Cento e vinte anos da Escola Politécnica da USP

As comemorações dos 120 anos da Escola Politécnica da USP, reconhecida como sendo um centro de excelência em ensino e pesquisa nas áreas tecnológica e científica, permitem rememorar sua história, suas realizações e principalmente suas contribuições à sociedade como um todo.
 
A Poli – como é chamada desde então – foi criada pela Lei Estadual nº 191 de 24/08/1893. Seu autor foi Antonio Francisco de Paula Souza, eminente engenheiro graduado na Alemanha e seu primeiro diretor, defensor do ensino tecnológico em todos os níveis; o sistema de ensino tecnológico de São Paulo, com as ETEPs e FATECs, leva seu nome.
 
A Politécnica de São Paulo foi a terceira escola de Engenharia no Brasil, a primeira escola superior criada por um Estado e a primeira a seguir o modelo alemão, até hoje seguido, que alia o ensino prático com rigorosa formação matemática e científica.
 
As atividades didáticas e de pesquisas da POLI geraram outras instituições, como o IPT e o Instituto de Eletrotécnica, atual Instituto de Energia e Ambiente da USP.
 
Graças à dedicação de seu corpo docente altamente qualificado, ao longo de seus 120 anos foram desenvolvidos inúmeros projetos e estudos pioneiros, muitas vezes em colaboração com outras entidades. Destacam-se a modelagem das grandes barragens, o desenvolvimento e construção no país do primeiro avião, do primeiro computador e o projeto do primeiro navio oceanográfico.
 
A Escola Politécnica teve papel importante na Revolução de 32, projetando e fabricando armamentos e munições.
 
Coube ao politécnico Armando de Salles Oliveira a criação da Universidade de São Paulo em 1934, a ela incorporando a Escola Politécnica. Isto reforçou a estreita cooperação com as demais unidades incorporadas e facilitou a colaboração com as posteriormente criadas, com benefícios mútuos. Várias unidades da USP, bem como outras instituições de ensino, tiveram a participação da POLI em sua criação e estruturação.
 
O perfil politécnico é a alma da escola. Sua atuação profissional nas áreas técnicas, na política e na gestão de empresas e órgãos públicos tem sido fator relevante no desenvolvimento econômico e social do país. Sua formação é completada por intensa vida acadêmica, onde se destaca o Grêmio Politécnico, fundado em 1903.
 
A Escola Polytechnica de São Paulo teve sua aula inaugural em 15 de fevereiro de 1894 no modesto Solar do Marques de Tres Rios; tinha 7 professores, 31 alunos regulares e 28 “ouvintes”.
 
Hoje a Escola Politécnica da USP ocupa 150.000 m², tem 500 docentes e 500 funcionários, 4.500 alunos em 17 cursos de graduação e 2.500 em 11 cursos de pós-graduação. Em 2001 lançou um audacioso programa de internacionalização, que desde então enviou quase 1.800 alunos para realizar parte de seus cursos no exterior, dos quais 720 em duplo-diploma e recebeu, no mesmo período, 1300 estrangeiros. Este processo de internacionalização e os mais de 200 convênios com empresas e entidades públicas e privadas resultam em constante atualização curricular, inovações e grande geração de conhecimento, evidenciada por significativa produção científica.
 
O crescimento da Poli não é e nunca foi um objetivo em si. O objetivo da Escola Politécnica sempre foi contribuir para o desenvolvimento do país, atuando nas áreas tecnológica e científica, mas sempre consciente das implicações sociais decorrentes. Tal objetivo foi alcançado nos últimos 120 anos. A Escola Politécnica da USP está preparada para mantê-lo nos próximos 120, consciente das mudanças da própria Engenharia e da sociedade brasileira.

José Roberto Cardoso é diretor da Escola Politécnica da USP e José Luiz P. Costa Dias, engenheiro eletricista
 
Redação

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