigla que se antepõe à extrema direita, acaba sendo porta-voz desta última.

  10. Perfeito. Os partidos de

    Perfeito. Os partidos de esquerda parecem ter medo de ir pra cima derrubar Parente ou Temer e virar Caracas, quando isso aqui já se tornou Isla Ratón.

  11. Por DES

    https://blogdacidadania.com.br/2018/05/caminhoneiros-usam-mote-de-junho-de-2013-para-justificar-greve/

    1- Na eleição dos absolutos, poria o apagão de FHC em primeiro lugar, aquilo ali atingiu os bairros mais ricos numa época em que não haviam geradores em profusão.

    2- “a mediocridade da política nacional – (…) e da esquerda. (…) ensinou aos movimentos populares como se para o país.”.

    Só falta a esquerda ser dona de toda a frota de caminhões do país para dar certo né Fornazieri? Ele pode bem falar da esquerda pois está cada vez mais longe dela e cada vez mais próximo do Pondé.

    3- “a escassez de líderes virtuosos e competentes”

    Cadê o Ciro, Fornazieri?, cadê o Boulos? Nem vou pinçar seus últimos textos, pois a hipocrisia é tão grande que me causa alergias.

    4- “articularmente setores petistas, foi uma conspiração para um golpe militar e para cancelar as eleições.”.

    Já começou a atacar os petistas. Dois setores bastante ligados ao PT tomaram a dianteira, tanto a CUT quanto o MST se aliaram aos caminhoneiros apesar do rechaço sofrido pontualmente. Fala da porcaria do PSOL que você apoia que ficou pregando a pureza do movimento como fator impeditivo e que disseminou essa teoria que por acaso bate com as da Globonews de locaute, olha seu cupinxa Janine falando a mesma porcaria. Vergonha! Ainda fala de frente povo sem medo? Pilantra demais!

    5- “Belos conselhos a um governo golpista, nessa plácida aceitação”.

    Num momento em que estamos nós, explicando para a própria esquerda o que deve ser feito o pilantra finge que o presidente da CUT poderia chegar assumindo a negociação de uma categoria em greve selvagem, sem representação… Nem os caminhoneiros estão entendendo o que deve ser feito, ele queria o que?

    6- Exigir a renúncia de Temer e Pedro Parente por si só, é coadunar com a política de preços e reduzir o problema ao fantoche substituível. Mesmo que obtendo exito, derrubar o rei sem ter o que pôr no lugar é meramente pedir para a direita que já se organiza nesse sentido o fazer. Marx deu um pé na bunda do Bakunin por essas presepadas.

    7- “Em A Arte da Guerra, Maquiavel faz uma síntese clara das estratégias”
    Depois dessa, nem vou corrigir a parte em que fala do Mao.

    8- “A rigor, o PT inverteu essas estratégias. No governo, adotou a estratégia da tirania: “divide et impera”. E na oposição busca o isolamento, jogando forças disputáveis para o lado do inimigo.”

    Fornazieri vestiu a carapuça de vez. Quinta coluna, direitista caindo de podre de dentro do armário.

    9- O problema do Fornazieri se resume ao PT, enquanto nós que frequentamos aqui, tivemos que batalhar esses dias todos para esclarecer que não é locaute, que não é conspiração do Temer para implantar o golpe militar, vindo de quem? Do “povo sem medo” mas que não se mistura com golpistas por questões éticas. Dos psolistas militantes de facebook, desse pessoal que está cansado de tudo mas que não quer ficar sujo, pois a roupa é nova e o sabão é especial.

    10- Para finalizar ele transforma Lula e quem o defende em aproveitadores eleitoreiros e incompetentes…

    Tá passando da hora de chutarmos o Fornazieri pro lado de lá do alambrado do golpe. Ou abrir espaço pro Delfim Neto.

    1. Concordo

      De modo que não preciso repetir o que Ulisses colocou corretamente.

      Apenas agregaria que o Fornazieri, desde há um bom tempo parece agir como quem queria algo do PT (algúm cargo?) e não conseguiu. Hoje parece muito com aqueles que queriam ser Lula e não conseguiram, como o Cristovão, Roberto Freire, o Paulinho “mandado” da Força e outros.

  12. Elogio ao articulista.
    Na minha humilde opinião, Aldo Fornazieri é sem dúvida, o mais preciso e perspicaz articulista sobre política, da atualidade do país. Sem rodeios e sem arestas ataca as idiossincrasias de todas as vertentes políticas oposicionistas sempre em nome do povo e da nação brasileira, com a elegância de um eficaz defensor democrata. Nem será preciso detalhar o que ele fez pra tirar do sério a circunspecta figura sem graça, Renata Loprete, da rainha do PIG (partigo da imprens golpista), jornalista da rede globo news.
    Meus parabéns, mais uma vez, pela precisão e perspicácia sobre o tema escrito.

