Críticas de ministros à demora de Dilma também demoraram, por Janio de Freitas

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Por Janio de Freitas

O relegado

Na Folha

As críticas de ministros do Supremo e de advogados à demora de Dilma Rousseff na substituição de Joaquim Barbosa incorrem no que criticam: também elas demoraram muito. Ninguém com mais autoridade, e portanto com menos difícil audição na Presidência, do que os próprios ministros para realçar os inconvenientes que a inexistência do décimo primeiro traz às já retardadas decisões do tribunal.

Cobrada para a indicação do novo ministro logo em seguida à renúncia de Joaquim Barbosa, Dilma nem sequer respondeu aos advogados e políticos. Mas a falta de providência era sensata. Havia pela frente uma eleição presidencial, e a nomeação irremediável para um cargo de tal importância conviria ficar para o eleito.

A escolha já deveria ocorrer logo depois do resultado eleitoral. Desde então passaram-se dois meses. E apenas se definiu, graças ao café presidencial com jornalistas para iniciar esta semana, que José Eduardo Cardozo continuará ministro da Justiça. Por via indireta, assim Dilma indicou que a insistente nota da imprensa, dando Cardozo como favorito para a indicação, era mesmo chute e bola fora. Quanto à função de nomear, o que se sabe é que Dilma consome os dias sobretudo com discussões sobre tal ou qual fulano ocupará tal ou qual ministério sem verba, como serão todos.

Não é o primeiro caso de injustificada demora de Dilma Rousseff para nomeação ao Supremo. No anterior, tardou, tardou, e afinal nomeou Luiz Fux. Por força do lobby que o próprio, ainda sob a euforia da nomeação, descreveu com crueza histórica.

O PROTEGIDO

O deputado que está nos jornais por insultar a deputada Maria do Rosário chegou a isso por um percurso sem curvas nem desvios. Sua entrada na vida pública deu-se quando fez um plano para explodir a adutora de água do Rio, além de outros crimes, caso não fossem aumentados os soldos dos tenentes, seu posto no Exército. Deu o plano a “Veja”, para chantagear o governo, e atribuiu a divulgação à mulher. Mas a autoria não era dela e, assim como a chantagem, era passível de processo criminal.

A proteção de casta assegurou a impunidade do tenente terrorista. Como capitão, deixou a ativa para eleger-se deputado, com os votos dos militares e suas famílias no Rio, aos quais tem representado com a precisão atestada por suas sucessivas reeleições. Sempre obrando uma imbecilidade agressiva em seguida a uma cretinice violenta, e vice-versa. Sempre sujeito a um artigo do Código Penal e do Regimento da Câmara. E sempre impunemente.

O ataque à deputada Maria do Rosário, e às mulheres em geral, começou na impunidade ao plano terrorista. Sua defesa a pretexto da liberdade de expressão não tem cabimento: a liberdade de expressão não inclui o direito de agredir verbalmente. Ou, do contrário, não existiriam as tão conhecidas ações penais por calúnia, difamação e injúria, entre outras.

SOCCER

O Botafogo, você sabe e não deve esquecer, caiu para a segunda divisão. Ou, como dizemos, para a segundona. Não todos. O “ministro” Joaquim Levy diz que o Botafogo “levou um downgrade”.

Mister Levy é botafoguense, além do mais.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

7 Comentários

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  1. Nomeação do nomo Ministro do STF.

    Antes de mais nada é bom esclarecer uma coisa, a Presidência da República INDICA o pretenso Ministro, mas quem APROVA ou DESAPROVA a indicação é o SENADO FEDERAL. E, uma vez aprovada a indicação, o Senado retorna o expediente ao Chefe do Poder Executivo para FORMALIZAR a nomeação do NOVO MINISTRO DO SUPREMO. Portanto, na prática, quem escolhe o nomo ministro é o SENADO FEDERAL (OBS.: O SENADO FEDERAL É PLURIPARDIDÁRIO), que aprova ou desaprova a indicação do ministro pela Presidência da República. A grande mídia vem falando muita asneira a respeito da nomeação dos ministros do STF, afirmando que Dilma e Lula nomearam, PASMEM, uma corte bolivariana e outras besteiras piores. Tem muita gente na grande mídia que precisa estudar (artigo 101 da Constituição Federal).

     

     

  2. Dilma e o PT deixaram de

    Dilma e o PT deixaram de exercer o que as urnas lhe permitem: empossar de acordo com suas convicções.

     

    FHC fez isso com Gilmar, Brindeiro e cia ltda.

     

    Mas o PT, de forma estranha, não fez o mesmo.