    1. É…

      Ufa!!! Até que enfim um texto, uma opinião mais próxima do Cidadão Brasileiro e mais distante do fanatismo, caudilhismo e messianismo. Mesmo que tendo ainda posto a esperança ditatorial no foco, como sendo algum tipo de solução: Lula e Getulio. Mas já vemos uma evolução percebendo que o Cidadão Brasileiro, livre e soberano, é quem decide seu destino. Será que agora ficou escrachado? “Do Povo, pelo Povo, para o Povo”. Todo restante é fraude. Aqueles que se achavam a Voz, os tais Representantes deste Povo, estão perdidos, atropelados pela carreata da Cidadania. Não aprenderam a lição dos Movimentos de 2013. Sustentar uma Elite Esquerdopata mancomunada com Quartéis Militares, num farsante jogo de  antagonismo, que já dura desde os anos de 1930 é politica morta e enterrada. Nascedouro de Ditadura Assassina que roubou a Democracia e República do Voto Livre, transformando o país (para onde fugiam desesperados e miseráveis alemães, norteamericanos, italianos, japoneses, suiços, russos,…) na inversão desta realidade e no escárnio do Mundo. O QuintoMundismo que se refugiava no Brasil até os anos de 1930, tornou-se nosso Patrão (E tem quem vanglorie tais acontecimentos e protagonistas até hoje. Inacreditável). Mas o que realmente é o cerne da questão, neste assunto todo? Qual é o Faturamento da Petrobrás? Qual é o Lucro da Petrobrás? Qual é sua Margem de Lucro? Quanto o Mercado Nacional representa no Faturamento desta Empresa Brasileira? Quanto é pago em Dividendos para Acionistas Minoritários? Para que pagamos tais Acionistas? O que nos valeu privatizar Tamanho Patrimônio? Quanto custa produzir Gasolina? E Diesel? E Álcool? O Petróleo é NOSSO. Podemos fazer o preço que quisermos. E vender o excedente. É exatamente o Excedente, ou seja Petróleo Bruto, a maior fonte de Divisas da Empresa. Então para que pagamos Preços tão Extorsivos em Combustíveis que já são Nossos? Temos uma “Arabia Saudita no Oceano. E outra em BioCombustiveis, BioDiesesl, Alcool Combustível,… Não aceitar mais tamanha exploração. Acabar com uma Elite Parasitária dentro do Estado Brasileiro retendo toda Riqueza Nacional. Esta é a Revolução e a Luta  das Estradas.   

  13. QUANDO A FICHA CAIR. A

    QUANDO A FICHA CAIR. A POPULAÇÃO VAI PERCEBER QUE FORAM MAIS UMA VEZ LOGRADOS. E NÃO FOI PELO PT.

    O professor que me desculpe, mas…não posso concordar com sua afirmação:  …”O temor das esquerdas impediu que a disputa fosse feita de forma consequente e correta.”…

    …”Na paralisação dos caminhoneiros, em face da ausência de líderes e de partidos que indicassem caminhos, cada indivíduo ficou por sua própria conta, mergulhado nos transtornos do desabastecimento e na sua indignação solitária.”…

    Com essa, não vejo a hora do professor Aldo aquiecer, concordando com o Alexandre Garcia. O sábio que atribui toda culpa, à presidenta Dilma, por ter facilitado o financiamento para aquisição de caminhões, o que ao cabo, teria deflagrado toda essa disfunção no organismo do sistema.

    Orlando

     

     

  14. Caminhoneiros

    Povo? Quando foi que o povo foi levado em consideração? A Proclamação da República foi um golpe militar, só para lembrar. Essa é a nossa tradição. Nossa classe média é egoísta e metida a besta. É só ver o que aconteceu nos postos de gasolina e nos supermercados: o meu pirão primeiro!

  15. De Cegos, Obcecados e Comedores de Alfafa

    Incrível, mas não vejo ninguém nas redes sociais ou na grande mídia defendendo o Pré-Sal, que está sendo liquidado escandalosamente por centavos de dólar o barril, num entreguismo acompanhado da revogação das políticas de conteúdo nacional e dos marcos regulatórios que regem a exploração, um verdadeiro atentado ao objetivo de fomentar o crescimento da cadeia industrial do petróleo e de ciência e tecnologias de ponta.

    Não vejo ninguém comentando a inacreditável liquidação do Fundo Soberano, dissolvido no caldo geral da dívida pública, uma temeridade estratégica em qualquer país detentor de recursos naturais esgotáveis (https://economia.uol.com.br/noticias/afp/2017/09/19/fundo-soberano-da-noruega-supera-pela-primera-vez-us-1-trilhao.htm).

    Não vejo ninguém indignado com a asfixia imposta à Petrobrás pelas hienas que usurparam o poder das raposas e, sob o pretexto de resgatá-la da falácia da falência iminente (sim, somos todos peritos em futebol e também em Contabilidade Corporativa), armaram a banca do entreguismo generalizado em praça pública em verdadeira associação criminosa firmada entre parasitas nacionais e internacionais.

    Não vejo ninguém na grande mídia discutindo a venda de nossas refinarias dentro e fora do país enquanto importamos gasolina e diesel, uma estratégia urdida para, de um lado fragilizar a Petrobrás, que perde mercado com sua política de preço estúpida, e de outro, para ampliar a musculatura financeira de grupos concorrentes que esperam de camarote o momento de arrematar a xepa do patrimônio nacional.

    Qual a lógica de dolarizar os preços, onerar a balança comercial, estabelecer dependência externa e abrir mão de políticas de estado estratégicas para o desenvolvimento quando estamos quase alcançando a autossuficiência na produção petróleo? Certamente não é a lógica do interesse público ou do “Brazil first” (https://jornalggn.com.br/fora-pauta/a-petrobras-e-a-raiz-do-golpe-por-andre-araujo ).

    Não vejo ninguém sequer incomodado com a entrega aos concorrentes da Petrobrás de nossa infraestrutura logística de gás e óleo e dos valiosos ativos nas áreas de distribuição e petroquímica, construídos ao longo de décadas de suor, lutas e muita dívida pública.

    Ao contrário, por todo lado vejo hordas de cretinos raivosos acometidos pela “Síndrome do Azeitonismo Cerebral”, exercitando ferozmente sua orgulhosa ignorância nas redes sociais, aplaudindo entusiasticamente a sabotagem de seu próprio futuro, de seus filhos e netos.

    Vejo, isso sim e por toda parte, comedores de alfafa (alucinógena?) pastando no coxo do autoritarismo, apostando cegamente numa pantomima patética de Mussolini como redentor da pátria, clamando por ditadura em vez de mais democracia, motivados por um arrivismo que futeboliza e fulaniliza a política em vez de discuti-la como sistema e aperfeiçoá-la.

    A estes, sugiro a leitura de livro de História para a cada milhão de mensagens inúteis lidas e encaminhadas no WhatsApp e no Facebook, medida profilática contra extremismos e obsessões, sobretudo contra a corrupção alheia (só a dos políticos em quem não votaram, naturalmente), que os impedem de encarar o espelho que, há mais de 500 anos, reflete o nosso lamentável atraso.

    (*) por falar em sócios (stricto sensu): https://www.empresascnpj.com/s/empresa/sarlat-empreendimentos-e-participacoes-ltda/18090416000103).

    1. veja a luta dos petroleiros

      Os petroleiros estão mostrando isso tudo e lutando — greve !!!

      Quanto ao livro de História isso fica para o próximo governo Lula. Enquanto isso a história se escreve nas ruas junto com caminhoneiros, petroleiros e maconheiros…

    2. veja a luta dos petroleiros

      Os petroleiros estão mostrando a maior parte disso. E estão na luta — greve !!!

      Quanto aos livros de História… deixemos isso para o próximo governo Lula… No momento a História está sendo escrita em Curitiba sim, mas também no Brasil de caminhoneiros, petroleiros e maconheiros… nas ruas.

  16. Antes de tudo, é preciso

    Antes de tudo, é preciso confiscar o passaporte do temer e da quadrilha todinha. Do pessoal do judiciário, principalmente do de Curitiba, dos 300 e tantos picaretas que frequentam o congresso nacional, estilo borboleta flor; Alguns militares, tipo etchegoyen, muitos “empresários”; donos de “cadeia” de rádio e televisão, presidente de alguma entidades de classe, tipo oab, banqueiros, doleiros, etc. Aluga-se um navio tipo Titanic e envia-os em uma viagem de cruzeiro por um mar onde tenha bastante iceberg e sem condições de serem socorridos. O resto, deixa que a natureza toma de conta.

  17. “O PT não consegue entender

    “O PT não consegue entender que parte do eleitorado de Lula pode votar em Bolsonaro e parte também quer a intervenção militar como solução da crise.”

    – E então, o PT deve apoiar a intervenção militar para angariar votos e colocar o Bolsonaro como vice do Lula?

    “os progressistas, com a ressalva das exceções, só pensam em eleições e nas benesses dos cargos.”

    – Que gênero de “progressistas” desnaturados são esses aos quais o autor se refere?

    Discordo radicalmente desse tipo de “autocrítica” destrutiva como a contida nesse artigo do professor Aldo. Mais vale para o PT apoiar sem deixar de manter distância cautelar desse movimento paredista, que não se sabe ao certo se é greve ou locaute desavergonhado.

    Além do mais, é enormemente provável que novos movimentos de insatisfação comecem a pipocar daqui por diante. O papel do PT e das esquerdas nesses acontecimentos deve transcender o simples apoio e passar a navegar no didatismo político de esclarecimento, não obstante o previsível alijamento midiático com o qual serão tratadas pelas oligarquias noticiosas até as eleições. 

    Portanto, o grande esforço concentrado nesses tempos vindouros será o de demonstrar ao eleitorado pobre de direita e parte da classe média protofascista que ainda possa ser salva, de que Bolsonaro et caterva jamais irão resolver os problemas históricos que os afligem. 

    Politicamente falando, o apoio instrumentalizante de direita à insastifação geral que começa a desabrochar, e que ela mesma acarretou em funçao do desdobramento de seu  golpe de estado jurídico midiático parlamentar, é mais inconsistente do que uma nota de três reais. É nisso que as esquerdas devem se empenhar, daqui para frente.

    Faria melhor o professor, formador de opinião que é, em denunciar isso e lembrar aos manifestoches que a política do PT para o petróleo e seus derivados nunca foi essa praticada pelo golpista e seu tucano mor na presidência da Petrobrás.  