     

    1. Com todo respeito, indicar um

      Com todo respeito, indicar um ministro de um tribunal superior ou PGR para inviabilizar investigações incômodas não deve ser um exemplo a ser seguido. É razoável até que se indique alguém de confiança, com algum vínculo com o governo, com o partido, quando for possível. Mas, como fatos recentes demonstraram, nem a indicação de um aliado pode garantir tranquilidade a um governo não apadrinhado pelo poder de fato,  massacrado pela mídia. Depois de empossado, a tendência do aliado é enturmar-se com os pares do Olimpo, onde a esmagadora maioria segue os passos da Casa Grande. É raridade um alto magistrado imune ao vírus da capa  preta. A bem da verdade, a contaminação há muito já atingiu até o “baixo clero” do judiciário. 

  3. Demora?

    A presidenta reeleita, Dilma Rousseff, fez até agora 04 nomeações para o Supremo Tribunal Federal. A saber: Luiz Fux, Rosa Weber, Teori Zavascki e Luís Roberto Barroso.

     

    Vejamos os prazos entre as vacâncias e as nomeações:

     

    1) Luiz Fux substituiu Eros Grau, que se aposentou em 02 de agosto de 2010. O Ministro Luiz Fux foi indicado por Dilma em 1º de fevereiro de 2011 (quando o governo dela tinha apenas 01 mês de existência). Após a sabatina, foi nomeado em 11 de fevereiro e tomou posse em 03 de março de 2011. O tempo de vacância da cadeira de Eros Grau foi de 07 meses e 01 dia (Lula não quis nomear ninguém no meio do processo eleitoral de 2010, deixando a escolha para a sua sucessora, Dilma Rousseff).

     

    2) Rosa Weber substituiu Ellen Gracie, que se aposentou em 08 de agosto de 2011. A Ministra Rosa Weber foi indicada por Dilma em 08 de novembro de 2011. Após a sabatina, foi nomeada em 13 de dezembro e tomou posse em 19 de dezembro de 2011. O tempo de vacância da cadeira de Ellen Gracie foi de 04 meses e 11 dias.

     

    3) Teori Zavascki substituiu Cezar Peluso, que se aposentou em 31 de agosto de 2012. O Ministro Teoria Zavascki foi indicado por Dilma em 10 de setembro de 2012. Após a sabatina, foi nomeado em 30 de outubro e tomou posse em 29 de novembro de 2012. O tempo de vacância da cadeira de Cezar Peluso foi de 02 meses e 28 dias.

     

    4) Luís Roberto Barroso substituiu Ayres Britto, que se aposentou em 18 de novembro de 2012. O Ministro Luís Roberto Barroso foi indicado por Dilma em 23 de maio de 2013. Após a sabatina, foi nomeado em 05 de junho e tomou posse em 26 de junho de 2013. O tempo de vacância da cadeira de Ayres Britto foi de 07 meses e 08 dias.

     

    5) A substituição do nefasto de Paracatu, que se aposentou em 31 de julho de 2014, ainda não ocorreu. Mas se ocorrer até março ou abril do ano que vem, não destoará muito do prazo que outras vezes já se verificou (pouco mais de 07 meses). A vacância da cadeira do nefasto não tem nem 05 meses.

     

    As contingências eleitorais de 2014, igual a 2010, impediram Dilma de realizar essa última substituição no STF. Mas não há nenhuma sangria desatada.

  4. Indicação de ministro.

    Dr. Moro paralizou o país e morosamente não finda esta fonte conveniente de vazamentos! Lembra o Chacrinha, o processo só acaba quando termina. Não é a Dilma que deve responder pela demora.

  5.  
    Muito porreta esse papo

     

    Muito porreta esse papo furado dos críticos de aluguer. Como diz o meu amigo luso que faz carreto. Pros “colonistas” que alugam seus comentários para os barões do cartel midiático, tanto faz como tanto fez, vale a versão quando os fatos colidem com o interesses da “casa”. Portanto, que vão à merda.

    Suponha-se, que uma aeronave sem dono, entre em rota de colisão, justo no momento em que suas excrescências estejam reunidas em sessão do STF discutindo a preferência sexual do arcanjo escolhido. E, precisamente nesse instante, a aeronave desgovernada adentre o plenário e….boooommmbaaa…lascou-se tudo! ! Esses cafajestes iriam chiar pelas indicações dos onze que a presidenta teria a indicar? Ou, seria melhor nos aproveitar do ensejo, e, livrar logo o país desse bando de inúteis? Não indicando mais nenhum F*da P* pra zorra alguma.

     

    Orlando

  6. como já foi posto, esta

    como já foi posto, esta nomeação do substituto do jb

    não demora mais do que os dos outros nomes.

    a presidencia deve ter seu tempo certo de maturação

    para a escollha de tão importante nome.

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