    Que os caminhoneiros e demais trabalhadores aviltados pelo golpe saibam que, para que o PT os apoie de fato, é preciso votar nele e nas esquerdas nas próximas eleições, pois o apoio aos seguimentos explorados é a bandeira natural, constitutiva das esquerdas, PT incluído.

    Faço votos de que o PT saiba aproveitar, “maquiavelicamente”, o rescaldo dessa onda dos caminhoneiros defensores do golpe e apoiadores do Bolsonaro para recordar ao eleitorado que, nos governos petistas, a política para o setor era totalmente oposta à que se vê hoje. Inclusive, espero que os próprios caminhoneiros sejam lembrados quanto ao seu erro político ao apoiar o golpe.

    Aliás, o ideal mesmo é que eles sirvam de exemplo semiótico maquiavélico, com peças no youtube, memes e tudo mais, sobre o quanto foram burros ao apoiarem o golpe, desde 2014 até poucos dias atrás, e o quanto seguem sendo burros ao apoiarem o Bolsonaro, a intervenção militar, a direita de um modo geral e a redução atabalhoada de impostos, o que só vai deixar as estradas em péssimas condições e seus filhos sem escolas, universidades, atendimento médico e segurança.

    E, antes que eu me esqueça: 

    ELEIÇÕES SEM LULA É FRAUDE!

     

    1. didatismo idiota !!!

      Destaco: “O papel do PT e das esquerdas nesses acontecimentos deve transcender o simples apoio e passar a navegar no didatismo político de esclarecimento”

      Traduzindo: ficar ao reboque dos acontecimentos.

      Destaco: “Que os caminhoneiros e demais trabalhadores aviltados pelo golpe saibam que, para que o PT os apoie de fato, é preciso votar nele e nas esquerdas nas próximas eleições, “

      Traduzindo: caminhoneiros e outras categorias que se fodam se não tiverem votado na esquerda.

      Destaco: “Aliás, o ideal mesmo é que eles sirvam de exemplo semiótico maquiavélico, com peças no youtube, memes e tudo mais, sobre o quanto foram burros ao apoiarem o golpe, desde 2014 até poucos dias atrás, e o quanto seguem sendo burros ao apoiarem o Bolsonaro, a intervenção militar”

      Isso é tudo que a Esquerda NÃO DEVE FAZER. Enquanto grupinhos se perdem nesse besteirol (bem mostrado na charge nada amigável) a Extrema Direita vai mobilizando as PESSOAS colocando bandeiras bem simples: “Fora Temer” e “Todo apoio aos caminhoneiros” e “Intervenção Já”. Daqui que o didatismo idiota valha já estaremos todos fudidos.

      1. Interpretação tacanha!!!

        Sublinho: “O papel do PT e das esquerdas nesses acontecimentos deve transcender o simples apoio e passar a navegar no didatismo político de esclarecimento”

        Em termos semânticos, em qual idioma a palavra transcender significa acompanhar ou ficar a reboque de algo ao invés de superar ou ir além?

        Sublinho: “Que os caminhoneiros e demais trabalhadores aviltados pelo golpe saibam que, para que o PT os apoie de fato, é preciso votar nele e nas esquerdas nas próximas eleições, “

        Quem quer que os caminhoneiros se fodam? Aqueles que desejam que eles tenham melhor consciência de classe e identifiquem as causas de sua opressão ou os que passam a mão em suas cabeças quando esses explorados fodidos se colocam a favor de seus próprios algozes?

        Sublinho: “Aliás, o ideal mesmo é que eles sirvam de exemplo semiótico maquiavélico, com peças no youtube, memes e tudo mais, sobre o quanto foram burros ao apoiarem o golpe, desde 2014 até poucos dias atrás, e o quanto seguem sendo burros ao apoiarem o Bolsonaro, a intervenção militar”

        Esse ponto é até chato de comentar, por ser tão evidente para mim. Algo como: Esqueçamos, então, o papel de boa parte deste seguimento no apoio ao golpe, como se tais apoios não houvessem contribuído em nada para o resultado e as consequências nefastas que estão tendo, não apenas para os prórios caminhoneiros mas também para toda a sociedade. Na sequência, vamos todos para a cervejaria mais próxima confraternizar jogando palitinho e reclamando dos impostos, cantando em uníssono o hino revolucionário do Roberto Carlos, como se nada tivesse acontecido, como se a história não existisse. No futuro próximo, as esquerdas redimidas reconhecerão sua grande dívida para com os caminhoneiros bolsonaristas pois, afinal de contas, eles capitanearam a grande revolução de que o país necessitava. Tiraram o cachorro morto do Temer em decomposição e colocaram em seu lugar a raposa vivíssima do Rodrigo Maia ou coisa que o valha, pela apropriação do bordão FORA TEMER, bandeira de primeiríssima hora das esquerdas. É isso Cariry?

        Não meu caro, o didatismo usado com inteligência e o combate semiótico, idem, são armas que podem ser bem empregadas. No mais, charges amigáveis são o fim da picada. Os caminhoneiros tomaram feio no rabo e, pelo visto, boa parte deles ainda não entendeu de quem era a trolha.

         

         

         

        1. 2013 esta aí!!!
          O que pode

          2013 esta aí!!!

          O que pode salvar são as lutas de ecetistas, caminhoneiros, petroleiros…

          Se depender de gente como você serão 21 anos de Ditadura.

           

          1. Prezado Cariry,

            Que argumento é esse de “gente como você”? 

            Por acaso você me conhece para me desqualificar assim dessa maneira?

            Beira ao absurdo a insinuação velada de que eu seria contra a luta dos caminhoneiros explorados , dos funcionários dos correios e da greve dos petroleiros engajados na defesa da Petrobrás. 

            Apoio todas elas da mesma forma como observo que a maioria das instituições de esquerda o está fazendo, contrariamente ao que afirma o Aldo Fornazieri em seu artigo.

            O que defendo é que essa oportunidade, apenas o começo de previsíveis mobilizações que irão se alastrar em decorrência da disputa eleitoral, sejam apoiadas juntamente com o esclarecimento sobre suas causas, sempre rechaçando saídas pela direita.

            Que a alienação de seguimentos como o dos carteiros e caminhoneiros seja usada exemplarmente como ferramenta de esclarecimento em favor das esquerdas. 

            Isso não significa, de forma alguma, a defesa de que carteiros e caminhoneiros sejam linchados moralmente e alijados do apoio natural das esquerdas, devido às escolhas erradas que fizeram ao apoiar o golpe que agravou a exploração opressora de que são vítimas. 

            Ao contrário, esses movimentos precisam ser politizados e o uso inteligente da comunicação é uma boa ferramenta para isso. Foi o que fez a escola de samba Tuiti, no início desse ano.

            2013 se repete agora com sinal trocado: as esquerdas estão na oposição e boa parte das reivindicações encampadas pelos caminhoneiros interessa mais ao patronato do que à sociedade, diferentemente das do MPL que deflagraram as manifestações de 2013. 

            Exemplo disso é a redução atabalhoada de impostos e o subsídio do preço do diesel, cujo custo deverá recair sobre a gasolina, enquanto a poliítica de alinhamento de preços dos derivados com o mercado internacional continuar intocada por conta da continuidade do Pedro Parente na direção da Petrobrás. Ao que me consta, a mudança de tal política e dirigente vem passando ao largo das reinvidicações dos caminhoneiros.

            É lógico que é bom que o movimento dos caminhoneiros continue mas as esquerdas que devem apoiar esse movimento não podem ficar a reboque do mesmo, porque a mobilização desse seguimento, conforme se apresenta, não é confiável em termos políticos ideológicos. 

            A hora em que esse governo moribundo finalmente atender a maior parte das reinidicações patronais postas sobre a mesa os caminhões voltarão a trafegar pelas estradas. 

            70% do frete rodoviário está na mão do empresariado dos transportes e quando eles, saciados, derem o sinal verde, a fração dos 30% de autônomos que continuarem eventualmente insatisfeitos com tais conchavos será reprimida e os oligarcas midiáticos não se furtarão em responsabilizar maquiavelicamente as esquerdas pela continuação dos “incômodos” de tais paralizações.

            Poderia continuar esse post elencando o que entendo tenham sido os erros de parte das esquerdas e do PT em 2013, principalmente no que se refere à estratégia de comunicação utilizada então, mas deduzo que talvez você não se dará ao trabalho de ler a essa postagem já longa com isenção, pelo pre-julgamento preconceituoso deixado claro a meu respeito.

            Mesmo com essa ressalva aí de cima, porém, aproveito a oportunidade dessas linhas para dizer que, no que dependesse de mim, não haveria nem um dia sequer de ditadura no Brasil, assim como no seio das instituições que representam as esquerdas por essas bandas.

            Aquele abraço!

  18. Em casa que falta pão, todos gritam e ninguém tem razão.

    Dentro dos oito desfechos possíveis para este imbroglio observo a falta de virtude dos que indicam soluções sem atentar às origens.

    Nem preciso dizer que se você não sabe onde começa, como é que quer descobrir onde termina, política econômica, como repito aqui há mais de 15 anos (já tô cansando) é Tim Maia – Mê dê motivo….

    Capitalismo é isso ai, manda quem pode…

    Tudo é gestão de risco, pesa-se os lucros e as perdas possíveis e ai …. manda bala!

    Quem manda é quem têm o poder ou a grana, no Brasil, os que recebem os juros pornográficos que pagamos pela Dívida Pública e açambarcam nossas riquezas na mão grande.

    Sem um acerto com este pessoal, o que urgentemente recomendo, nada feito.

     

    1. Acerto? Ou o Estado regule a

      Acerto? Ou o Estado regule a pornografia né? Mas na falta de algum representante eleito com força suficiente para tal, então que os acadêmicos e intelectuais desenvolvam projetos de lei de iniciativa popular, um atrás do outro visando regular a putaria das fortunas. Assinaturas iam chover até transbordar…. Tá aí uma estratégia que a esquerda poderia usar.

  19. Artigo de Aldo Fornazieri

    Que pressa em falar mal da esquerda!  Pena que não teve pressa em fazer artigos para ajudar a esquerda a enfrentar essa situação que é sim confusa, como confuso é todo o quadro político atual, numa situção de empate histórico – os de cima já nao conseguem manter o domínio e os de baixo ainda não são capazes de durruba-los.  Note-se que os petroleiros já estão em campo, a tendência de insatisfação em segmentos majoritários do povo é no sentido de alastrar-se.  Melhor que gastar energia com críticas divisionistas e intriguentas, melhor é gastar energias para unir e orientar o povo e suas lideranças. Use aquilo que vc acumulou como intelectual neste sentido. 

  20. Maquiavel ou Sun Tzu?

    Juro que não sabia que Maquiavel havia escrito a Arte da Guerra. Pensei que a obra era de Sun Tzu. Lendo e aprendendo.

    1. Eu não sei se você está sendo

      Eu não sei se você está sendo irônico e querendo pagar de espertão ou realmente não sabia, mas em todo caso são dois livros com o mesmo titulo, um do Sun Tzu e outro do Maquiavel:

  21. “… só tinham uma coisa digna a fazer: apoiar…”

    1. Sabotagem econômica

    [video:https://youtu.be/h99R2194ub4%5D

    2. “Hace un año manifestantes de oposición en la Plaza Altamira quemaron vivo a Orlando Figuera por parecer chavista. El objetivo era imponer el terrorismo…”

    3. Mensagem de Álvaro García Linera (Bolívia) a poucos dias da votação na Venezuela — antes portanto de saber que uma jihad carretera estrangularia e imporia um dano de centenas de bilhões ao Brasil — oferece boa referência não só ao campo progressista sobre o quadro atual e a luta por dignidade continental do trabalhador na pátria iberoamericana.

  22. Bater e fazer sangrar, como queria Aécio. E os caminhoneiros?

    Professor Fornazieri, fico feliz com uma coisa: que o senhor não seja do Ministério Público.

    Seus pontos de vista político e recursos retóricos tem se assemelhado muito, com a diferença que suas acusações fiquem no âmbito do debate público, e não dos tribunais. Que alento!

    Cadê a análise da situação dos caminhoneiros? Cadê sua visão crítica, suas investidas de discernimento sobre esta situação complexa que gera o discenso entre tantos analistas? Após anunciar que este fenômeno criou um impacto maior do que uma guerra, que não tem precedentes, o senhor se omite de analisar o assunto e dedica-se, por sucessivas linhas, ao esporte favorito dos conservadores: bater e fazer sangrar a esquerda, como disse o aécio derrotado em 2014. Só faltou endossar esta última do Alexandre Garcia. Suas acusações têm se tornado agressivas, graves e generalizadas.

    E qual o embasamento para sua convicção de que o movimento dos caminhoneiros deva ser abraçado incondicionalmente pelas esquerdas? Como fazer declarações tão firmes e prescrições tão imprudentes? Parece que o professor não quis compartilhar com seus leitores o que o leva a tais posicionamentos… ou age por pura paixão. Para um intelectual a mistificação dos dos fatos é um risco terrível à credibilidade.

    Já que seu discurso bate-e-sangra a esquerda tem atingido este grau de saturação, por gentileza e para o bem de seus leitores, adote novos assuntos de modo mais esclarecedor e propositivo.

  23. Algumas observações

    Gostaria de fazer algumas observações tanto sobre a paralisação, quanto ao texto e aos comentários.

    Primeiro, não foi uma greve nem um lockout, foi uma mistura dos dois,  sendo que a paralisação das transportadoras não torna a movimento ilegítimo visto que o preço dos combustíveis também afeta os trabalhadores, direta e indiretamente, o que explica o forte apoio popular e porquê de outros setores que entraram em greve em solidariedade dos caminhoneiros, e evidencia um racha na elite, entre o setor de transporte (talvez outros) e o financeiro, racha esse que poderia e deveria ser usado pela esquerda.

    Segundo, mais uma vez a esquerda se mostrou incapaz de interferir nos acontecimentos e pela segunda vez em cinco anos ficou só assistindo sem capacidade de influenciar em nada, o que escâncara o que todo mundo sabia ou pelo menos já suspeitava, a esquerda se transformou em um grupo de pressão, incapaz de construir de um movimento de massas e organizar setores mais amplos, se isolou e se contentou somente com os grupos já tradicionalmente mais próximos a ela.

    Terceiro, é visível o preconceito e o abandono da esquerda, dos sindicatos e da sociedade civil como um todo aos trabalhadores do setor privado de serviços e comércio que apesar de serem a maioria dos trabalhadores são ignorados pelas grandes centrais sindicais e até mesmo pelos seus próprios sindicatos que são praticamente inexistentes (salvo raríssimas exceções, geralmente de trabalhadores com um trabalho mais técnico, como alguns sindicatos de médicos) sendo muitas caracterizados como lumpenproletariado e jogados para escanteio pela esquerda ou como se paralisações pedindo a diminuição dos preços de um produto fosse algo patronal ou burguês, como se diminuição do custo de vida não uma bandeira de esquerda (quem lembra do movimento custo de vida?), na falta de uma organização e da luta cotidiana eles ficam a mercê do senso comum, da narrativa da grande mídia e da propagandas da extrema direita nas redes sociais, quando a situação aperta e uma organização se faz necessária, eles se organizam por aplicativos.

    Quarto, é trágico e irônico que a extrema-direita, que estava deste o primeiro momento prestando apoio as paralisações, é quem mais se fortaleça da maior para paralisação que nos já tivemos em cem anos e o mais perto que nos chegamos de uma greve geral desde então, é um perigo de uma ascensão fascista muito maior que tudo o que vimos nos últimos anos.

    É isso, seria o momento da esquerda parar para pensar e traçar novas estratégias, formas de luta, etc… mas assim como não aconteceu em 2013, não acontecer agora, a esperança é que com o tempo esses trabalhadores vejam que os interesses da direita são contrários aos seus e ai construam seus próprios instrumentos de luta, assim como os metalúrgicos fizeram, só me resta esperar que não seja tarde demais.

  24. BIZARRO !

    Estou estarrecido com os comentários neste texto. Parece simplesmente que boa parte da militancia petista pirou de vez.

    Apesar de todo o esforço do PT e da esquerda fazendo diversas manifestações públicas e greves no país desde o impeachment em 2016, essa foi a única greve que realmente parou o país; e todos, em todos os estados sentiram os efeitos.

    Praticamente toda a população estava ao lado dos caminhoneiros.

    Após o governo golpista fechar um acordo com os empresários e mandar a força nacional acabar com a greve, e os caminhoneiro autônomos informarem que continuariam de greve, era a hora da esquerda entrar de cabeça, disputar o movimento, fazer sangrar o Temer até acabar o governo. 

    Exigir a Renuncia do Temer e Antecipação das Eleições. Simples assim.

    Qualquer movimento em outro sentido seria mais uma vez a explicitação do GOLPE. Como eles iriam fazer passar o parlamentarismo no meio desse caos ?! O Exercito aceitaria o custo de um golpe militar nesse momento ?! E mais, o exercito está unido ou rachado ?! E a aeronautica e a marinha ?!

    Mas não… todos preferem esperar pacifica e pacientemente até as eleições em outrubro quando creem que por obra divina Lula será candidato e ganhará as eleições.  

    ACORDA !!! É GOLPE !!! LULA NÃO SERÁ CANDIDATO !   

    A não ser por obra divina se o STF, STJ, TSE, MPF, PF e outros deixarem que aconteça, não vai acontecer…. 

    O PT falou que não ia ter impeachment, que Lula não ia ser preso, que iam reverter o resultado do Moro no STF, que dava pra pedir o habeas corpus, e agora que Lula será candidato….. 

    Eu tô chocado que as pessoas ainda estão acreditando que Lula será candidato !

    A campanha de Lula candidato é um movimento legítimo do PT de apoio ao ex presidente, e inclusive se lula for candidato, terá meu voto. Entretanto isso simplesmente não vai acontecer…. 

    O dever dos partidos e dos movimentos populares é estar com o povo. Entretanto a maioria destes militantes, não entende, não esteve e não conhece o movimento dos caminhoneiros. Colocam todos no mesmo saco, como extremistas de direita e nem sequer tentam disputar a narrativa e utilizar a GREVE para politizar a classe trabalhadora. Tem momento melhor para discutir e conversar com os trabalhadores do que uma GREVE ?!

    SOS !!!!

     

  25. Caminhoneiros, esquerdas com suas premissas e medos e Eleição.

    Uma opinião particular da greve/locaute dos caminhoneiros e as esquerdas. 

    Será preciso uma construção outra de pensamento nas esquerdas que não veja em quase tudo o que não se consegue prever ou comandar o discurso e ação como uma Teoria da Conspiração, uma nova etapa do Golpe, a facilitação da entrada dos militares no Poder, etc.

    Estas premissas e medos para quase tudo o que acontece de diferente no contexto social brasileiro de hoje impedem de as esquerdas irem a fundo nas ações que podem mudar o rumo das coisas. Há menos pragmatismo e mais discussão virtual. Há um processo de julgamento anterior, há várias premissas, medos e divisões e menos ação concreta, quase tudo referenciado na ideia de que terá uma reação dos golpistas, eles acuados como estão reagiriam como? Penso eu; que se daria um Golpe Militar; que teríamos o cancelamento das eleições, etc. Falta uma equipe de inteligência para ir a campo e prospectar os fatos in loco, os caminhoneiros e o que pensam e querem? Brasil afora, sem generalização.

    E há uma realidade muito forte, hoje, de deixar tudo para ser resolvido na Eleição, o que dificulta o imediato, que é criar caminhos de consensos para resolver o básico: o que se fará com Temer e com a política de Parente na Petrobrás, e é muito além de só denunciar e esperar outubro chegar.

    Quando na semana passada eclodiu a greve dos caminhoneiros se chamou ela, preferencialmente, de locaute dos patrões, se teve um tremendo medo de tentar compreender a complexidade da realidade dos caminhoneiros e do movimento de paralisação, e medo porque se viu um grupo significativo de caminhoneiros defendendo Intervenção Militar Já! Então, caminhoneiros se tornaram da outra margem do rio, não devemos estuda-los em sua complexidade e, talvez, compreender parte deles como, prisioneiros de soluções imediatas de força e crença que só um homem de pulso, um Governo de “coragem” para dar vazão ao que se encontra desenhado no quadro social e no quadro econômico atual do Brasil, para acabar com essa “corrupção” toda dos políticos brasileiros. E ficamos receosos de opinar sobre o locaute/greve. 

    Imaginemos as fontes primárias de informação do Brasil e do Mundo de boa parte dos caminhoneiros, passa por Datena, Cidade Alerta, Ratinho e JN, e todas as rádios brasileiras, incluindo CBN, Jovem Pan e outras no mesmo diapasão, aqui a companhia principal, certo? Do caminhoneiro na estrada. E não é a esquerda quem politiza e informa os caminhoneiros, é o mundo real quem os mobiliza aos seus modos, diferentes da nossa hierarquia vertical.

    Todavia, é bom lembrar, há na categoria dos caminhoneiros diferentes perfis e associações de classe, há diferentes níveis de compreensão da realidade do Governo Temer, da política de preços atual da Petrobrás, há os mais politizados, os que chamam o Governo Temer de comunista, os que pedem Lula Livre, os bolsonaristas, até os que pedem Intervenção Militar Já!, muitos destes caminhoneiros atrelados a grandes transportadoras de carga, etc.

    E temos uma insurreição em andamento contra o Status Quo. E ela é meio organizada e meio anárquica, podendo ter forças políticas impulsionando às escondidas e patrões dando força ao locaute/greve. É sem um sindicato tradicional, uma central sindical no centro das negociações, é quase a horizontalidade do início das Jornadas de Junho de 2013 com o MPL e os gritos de sem partido. Os caminhoneiros desafiam o Neoliberalismo radical sem terem ouvido e sem saberem, a grande maioria, o que significa e o que está em andamento com Temer na presidência e Parente no comando da Petrobrás.

    Uma insurreição que canaliza problemas reais e que se materializam no bolso do trabalhador, na sua sobrevivência, na saúde deteriorada, no trabalho em dose acima do normal para a subsistência do caminhoneiro e da sua família.

    Se as esquerdas ficarem reféns das premissas e dos medos do passado podemos perder a narrativa do momento e a insurreição dos caminhoneiros para uma emissora de televisão como a TV Globo, que pode querer, impulsionar a ideia de associar uma greve a caos  e tentar reverter o apoio popular aos caminhoneiros, apoio para além do apoio da sociedade organizada, da intelectualidade, da militância política de esquerda, que observam o discurso desconectado dos insurrectos, acima e apartado do prático, que é a realidade do caminhoneiro e a realidade que a sua insurreição pode trazer ao Sistema e ao Golpe.

    Do lado do Sistema se tentará capitalizar uma ação de produção do medo na população, como disse, via associação de greve a caos e greve e caos serão colocados nos extremos: de Bolsonaro pela extrema-direita; de Lula, PT, partidos de esquerda, sindicatos, sindicalistas do lado das esquerdas e realocar as forças de “centro”, do Sistema em uma candidatura apaziguadora, que é contrária à radicalismos e tem diálogo e solução sem deixar uma greve = caos precisar acontecer para resolver os problemas do Brasil.

    Se a disputa de narrativas não vier nas ruas e junto do povo podem construir Globo & velha mídia a imagem de uma Esquerda associada à caos, onde, se quer com esta associação reavivar em votos uma Eleição que têm tudo para perderem em outubro.

    Não deixemos o antipetismo voltar novamente. Sejamos práticos. Haverá Eleição, não tem o Golpe a capacidade de adiá-la. Os golpistas não possuem moral para adiar a Eleição nem para produzir um Golpe dentro do Golpe nem estão capacitados para a operação de volta dos militares ao Poder, a conjuntura do neoliberalismo radical quer gente subordinada, Militar não recebe ordens, o Sistema precisa fluir, quer movimentar o Capital de imediato e morre de medo de repente aparecer lucidez no Governo Militar e, este, propor medidas nacionalistas e sair a defender o pré-sal e a Petrobrás para os brasileiros, medo de pôr uma organização (ordem) no Governo, nas riquezas naturais e nas empresas estatais brasileiras.

    A realidade brasileira está em uma grande divisão e grande impasse hoje, e a única forma de dissuadir a divisão é via Eleição e ela está em andamento. Os candidatos estão em campanha, sendo sabatinados, produzindo seus programas de Governo e como serão suas campanhas eleitorais na TV e no rádio estão sendo discutidas.

    Saiamos da ideia das conspirações, do medo de Golpe dentro do Golpe e vamos à Luta! Podemos vencer em outubro de 2018 a Eleição e formar um Congresso com uma base parlamentar progressista. E vamos ganhar as ruas levando conscientização ao eleitor do que acontece para ganhar no voto a retomada do Poder sem sustos, com Lava-Jato, Rede Globo e com tudo!

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